domingo, 11 de dezembro de 2016

Procuradores da Lava Jato lamentam saída da delegada Érika Marena

Procuradores da Operação Lava Jato lamentaram a saída da delegada Érika Mialik Marena, que deixou a operação para chefiar a área de combate à corrupção e desvios de verbas públicas da Superintendência da Polícia Federal, em Santa Catarina.

Erika aceitou o convite para o cargo recentemente, mas foi um dos mais importantes quadros da investigação desde o início das apurações. Ela que sugeriu aos superiores o nome Lava Jato para a operação.

Natural de Apucarana, no norte do Paraná, ela ingressou na corporação em 2003 no cargo de delegada. Além de Curitiba, também atuou em São Paulo, na Delegacia de Crimes Financeiros (Delefin).

Em entrevista ao blog em julho deste ano, Érika avaliou que os chamados "criminosos de colarinho branco" se sentem "protegidos pelo sistema” e defendeu o fim do foro privilegiado. "O corrupto conta com essa demora, com a prescrição dos casos, coloca esse fator na conta do custo-benefício do crime", disse ela.

Érica será interpretada pela atriz Flávia Alessandra no filme "Polícia Federal - A lei é para todos”, um thriller baseado em fatos reais, cuja as filmagens começaram em novembro. DO M.LEITÃO

Relógios e restaurantes caros: a ostentação da delação vazada da Odebrecht

Presente nos 50 anos de Geddel Vieira Lima: Relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava, avaliado em US$ 25 mil
Presente nos 50 anos de Geddel Vieira Lima: Relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava, avaliado em US$ 25 mil
"Na ocasião do aniversário de 50 anos de Geddel Vieira Lima, em março de 2009, demos, em nome da Odebrecht, um presente relevante a ele. Compramos um relógio Patek-Philippe, modelo Calatrava", conta Cláudio Melo Filho em sua delação.
O relógio é este da foto acima e tem valor estimado em US$ 25 mil (R$ 84.322, na cotação deste final de semana).
A peça foi enviada ao ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer com um cartão assinado pelo patriarca Emílio Odebrecht, pelo ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht e pelo próprio delator.
O documento com a delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht traz mais que nomes influentes do Legislativo e Executivo e altos valores em propina --estimadas em R$ 22 milhões. Ele também revela um pouco da vida luxuosa dos políticos e empresários brasileiros envolvidos no esquema.

Reprodução
Relógio Corum Admiral's Cup
Além de Vieira Lima, outro presenteado foi Jaques Wagner. No aniversário do petista, em março de 2012, foi dado um relógio Hublot, modelo Oscar Niemeyer, no valor de aproximadamente US$ 2 mil. Em outra comemoração --Melo Filho não se lembra em que ano--, também foi enviado relógio. Desta vez, era da marca Corum, modelo Admirals Cup --estimado hoje, em US$ 4 mil.

Reprodução
Joalheria Grifith (São Paulo)
Segundo o delator, todos esses modelos foram adquiridos na joalheria Grifith, localizada no shopping Cidade Jardim, em São Paulo. O local é conhecido por ser um dos centros comerciais frequentados pela classe alta da capital paulistana.

As reuniões entre Melo Filho e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-CE), ocorriam na Secretaria de Aviação Civil, na Torre C do Edifício Parque Cidade Corporate, em Brasília. Com três torres de 12 pavimentos cada e sete subsolos com 4.825 vagas de carros, o edifício foi projetado para receber escritórios de grandes instituições. Em seus arredores encontram-se prédios do setor hoteleiro, shoppings e transportes.

No segundo andar da avenida Brigadeiro Faria Lima, 3900, em São Paulo, teriam sido realizados pagamentos de propinas ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) em pelo menos duas ocasiões, em 2010 e 2012. Localizado em região nobre, o prédio já foi sede do banco BVA até 2012, ano em que faliu.

Reprodução
Restaurante Lake's (Brasília)
No documento, Melo Filho também disse: "enquanto Geddel [Vieira Lima] era deputado federal, por várias vezes frequentei o gabinete dele, além de termos, por algumas vezes, almoçado juntos em restaurantes de Brasília, como Lake's, Piantella e Rubayat". O Lake's tem no menu pratos como confit de pato ao molho de frutas vermelhas e musseline de baroa; gastam-se entre R$ 91 a R$ 130 por refeição, segundo um site de roteiros culturais.

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Restaurante Piantella (Brasília)
Bem frequentado por políticos de Brasília, o Piantella tinha como slogan "Aqui, governo e oposição sentam-se à mesma mesa". Tinha, porque o restaurante fechou as portas em 1º de setembro deste ano, no mesmo dia em que Dilma Rousseff foi afastada definitivamente da presidência. Era gerido por Carlos Almeida Castro, o Kakay, um dos advogados mais requisitados para livrar políticos e empresários envolvidos em escândalos de corrupção na Lava-Jato.

Reprodução
Restaurante Baby Beef Rubaiyat (Brasília)
Já o Baby Beef Rubaiyat é uma filial brasiliense da famosa rede paulistana de churrascos. Instalado às margens do Lago Paranoá, ele tem um salão todo em vidro e em seu site se diz "ideal para refeições de negócios". O preço médio, por pessoa, fica em torno de R$ 125.

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Relógio Hublot, modelo Oscar Niemeyer - DO UOL-SP

Aliados vêem risco de Temer cair antes de 2018


A delação do ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho levou o governo de Michel Temer para outro patamar. Um patamar mais rebaixado. Políticos dos partidos governistas incluíram em suas análises a hipótese de o presidente não concluir o mandato-tampão que vai até 2018. Formaram-se entre aliados do presidente dois sólidos consensos: 1) as revelações do delator feriram gravemente o governo; 2) Temer precisa reagir rapidamente, sob pena de ser carbonizado pela Lava Jato.
O blog conversou com um congressistas amigo de Temer. Ele disse ter passado o sábado recolhendo impressões de outros parlamentares e de autoridades do governo. Pendurado ao celular, falou com onze pessoas, algumas delas citadas na delação. Não quis revelar os nomes. Mas contou que nenhum dos seus interlocutores menosprezou o potencial de combustão das revelações do ex-responsável pelo lobby da Odebrecht em Brasília.
Há, porém, uma divisão entre os governistas. A parte do grupo que inclui os delatados avalia que Temer ainda exibe capacidade de reação. Bastaria perseverar nas reformas. O outro pedaço receia que o governo Temer esteja irremediavelmente comprometido. Nessa visão, Temer está diante de uma adversidade que compromete sua pose de reformador. Além de estar pessoalmente envolvido, o presidente rodeou-se de amigos e auxiliaries tóxicos. Pessoas das quais ele tem dificuldades de se livrar.
De resto, a encrenca tende a aumentar. No total, 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht estão suando o dedo. Ainda há muita lama por escorrer. Logo, logo Marcelo Odebrecht prestará depoimento confirmando, por exemplo, que participou de um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, em que foi mordido em R$ 10 milhões pelo então vice-presidente Michel Temer. Dinheiro saído das arcas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht (pode me chamar de “Departamento de Propinas.)”.  DO JDESOUZA

Fidel Castro no Além


Um cordel de Raimundo Cazé descreve o encontro entre o ditador cubano e Satanás

Fidel Castro, Prime Minister of Cuba, smokes a cigar during his meeting with two U.S. senators, the first to visit Castro's Cuba, in Havana, Cuba, Sept. 29, 1974.  (AP Photo)
Primeiro ele foi ao céu
Onde foi mal recebido
E lá não pode ficar
Por ser ateu conhecido
Foi então para o inferno
Tristonho e desiludido
Na casa do satanás
Ele deu logo de cara
Com um velho guerrilheiro
O médico Che Guevara
Junto com Sadam e Chavez
Numa recepção rara
Cara a cara com o capeta
Fidel foi interrogado
Fazia muita careta
Ao falar do seu passado
E toda vez que mentia
Era ali chicoteado
Tiraram-lhe logo a barba
Puxando fio por fio
Disseram que aquilo era
Um pequeno desafio
O ditador se tremia
Como se fosse de frio
No seu quarto de dormida
Havia uma fogueira
Aquecendo o ambiente
Como uma frigideira
Um colchão de pedregulho
Numa cama de madeira
Foi o médico Che Guevara
Que para o diabo apelou
Para que tivesse pena
Do colega ditador
Que quando foi presidente
Somente o bem praticou
Che Guevara convenceu
O temível satanás
De que Fidel poderia
Criar um clima de paz
Entre o céu e o inferno
Como na terra se faz
Daí por diante o demônio
Tratou Fidel com carinho
Certo de que poderia
Trilhar um novo caminho
Coisa que nunca ninguém
Conseguiu fazer sozinho
Desconfiado da idéia
De paz com o reino de Deus
Satanás disse depressa
Que o diabo tem os seus
Passando assim a seguir
O exemplo de Mateus
Chamou Fidel a um canto
E logo ali quis saber
Que exemplo ele tinha
Para lhe oferecer
Foi aí que o ditador
Resolveu esclarecer
O meu maior inimigo
Foi os Estados Unidos
Durante 50 anos
Estivemos divididos
Mas agora temos paz
E está tudo resolvido
Mas o diabo nesse instante
Surpreendeu o Fidel
Disse que não aspirava
Fazer as pazes com o céu
E que preferia mesmo
O seu destino cruel
Chamou Guevara pra perto
E disse meu bom amigo
Seu colega Fidel Castro
Está livre de castigo
Você merece atenção
Pois sempre foi bom comigo
É meu médico predileto
Nada posso lhe negar
O Fidel é muito esperto
Mas eu vou lhe ajudar
Criando um departamento
Para ele comandar
Fidel Castro estremeceu
Naquele raro momento
E ali se ofereceu
Cheio de contentamento
Para criar no inferno
O setor de fuzilamento
O diabo respondeu logo
Isso aí tá superado
Fuzilar quem já morreu
Não diminui o pecado
Procure outro caminho
Que eu olharei com cuidado
Fidel sugeriu depressa
Criar um banco de dados
Dizendo a hora é essa
não vamos ser atrasados
Devemos saber depressa
Quem são nossos aliados
Satanás ficou alegre
Com a idéia em questão
Prometeu dar todo apoio
Em qualquer ocasião
Para que o banco de dados
Não fosse uma ilusão
Uma semana depois
O banco estava criado
Um acervo digital
Com nomes selecionados
Onde o velho Raul Castro
Foi o primeiro anotado
Veio o Kim Jong – un
O ditador coreano
Também Nícolas Maduro
Líder venezuelano
E ainda evo Morales
O índio boliviano
Fidel relacionou Lula
Como grande companheiro
E que muito ajudou Cuba
Com doação em dinheiro
Junto com Dilma Rousseff
Num acordo verdadeiro
Outro que entrou na lista
Foi o preso Zé Dirceu
Que segundo o ditador
Foi um bom aluno seu
E que treinado em guerrilha
Tudo o que quis aprendeu
Fidel destacou Dirceu
Como um ser iluminado
E que nunca se excedeu
Quando esteve exilado
E que hoje na prisão
Tem sido bem comportado
Ficou então comprovado
Que satanás e Fidel
Cairam um para o outro
Como a sopa no mel
E que juntos lutarão
Para derrotar o céu.
FIM -DO A.NUNES