sábado, 6 de maio de 2017

Juiz Sergio Moro grava vídeo pedindo para apoiadores ficarem em casa no dia 10.



As provas contra Lula: 3 mil evidências, 13 casos e R$ 80 milhões em propina


As investigações apontam pagamentos em dinheiro, depósitos bancários e imóveis – para o ex-presidente e para parentes

DIEGO ESCOSTEGUY
05/05/2017 - 23h52 - Atualizado 06/05/2017 01h39
Revista ÉPOCA - capa da edição 985 - As provas contra Lula (Foto: Revista ÉPOCA)

>> Trecho de reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:
No fim da tarde de uma segunda-feira recente, o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco de um evento organizado pelo PT em Brasília. Empunhou sua melhor arma: o microfone. Aos profissionais da imprensa que cobriam o evento, um seminário para discutir os rumos da economia brasileira, o ex-presidente dispensou uma ironia: “Essa imprensa tão democrática, que me trata maravilhosamente bem e, por isso, eu os amo, de coração”. Lula estava a fim de debochar. Não demorou para começar a troça sobre os cinco processos criminais a que responde na Justiça. Disse que há três anos ouve acusações sem o direito de se defender, como se não tivesse advogados. “Eu acho que está chegando a hora de parar com o falatório e mostrar prova. Eu acho que está chegando a hora em que a prova tem de aparecer em cima do papel”, disse, alterado. Lula repetia, mais uma vez, sua tática diante dos casos em que é réu: sempre negar e nunca se explicar. E prosseguiu: “Eu quero que eles mostrem R$ 1 numa conta minha fora desse país ou indevida. Não precisa falar que me deu 100 milhão, 500 milhão, 800 milhão... Prove um. Não estou pedindo dois. Um desvio de conduta quando eu era presidente ou depois da Presidência”. Encerrou o discurso aplaudido, aos gritos de “Brasil urgente, Lula presidente!”.
A alma mais honesta do Brasil, como o ex-presidente já se definiu, sem vestígio de fina ironia, talvez precise consultar seus advogados – ou seus processos. Há, sim, provas abundantes contra Lula, espalhadas em investigações que correm em Brasília e em Curitiba. Estão em processos no Supremo Tribunal Federal, em duas Varas da Justiça Federal em Brasília e na 13ª  Vara Federal em Curitiba, aos cuidados do juiz Sergio Moro. Envolvem uma ampla e formidável gama de crimes: corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crime contra a Administração Pública, fraude em licitações, cartel, tráfico de influência e obstrução da Justiça. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal, além de órgãos como a Receita e o Tribunal de Contas da União, com a ajuda prestimosa de investigadores suíços e americanos, produziram, desde o começo da Lava Jato, terabytes de evidências que implicam direta e indiretamente Lula no cometimento de crimes graves. Não é fortuito que, mesmo antes da delação da Odebrecht, Lula já fosse réu em cinco processos – três em Brasília e dois em Curitiba. Também não é fortuito que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, após anos de investigação, acusem Lula de ser o “comandante máximo” da propinocracia que definiu os mandatos presidenciais do petista, desfalcando os cofres públicos em bilhões de reais e arruinando estatais, em especial a Petrobras.
A estratégia de Lula é clara e simples. Transformar processos jurídicos em campanhas políticas – e transformar procuradores, policiais e juízes em atores políticos desejosos de abater o maior líder popular do país. Lula não discute as provas, os fatos ou as questões jurídicas dos crimes que lhe são imputados. Discute narrativas e movimentos políticos. Nesta quarta-feira, dia 10, quando estiver diante de Moro pela primeira vez, depondo no processo em que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina da OAS por meio do tríplex em Guarujá, Lula tentará converter um ato processual (um depoimento) num ato político (um comício).
Se não conseguir desviar a atenção, saindo pela tangente política, Lula terá imensa dificuldade para lidar com as provas – sim, com elas. Nesses processos e em algumas investigações ainda iniciais, todos robustecidos pela recente delação da Odebrecht, existem, por baixo, cerca de 3 mil evidências contra Lula. Elas foram analisadas por ÉPOCA. Algumas provas são fracas – palavrórios, diria Lula. Mas a vasta maioria corrobora ou comprova os crimes imputados ao petista pelos procuradores. Dito de outro modo: existe “prova em cima de papel” à beça. Há, como o leitor pode imaginar, toda sorte de evidência: extratos bancários, documentos fiscais, comprovantes de pagamento no Brasil e no exterior, contratos fajutos, notas fiscais frias, e-mails, trocas de mensagens, planilhas, vídeos, fotos, registros de encontros clandestinos, depoimentos incriminadores da maioria dos empresários que pagavam Lula. E isso até o momento. As investigações prosseguem em variadas direções. Aguardem-se, apesar de alguns percalços, delações de homens próximos a Lula, como Antonio Palocci e Léo Pinheiro, da OAS. Renato Duque, ex-executivo da Petrobras, deu um depoimento na sexta-­feira, dia 5, em que afirma que Lula demonstrava conhecer profundamente os esquemas do petrolão. Existem outras colaborações decisivas em estágio inicial de negociação. Envolvem crimes no BNDES, na Sete Brasil e nos fundos de pensão. Haja prova em cima de papel.
Trata-se até agora de um conjunto probatório, como gostam de dizer os investigadores, para lá de formidável. Individualmente e isoladas, as provas podem – apenas – impressionar. Coletivamente, organizadas em função do que pretendem provar, são destruidoras; em alguns casos, aparentemente irrefutáveis. Nesses, podem ser suficientes para afastar qualquer dúvida razoável e, portanto, convencer juízes a condenar Lula por crimes cometidos, sempre se respeitando o direito ao contraditório e à ampla defesa – e ao direito a recorrer de possíveis condenações, como qualquer brasileiro. Não é possível saber o desfecho de nenhum desses processos.
Ainda assim, os milhares de fatos presentes neles, na forma de provas judiciais, revelam um Lula bem diferente daquele que encanta ao microfone.

MOVIMENTO DE LIBERDADE BRASILEIRO É UM MODELO PARA O MUNDO. OU: COMO É IMPORTANTE UMA AGENDA DE LIBERDADE PARA CRESCER.

sábado, maio 06, 2017

Na imagem acima Jeffrey A. Tucker, o autor do texto que segue após este prólogo transcrito em tradução para o português do site Tradutores de Direita e ao lado parte do site da FEE Foundation for Econômic Education com a chamada para o artigo original em inglês que pode ser lido clicando Aqui - Click here to read in English.
Recomendo muito a leitura pois Tucker faz uma análise positiva sobre o vendaval de mudanças que ocorreram nos dois últimos anos no Brasil envolvendo o impeachment e a Operação Lava Jato que está eviscerando o ventre a víbora vermelha da corrupção, da roubalheira e do projeto esquerdista de viés cubano-venezuelano. Escritor, articulista e intelectual de destaque internacional, Jeffrey Tucker faz uma leitura positiva dos últimos acontecimentos no Brasil, sobretudo no que diz respeito à eclosão do que denomina de "Movimento da Liberdade" e que recomenda como "um modelo para o mundo". Tanto é que este artigo foi destaque no respeitado site da FEE. Em que pese a negativa corrente daqueles que tentam arrastar o Brasil para o pântano, há em contrapartida uma nova força que se ergue e impõe uma nova agenda política assentada nos pilares da liberdade, soprando a poeira bolorenta que turva o horizonte dos brasileiros. Por tudo que alinhei aqui de forma ligeira vale muito a pena ler este artigo que, evidentemente, jamais será objeto de reflexão e análise pelos andróides esquerdistas que dominam as redações da grande mídia e que tentam, de todas as formas, manter a Nação brasileira chafurdando no lodaçal do esquerdismo estatizante e delirante.

Jeffrey A. Tucker (*)
Há dois anos, no Brasil, quando falei pela primeira vez ao Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, a conferência já era enorme (3500 pessoas, se bem me lembro), mas os ânimos estavam para baixo. O sistema político parecia irremediavelmente atolado na corrupção. As pessoas com espírito de liberdade não se viam fazendo progresso. O país parecia para sempre preso em um socialismo empobrecido, um despotismo entrincheirado até onde os olhos podiam ver, e as pessoas perguntavam: será que não há nada que possamos fazer?
Oportunidade está no ar, e a realização se alimenta de si mesma.
Que diferença dois anos fizeram! A corrupção chegou aos jornais. Tudo se abriu, e de repente. Os protestos de rua explodiram. Um presidente sofreu impeachment. Novos líderes políticos surgiram. A imprensa está prestando atenção ao enorme e diverso movimento pela liberdade naquele país.
Hoje todos estão energizados, otimistas e dedicados em todos os níveis. Não se trata apenas de política. É entre professores, estudantes, blogueiros e YouTubers, e organizações locais de todos os tipos. Todo mundo está participando, pronto para contribuir.
Oportunidade está no ar, e a realização se alimenta de si mesma. Você cria o futuro que acredita ser possível.
Que mudança
E com certeza, o movimento da liberdade parece disposto a fazer uma diferença gigantesca. A mesma conferência neste ano atraiu 5.500 pessoas, tornando-se de longe o maior evento orientado à liberdade no mundo. Os palestrantes incluíam empresários, estadistas, figuras de mídia, intelectuais, editoras e um grande número de pessoas se sentavam com atenção, enquanto falavam sobre a grande tradição liberal de paz, empreendimento, liberdade e adaptabilidade da história à luz de novas idéias.
Cada livro é um presente para as gerações.
Nas mesas do lado de fora da grande sala de conferências, livros estavam sendo vendidos como nunca, com autores como Milton Friedman, Ayn Rand, Ludwig von Mises, F. Hayek e intelectuais brasileiros como Hélio Beltrão e Fernando Ulrich. Eles cobriam filosofia, política, economia, direito, ética e tecnologia. Toda a visão liberal de mundo está se espalhando exatamente da maneira correta: intensa educação em idéias.
Estou admirado com os editores e tradutores e com o trabalho que fizeram para tornar isso possível. Cada livro é um presente para as gerações. Cada obra endereça o ponto de uma maneira diferente: a sociedade prospera quando ela não é administrada do topo, mas sim difere para a tomada de decisão criativa de seus membros e suas escolhas e associações pessoais. É um ponto que tem sido especialmente rejeitado por 100 anos na maior parte do mundo.
Esta rejeição não foi nada além de uma tragédia. Quase todos os países do planeta são oprimidos por um enorme excesso do governo que está arruinando o potencial de criação ilimitada de riqueza. Os sonhos estão sendo destruídos diariamente, sugados pela burocracia e por planos impraticáveis impostos pelo centro. Os partidos políticos estão lutando para controlar o mecanismo do poder, mas não há nada a ganhar com essa trajetória. O que é necessário é bastante simples: as elites poderosas devem abandonar o controle e permitir que a ordem social faça sua mágica por si só.
O Brasil já tentou de tudo. Agora parece pronto para tentar a liberdade. Nada vai em linha reta, mas as chances de vitórias reais – privatização, reduções de impostos, reforma do comércio, liberalização dos cuidados de saúde e da educação e das empresas – realmente parecem possíveis. E se não imediatamente, também está claro que este movimento não está indo embora. Ele está crescendo, até mesmo exponencialmente.
Porque não tentar Liberdade?
Posso dizer-lhes uma coisa: é uma coisa bonita de se ver. Todo país do mundo tem um movimento de liberdade, mas muitas pessoas se preocupam que talvez estejam  desperdiçando seu tempo. Eles lutam, eles blogam, eles transmitem, eles organizam, mas nada nunca muda. Mas desistir não é o jeito brasileiro. Em vez de se retirarem, seguiram um caminho diferente, trabalhando cada vez mais, empurrando os limites e diversificando suas fileiras, aplicando cada vez mais energia intelectual e moral à causa.
O Brasil elevou muitíssimo o padrão, como um exemplo para o mundo.
A diferença no Brasil é que os líderes deste movimento se recusaram a acreditar que a idéia que fez a vida bela em todo o mundo – a idéia da liberdade humana – seria permanentemente marginalizada. Eles tinham fé que poderia ser um condutor principal de eventos. Eles trabalharam para fazer isso acontecer. E, com certeza, eles agora estão acompanhando a história se adaptando ao sonho.
O Brasil elevou muitíssimo o padrão, como um exemplo para o mundo. Não há país na Terra que não poderia reproduzir esse sucesso, com bastante paixão, trabalho e energia. Eu não tenho certeza se eu percebi plenamente até este evento o que é possível. Mudou minha própria perspectiva.
Parte do problema é que muitos movimentos de liberdade em todo o mundo tornaram-se aculturados à sua própria marginalização. Eles lideram tanto tempo com uma sensação de derrota que eles vieram a aceitá-lo como seu destino. Eles começam a pensar em si mesmos como uma facção com um interesse especial, ao invés da voz para o bem comum de todos.
Um sinal revelador de desespero implícito que você encontra no caso dos EUA é hiper-faccionalismo. Quanto mais um movimento está convencido de que deve perder, mais ele se volta para dentro, com divisões dentro de divisões, reivindicações abusivas e rancorosas de heresia, intolerâncias traiçoeiras para diferentes pontos de vista. É um reflexo do desespero. Se não pudermos vencer, poderíamos trollar uns aos outros através de expurgos, denúncias e quebras pessoais.
Esta tendência é quase inteiramente ausente no Brasil. As pessoas têm chamados, interesses e pontos de vista diferentes, mas o tipo de sectarismo amargo que você encontra em outros países está quase inteiramente ausente. Pelo contrário, o movimento da liberdade no Brasil abrange tudo e todos que trabalham para o bem.
Civilidade como característica
Uma característica do movimento que me impressionou nesta visita é a sua inabalável civilidade. As pessoas neste movimento de liberdade são felizes, corteses, bondosas, elogiosas umas com as outras e animadas em fazer parte do lado correto da história. Eu suspeito que isso é devido à confiança que eles têm na justeza de sua causa, juntamente com uma bela e incrível cultura de bondade para com os outros.
Apenas naquele momento percebi o quanto eu tinha sido, por tantos dias, o alvo de uma inesgotável cortesia, e nem havia percebido.
Mais do que nos Estados Unidos, a cultura brasileira está profundamente infundida com uma delicada liturgia social do costume, da sinalização social e das pistas sutis. Você pode vê-lo nas maneiras, no tom da voz, nas atitudes de deferência baseadas no respeito mútuo.
Eu me perguntei por que essas tradições informais são tão ricas e robustas neste país, e especulei que é devido a uma variedade de fatores. Nenhum país do mundo é mais racial e etnicamente diverso, tanto que as próprias palavras raça e etnia mais que tudo perderam seu significado, misericordiosamente. As pessoas encontram-se, em primeiro lugar e acima de tudo, como pessoas, e a própria brutalidade da esfera política tem sublinhado a absoluta necessidade de civilidade a ser criada e preservada de outras maneiras.
Deixe-me fornecer apenas um exemplo. Depois de alguns dias, comecei a notar que em todos esses círculos sociais, em discussões com tantas pessoas, eu tinha dado como certo que eu falaria inglês. E quando as pessoas estavam ao meu redor, mesmo falando entre si, eles falavam inglês também, apenas como uma questão de serem educadas comigo. Só me dei conta disso na última noite, quando eu estava com um grupo e alguém começou a falar português com seu vizinho, e um amigo sussurrou baixinho: “por favor, fale em inglês”.
Apenas naquele momento percebi o quanto eu tinha sido, por tantos dias, o alvo de uma inesgotável cortesia, e nem havia percebido. E essa cortesia estendia-se a todas as áreas da vida: as pessoas me ajudariam com instruções, a pedir comida, ao falar com os funcionários, com todas as ferramentas que eu precisava para apreciar e amar este lugar maravilhoso. Eu rezo para que os americanos possam algum dia aprender a ser tão corteses.
O movimento da liberdade criou uma espécie de nação dentro de uma nação, como uma inspiração para todo o país.
Construa a liberdade que tanto ama
Uma coisa que você nota na história da liberdade é que ela nunca é criada somente pela política. Assim como a sociedade não é criada de cima para baixo, a mudança social também não surge dessa maneira. A política se adapta às realidades sociais que já existem. Se você quer a liberdade, você deve criá-la primeiro como um movimento social, intelectual e cultural. É aí que entra o trabalho duro, e é precisamente onde as pessoas tendem a vacilar. Em vez disso, elas querem que o mundo que elas sonham seja concedido a elas, mas nunca é.
Mas no Brasil, você encontra uma determinação diferente, e uma paixão moral e intelectual para viver o sonho que você quer ver realizado no mundo. Os organizadores do Fórum da Liberdade têm estado ali há trinta anos. Somente neste grande aniversário se tornou aparente: o movimento da liberdade criou uma espécie de nação dentro de uma nação, como uma inspiração para todo o país.

E agora ele se tornou um presente para o mundo. Como americanos, podemos olhar para ele e perceber, talvez pela primeira vez: nós rebaixamos muito o padrão. Se isso pode acontecer no Brasil, pode acontecer também onde você está. É incrível considerar a dívida que o século 21 deve a este belo país e suas pessoas bonitas.

(*) Jeffrey A. Tucker é diretor de conteúdo para a Foundation for Economic Education. Ele também é Chief Liberty Officer e fundador do site Liberty.me. Distinto Membro honorário do Instituto Mises Brasil, membro pesquisador no Acton Institute, conselheiro de políticas to The Heartland Institute, fundador da CryptoCurrency Conference, membro do conselho editorial da The Molinari Review, um orientador para o construtor de aplicações de blockchain Factom, e autor de cinco livros. Ele escreveu 150 introduções de livros e milhares de artigos que aparecem na imprensa acadêmica e popular.

* A tradução do artigo é de Tulius Lima e a revisão de Jonatas - do site Tradutores de Direita.
DO A.AMORIM