terça-feira, 21 de junho de 2016

O fechamento das torneiras de dinheiro sujo encerrou a farra aérea de Dilma e aposentou o palestrante de araque

Lula deveria aproveitar o tempo que agora sobra para ensinar aos milhões de desempregados como é que se faz para viver uma vida de milionário sem trabalhar

Por: Augusto Nunes
Por falta de verba para fretamento de jatinhos, o PT desistiu de bancar as viagens de Dilma Rousseff e sua comitiva de desocupados. A partir de agora, a Assombração do Alvorada terá de contentar-se com discurseiras no jardim, obedientemente aplaudidas pela plateia que junta a criadagem do palácio ao bando de áulicos sustentados por milhões de pagadores de impostos. É preciso manter a animação da tropa que aguarda ao lado da patroa a definitiva ordem de despejo.
Neste ano, Lula não recebeu um único e escasso convite para fazer palestras no Brasil ou no exterior. Entre 2011 e 2013, foi sempre extensa a fila de empresários dispostos a contratar por até 400 mil dólares um palestrante que se limitava a cumprimentar-se pelo parto do Brasil Maravilha ─ um superlativo embuste registrado em cartório. Com os avanços da Lava Jato, também parou de crescer até a coleção de títulos de doutor honoris causa.
O fim da farra aérea de Dilma e a aposentadoria forçada do camelô de empreiteira nada têm a ver com a crise econômica que atormenta os brasileiros comuns: foram provocados pelo fechamento das torneiras que abasteciam com dinheiro sujo o caixa do PT e o cofre do Instituto Lula. Para ajudar a presidente demitida, o partido promete reprisar a vaquinha que socorreu José Dirceu. O padrinho talvez há tenha reduzido o volume de reservas sob a guarda de Paulo Okamotto.
O palanque ambulante poderia usar o tempo que agora sobra ensinando aos 12 milhões de brasileiros desempregados como é que se faz para viver uma vida de milionário sem trabalhar. E tanto o poste quanto o seu fabricante deveriam aproveitar o momento adverso para submeter-se a um teste de popularidade de altíssima precisão. Basta que embarquem num avião de carreira e perguntem aos demais passageiros o que estão achando da situação do Brasil.

TEORI ENVIA LULA A MORO

Teori Zavascki acaba de expedir ofício a Sérgio Moro. O Antagonista espera que o juiz de Curitiba possa retomar rapidamente as investigações sobre Lula
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Ministro da Justiça apoia Moro

Alexandre de Moraes foi a Curitiba visitar Sérgio Moro. Ele declarou apoio à Lava Jato. Ele também se reuniu com integrantes da força-tarefa.
LAVA1 PARANA 21/06/2016 - ALEXANDRE DE MORAES / MORO - NACIONAL - O ministro da justiça Alexandre Moraes pose ao lado do juiz Sérgio Moro após encontro na sede da Policia Federal, em Curitiba (PR). Foto Justiça Federal do ParanáDO ANTAGONISTA

Acordo do MP com Machado é indecente e tem de ser revisto; a Lava-Jato não pode ter bandidos de estimação

Além de ficar apenas três anos numa gaiola de ouro, delator conseguiu a impunidade para os filhos; é um escândalo dentro do escândalo

Por: Reinaldo Azevedo
Com que autoridade o senhor Sérgio Machado sai acusando Deus e o mundo, incidindo, logo à partida, como deveriam testemunhar os jornalistas que cobriam o Congresso em 1998, em mentiras grotescas? Ora, com a autoridade de um bandido, que, confessamente, assaltou os cofres públicos, de maneira continuada, durante 12 anos. Fez da Transpetro, que é patrimônio coletivo, fonte de enriquecimento pessoal e de traficância política. Tanto é assim que, sem ficar pobre, cercado de todo o conforto, vai devolver aos cofres públicos R$ 75 milhões.
Só um esclarecimento para quem não lembra: apelei aos jornalistas que cobriam o Congresso em 1998 porque este senhor afirma, em sua delação, que, naquele ano, o PSDB montou um esquema com dinheiro ilegal para eleger ao menos 50 deputados, que deveriam depois fazer Aécio Neves presidente da Câmara — o que só aconteceu em 2001. Qualquer um que acompanhava os bastidores da política naquele tempo sabe que isso é uma grossa besteira.
Até agora, ninguém, a não ser este escriba, ousou dizer isso porque fica parecendo que está sabotando a Lava-Jato. Como já superei a fase de me importar com o que dizem a meu respeito e tenho o luxo de só dever satisfações à minha consciência, então digo.  A santidade a que alguns procuradores aspiram parece contaminar também os delatores.
Todo apoio à Lava-Jato! Que ninguém toque na Lava-Jato! Que a operação siga fazendo o seu trabalho! Ao menor sinal de REAL INTERFERÊNCIA, NÃO DE TRAMOIA INDUSTRIADA, que se bote a boca no trombone. Mas que ela siga a lei e não se desborde, ela também, da moralidade. Afinal de contas, não parece ser um bom caminho um sistema que, para punir bandidos, acaba criando uma casta de bandidos.
O acordo feito pelo Ministério Público Federal com Sérgio Machado é inaceitável. Simplesmente assim. Este senhor, um dos mais agressivos bandidos desnudados pela Lava-Jato, não conheceu o cárcere nem um dia sequer. Outros, que manipularam somas muito menores, amargaram meses de xilindró. Ele não! Tudo indica que falou o que queriam que falasse; que contou o que queriam que contasse; que acusou os que queriam que acusasse. E lhe restou, ao fim e ao cabo, uma pena de três anos numa gaiola de ouro.
Vai ficar encerrado numa mansão com piscina e quadra poliesportiva numa parte do litoral cearense chamada, ironicamente, de Praia do Futuro. Em muitos aspectos, ninguém é mais passado do que ele. Seu pai, Expedito Machado da Ponte, que foi deputado e ministro de João Goulart, esteve na leva de políticos cassados em 1964 porque acusados de corrupção, não em razão de alinhamento ideológico. Mas volto ao ponto.
O espantoso é que, além de Machado ter conseguido garantir para si uma vida de nababo, dois de seus três filhos comprovadamente envolvidos em falcatruas, não serão nem sequer processados. Nada! O Ministério Público, sabe-se lá com que autoridade, lhes concedeu uma anistia prévia. Convenham: Machado não é exatamente um homem de bem, certo? Não é um monumento à moralidade nacional. O que mais poderia querer depois de ter sido flagrado? Três aninhos encarrado em uma mansão, com direito a conviver com 27 pessoas (incluindo um padre), e a garantia de ficha limpa para seus filhotes.
Não é o único a viver no  “dolce far niente”. Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco — aquele que decidiu devolver US$ 97 milhões — experimentam situação parecida. Outro dia alguém viu Barusco num condomínio de luxo, com um copo de uísque na mão e um charuto. Mais um pouco, ele vestia uma casaca, punha uma cartola na cabeça e virava uma caricatura.
AGU
Caberia à Advocacia Geral da União recorrer contra esses claros abusos que estão sendo praticados pelo Ministério Público. Isso já não é delação premiada. Isso é demonstrar, na prática, que o crime compensa. Mas sei que a AGU não vai fazer nada porque logo apareceria um procurador para acusá-la de estar tentando impedir a delação premiada.
Espero que pessoas e entidades entrem com uma Ação Popular contra acordos dessa natureza — em especial, reitero, àquele feito por Sérgio Machado. Cabe também ao ministro Teori Zavascki, relator do petrolão e homem que homologa as delações, refletir a respeito. Esses acordos não podem chafurdar na mais escandalosa imoralidade em nome da moralidade.
Ah, tivesse Machado se apresentado espontaneamente, sem que fosse ao menos um investigado, num ato de contrição e arrependimento, e eu estaria aqui a defender pra ele cadeia nenhuma. Mas não foi isso, não! Ele só se lembrou de ficar com vontade de ser um homem decente quando a Lava-Jato realizou em sua casa um mandado de busca e apreensão.
Aí passou a ser, então, uma espécie de colaborador da operação. A mais recente gravação que fez, que veio a público, evidencia com clareza solar que ele tenta colocar palavras na boca de seus interlocutores. Afinal de contas, quem traiu seu país não seria fiel a seus parceiros de trajetória: ele sabia o que estava fazendo: cavando a impunidade para si e para dois de seus três filhos, comprovadamente metidos em falcatruas.
É preciso rever a pena de Machado se não se quer fazer da Lava-Jato, também, um mecanismo que, de fato, premia bandidos.

Oi: vai à lona a empresa que simbolizou a era Lula





Afundada em dívidas, a gigante da telefonia pede recuperação judicial.
Tamanho do espeto: espantosos R$ 65,4 bilhões.
Um dos sócios é o BNDES
Por Reinaldo Azevedo
Ai, ai…
A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial. Pois é… Está pedindo uma chance antes da falência. Isso quer dizer que a empresa não tem como pagar as suas dívidas, que chegam a R$ 65,4 bilhões. Se vocês queriam ver enterrado mais um símbolo da era Lula, pronto! Eis aí.
Não custa lembrar. A Oi passou a ter esse nome depois que a Telemar comprou a Brasil Telecom, de Daniel Dantas. Ainda com o antigo nome, a Telemar resolveu, ora vejam que graça!, ser sócia de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, na Gamecorp.
Não só! Lula mudou a Lei Geral de Telecomunicações para permitir que a Telemar comprasse a Brasil Telecom, com financiamento do BNDES. Escrevi largamente a respeito neste blog. Cheguei a cravar uma frase: “No mundo inteiro, os negócios se fazem de acordo com as leis; no Brasil, as leis se fazem de acordo com os negócios”.
Num post de 2013 (leia aqui), cujo título vai abaixo, explico a operaçã
TELEMAR OI

Ah, sim: a Oi não está conseguindo arcar com os compromissos assumidos junto à Anatel. Já assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas não adiantou.
Não obstante, a empresa foi muito prestativa em fazer o que não era sua obrigação: instalou uma antena para servir Lula no tal sítio de Atibaia…
Desde o começo
Desde o começo, a Telemar vem embalada em polêmica. Quem, a esta altura, deve olhar estoicamente para o horizonte é Luiz Carlos Mendonça de Barros, que chamou a turma da Telemar, o que foi revelado por um grampo ilegal, de “rataiada”. O então ministro achava que o grupo acabaria se comportando mal.
Bem, a história da suposta privataria — nunca aconteceu! — é aquela em que bandidos saíram como mocinhos, e mocinhos, como bandidos.
A Telemar era formada por Previ, BNDES, Petros, Andrade Gutierrez e Grupo La Fonte, de Carlos Jereissati. Os fundos e o banco público concordaram em ficar fora da gestão, que ficou a cargo dos sócios privados.
Quando Lula mudou a lei para permitir que a Telemar comprasse a Brasil Telecom, havia o discurso de que o país precisava de uma grande empresa nacional de telefonia. Pra quê? Não sei. Perguntem a quem enriqueceu ou ficou ainda mais rico. Os brasileiros não ganharam nada com isso.
E o que acontece agora?
O juiz vai analisar o pedido da Oi e decidir se autoriza ou não a recuperação. Se não autorizar, é falência. Se der sequência, há 60 dias para o solicitante apresentar um plano de recuperação.
Esse plano será submetido aos credores. Em 180 dias, dirão se concordam ou não. Havendo recusa, há a decretação da falência
No período, a empresa para de pagar suas dívidas, mas o tal plano tem de dizer como serão saldadas posteriormente. No tempo em que durar a recuperação, as ações não podem ser negociadas em bolsa.
Nota: o mercado considera a situação da Oi irrecuperável. A maioria aposta mesmo é na falência.
Que a empresa tenha ruído um mês depois do PT, vamos convir, eis um forte simbolismo. DO R.DEMOCRATICA