sexta-feira, 17 de junho de 2016

PCdoB recebia propina de contratos do Minha Casa Minha Vida, diz delator Pedro Corrêa.



O ex-ministro Aldo Rebelo
(Foto:Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)
Há duas semanas, VEJA revelou os detalhes da extensa delação premiada que o ex-deputado Pedro Corrêa, um dos corruptos mais antigos em atividade no país, firmou com a Justiça. Confessando seus crimes com a autoridade de um decano da roubalheira, que começou a receber propinas na década de 70 e só foi parado pela Operação Lava-Jato, Corrêa desnudou as engrenagens da corrupção nos governos de Lula e de Dilma Rousseff, mas fez mais. Além de comprometer figuras de proa da antiga oposição, como Aécio Neves, e da cúpula do PMDB e do governo interino de Michel Temer - como Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan Calheiros - Corrêa escancara de vez o esquema de corrupção montado por pretensos partidos "éticos" da política, os virtuosos líderes de esquerda do PCdoB. O cérebro do esquema de corrupção comunista, diz o delator, era o ex-ministro Aldo Rebelo. 
Segundo relata Pedro Corrêa no anexo 27 de sua delação, durante o segundo governo Lula, o PCdoB comandou a Diretoria de Produção Habitacional do Ministério das Cidades. Pilotado por Daniel Nolasco, filiado ao PCdoB, o órgão comandava bilionárias verbas do programa Minha Casa Minha Vida. Nolasco, apadrinhado no cargo pelo ex-ministro Aldo Rebelo, operava verbas destinadas a empreiteiras de pequeno porte, que atuavam na construção de casas para a população carente em cidades com menos de 50 000 habitantes. 
Enquanto cumpria a nobre missão de realizar o sonho da casa própria para famílias humildes, o militante do PCdoB aproveitava para tocar uma agenda clandestina. Nessa função, nada edificante, cobrava propinas das empreiteiras que iriam construir as moradias populares. Segundo Pedro Corrêa, a taxa praticada no esquema de corrupção girava em torno de 10% a 30% do valor de cada casa construída. O golpe era simples: o diretor do órgão, a quem cabia liberar recursos para os empreiteiros e cobrar a propina, tinha uma empresa, a RCA Assessoria. Depois de o ministério fechar o convênio com a empreiteira e repassar o dinheiro para a construção das casas, os empresários corruptos pagavam a propina negociada com o PCdoB para a RCA. 
O esquema do PCdoB era dividido com o PT e com o PP e operou cobrando propinas na construção de pelo menos 100 000 casas populares. Segundo Corrêa, apenas uma empreiteira com contratos no Maranhão pagou 400 000 reais aos corruptos. Pedro Corrêa conhece os detalhes da roubalheira porque era um dos seus beneficiários. "A propina arrecadada pela RCA era dividida entre o PT, que tinha a Secretaria Nacional de Habitação, pelo PCdoB, que comandava a Diretoria de Produção Habitacional, e pelo PP, que tinha (indicado) o ministro das Cidades", diz Corrêa.
Trecho da delação de Pedro Corrêa que envolve o PCdoB em propinas do Minha Casa, Minha Vida
(VEJA/VEJA)
A delação de Pedro Corrêa já foi concluída e os depoimentos estão no STF para homologação do ministro Teori Zavascki. Em um anexo específico dedicado a Aldo Rebelo e ao PCdoB, o delator revela que o ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff embolsava um terço de toda a propina arrecadada pelo esquema corrupto ao PCdoB. "Aldo Rebello tinha pleno conhecimento de que as nomeações dos indicados pelos partidos da base aliada eram realizadas com o intuito de arrecadação de propina", diz Corrêa. Procurado para comentar as acusações de Pedro Corrêa, o comunista Aldo Rebelo não atendeu às ligações. 
O ex-ministro não é o primeiro político comunista a surgir na teia de corrupção investigada pela Operação Lava-Jato. Nesta semana, depois que o Supremo Tribunal Federal retirou o sigilo sobre a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, vieram a público as revelações sobre o pagamento milionário de propina para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). 
Machado disse aos procuradores da Lava-Jato que Jandira pediu ajuda financeira para sua campanha eleitoral diretamente a ele. O ex-presidente da Transpetro conta então que conseguiu recursos com a empreiteira Queiroz Galvão, que tinha negócios com a Transpetro, para a campanha de Jandira. A deputada explicou que na década de 80 atuou como sindicalista em estaleiros e que, por isso, é "natural" que, ao " procurar recursos" para as campanhas, ela "buscasse os parceiros desta luta". Os parceiros de luta da deputada, agora se sabem, eram corruptos, e os recursos, dinheiro sujo do petrolão.

Trecho da delação de Pedro Corrêa que envolve o PCdoB em propinas do Minha Casa, Minha Vida
(VEJA/VEJA) 
*Por Robson Bonin, de Brasília, na Veja.com  DO M.FORTES

MINHA COLUNA NA FOLHA – “Vendam a Petrobras e o resto”

Por: Reinaldo Azevedo
Leiam trecho:
Sérgio Machado me parece o mais despudorado de todos os que fizeramdelação premiada. Seja ou não verdade tudo o que diz, nota-se a sua disposição de arrastar, e com certo prazer perverso, companheiros de viagem para a lama na qual chafurdou e se refestelou sem quaisquer limites. Que tipo de gente converte a própria família numa organização criminosa?
Ele é também chegado a uma metáfora bastante crítica sobre o padrão de governança no Brasil. Olha o próprio país com esgar de desprezo em razão dos maus costumes de sua elite dirigente. Machado é certamente do tipo que aprecia a honestidade e a rigidez de alguns governos europeus. Mas deve considerar que isso não é pra nós.
Em solo pátrio, ele prefere ser agente da bandalheira. Exportou um braço do clã, um filho, para fazer safadeza lá fora. Roubava para partidos e roubava para si mesmo. Consta que vai devolver R$ 75 milhões.
Uma de suas expressões despertou em mim certo fascínio enojado, mas que dá o que pensar. O homem afirmou que a Petrobras é “a madame mais honesta dos cabarés do Brasil”. Bem, a minha primeira tentação é pedir que Machado tenha mais respeito com os cabarés. Quando se trata de metaforizar, as mulheres dedicadas a divertir os outros por dinheiro não merecem ser associadas a boa parte dos políticos. Até porque têm o direito de fazer as próprias regras para o seu corpo. A canalha que tomou conta do Estado é que não tem o direito de usar o Brasil como propriedade privada.
(…)
Íntegra aqui

Aplauso: Temer quer reduzir EBC e fechar a milionária TV Brasil, a TV Traço

Governo quer pôr fim à farra dos petistas em emissora de televisão que ninguém vê, mas que paga salários milionários para petistas

Por: Reinaldo Azevedo
Vamos aplaudir o presidente Michel Temer de pé! A Folha informa nesta sexta que ele pretende pôr fim a uma das maiores sinecuras que há no país: a TV Brasil, também chamada de TV Traço e TV Lula. É um dos negócios que integram a EBC, a Empresa Brasileira de Comunicação, criada em 2007. Alguns números falam por si.
Em 2008, o Tesouro meteu  R$ 123,3 milhões na EBC. No ano passado, R$ 496,1 milhões; neste ano, estão previstos R$ 535 milhões. Desde a sua criação, já foram consumidos R$ 2,6 bilhões. A EBC tinha 1.462 funcionários; hoje, está com 2.564. Seus custos de produção saltaram de R$ 61 milhões para R$ 236,5 milhões.
A EBC é formada por TV Brasil, Rádio, TV NBR, TB Brasil Internacional, Internet, monitoramento de mídia e agência. O grande sumidouro de dinheiro é mesmo a TV, que nunca conseguiu se encontrar com o telespectador. Entre seus contratados, a peso de ouro, estão alguns dos nomes conhecidos do jornalismo petista — essa contradição em termos —, com o Luiz Nassif, Paulo Moreira Leite e Sidney Rezende.
Criada sob o argumento de que seria apartidária e de que não serviria aos interesses ideológicos do governo, a EBC — e particularmente a TV Brasil — virou um cabide de empregos do petismo. Não! Ninguém vê os programas de Nassif e afins. O que conta é o trabalho que esses contratados fazem na Internet em defesa do PT, no ataque a seus adversários, na difamação de figuras consideradas incômodas do Judiciário e na agressão permanente à imprensa independente.
Em tese, a EBC seguiria os passos da BBC, mas nunca conseguiu ser mais do que bisonha. Os programas de TV no mais das vezes são risíveis, tal o primarismo da linguagem e a sabujice a que se dedicam.
Segundo informa a Folha, o governo vai mudar a lei que regula a EBC, o que vai permitir o fim do conselho curador — um grupo formado de 22 integrantes, com mandato de dois anos — que tomam as decisões mais importantes na EBC. Isso vai permitir a demissão de Ricardo Melo, nomeado por Dilma no apagar das luzes do seu governo. Ele já havia sido demitido, mas conseguiu uma liminar no Supremo para voltar ao cargo.
Um país que vai fabricar um déficit de R$ 170,5 bilhões não pode se permitir manter uma maquina de empregar companheiros que consome mais de meio bilhão de reais por ano. E para nada. Metade dessa dinheirama vai justamente para a TV Brasil, a emissora que ninguém vê.
Reitero: não se trata aqui de criticar a suposta eficiência do trabalho ideológico da TV Brasil na defesa do petismo. Isso e bobagem. Reitere-se: a emissora é ignorada. Ela só é usada como cabide de empregos para alguns espertalhões que fazem o trabalho sujo do petismo em outras plataformas.