quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Marcelo Calero gravou Temer, Geddel e Padilha


Fabio Pozzebom/ABr
O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero gravou conversas que teve com Michel Temer, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha. Falaram sobre a encrenca envolvendo a construção de um prédio em área cercada de casarões tombados na cidade de Salvador. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão que pende do organograma da Cultura, havia embargado a obra. Por mal dos pecados, Geddel adquirira um apartamento no edifício. Calero deixou o governo batendo a porta. Acusa o presidente, o coordenador político do Planalto e o Chefe da Casa Civil de pressioná-lo para levantar o embargo da obra.
Em notícia veiculada no site de Veja, o repórter Robson Bonin informa que as gravações, feitas por Calero sem que seus interlocutores soubessem, foram entregues à Polícia Federal. Tornaram-se matéria-prima para investigação. Em depoimento cuja íntegra pode ser lida aqui, o denunciante forneceu detalhes da pressão que diz ter sofrido para rever o embargo que contrariava os interesses econômicos de Geddel, amigo de Temer há 25 anos. Segundo Calero, a fórmula que levaria à liberação da obra seria providenciada pela Advocacia-Geral da União.
Nesta quinta-feira, nas pegadas da revelação de que Calero prestara depoimento à Polícia Federal, Temer determinou ao porta-voz Alexandre Parola que confirmasse as conversas com o ex-titular da Cultura. O presidente mandou dizer que não fez senão “arbitrar o conflito” entre o então ministro da Cultura e Geddel. Negou que tivesse feito pressão. E deu a entender que já suspeitava que fora alvejado por um autogrampo. Sem ser indagado, o porta-voz Parola declarou a certa altura:
''Surpreendem o presidente da República boatos de que o ex-ministro teria solicitado uma segunda audiência, na quinta-feira (17), somente com o intuito de gravar clandestinamente conversa com o presidente da República para posterior divulgação.'' DO J.DESOUZA

Política virou um balé desconectado da evolução

O excesso de luz impediu que a Câmara votasse nesta quinta-feira a emenda de autoanistia que desfiguraria o pacote anticorrupção. Um pacote que chegou ao Congresso apoiado por mais de 2 milhões de brasileiros.
Havia os holofotes da imprensa. Surgiu uma nota de alerta do juiz Sergio Moro. Os procuradores da Lava Jato levaram os lábios ao trombone. A coisa estava tão escrachada, que foi necessário fazer um recuo tático.
A política virou um balé desconectado do processo de evolução da sociedade brasileira. O Congresso revela-se incapaz de operar mudanças. Conseguiu transformar algo positivo em motivo de vergonha. O que era destinado a aperfeiçoar o combate à corrupção virou plataforma de lançamento de manobras para acobertar crimes.
Até o início da próxima semana, os líderes dos principais partidos tentatrão construir um consenso em torno de uma anistia light do caixa dois eleitoral, sem incluir os chamados crimes conexos —denominação sob a qual cabe todo tipo de bandalheira. Os deputados parecem convencidos de que eles não são o problema do país. O país é que se tornou o problema que atrapalha os negócios deles. DO J.DESOUZA

Miro Teixeira: ‘Vergonha é mercadoria em falta’

Decano da Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (Rede-RJ) avalia que os defensores da emenda da anistia recuaram não por vergonha, mas por tática. “Vergonha é uma mercadoria em falta na Câmara”, disse Miro, em conversa com o blog. “Eles têm um padrão de comportamento. Trabalham com o método de tentativa e erro. Vão forçando a barra. Quando dá, avançam. O que houve agora não foi uma desistência. Aconteceu um recuo organizado.”
Segundo Miro, o grupo que trama desfigurar o pacote anticorrupção “tinha unidade para aprovar algumas coisas”. Entre elas punições para juízes e procuradores. “Falava-se até em proibir juízes de darem entrevistas”, relata o deputado. Mas “faltava unidade ao grupo para avançar em outros tópicos”. Houve divergência, por exemplo, quanto à amplitude da anistia. Daí o “recuo tático”.
Miro acha graça dos colegas que se irritam com quem chama pelo nome a pretendida anistia para o caixa dois e crimes conexos. O parlamentar evoca Leonel Brizola: “Eles ficam muito irritados quando a gente fala em anistia. É como dizia o Brizola: ‘tem pata de jacaré, papo de jacaré, dentes de jacaré, garras de jacaré… E não é jacaré?' Ora, francamente.”
O deputado realça um risco adicional para a trama costurada na Câmara: “Quando você aprova uma anistia, ela vale para os dois lados. Não há como anistiar quem recebeu dinheiro sujo e não anistiar quem deu o dinheiro.” Se a emenda da anistia prevalecer, Miro não exclui a hipótese de protocolar no Supremo Tribunal Federal uma ação questionando a constitucionalidade da medida. “Não há como reconhecer a autoanistia”, afirma.
Testemunha de muitos altos e baixos do Parlamento, Miro enxerga na Câmara de hoje “uma ousadia que revela um desprezo pela Opinião Pública jamais visto.” Acha que a reação que chega por meio das redes sociais afeta o comportamento de parlamentares que ainda conseguem colocar dois neurônios para funcionar. Nada, porém, em proporções suficientes para deter a insensatez.
Baseando-se em informações que lhe chegam da Procuradoria da República, Miro acredita que o esforço dos partidários da anistia, ainda que tenha êxito, pode ser inútil. Primeiro porque a autoanistia não terá o condão de estancar a sangira da Lava Jato. Segundo porque o próprio Procurador-Geral da República Rodrigo Janot pode questionar no Suoremo eventuais excentricidades aprovadas no Congresso. - DO JDESOUZA

Calero diz à PF que Temer o pressionou no caso Geddel

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse em depoimento à Polícia Federal que o presidente da República, Michel Temer, o "enquadrou" no intuito de encontrar uma "saída" para a obra de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
O empreendimento La Vue Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Salvador, está no centro da mais recente crise envolvendo o Palácio do Planalto.
Na semana passada, Calero pediu demissão após acusar, em entrevista à Folha, Geddel de "pressioná-lo" para o que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade.
"Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado 'dificuldades operacionais' em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução", disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.
Em seguida, o ex-ministro da Cultura afirma que Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.
"Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente 'que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'", prossegue Calero.
Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu "decepcionado" pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo "enquadrado".
"Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão", declara Marcelo Calero.- DA FOLHA

Urgentíssimo: Juiz Moro condena manobras e alerta que a democracia está em risco

Juiz Moro emitiu nota falando das manobras do governo e do congresso e que a democracia está em risco.
É a hora de alguém sério neste País, com poderes para tal, com milhões de barsileiros às ruas, invocar a última resistência de todas, a guardiã da integridade nacional, as Forças Armadas, de acordo com Artigo 142 da Constituição de 1988?
É o momento mais tenebroso da história do Brasil. Apoiado por um governo jaguara, o Congresso Nacional legisla em causa própria, rasgando a Constituição, suprimindo direitos do povo a troco de salvarem os próprios rabos dos crimes que cometeram.
Avante Brasil!  Veja a nota:

 DO FCSBRASIL