quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dilma está fora da lista de “Mais Influentes” da “Time”. Até Mujica, o esquisito, está lá, ao lado de Maduro, o asqueroso

Time influentes
É claro que listas de “mais influentes” têm o peso que têm. Não mudam nada na ordem das coisas. Ao contrário: elas é que são o resultado do que se comenta por aí e indicam a relevância de figuras públicas.
Tudo depende, também, de quem as elabora. Quando se trata da revista “Time”, convém prestar alguma atenção. Ela reflete a percepção que tem o mundo sobre as figuras mais influentes da política, da economia, dos negócios, do showbiz etc.
Muito bem: há quatro latino-americanos na lista das cem personalidades mais influentes da “Time”. O papa Francisco está lá, por razões óbvias. Goste-se ou não de sua atuação — não está entre os meus papas prediletos, confesso —, a verdade é que, por natureza, o cargo lhe dá destaque. De certo modo, não tem de disputar o lugar com ninguém.
Há três outros nomes do subcontinente: Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela; José Mujica, o esquisito que governa o Uruguai, e Michelle Bachelet, recém-eleita presidente do Chile, pela segunda vez. Dilma está fora.
Ai, ai…
Tudo somado, o PIB desses três países, em dólares, não chega a 40% do brasileiro: US$ 330 bilhões (Chile), US$ 420 bilhões (Venezuela) e US$ 55 bilhões (Uruguai). O do Brasil passou dos US$ 2 trilhões em 2013. Somadas as populações, são pouco mais de 50 milhões de pessoas; no Brasil, já somos 200 milhões.
No entanto, segundo a “Time”, José Mujica, o exótico, que governa 3,5 milhões de uruguaios, é mais influente do que a nossa Soberana. Não li o motivo que justifica a sua inclusão. Muito provavelmente se deve à legalização e estatização da maconha no país. Vale dizer: um péssimo motivo.
Maduro também não deve estar na turma em razão de alguma virtude. O critério da “Time” não é moral: é de influência e pronto. Hitler e Stálin, a seu tempo, já tiveram seu lugar. A única que pode ter atraído a atenção por alguma qualidade é Bachelet.
Assim, leitores, se Dilma houvesse feito uma grande porcaria, mas reverenciada em certos círculos — como Maduro e Mujica —, é até possível que integrasse a lista. Mas nem mesmo uma bobagem de alcance mundial ela fez. Trata-se apenas de uma figura irrelevante. A presidente de uma das dez maiores economias do mundo, do mais importante, mais populoso e mais rico país da América Latina foi simplesmente ignorada. Espero que, desta feita, o ministro Thomas Traumann se contenha e não decida dar um pito na revista americana…
Não acho que, por isso, Dilma deva dormir na pia. Mas o fato reflete um progressivo desinteresse do mundo pelo Brasil. Acabou o encanto. A revista inglesa “Economist” já pôs o Cristo Redentor na capa, como um foguete. Acabou essa onda.
Ainda assim, Dilma poderia ser uma figura internacionalmente relevante, em razão, por exemplo, de uma política externa audaciosa, robusta. Mas quê… Ninguém liga para o que pensa o governo brasileiro. É justo. Vejam o papel lamentável do Itamaraty na crise venezuelana.
O caso de Maduro, aliás, é emblemático. A “Time” constatou que há mais gente interessada em saber o que pensa um ditador asqueroso do que o que pensa a amiga do ditador asqueroso.
Por Reinaldo Azevedo

A aprovação da devassa nas catacumbas da Petrobras impôs à seita lulopetista a terceira noite de insônia. E vem aí o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório

Na segunda-feira, André Vargas renunciou à renúncia. Para desconsolo dos Altos Companheiros, o despachante de doleiro gostou da ideia de agonizar na Câmara dos Deputados. E se lhe bater a vontade de afundar atirando?
Na terça, os promotores italianos não viram nada de errado no julgamento do mensalão e recomendaram que Henrique Pizzolato seja extraditado para o Brasil. Para aflição dos sacerdotes da seita lulopetista, o bandido fujão não está feliz com o tratamento que lhe dispensaram o PT e o Planalto. E se contar o que sabe sobre o Banco do Brasil?
Nesta quarta-feira, a ministra Rosa Weber decidiu-se pela instauração de uma CPI destinada a investigar exclusivamente as patifarias que jorram na Petrobras. Para desespero dos inventores do patriotismo em barris, vai começar a devassa das catacumbas que ocultam o colossal acervo de maracutaias. A insônia de Dilma Rousseff começou faz tempo. E Lula vai perder a voz de novo.
Ainda faltam quinta e sexta. Fora o sábado, que por aqui é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório. O que vem por aí vai convencer muita gente de que, neste ano, agosto chegou em abril.
DO A.NUNES-REV VEJA

A casa não pode cair


Por J.R. Guzzo
Veja
Todo brasileiro de olhos abertos para o que está acontecendo no país em geral, e na sua própria vida em particular, sabe muito bem que a coisa está preta.
Há mil e uma razões para isso, como se pode verificar todos os dias pelo noticiário; seria pretencioso, além de inútil, tentar fazer uma lista de todas.
Basta dizer, para encurtar o assunto, que, segundo as últimas pesquisas de opinião, mais de 70% da população acha que assim não vai, e quer mudanças na ação do governo como um todo.
Será que os brasileiros, finalmente, se convenceram de que estão sendo dirigidos por um dos governos mais incompetentes que já tiveram de aguentar – ou, possivelmente, o mais incompetente de todos?
Mais interessante ainda: a propaganda descomunal que o poder público soca todos os dias em cima da população e o uso sistemático da mentira talvez já não estejam dando os resultados que costumam dar.
A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, ameaça combater a corrupção na Petrobras, mas diz que os `inimigos da empresa` são os que sugeriram mudar seu nome para ´Petrobrax`, cerca de quinze anos atrás, com a intenção secreta de liquidá-la – e, ao mesmo tempo, faz tudo para impedir que se investigue a roubalheira pública de hoje.
Quanta gente acredita num desvario desses? Tudo bem. O Brasil está em petição de miséria, e o presente já é um caso perdido. A pergunta, agora, é a seguinte:
As coisas vão mudar para melhor depois da eleição presidencial de outubro ou vão ficar piores ainda?
Vão ficar piores com certeza, se o Brasil não sair da armadilha que o governo, o PT, e o ex-presidente Lula montaram: eles têm de ganhar todas, pois não podem mais admitir a alternância de poder.
Se admitirem, a casa cai, e a casa não pode cair – pois os que mandam no país não consegue mais viver fora do governo. Manter-se no poder todo mundo quer, nas melhores democracias do mundo.
O problema atual do Brasil é que o PT não apenas quer continuar: precisa continuar, pois, se sair, o mundo de privilégios que construiu para si próprio nos últimos onze anos vai direto para o espaço.
É essa ansiedade, e nada mais, que acaba de trazer Lula para dentro da campanha eleitoral – se Dilma continuar caindo nas pesquisas, é pouco provável que ele próprio e seu partido digam ´que pena`, e fiquem só olhando o desastre acontecer na sua frente.
Aí, para não perderem a situação de proprietários privados do Brasil que conseguiram obter de 2003 para cá, tudo passa a valer:
A presidente pode ser desembarcada sem maior cerimônia de seu posto de candidata à reeleição, e Lula entraria na disputa para salvar a pele de todos.
Como explicar essa deposição de Dilma para o público?
Inventa-se uma história qualquer – esse tipo de coisa jamais foi problema para Lula, um artista em escapar das situações mais sinistras sem explicar nada.
A companheirada, por sua vez, dirá que lamenta – mas que a volta de Lula é essencial para salvar o ´projeto do PT`, caso ele esteja ameaçado de ´destruição` pela ´direita`, pela ´grande mídia`, pelos que ´não se conformam` com a vitória da classe operária etc.
Se a oposição ganhar, dizem, será ´volta da ditadura` - e não é possível permitir tal crime.
´Projeto do PT`? Que diabo seria isso? Nada mais simples: O projeto do PT é não ter projeto nenhum.
Em vez de trabalhar para construir um Brasil mais justo, confortável e promissor para os brasileiros, todo o esforço do partido se concentra em não largar o osso do governo.
Não se trata de desejo: é necessidade.
O que muda, se saírem, não é nada que tenha a ver com ideias, princípios ou valores; o que muda, no duro, é a sua vida material.
Vão embora os 20 mil altos empregos que têm no governo federal. Vão embora as oportunidade ilimitadas de negócios com o poder público. Vão-se embora as Pasadenas, os mensalões, a compra de certas empresas de videogames por empreiteiras de obras, na base dos 10 milhões de reais.
Ficam as fortunas criadas nos porões da Petrobras. Ficam as rosemarys, os youssefs e milhares de outros como eles.
Ficam o caviar de Roseana Sarney, os jatinhos, os planos médicos milionários. Ficam as diárias de hotel a 8 000 euros. Fica um STF obediente.
Mais do que tudo, fica garantida a impunidade.
O PT, como observou há pouco o ex-deputado Fernando Gabeira, é um partido que se baseia totalmente na obediência; não valem nada, ali, mérito, talento ou competição sadia.
A única maneira de subir na vida é obedecendo a Lula – e, para isso, é indispensável que Lula, ou algum dos seus postes esteja no governo.
DO R.DEMOCRATICA