Assinados no âmbito da Operação Lava Jato, os acordos suspendem ações judiciais contra as duas empresas nos EUA, após ambas terem admitido culpa nos casos de corrupção envolvendo a Petrobras.

Para explicar o caso para o público americano, o Departamento de Justiça citou o "setor de propina" da Odebrecht, área de Operações Estruturadas, que “sistematicamente pagou centenas de milhões de dólares para funcionários corruptos de governos em países de três continentes”.

O anúncio também afirma que, numa tentativa de esconder seus crimes, os acusados usaram o sistema financeiro global – incluindo o sistema bancário nos Estados Unidos – para disfarçar a fonte e o desembolso dos pagamentos do suborno.

O acerto com os EUA está relacionado à assinatura de três acordos, nos quais as duas empresas se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões a Brasil, Estados Unidos e Suíça. Com este último, a Odebrecht e Braskem também assinaram o acordo de leniência nesta quarta (21).

Dos cerca de R$ 6,9 bilhões a serem pagos como multa por envolvimento no esquema de corrupção, o Brasil ficará com R$ 2,3 bilhões da Braskem e R$ 3 bilhões da Odebrecht, ou seja, R$ 5,3 bilhões. O restante, R$ 1,6 bilhão, ficará com os EUA e a Suíça. 

Em anúncio realizado pela Suíça quase simultaneamente, a Procuradoria Geral daquele país afirmou que tem conduzido 60 investigações criminais sobre o caso de corrupção internacional envolvendo as duas empresas.

Segundo o MP da Suíça, as investigações mostraram que as contas das empresas faziam a liberação dos fundos, movidos entre várias contas pertencentes a empresas offshore, a fim de facilitar o pagamento dos subornos.

O texto ainda explica que o acordo funciona na Suíça como uma condenação, que assume a forma de uma sentença sumária de pena, e faz parte da conclusão de procedimentos iniciados naquele país, mas que também envolvem o Brasil e os Estados Unidos. DO G1