quarta-feira, 15 de março de 2017

Agnelo, Arruda, Gim e Robério estão na lista de Janot

Políticos do DF na lista de Janot

A nova lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atinge nomes de expressão na política do DF.

Os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), que já respondem a várias ações por outras denúncias, foram citados nas delações dos executivos da Odebrecht colhidas pela força-tarefa da Lava-Jato e deverão ser investigados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Eles estão listados entre os 211 pedidos de remessa dos casos para a Justiça nos estados por se tratarem de políticos que não têm foro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Preso em Curitiba, o ex-senador Gim Argello também é citado. O relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin, deverá remeter essas petições ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal que, por sua vez, deverá encaminhar a promotores do DF.
Entre os citados, está também um deputado distrital: Robério Negreiros (PSDB).
O contexto dessas citações ainda está sob sigilo, mas Janot pediu a quebra do segredo de justiça.
Outros políticos do DF também foram listados e devem aparecer na terceira lista de Janot, sobre obras da Andrade Gutierrez.
Dois empreendimentos estão no olho do furacão: o Centro Administrativo do DF e o estádio Nacional Mané Garrincha. DO C.BRASILIENSE

PF acha ‘laranjas’ e desvio de R$ 1,6 mi no Minha Casa, Minha Vida da Zona da Mata

lajinhacamara
Município de Lajinha, em Minas. Foto: Câmara Municipal de Lajinha/Divulgação
O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quarta-feira, 15, a Operação Tyrannos II. A segunda fase da ação apura a atuação de um grupo criminoso que superfaturava a compra de materiais de construção para unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida, na Zona da Mata, interior de Minas.
O Ministério da Transparência estimou sobrepreço de cerca de R$ 890 mil na aquisição de materiais de construção em seis empreendimentos realizados pelo Instituto de Agricultura Familiar – entidade responsável pelo programa habitacional no município de Lajinha no âmbito do Programa Nacional de Habitação Rural.
Segundo as investigações, a organização criminosa, que atua em municípios do Oeste de Minas por meio de entidades registradas em nomes de ‘laranjas’, interferia na escolha dos beneficiários do programa habitacional, cobrava taxas ilegais e ainda determinava quais empresas seriam contratadas, por preços acima do valor de mercado.
O Ministério da Transparência informou que, além dos desvios, era fornecido material em quantidade e qualidade inferiores às previstas nos projetos.
O esquema operava com documentos falsificados.
A Operação Tyrannos II conta com a participação de oito auditores da CGU e 38 policiais federais. São cumpridos cinco mandados de condução coercitiva e seis de busca e apreensão. Os investigados deverão responder por organização criminosa, peculato, estelionato e concussão.
Os desvios apurados na primeira fase da Operação Tyrannos ultrapassam R$ 1,6 milhão, apenas nos municípios de Martins Soares e Durandé. DO ESTADÃO

Código de barras à mostra atrapalha a autodepuração do modelo propinocida

Políticos à venda existem em toda parte. Variam o preço e o cinismo. Nesses quesitos o Brasil revela-se um líder mundial. Depois que a Lava Jato invadiu a bilionária divisão de propinas da Odebrecht, a bancada dinheirista do Congresso se oferece para reformar o modelo político apodrecido. A articulação deflagrada em Brasília revela o tamanho da ilusão dos que imaginam que os políticos, alvos de uma rejeição jamais vista, são capazes de entender que a impaciência do país com a rapinagem virou uma força política a ser levada em conta.
Nesta quarta-feira, reuniram-se em Brasília os presidentes da República, Michel Temer; da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Eunício Oliveira; e do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes. Em meio às labaredas, discutiram regras de prevenção ao incêndio a serem fixadas numa reforma do sistema político-eleitoral. Em nota, convidaram a sociedade civil a se unir à empreitada. Enumeraram quatro objetivos.
1. Buscar a racionalização do sistema político;
2. Redução dos custos das campanhas políticas;
3. Fortalecimento institucional das legendas;
4. Maior transparência e simplificação das regras eleitorais.
Beleza. Agora só falta responder a quatro perguntinhas: 1) Como confiar aos responsáveis pela irracionalidade corrupta a busca da racionalidade saneadora? 2) Congressistas que trazem o código de barras à mostra terão credibilidade para tratar de custos? 3) Antes de fortalecer as legendas, não seria o caso de cassar as que apodreceram? 4) As contas eleitorais serão expostas online, em tempo real, ou vem aí mais uma transparência de cristal Cica?
A reunião do Planalto foi comandada pelo delatado Michel Temer, que chefia um governo com cinco ministros lançados no caldeirão da Odebrecht. A pseudoreforma será conduzida por Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, ambos pendurados de ponta-cabeça na nova lista de candidatos à investigação que a Procuradoria acaba de solicitar ao Supremo Tribunal Federal.
Uma autodepuração como essa, tão impregnada de autodesmoralização, não tem o menor risco de dar certo. Mas eles continuarão ameaçando. Convém retirar as crianças da sala. DO J.DESOUZA

Quando Leandro Karnal não suportou a pressão de seus próprios súditos




blog
 Por Fernando Fernandes, publicado pelo Instituto Liberal
O episódio com Karnal e Moro é a prova de que, na era do politicamente correto, “os seguidores fazem os líderes”. Depois de 32 horas (será que deu 32 horas?) Karnal “pediu penico” e desistiu. Suponho que ele não esperava que aquela foto fosse lhe dar o status imediato de “Direita chucra”.
Para quem não acompanhou, o historiador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Leandro Karnal decidiu apagar uma foto de um jantar com o juiz Sergio Moro publicada em seu perfil em uma rede social depois de sofrer inúmeras críticas de seus seguidores.
No Brasil para ser “direita” raiz, Karnal, você passa por um tratamento de choque no melhor estilo tropa de elite. Uns perdem emprego, outros espaço acadêmico e ninguém… repito: ninguém… escapa ao ousar manifestar sua opinião livremente. Aqui, não importa se você é direita no sentido conservador, liberal, libertário, ou mesmo, se é alguém que procura agir honestamente. Basta o exercício da liberdade de consciência e o ato de livre pensar e expressar que imediatamente você se torna criminoso. A pena para a “crime-ideia” é o assassinato de reputação, a desumanização sistemática, a espiral de silêncio e toda aquela censura preventiva.
Quem diria que o filósofo “modinha”, amado pelos revolucionários de apartamento não iria suportar a pressão de seus próprios súditos? Bom… não o culpo pela “arregada”. “Na real”, só os loucos e os com muita fibra não desistem. nem todo mundo tem peito para combater, ou ao menos suportar, o patrulhamento da polícia do pensamento da turma da São Salvador (para quem é de fora do Rio de Janeiro, esta é a área identificada com o Marcelo Freixo). Isso porque eles se autocongratulam como a turma do “maix-amô-pufavô”, imagina se fossem da turma do ódio.
Enfim, o apedeuta – para usar o termo preferido de outro – provou do próprio veneno. Enquanto, o filosofo “Nutella” apagou foto de rede social pra agradar seus “followers”, Sócrates tomou cicuta pra defender seus pensamentos. Vai dar muito trabalho pra limpar o Brasil desta tentativa de engenharia social, mas a presença dessa fiscalização histérica do adversário ao menos serve para expulsar oportunistas e aproveitadores. Em certo sentido, há benção em nossa maldição. DO R.CONSTANTINO
Nota: O artigo contou com contribuições de Paulo Maccedo.

O discurso do rei que virou réu e os comentários do colunista


Se o culpado não melhorar o desempenho, a maratona por tribunais vai acabar na cadeia

Com um depoimento de 48 minutos ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira a maratona por tribunais imposta a quem se torna réu em cinco processos. A ação penal em curso na capital investiga a participação do ex-presidente na trama criminosa que, entre outras bandalheiras, tentou impedir que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, contasse tudo o que sabe sobre o esquema do Petrolão. Seguem-se alguns trechos do interrogatório (reproduzido integralmente no vídeo abaixo), com comentários entre parênteses do colunista:
“Você sabe o que que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta de casa porque eu vou ser preso?”
(O país acaba de saber que, embora não cometa sequer pecados veniais, a alma viva mais pura do Brasil já acorda pensando em como é a vida na cadeia)
Eu tenho dito, antes, durante e depois, os que estão presos e os que vão ser presos, que tenha um empresário, um político que tenha coragem de dizer que um dia me deu R$ 3, que tenha coragem de dizer que um dia o Lula pediu cinco centavos para ele”.
(Só uma besta quadrada tentaria comprar favores de Lula com dinheiro de esmola. E nem quando era um sindicalista principiante o depoente lidava com centavos)
“Agora resolveram vender nossas terras. Já venderam o espaço aéreo, daqui a pouco vendem o mar e a gente terá que pedir licença para para entrar no Brasil”.
(Lula teve uma visâo: a Imobiliária Temer vendeu o território nacional ao PMDB, entregou o espaço aéreo a Donald Trump, presenteou a Bolívia e o Paraguai com o mar que lhes faltava e proibiu os brasileiros de entrarem no Brasil. É nisso que dá conviver com Marilena Chauí)
“Nem o Sarney tinha força no Congresso para fazer maldade como faz esse governo agora”.
(Em 1988, Lula repetia em todos os discursos que José Sarney era “o maior ladrão da Nova República”. Agora descobriu que o ex-presidente é tão perverso quanto Dilma Rousseff. Ou Erenice Guerra)
“É o país de um golpista, da corrupção, os pobres estão desgraçados para o resto da vida”.
(Sem maiores explicações, o interrogado decidiu produzir uma concisa descrição da Venezuela)
“Só eu, com sete anos de idade, sei o que é pegar água e separar caramujo”.
(E só ele sabe, aos 70, como se faz para destruir uma Petrobras em menos de 7)
“O povo mais humilde desse país tem direito de ter as coisas”.
(Por exemplo, ter de volta os empregos que sumiram nos cinco anos de desgoverno da afilhada Dilma Rousseff)

“Lava Jato, no Brasil, a gente fala no café da manhã, no almoço, na janta e depois da novela”
(Como quem não para de pensar na segunda visita da Polícia Federal perde o sono, a famiglia Lula certamente conversa sobre a Lava Jato também depois da novela e durante toda a madrugada)
“Vou matar eles de raiva, porque em todas as pesquisas, vou aparecer na frente”.
(E vai morrer de medo porque metade do eleitorado não vota de jeito nenhum no campeão brasileiro de rejeição)
“Chamar o PT de organização criminosa. Se dependesse de mim, cada parlamentar abriria um processo para provar qual é a quadrilha”.
(Fundador do faroeste à brasileira, em que o bandido passa o filme inteiro querendo prender o xerife, Lula acha que merece ser preso quem chama de organização criminosa uma entidade beneficente que engordou a população carcerária com dois ex-chefes da Casa Civil, um ex-ministro da Fazenda e três tesoureiros nacionais do PT)
“Parecia que o Delcídio tinha recebido o ‘Prêmio Nobel da Delação’. Ele foi no Roda Viva”.
(O candidato ao Nobel da Tapeação foi freguês do Roda Viva até o advento do escândalo do Mensalão. De 2005 para cá, alega “problemas de agenda” para recusar o convite, renovado mensalmente, que lhe permitiria provar no programa que os culpados por todos os males do país são FHC e a imprensa independente)
“O presidente não tem coragem de ir na Bolívia”.
(O líder de massas que só se aproxima de massas quando come macarrão, discursa apenas para plateias amestradas e não dá as caras nas ruas acha que impopular é quem será vaiado se circular por La Paz ou Cochabamba)
“São uns seis e pouco de aposentadoria mais uns 20 que minha mulher recebia, que passou para 30. (…) Pode dar 30… 30 mil, mas pode ter mais. Tem mais porque tem doação ‘pros’ meus filhos, sabe, porque eu não tenho… Poderia chegar a quanto? 50 mil? Eu não sei, eu tô tentando chutar aqui, doutor. (…) O rendimento fixo que eu recebo, todo mês, é isso: 6 e pouco da anistia e ─ era vinte, agora passou para trinta ─ a LILS que paga. Mas depois o advogado manda pro senhor, aí, o total do rendimento das doações”.
(Lula nunca soube de nada que desse cadeia. Por que haveria de saber quanto ganha por mês?)
“Eu aprendi a andar de cabeça erguida”.
(Faltou explicar por que não aparece na Praça da Sé para que todo mundo veja como costuma andar quando está escondido em casa ou no Instituto Lula) DO A.NUNES

Ao depor como réu, Lula se equiparou a Deus Comente

Josias de Souza
Em seu primeiro depoimento como réu em processo da Lava Jato, Lula se colocou no lugar de Deus. Disse ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que o primeiro-amigo José Carlos Bumlai não estava autorizado a discutir negócios. O magistrado perguntou se Bumlai poderia ter usado o nome de Lula. E o interrogado: “Doutor, se o senhor soubesse quanta gente usa o meu nome em vão! De vez em quando eu fico pensando pras pessoas (sic) lerem a Bíblia, pra não usar tanto o meu nome em vão.”
Lula decerto se referia aos dois trechos da Bíblia que anotam os Dez Mandamentos que Deus entregou ao seu marqueteiro, o profeta Moisés, para que ele os propagandeasse. As Tábuas da Lei estão disponíveis em Êxodo 20,2-17 e Deuteronômio 5,6-21. Incluem o seguinte preceito: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”
Se pudesse, Deus talvez escolhesse viver no Brasil. Como a onipresença obriga o Todo-Poderoso a estar em toda parte, Lula o representa no território nacional. Mas a divindade petista não se sente obrigada a observar todos os mandamentos. Dá de ombros, por exemplo, para o “Não Furtarás”. A certa altura do depoimento, Lula disse: “Me ofende profundamente a informação de que o PT é uma organização criminosa.”
Lula talvez não tenha notado, mas ele próprio já frequenta as páginas de cinco ações penais na posição de protagonista. De resto, o sistema carcerário de Curitiba está apinhado de petistas: José Dirceu, Antonio Palocci, João Vaccari Neto, Renato Duque…



Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o jurista Modesto Carvalhosa tachou o caixa dois de “crime de lesa-pátria”. Para o candidato que recebe, disse ele, o dinheiro por baixo da mesa representa uma ''vantagem ilícita'' sobre o concorrente que faz campanha dentro da lei. Para a empresa que paga, o caixa clandestino é “uma forma de cooptação criminosa” do político.

Lula faz pose, mas a vítima real é o contribuinte


No mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de mais de 80 novos inquéritos no Supremo Tribunal Federal, Lula fez pose de vítima no seu primeiro depoimento como réu, na Justiça Federal de Brasília. Lula disse que há três anos vem sendo vítima de um massacre. As manchetes o perseguem. No café da manhã, no almoço, no jantar há sempre uma manchete insinuando que um novo delator irá acusá-lo, que sua prisão será decretada.
Lula disse tudo isso num processo em que foi delatado por um ex-companheiro: Delcídio Amaral. Esse ex-companheiro acusou Lula de tentar comprar o silêncio de outro delator da Lava Jato: o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, nomeado no governo. Não são as manchetes que perseguem Lula. O ex-presidente é perseguido pelas más escolhas que fez.
Delcídio era do PT. Quando foi preso, antes de virar delator, ocupava a função de líder do governo Dilma Rousseff no Senado. Nestor Cerveró foi colocado em postos de destaque na Petrobras para assaltar a estatal em nome do PT, do PMDB e até de Fernando Collor de Mello. Tudo isso para comprar a lealdade de aliados do governo do PT no Congresso.
O cotidiano de Lula é uma sucessão de poses. Ele faz pose de vítima no café da manhã, no almoço e no jantar. Mas a verdadeira vítima de todo o descalabro que o país assiste é o brasileiro em dia com os seus impostos. O petrolão é um mensalão hipertrofiado. Os dois escândalos começaram na gestão de Lula.
O fato de o ex-presidente estar sendo investigado representa uma evolução institucional, não uma perseguição. Cabe a Lula exercer o seu direito de defesa. Nessa hora, a pose de vítima adianta pouquíssimo. É preciso que por trás da pose exista uma noção qualquer de ética. O J.DESOUZA