quinta-feira, 2 de março de 2017

Falta ao enredo da corrupção nacional um vilão

Há no enredo construído a partir do depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral todo tipo de personagem —há um explorado, uma injuriada e um inocente. Só não há um vilão. O herdeiro da Odebrecht considera-se um “otário do governo”, um “bobo da corte” —um sujeito obrigado a tocar obras indesejadas e a pagar propinas a políticos.
Dilma Rousseff se apresenta como vítima das “mentiras” do empreiteiro sobre o caixa dois de sua campanha. E Michel Temer reafirma sua inocência porque o delator disse que jantou com ele, combinou um socorro monetário ao PMDB, mas afirmou que quem tratou do valor e da forma de pagamento foi o fiel escudeiro Eliseu Padilha, não o presidente.
Poucas vezes na sua história o Brasil atravessou uma conjuntura política tão surrealista. Os brasileiros que acompanham os capítulos da novela da corrupção, agora encenada em sua versão eleitoral, são convidados diariamente a resistir à desesperança e ao cinismo. Mas uma coisa não se pode negar aos personagens que protagonizam as manchetes: eles já não têm o menor receio de insultar a inteligência da plateia.
Considerando-se os seus autocritérios, todos os envolvidos na trama são boas pessoas. E o brasileiro fica pensando na falta que faz ao país um vilão. Um vilão de mostruário, desses cuja maldade está na cara, sem qualquer disfarce. Um vilão assim, inquestionável, colocaria os pés sobre a mesa e planejaria a próxima imoralidade sem nenhuma ambiguidade. Mas não, são todas boas pessoas. Fazem suas vilanias com as melhores intenções e na maior inocência. J.DESOUZA

Após mandato, Dilma perde noção da realidade

Em reação ao depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral, Dilma Rousseff chamou de mentiroso o ex-provedor de suas campanhas. Num instante em que até João Santana e sua mulher Monica Moura já confessaram que receberam em contas secretas no exterior verbas sujas da Odebrecht por serviços prestados ao petismo, a beneficiária dos serviços do casal do marketing reiterou o mantra: todas as doações às suas campanhas foram feitas dentro da lei e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. É como se Dilma não tivesse percebido que a Justiça Eleitoral está justamente auditando os números que havia aprovado para não fazer o papel de lavanderia oficial.
Dilma vive numa realidade escorada no vocábulo de negação. Não autorizou pagamentos no exterior. Não avalizou o caixa dois. Não delegou a Guido Mantega a tarefa de coletor de verbas eleitorais. Madame faz lembrar um personagem inexpressivo da peça Júlio César, de Shakespeare. Atiçados por Marco Antonio, os plebeus saem à caça dos assassinos do imperador. Encontram Cinna. “Matem-no, é um dos conspiradores!”, alguém grita. “Não, é apenas Cinna, o poeta”, retruca outra voz ao fundo. E a sentença: “Então, matem-no pelos maus versos.”
Abespinhada, Dilma disse em nota que a suspeição que a espreita “é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.” Em meio à atmosfera malcheirosa da Lava Jato, algum incauto pode gritar: “Tanta honestidade serviu para quê?” E o TSE talvez se anime a sentenciar: “Então, que Dilma Rousseff seja declarada inelegível pelos maus versos.” A investigada não perdeu apenas o mandato de presidente da República. Ela perdeu a própria noção da realidade. DO J.DESOUZA

Odebrecht torna a coleta de 2014 indefensável

A inclusão de revelações feitas por delatores da Odebrecht no processo que pode resultar na interrupção do mandato de Michel Temer fez tremer o presidente e seus operadores. A razão da tremedeira é simples: ninguém mais tem dúvidas quanto à promiscuidade que permeou o financiamento da chapa vitoriosa na disputa presidencial de 2014.
É justamente por conhecer os porões financeiros do comitê eleitoral que a turma de Temer adotou em sua defesa a tática da barriga. Temer quer empurrar com a barriga o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral. Avalia que o risco de cassação diminui na proporção direta da aproximação do fim do mandato.
Até aqui, a principal linha de defesa de Temer era a tese segundo a qual a contabilidade da sua campanha, como candidato a vice-presidente, nada tinha a ver com as contas de Dilma, que encabeçava a chapa. Esse argumento tem um quê de cinismo, já que, para se contrapor à acusação de que assumiu a presidência graças a um golpe, Temer sempre declarou que foi eleito junto com Dilma, na mesma chapa, com a foto exposta na mesma urna eleitoral.
Está cada vez mais difícil digerir a tese da defesa de Temer de que as contas de sua campanha não se confundem com as de Dilma. O marqueteiro do comitê, João Santana, foi remunerado secretamente pela Odebrecht na Suíça. Partidos aliados receberam um estímulo monetário da Odebrecht para aderir à coligação do PT e do PMDB. O próprio Michel Temer pediu R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht.
Resta saber que papel pretende desempenhar a Justiça Eleitoral neste julgamento histótico. A turma de Michel Temer treme porque sabe que, observados apenas os rigores da lei, a caixa registradora de 2014 é indefensável. DO J.DESOUZA

Odebrecht marcou Dilma e Temer na bochecha


Deflagrada em março de 2014, a Lava Jato já estava na praça quando Marcelo Odebrecht decidiu que parte da verba do departamento de propinas de sua empreiteira seria investida no PT de Dilma Rousseff, no PMDB de Michel Temer e em legendas associadas à coligação da dupla. Todos sabiam que o mau costume do dinheiro clandestino das campanhas tornara-se mais arriscado. Deram de ombros. E foram em frente. Como que farejando o cheiro de enxofre, o príncipe da construção pesada adicionou ao velho pacto um lance diabólico: gravou a marca da Odebrecht nas bochechas dos destinatários do dinheiro de má origem.
Temer foi marcado no Palácio do Jaburu, em setembro de 2014, no instante em que ofereceu, em plena residência oficial de vice-presidente, o jantar em que Marcelo Odebrecht foi mordido. Nesta quarta-feira, em depoimento à Justiça Eleitoral, cujo teor ainda é mantido sob sigiloso, Odebrecht confirmou o repasto do Jaburu. Reconheceu que lhe foi pedido suporte monetário para o PMDB. Um dos advogados presentes à inquirição contou ao seu cliente que, segundo Odebrecht, Temer não teria mencionado cifras. Nessa versão, os R$ 10 milhões citados na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho foram acertados com um preposto de Temer: o hoje ministro Eliseu Padilha.
Há seis dias, em nota oficial do Planalto, o próprio Temer vira-se compelido a reconhecer, à sua maneira, que carrega na bochecha uma marca indelével. O texto da Presidência informou que, na condição de presidente do PMDB, Temer realmente “pediu auxílio formal e oficial à construtora Norberto Odebrecht.”
A nota do Planalto acrescentou que o agora presidente da República “não autorizou nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da lei eleitoral.” Pelas contas de Temer, “a Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral.” Esse tipo de narrativa abre espaço para que os advogados sustentem em juízo a tese segundo a qual Temer não pode ser responsabilizado pela origem eventualmente ilegal das verbas recebidas.
Com Dilma Rousseff, Marcelo Odebrecht reuniu-se pelo menos quatro vezes. No ano eleitoral de 2014, foram dois encontros. Ambos no Palácio da Alvorada —em março e em julho. Dilma tentou negar tais conversas. Entretato, foi traída pelos arquivos eletrônicos de sua agenda. Jamais admitiu ter conversado sobre verbas eleitorais com o interlocutor tóxico.
Tomado pelo depoimento desta quarta-feira, Marcelo Odebrecht gravou sua marca na bochecha de Dilma no mês de junho do ano pós-eleitoral de 2015. Deu-se numa conversa ocorrida no México. O herdeiro da Odebrecht contou à Justiça Eleitoral que alertou Dilma para a origem espúria do dinheiro usado pela Odebrecht para pagar o marqueteiro João Santana em contas secretas no estrangeiro. Não há vestígio de providência que Dilma tenha tomado.
O hábito de esconder arcas clandestinas nos porõres das campanhas eleitorais é velho como as caravelas. A novidade é que a Lava Jato deu ao dinheiro por fora uma visibilidade jamais experimentada na história da República. Em situações assim, o grau de civilidade da democracia é medido pelo tamanho da punição. O Tribunal Superior Eleitoral dispõe de duas alternativas: ou revitaliza a política nacional ou mergulha a chamada vida pública numa decadência irreversível. DO J.DESOUZA

Moro condena Delúbio Soares a cinco anos de prisão

O juiz Sergio Moro condenou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares a cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. O magistrado estipula que a pena deva ser cumprida em regime fechado. Moro também ordenou que seja paga uma multa de 130.000 reais.
“Condeno  Delúbio Soares de Castro, Enivaldo Quadrado, Luiz Carlos Casante, Natalino Bertin e Ronan Maria Pinto pelo crime de lavagem de dinheiro, consistente, no repasse e recebimento, com ocultação e dissimulação, de produto de crime de gestão fraudulenta de instituição financeira”, diz trecho da sentença, que diz respeito à 27 fase da Lava-Jato. 
Segundo Moro, “Delúbio Soares de Castro tem maus antecedentes, tendo sido condenado criminalmente por corrupção ativa”.
O juiz diz ainda que a lavagem envolveu especial sofisticação, já que foram utilizadas duas pessoas entre a fonte dos recursos e o seu destino final, e que houve ainda simulação de dois contratos falsos de empréstimo.
Segundo o juiz Sergio Moro, a ocultação e dissimulação serviu para encobrir o repasse de valores para o PT que ultrapassam os 6 milhões de reais. DO R.ONLINE

O ensaio geral do bloco de sabotadores da Lava-Jato

Enquanto o povo sambava no carnaval, os sabotadores da Lava-Jato, sob o olhar complacente do STF. Post de Augusto Nunes em Veja.com:
Em 7 de fevereiro, o onipresente Gilmar Mendes sacou do coldre o trabuco retórico para anunciar o recomeço do duelo com o juiz Sérgio Moro e a força-tarefa do Ministério Público engajada na Operação Lava Jato: “Temos encontro marcado com essas alongadas prisões que se determinam em Curitiba”, avisou o ministro do Supremo Tribunal Federal que também preside o Tribunal Superior Eleitoral. Em vez de ao menos lamentar a indolência cúmplice de quem demora a julgar e só absolve, Gilmar se enfurece com homens da lei que investigam, provam, condenam e prendem.
Em 20 de fevereiro, o senador Romero Jucá, líder do governo no Congresso, sucumbiu ao medo decorrente da aproximação do camburão e, disposto a tudo para continuar sob as asas do foro privilegiado, pariu a Teoria da Suruba: “Se acabar o foro, é para todo mundo”, comunicou. “Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”. Nessa linha de raciocínio, o STF é uma espécie de casa de tolerância reservada a meliantes incomuns. Por exemplo, gente como Jucá, um prontuário à espera de uma gaiola desde os tempos do bercário.
Em 24 de fevereiro, o ministro Marco Aurélio Mello resolveu infiltrar um recado à Lava Jato, tão enviesado quanto impertinente, num trecho da justificativa para a soltura do goleiro Bruno: “A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”. (Horas depois, o advogado Wasley Vasconcelos reivindicou ao Supremo Tribunal Federal que o indulgente parecer de Marco Aurélio fosse estendido a seu cliente Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno e seu comparsa na execução e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, ex-namorada do então jogador do Flamengo).
Em 26 de fevereiro, domingo de Carnaval, o onisciente Gilmar Mendes aproveitou uma entrevista ao Estadão para endossar a tese do senador que preside o PMDB. “Eles têm razão: se se quer acabar com o foro, é para todos”, pontificou o artilheiro do time da toga. (“Eles” são os jucás). À caça de explicações menos mambembes, o ministro acabou ampliando o acervo de aberrações que recomendam a imediata interdição da suruba: “Falam de 22 mil autoridades com direito a foro privilegiado. Ora bolas, 17 mil são juízes. E quanto serão os membros do Ministério Público?” Como engolir um privilégio com tamanha multidão de beneficiários togados? “Quando se fala que o grande problema do Brasil é o foro privilegiado, é irresponsável”, delirou o entrevistado, sem esclarecer onde ouviu tamanha bobagem. Quem luta pela revogação desse foro inconstitucional e imoral nele enxerga não a origem de todos os males da nação, mas um dos muitos tumores que infestam o sistema legal. “Só 8% dos homicídios são desvendados no Brasil”, foi em frente o ministro. “Os processos não andam em várias instâncias. As pessoas só são investigadas quando passam a ter foro privilegiado”. Se os supremos sherloques do de fato investigam, nunca encontram nada: o índice de condenações no STF é inferior a 1%.
Em 27 de fevereiro, dois dias depois do advogado de Macarrão, Rui Falcão descobriu que a rota de fuga pavimentada por Marco Aurélio e inaugurada por Bruno poderia ser percorrida por uma trinca de bandidos de estimação engaiolados em Curitiba. “Diante do excesso de prisões preventivas, sem motivo e prolongadas no tempo para forçar delações, o rigor jurídico do ministro Mello para um homicida confesso deveria estender-se ao conjunto das sentenças do STF”, caprichou no cinismo o presidente do PT num artigo publicado pelo site do partido. “Afinal, por que manter presos João Vaccari, José Dirceu e Antônio Palocci – e há outros em situação semelhante — contra os quais só existem delações e nenhum prova consistente? É hora de cessar a parcialidade nos julgamentos, dar um fim à perseguição politica promovida por certos juízes e procuradores e libertar Vaccari, Dirceu e Palocci”. Rui Falcão, quem diria, enfim confessou que o PT é um viveiro de goleiros brunos que, em vez de uniformes de times de futebol, trajam o modelito imposto à população carcerária.
Conjugados, os cinco episódios confirmam que, enquanto o País do Carnaval se distraía, começou neste fevereiro o ensaio geral do bloco dos sabotadores da Operação Lava Jato. O enredo carece de ajustes, a bateria vive atravessando o samba, a ansiedade atrapalha a harmonia, os destaques sofrem frequentes surtos de exibicionismo. Mas seus integrantes já não escondem o rosto nem recorrem a fantasias para enganar a plateia. Para manter confinado na área de concentração o bloco da infâmia, é preciso que as multidões que representam o Brasil decente voltem às ruas e renovem a advertência: ninguém vai deter a Lava Jato.
É essa a bandeira que mobiliza, aglutina e une o país que presta. É essa a palavra de ordem que afugenta e isola tanto extremistas de direita quanto devotos do lulopetismo que espreitam as manifestações programadas para o fim deste mês, decididos a deformá-las com reivindicações absurdas, deliberadamente cretinas ou apenas equivocadas. Os idiotas estão por toda parte. Assumirão o controle das ruas se a resistência democrática embarcar na nau dos insensatos. DO O.TAMBOSI

Marcelo Odebrecht, sobre o governo Dilma: “Eu era o otário do governo, o bobo da corte”


Brasília segue atuando como pode para manter em sigilo tudo o que a Odebrecht vem entregando sobre os governos Lula, Dilma Rousseff e, de certa forma, Michel Temer. Mas vez em quando a imprensa descobre algo relevante. O recente depoimentos de Marcelo Odebrecht, por exemplo, traz a sua fala mais dura contra o que viveu durante os governos petistas.
Segundo o Estadão, em dado momento, o empreiteiro permitiu-se um desabafo daqueles:
“Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo.”
O descontentamento nasceu da pressão sofrida para bancar projetos nos quais não acreditava, ou mesmo na propina que tinha que pagar para bancar campanhas eleitorais via caixa 2. Sim, a campanha de Dilma Rousseff é uma delas.
O governo Temer preocupa-se com isso, claro, pois trata-se da mesma campanha que rendeu votos a Michel Temer na condição de vice. A depender da velocidade do TSE, o Brasil pode ver um segundo presidente cair ainda nesta década. DO IMPLICANTE

Temer tem pressa para a agenda antes do “juízo final”



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Era previsível que Michel Temer enfrentaria problemas reais com o questionamento judicial da chapa reeleitoral encabeçada pela Dilma e com ele de vice. A aposta de Temer é que, se porventura terminar condenado a perder o mandato, isto só deve acontecer depois de março de 2018. Até lá, a avaliação temerária é que nada será julgado antes deste prazo. Por isso, a ordem é acelerar nas “reformas” e nos “negócios” (privatizações e Parcerias Público Privadas), para minimizar os riscos.
Quem também está na maior correria é o ministro Hermann Benjamin, relator do caso Dilma-Temer, cujo mandato no Tribunal Superior Eleitoral se encerra em outubro. O “Presidente-réu” vai indicar o substituto dele... Além disso, joga contra o processo o fato de Temer ter poder para indicar, em abril e maio, dois novos integrantes para o TSE. Assim, Temer terá chance de emplacar três dos sete ministros que julgarão a situação da chapa presidencial de 2014 – que certamente recebeu dinheiro de corrupção que acabou “lavado” pela via de “doações” eleitorais “dentro da lei”.
Temer ficou tranqüilo com o depoimento dado ontem por Marcelo Odebrecht. Outras dezenas de testemunhas terão de ser ouvidas. O processo vai demorar... Haverá produção de provas, contraprovas, questionamentos, reinquirições e as providenciais pressões de bastidores para que tudo ande o mais devagar possível. Temer não tem certeza de que ganha o processo. No entanto, tem certeza de que ganhará tempo, porque vai correr contra para cumprir sua “missão”. Uma CPI da Previdência, por exemplo, incomoda mais Temer que o processo no TSE.
Vale repetir por 13 x 13: Temer pode balançar, porém não vai cair. Se for derrubado, será no finalzinho do mandato, em 2018. A chance real é de uma antecipação da eleição presidencial, em vez de uma eleição indireta para o Palácio do Planalto. O trunfo de Temer é que a agenda econômica será cumprida, custe o que custar. Se depender dos deuses do mercado financeiro, Temer ficará onde está até seu último dia de mandato.  
Visão de fora
Do cientista político Steven Brams, do Departamento de Política da Universidade de Nova York, conhecido por usar as técnicas da teoria dos jogos, a teoria da escolha pública, e a teoria da escolha social para analisar sistemas de votação e divisão justa em eleições americanas, analisando a crescente opção de brasileiros que pedem “intervenção militar”:
“Há vários segmentos que pensam diferente, com objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema. É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de pessoas exigem uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição. É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria em risco o atual sistema político brasileiro”.