segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dilma virou chefe de um governo ‘nada a ver’

Josias de Souza
Alan Marques/FolhaO governo não tem nada a ver com o conluio entre investigadores e investigados da CPI da Petrobras. Nesta segunda-feira, Dilma Rousseff disse que cabe ao Congresso responder sobre a suspeita de que os depoentes da CPI tiveram acesso prévio às perguntas que lhes seriam dirigidas pela infantaria governista na comissão.
Os indícios da farsa saltam de um vídeo gravado nas dependências do escritório da Petrobras em Brasília. Mas o governo não tem nada a ver com isso. As imagens exibem uma conversa na qual soam as vozes do chefe da Petrobras na Capital, José Eduardo Sobral Barrocas, e do advogado da estatal, Bruno Ferreira. O governo não tem nada a ver com isso.
No diálogo, trama-se o repasse prévio das perguntas —e até das respostas— da CPI, por baixo a mesa, para Graça Foster, José Sérgio Gabrielli e Nestor Cerveró, respectivamente presidente, ex-presidente e ex-diretor da Petrobras. Ensaiados, eles não incorreriam em contradições. Dilma é a principal beneficiária da domesticação da CPI. Mas o governo não tem nada a ver com isso.
Mencionam-se no vídeo os nomes dos personagens que elaboraram os questionários de fancaria. Entre eles Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. O presidente da CPI é o peemedebista Vital do Rêgo, que reza pelo catecismo do Planalto. O relator é o petista José Pimentel, líder de Dilma no Senado até anteontem. Mas o governo não tem nada a ver com isso.
A tese de que o governo não teve nada a ver com a farsa da CPI merece todo o crédito. Por quê? Ela é absolutamente coerente. Dilma deveria pendurar no pescoço uma placa com a frase “meu governo não tem nada a ver com nada”. Isso evitaria que os repórteres continuassem aborrecendo a presidente com perguntas inconvenientes e desnecessárias.
No comando do Conselho Administrativo da Petrobras na época em que a estatal comprou a refinaria-mico de Pasadena, Dilma já explicou que não teve nada a ver com o negócio ruinoso. Ela também não tem nada a ver nem com a crise que atiça a inflação e derruba o PIB, coisa provocada pela ruina internacional. Ora, por que diabos Dilma teria alguma coisa a ver com o abafamento de uma CPI incômoda em pleno período eleitoral?

Reynaldo-BH: ‘Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo. Outubro está aí’

REYNALDO ROCHA
Tivemos pressa. Combatemos o bom combate e mantivemos a fé mesmo quando tudo parecia escuro e sombrio. Assistimos ao festim dos bucaneiros, à festa dos bandidos e ao império da arrogância e da falta de ética.
A empáfia – e o escárnio – era a motivação dos poderosos anões morais. Pouco importava se amantes, filhos, cunhadas ou agregados beneficiados pelo currículo de somente uma linha: obedecerei ao que o mestre mandar. Assim, biografias foram substituídas por folhas corridas. Dirigentes partidários mudaram de endereço e hoje residem em cadeias.

O PT está afundando na pocilga que construiu. O mesmo aparelhamento que atinge o Executivo, empesteia o Judiciário e é prazerosamente aceito pelo Legislativo atinge o instrumento básico da democracia: o respeito às minorias. Uma CPI montada para desviar a verdade e ignorar a ânsia popular por esclarecimentos.
Será que Dilma não sabia do que ocorria no Senado? Alguém acredita nisso? Uma simples denúncia seria considerada mais uma agressão à verdade absoluta do PT. Foi preciso uma gravação.
O PT se desmancha como um cadáver insepulto. Desde as alianças mais esdrúxulas até a entrega de ministérios de porteira fechadas a bandidos desde muito conhecidos.
É o estertor de uma época tão nefasta ao Brasil como foi a ditadura militar. Cada uma com suas facetas e modus operandi, mas ambas desejando o poder ilimitado, sem oposição e se valendo de qualquer artifício.
São centenas de casos de corrupção, incompetência, aparelhamento do Estado e roubo. Não tenhamos pressa. Outubro está aí. Mas não percamos tempo. Outubro está aí.
DO A.NUNES-REV VEJA

Fraude na CPI – Dilma tenta dar uma de Valesca Popuzuda. Não cola!

Fraudar uma CPI é fraudar a vontade popular.
Fraudar uma CPI é fraudar a democracia.
Fraudar uma CPI é fraudar a República.
Fraudar uma CPI é atentar contra o estado de direito.
Fraudar uma CPI é cometer um crime para tentar esconder crimes antigos.
Infelizmente, o governo e o PT fizeram tudo isso quando se organizaram para repassar com antecedência aos depoentes da CPI da Petrobras as perguntas que seriam feitas pelos senadores — perguntas, pasmem vocês!, que já vinham com as respostas, com o gabarito, conforme demonstrou reportagem de capa da VEJA desta semana. No comando da operação, políticos, altos funcionários da Petrobras e servidores de pedigree. E Dilma Rousseff?
Nesta segunda, a presidente diz não ter nada com isso e afirmou ser esse um problema do Congresso. Não é, não! A chefe da nação estaria errada se não estivesse apenas empregando a tática dos despiste. Só para lembrar: o relator da CPI da Petrobras no Senado, José Pimentel (PT-CE), apelou a Graça Foster, presidente da Petrobras, e ao petista José Eduardo Dutra, diretor da estatal, para passar adiante as perguntas que seriam feitas a depoentes da comissão — entre eles José Sérgio Gabrielli, Nestor Cerveró e a própria Graça.
Estrelam ainda a tramoia o senador Delcídio Amaral (PT-MS); Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais; Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado; Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa; o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas; Leonan Calderado Filho, que responde pelo departamento jurídico desse escritório e não havia sido ainda identificado, e Bruno Ferreira, advogado da empresa.
Sim, trata-se de pessoas da cúpula da estatal, indicadas por Dilma, e de figuras do escalão superior do petismo. Mais: Argenta, peça-chave da tramoia, é braço direito de Ricardo Berzoini, ministro das Relações Institucionais, nomeado pela presidente com a tarefa de “controlar” o caso Petrobras. Estamos vendo como.
Depois do mensalão, essa é a mais grave agressão institucional praticada pelo petismo contra o Poder Legislativo. As oposições devem entrar hoje com representações na Comissão de Ética do Senado, na Comissão de Ética da Presidência e na Procuradoria-Geral da República.
Dilma está tentando ser a Valesca Popozuda do política, achando que pode dar um “beijinho no ombro” e sair altiva pelo salão. Não pode! E os funcionários que estão sob o seu comando e, comprovadamente — porque há a prova — se envolveram numa fraude contra o Congresso? O que vai acontecer com eles? Sem contar, é bom destacar, que uma CPI também tem poderes de polícia. Estamos diante de um crime de estado.
E, para arremate dos males, note-se: Dilma tentou dar nesta segunda o tal “beijinho no ombro” numa visita que fez a uma Unidade Básica de Saúde em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, que recebeu profissionais do Mais Médicos. Era agenda de candidata, não de presidente, embora tudo tenha sido organizado com dinheiro público — viagem a São Paulo, deslocamento de assessores, mobilização de seguranças etc. Sem contar que a dita “presidenta” estava em horário de expediente! E como a gente sabe que se tratava de campanha? Uma equipe de João Santana, seu marqueteiro, estava presente para registrar tudo. Acompanhava Dilma em sua campanha eleitoral com dinheiro público o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ilegalidade praticada pela chefe. Ilegalidade praticada pelo subordinado.
Eles acham que podem tudo. Até quando?
Por Reinaldo Azevedo

Saiba como os apadrinhados de Lula e do PT aboletaram-se no Sesi

Lula enfiou seu fiel amigo Menguelli na presidência nacional do Sesi, R$ 60 mil por mês e mais mordomias. Ali, empregou até a nora, Marlene, R$ 13,5 mil por mês, para não trabalhar. 
E tem gente que se atreve a defender e seguir esses líderes do PT. 
O escândalo da CPI da Petrobrás obscurece bastante outra denúncia envolvendo o PT e o governo Dilma Roussef, que é o caso da reportagem da revista Época sobre a Casa da Mâe Joana em que foi transformado o Sesi, desde 2003 presidido pelo ex-presidente da CUT, amigo in pectore de Lula, o sindicalista Jair Meneguelli.
. O dinheiro do Sesi sai todo das indústrias brasileiras de todos os tamanhos e deveria servir para qualificação de mão-de-obra.
. Não se sabe o que farão os industriais diante da baderna que líderes do PT fazem com seu dinheiro.
. A denúncia da revista cobre os excessos de mordomia e milionários pagamentos feitos a apadrinhados e parentes de líderes do PT, entre eles a própria nora  do ex-presidente Lula.
. O festival de bandalheira começa com o próprio presidente do Senai e se espraia escala de direção abaixo:
- Jair Meneguelli, presidente do Sesi, remuneração que pode chegar a R$ 60 mil por mês, desde 2003, mais carro com motorista em Brasília e São Caetano do Sul, sua residência. Em Brasília é servido por um Fusion prata, ano 2014, mas em SP seu carro é um Toyota Corolla. Só com os carros, ele gastava até há pouco tempo R$ 150 mil por ano. Todos os finais de semana, usava dinheiro do Sesi para viajar de avião para SP, mas a mordomia foi cortada pelo TCU.
- Marlene Araújo Lula da Silva, mulher de um dos filhos de Lula, Sandro Luís, salário mensal de R$ 13.500,00. Sandro Luís já foi funcionário do PT de São Paulo, onde recebia R$ 1.500,00 por mês.
- Rogério Pimentel, R$ 10 mil por mês. Foi assessor de Lula no Planalto, mas dispensado por Dilma. Era companheiro de Freud, o segurança envolvido no escândalo dos Aloprados.
- Márcia Regina Cunha, mulher de  mensaleiro preso, o ex-deputado João Paulo Cunha, R$ 22 mil mensais. Foi ela quem buscou no banco os R$ 50 mil de dinheiro sujo pago ao marido no Mensalão.
- SDouglas Martins de Soyuzam, R$ 36 mil por M~es. Ele foi secretário da Igualdade Racial no governo do PT.
- Osvaldo Bargas, R$ 33 mil por mês. Ele foi número 2 quando Meneguelli foi presidente da CUT.
- Sandra Cabral, R$ 36 mil mensais. É amiga do ex-tesoureiro do Mensalão, outro prisioneiro do Mensalão.
. A CGU investigou todo mundo a pedido de funcionários do Sesi, escandalizados com os casos, já que quase todos eles nem expediente cumprem.
. Em São Bernardo, Meneguelli mandou alugar uma casa, a Casa Amarela, mordomia que o Sesi não admite em lugar algum do País.
DO POLIBIOBRAGA

Economista diz que o Brasil cresce pouco. Ele prevê PIB apenas 0,6% maior este ano.

Samuel Pessoa, graduado em física e doutor em economia pela USP, escreveu neste domingo no jornal Folha de S. Paulo que as últimas revisões que fez no Ibre/FGV sugerem que o crescimento do Brasil em 2014 será de só 0,6%. Uma forte piora no cenário. No dia 29 saberemos que a economia estará tecnicamente em recessão, porque serão cravados dois trimestres seguidos de crescimento negativo.  Leia todo o artigo:
Consolida-se um crescimento abaixo de 2% ao ano no quadriênio da presidente Dilma. Se o 0,6% se confirmar, o crescimento médio no primeiro mandato de Dilma será de 1,7% ao ano. Quatro anos não é pouco tempo. É difícil argumentar que somente fatores ligados ao ciclo econômico explicam esse desempenho.
. O debate público brasileiro tem alinhavado duas explicações para os motivos do baixo crescimento. Em geral, uma delas é preferida pelos analistas que apoiam o atual regime de política econômica, enquanto a outra é da predileção dos críticos.
. A coluna no "Valor" de quarta-feira passada do professor titular da UFRJ José Luís Fiori, bem como a entrevista dada no início de julho ao jornal "Brasil Econômico" pelo professor do Departamento de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa, são dois exemplos do primeiro ponto de vista.
O segundo ponto de vista é bem expresso pelo conteúdo que tenho defendido neste espaço. É útil tentarmos entender as diferenças.
CLIQUE AQUI para ler mais.
DO P.BRAGA

Fraude da CPI – Petistas e governo cometem um crime contra o Congresso, contra a democracia e contra o estado de direito; só o mensalão foi mais grave do que isso!


A presidente Dilma: mais uma vez, ela não sabia de nada, como sempre?
A presidente Dilma: mais uma vez, ela não sabia de nada, como sempre?
O PSDB pretende entrar com representações nas comissões de Ética do Senado e da própria Presidência da República contra a presidente Dilma Rousseff, funcionários da Petrobras, parlamentares, funcionários do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais. Por quê? Fraude na CPI. Sim, leitores, vocês já devem ter lido a respeito. Reportagem de capa da VEJA desta semana demonstra que uma grande farsa foi armada na comissão destinada a investigar no Senado o prejuízo bilionário com a compra da refinaria de Pasadena. Trata-se de uma das maiores agressões jamais feitas contra o Poder Legislativo. Nessa matéria, a partir de agora, só o PT supera o PT. Um grande teatro foi armado para que não se investigasse nada. As perguntas elaboradas pelos parlamentares foram previamente passadas aos convocados, tudo sob a supervisão de funcionários graduados do governo e de políticos do alto escalão. Já entro em detalhes.
Já escrevi isto aqui algumas dezenas de vezes: é claro que o PT não inventou a corrupção e o malfeito na política. Já existiam antes dele; continuarão a existir depois. O partido inovou num aspecto: nunca antes na história deste país, como costuma dizer Lula, um partido tentou profissionalizar o crime político e fazer dele um método. Infelizmente, o PT trouxe essa novidade — e tomara que ela seja interrompida e não tenha continuadores. O que foi o mensalão? Cumpre lembrar: mais do que simples roubo de dinheiro público, mais do que peculato, mais do que corrupção ativa, mais do que corrupção passiva, mais do que formação de quadrilha, mais do que evasão de divisas, mais do que lavagem de dinheiro. O mensalão foi tudo isso para ser algo bem maior do que isso. Tratou-se de uma armação para criar um Congresso paralelo, movido pelo propinoduto, de sorte que o povo brasileiro tivesse solapado seu principal canal de expressão: o Poder Legislativo. Que passaria a se mover nas sombras. Esse, sim, foi o grande crime do mensalão. Mais do que o roubo, que já era muito grave, o que se viu foi o assalto ao estado de direito e ao Estado brasileiro.
Muito bem: agora, VEJA revela mais um escândalo deplorável. Um vídeo de 20 minutos que veio a público traz uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e uma terceira personagem, ainda desconhecida. Gravado provavelmente com uma caneta-câmera, a reunião demonstra que as perguntas feitas pelos parlamentares na CPI foram previamente passadas ao grupo para que os depoentes pudessem ser “treinados”. Participaram da conspirata Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais; Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado; Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa; o senador Delcídio Amaral (PT-MS); o senador Paulo Pimentel (PT-CE), relator da CPI; Graça Foster, presidente da Petrobras, e José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e hoje um dos diretores da estatal. Vejam trecho.


O alvo maior da preocupação era mesmo Nestor Cerveró, aquele que omitiu do Conselho de Administração da Petrobras duas cláusulas essenciais na compra da refinaria de Pasadena. Barrocas, o chefe do escritório da empresa em Brasília, quer saber se as perguntas já estão com Cerveró e deixa claro que expediente idêntico foi empregado nos depoimentos de Gabrielli e de Graça. Pimentel, o relator da CPI, recorre à presidente da empresa e a Dutra para fazer um “gabarito” com as perguntas e respostas.
O PT se assustou com os desdobramentos da CPI dos Correios, que está na raiz da condenação da cúpula do partido, que foi parar na cadeia. Decidiu, então, desmoralizar esse expediente, que, na prática, já depôs um presidente e mandou para casa os tais “anões do Orçamento”. Eis ai: esse é o partido que diz querer fazer uma reforma política para moralizar o Congresso.
Estamos diante de uma dos maiores crimes jamais cometidos contra a República. Ah, sim, o que Dilma tem com isso? Paulo Argenta é braço direito de Ricardo Berzoini, ministro das Relações Institucionais. Berzoini foi nomeado justamente para tentar, digamos, segurar o escândalo da Petrobras na unha. Não custa lembrar que era ele o presidente do PT quando veio à luz o tal escândalo dos aloprados. Ficou claro que sabia de tudo. Quem escolhe um Berzoini escolhe também um método, não é mesmo, presidente Dilma?
Texto publicado originalmente às 4h29
Por Reinaldo Azevedo