terça-feira, 23 de outubro de 2012

Campanha de Serra lança mais um jogo com críticas a Haddad

Pelo segundo dia seguido, a campanha do candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) divulgou em seu site oficial nesta terça-feira (23) um jogo para criticar seu adversário na eleição paulistana, Fernando Haddad (PT).
Batizado de "Missão Impossível", o jogo desafia os internautas a concluir uma série de missões, que consiste em encontrar obras de Haddad na cidade. O objetivo é encontrar a obra, fotografá-la e enviar a imagem. O jogador ganha um ponto por cada foto enviada.
As missões incluem encontrar um hospital universitário, uma quadra coberta, uma escola técnica, uma universidade, uma escola e uma creche criados por Haddad em São Paulo.
Procurada, a campanha de Fernando Haddad não quis comentar sobre o jogo.

Reprodução
Tela do site do jogo "Missão Impossível", lançado pela campanha de José Serra (PSDB) nesta terça-feira (23)
Tela do site do jogo "Missão Impossível", lançado pela campanha de JDA FOLHA-SP

LEMBRA DISSO SERRA? O povo também não. É obra do HADDAD.

A IMENSA SEGURANÇA NA CONFECÇÃO DAS PROVAS DO ENEM, DE HADDAD, PERMITIU QUE ELAS FOSSEM ROUBADAS.
ONDE ESTAVA A IMENSA SEGURANÇA?
Só pode estar na casa de LuLLa, por que no ENEM NÃO ESTAVA.
EXPLICA AÍ HADDAD!


INCOMPETENTE PARA GERIR UMA PROVINHA BESTA.
VAI TER COMPETÊNCIA PARA GERIR UMA CIDADE IMPORTANTE E IMENSA?
 





 “Há uma diferença entre Hitler e Stalin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas Stalin lia os livros antes de fuzilá-los”.
FERNANDO HADDAD.
ESSE PULHA QUER SEU FILHO BIBA E BURRO.
Vota NELLE, vota paulistano! 

DO GENTE DECENTE

TU MERECE "JOCA"!

Joaquim Barbosa é aplaudido de pé por universitários em conferênciaO vice-presidente do STF falou por quase uma hora a alunos, professores e comunidade no Iesb
Correio Braziliense
Barbosa foi recebido como heroi pela plateia (Breno Fortes/CB/D.A. Press)
 
Barbosa foi recebido como heroi pela plateia
Aplaudido de pé e aclamado pela plateia, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Benedito Barbosa Gomes, foi o convidado ilustre do segundo dia do 2º Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). Barbosa foi recebido como herói por um auditório repleto de universitários ansiosos por ouvir o ministro que teve participação decisiva na condenação dos réus do Mensalão. Ele foi relator do processo e, em breve, assumirá a presidência da Corte.
Acomodados nas cadeiras do auditório, sentados no chão, em pé, encostados nas paredes, em cadeiras improvisadas, fora do auditório ou escutando por meio de alto-falantes. Foi assim que mais de 300 pessoas assistiram à conferência O direito e a justiça ministrada por Joaquim Barbosa na manhã desta terça-feira (22/10), curiosos para ver pessoalmente o magistrado, que também é professor.
Inúmeros tablets, celulares e máquinas fotográficas foram sacados de bolsas e casacos de professores, estudantes e demais participantes no momento em que o ministro entrou no auditório da faculdade. Todos queriam registrar o momento que consolida o Dr. Joaquim Barbosa como exemplo de cidadania e responsabilidade com a democracia no cumprimento dos deveres como juiz da Suprema Corte do país.
Isso porque Joaquim Barbosa vem sendo reconhecido pela sociedade brasileira, e mesmo pela mídia internacional, como o juiz brasileiro que se portou com retidão diante do maior julgamento contra a corrupção do país. Como relator do Mensalão, Barbosa leu centenas de páginas apenas para apresentar o caso que iria ser julgado, contou a história dos laços de envolvimento dos acusados e examinou argumentos pró e contra os envolvidos.
Respeito
Visivelmente cansado pelo esforço dos longos dias de julgamento, Joaquim Barbosa entrou no Auditório Benedito Coutinho apenas algumas horas depois do término do último dia de votações do mensalão. "Estou em meio a um vendaval. Mal dormi, mas a luta recomeça”, disse o ministro, que participará da sessão que vai definir como tratar os casos de empate.
Concentrado, recebeu homenagem feita pelos estudantes e docentes da instituição, que lhe enaltecia valores pessoais considerados de grande importância na mudança da concepção de justiça do Brasil. “É de reconhecimento público que Vossa Excelência representa não apenas um marco jurídico desse país, mas também um modelo ético-republicano, espelho de superação, os quais não mais lhe pertencem, mas são agora propriedades do imaginário coletivo nacional”, dizia parte do texto.
Em resposta, Barbosa afirmou que busca apenas levar a sério o papel que o STF tem no Brasil. “Longe de mim ter a pretensão de mudar o país. Eu não tenho feito nada além do papel que se espera de um juiz”, afirma. Na apresentação para os alunos, o magistrado destacou que o juiz não pode se limitar a interpretar normas jurídicas, mas tem o papel de julgar e verificar qual impacto as decisões tomadas trarão para o meio social.
“Um país que não pune adequadamente e no momento certo a criminalidade leva a sociedade a algo muito mais sério e perigoso que o crime. Leva à desagregação social e à completa descrença no funcionamento da própria democracia”, defendeu o magistrado.
Exemplo

O estudante do 5º semestre de direito do Iesb Gabriel Silva Borges, 23 anos, esteve presente no momento da apresentação do ministro e considera Joaquim Barbosa como exemplo a ser seguido. “Ele desperta no aluno o sentimento de que o caminho pode ser difícil, mas que a gente consegue chegar nos nossos objetivos”, relata.
Já o professor aposentado Sebastião José Sobrinho, 65 anos, vê em Barbosa o personagem que tenta recuperar a dignidade nacional. "Ele está revolucionando. A excelente participação dele dá esperança para os brasileiros."
“Vivemos um momento histórico e com a presença do ministro podemos incentivar os alunos a transformarem a realidade. A presença dele foi emblemática”, definiu a coordenadora dos cursos de graduação e pós-graduação em direito do Iesb, professora Any Ávila Assunção.
Auditório da universidade ficou lotado para ouvir o ministro (Breno Fortes/CB/D.A. Press)
 
Auditório da universidade ficou lotado para ouvir o ministro
*JOCA é o apelido de Quincas na família. Eu prefiro Quincas (rsrsrsrsrs) 
DO GENTE DECENTE  

PSDB cobra que Dilma Rousseff respeite seu cargo


No momento em que o país acompanha a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre os réus do mensalão, com a punição exemplar daqueles que comandaram o mais ousado esquema de corrupção já registrado na história do Brasil, o PSDB sente-se na obrigação de vir a público cobrar respeito da presidente Dilma Rousseff ao cargo exercido e à sua obrigação de preservar a vontade democrática dos eleitores, nesta reta final das eleições municipais.
A promessa da presidente da República de limitar o envolvimento de seus ministros na disputa eleitoral deste ano não resistiu às pressões de seu partido, o PT.
Para reverter o fraco resultado que se desenhava antes do primeiro turno, a presidente Dilma não só liberou seus ministros, como ela própria sucumbiu aos pedidos de seu antecessor e mergulhou de cabeça na agenda eleitoral, na tentativa de ajudar aliados.
Do primeiro turno para cá, a situação só se agravou. Não satisfeita em colocar cargos federais à serviço das campanhas petistas, como vimos acontecer em São Paulo, a presidente da República decidiu partir para o confronto com a oposição.
Valendo-se de todo o aparato logístico garantido a chefes de Estado, a presidente Dilma dedicou os últimos quatro dias quase que integralmente a ajudar aliados em campanha.
Na sexta, participou de comício do candidato do PT em Salvador. No sábado, desembarcou em São Paulo para ajudar companheiros de partido em Campinas e São Paulo. E ontem foi a Manaus.
Em todos esses eventos, mais do que pedir votos para os candidatos da base aliada, a presidente optou por atacar a oposição. Pior, em atentado à própria Constituição Federal, procurou transmitir a ideia de que apenas os eleitos de sua preferência teriam um tratamento do governo federal à altura das necessidades do povo.
Em vez de usar sua energia para agredir adversários, a presidente Dilma deveria centrar seus esforços na recuperação da economia brasileira que, conforme os últimos dados conhecidos terá, neste ano de 2012, o pior resultado dentre os países da América Latina.
Alberto Goldman
primeiro vice-presidente da Executiva Nacional do PSDB, no exercício da presidência

A condenação do PT, por Marco Antonio Villa

Marco Antonio Villa, O Globo
O julgamento do mensalão atingiu duramente o Partido dos Trabalhadores. As revelações acabaram por enterrar definitivamente o figurino construído ao longo de décadas de um partido ético, republicano e defensor dos mais pobres.
Agora é possível entender as razões da sua liderança de tentar, por todos os meios, impedir a realização do julgamento. Não queriam a publicização das práticas criminosas, das reuniões clandestinas, algumas delas ocorridas no interior do próprio Palácio do Planalto, caso único na história brasileira.
Muito distante das pesquisas acadêmicas — instrumentalizadas por petistas — e, portanto, mais próximos da realidade, os ministros do STF acertaram na mosca ao definir a liderança petista, em 2005, como uma sofisticada organização criminosa e que, no entender do ministro Joaquim Barbosa, tinha como chefe José Dirceu, ex-presidente do PT e ministro da Casa Civil de Lula.
Segundo o ministro Celso de Mello: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder.” E concluiu: “É macrodelinquência governamental.” O presidente Ayres Brito foi direto: “É continuísmo governamental. É golpe.”
O julgamento do mensalão desnudou o PT, daí o ódio dos seus fanáticos militantes com a Suprema Corte e, principalmente, contra o que eles consideram os “ministros traidores”, isto é, aqueles que julgaram segundo os autos do processo e não de acordo com as determinações emanadas da direção partidária.
Como estão acostumados a lotear as funções públicas, até hoje não entenderam o significado da existência de três poderes independentes e, mais ainda, o que é ser ministro do STF.
Para eles, especialmente Lula, ministro da Suprema Corte é cargo de confiança, como os milhares criados pelo partido desde 2003. Daí que já começaram a fazer campanha para que os próximos nomeados, a começar do substituto de Ayres Brito, sejam somente aqueles de absoluta confiança do PT, uma espécie de ministro companheiro. E assim, sucessivamente, até conseguirem ter um STF absolutamente sob controle partidário.
DO B. DO NOBLAT

Marcos Valério acusa Lula.

Em memorial de defesa apresentado nesta segunda-feira no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, faz ataques do PT e cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos protagonistas políticos do mensalão. Leonardo afirma que a base de sustentação do então governo petista, com o surgimento do escândalo, deslocou o foco para Valério. No memorial, o nome de Lula e de Valério aparecem sempre em maiúsculas.
"A classe política que compunha a base de sustentação do Governo do Presidente LULA, diante do início das investigações do chamado “mensalão”, habilidosamente, deslocou o foco da mídia das investigações dos protagonistas políticos (Presidente LULA, seus Ministros, dirigentes do PT e partidos da base aliada e deputados federais), para o empresário mineiro MARCOS VALÉRIO, do ramo de publicidade e propaganda, absoluto desconhecido até então, dando-lhe uma dimensão que não tinha e não teve nos fatos", afirmou Marcelo Leonardo no documento.
O advogado disse também que o réu que não era do mundo político foi transformado em peça principal do enredo político e jornalístico. "Quem não era presidente, ministro, dirigente político, parlamentar, detentor de mandato ou liderança com poder político, foi transformado em peça principal do enredo político e jornalístico, cunhando-se na mídia a expressão “Valerioduto”, martelada diuturnamente, como forma de condenar, por antecipação, o mesmo, em franco desrespeito ao princípio constitucional fundamental da dignidade da pessoa humana", afirmou a defesa.
Leonardo também inclui Lula na relação dos interessados no suporte político "comprado" e diz que o PT é o "verdadeiro intermediário do mensalão". Ele disse também que é injusto Valério ter a pena mais dura, tratamento que, segundo ele, não foi dado aos verdadeiros chefes políticos. O advogado afirma que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, limitou-se a acusar o ex-ministro José Dirceu como chefe de quadrilha.
O advogado argumenta para que sejam consideradas as circunstâncias que se levam em conta na fixação da pena base, como antecedentes, conduta social, personalidade e comportamento da vítima, entre outros. Leonardo rebateu conclusão do relator Joaquim Barbosa de que Valério tem "maus antecedentes", com base em ações penais que o ex-publicitário responde em outras instâncias. "A mera existência de ações penais em andamento, todas posteriores aos fatos objeto desta Ação Penal 470 (mensalão), não pode servir de fundamento para consideração de “maus antecedentes”, com vistas à agravação da pena base", afirmou Leonardo, com base em decisões anteriores do próprio Supremo.
O advogado quer que seu cliente seja tratado como réu primário, pois não respondia por nenhum crime na época do escândalo, e afirmou que Valério foi perseguido por diversos órgãos do governo, como “Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público Federal”. Para reforçar sua tese da boa conduta social de Valério, Leonardo cita vários testemunhos, inclusive do padre Décio Magela de Abreu, pároco de Sete Lagoas (MG). E cita o filho de Valério, que faleceu de câncer.
Leonardo quer que seja considerado o papel de réu colaborador de Valério, no momento da dosimetria das penas. A defesa de Valério espera ver reduzida sua pena final em dois terços do total a ser estabelecido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Marcelo Leonardo, no memorial de defesa, argumentou que, por ter, na sua opinião, atuado como réu colaborador, seu cliente possa ter a pena reduzida. No caso de réu colaborador, se assim for considerado, a previsão é de redução de dois terços.
- O Marcos Valério colaborou com o processo, apresentou relação e listas com nomes de beneficiários. Isso, e outras medidas, o tornam réu colaborador e espero que assim seja entendido pelos ministros - disse Marcelo Leonardo, mais cedo. O publicitário já foi condenado por peculato, corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
 DO O GLOBO

O maiúsculo STF sob risco… Duas sucessões o espreitam!

Haverá hoje sessão extraordinária no Supremo para encaminhar as questões pós-coleta de votos. Será preciso definir o que fazer nos casos de empate — provavelmente, o réus serão absolvidos — e começar a cuidar da dosimetria, vale dizer, da atribuição de penas aos condenados. Podem ser sessões turbulentas, sim, vamos ver. À note, no debate da VEJA.com, a gente comenta tudo. Quero aqui cuidar de outra coisa.
A maioria dos ministros do Supremo não fez o que Lula queria. Para ser mais amplo: a maioria dos ministros do Supremo não fez o que o PT queria. Quem sintetizou com maior percuciência a boçalidade petista foi um senador considerado “moderado” (imaginem os radicais…): Jorge Viana, do Acre. Disse com todas as letras:
“Só não vale nossos governos indicarem ministros do Supremo e eles chegarem lá e votarem contra por pressão da imprensa”.
Em frase tão curta, tão longa tradição totalitária. Em primeiro lugar, não foi o “nosso (dele) governo” que indicou os ministros, mas uma instituição chamada Presidência da República, que é o topo de um Poder, o Executivo. Como instâncias da República, não são entes que “pertençam” ao PT. Não são “nosso” — isto é, deles. Em segundo lugar, os ministros foram aprovados pelo Senado, fatia de outro Poder, o Legislativo, que é, pasme Jorge Viana!, do povo, não dos petistas.
Em terceiro lugar, quem disse que os ministros votaram “por pressão da imprensa”? Então só haveria um modo de não fazê-lo, a saber: votando de acordo com a vontade do PT? Quem faz o que quer o partido é, pois, “independente”; quem não faz, é mero capacho da mídia? A fala, no entanto, trai uma intenção, que talvez não se tenha cumprido por erro de cálculo: os petistas esperavam, sim, “fidelidade” dos ministros indicados e nomeados. Traidores que são, no entanto, decidiram servir às leis e à Constituição. E isso parece inaceitável mesmo a um “moderado” como Jorge Viana.
Pois bem. No dia 18 de novembro, Ayres Britto faz 70 anos e deixa o Supremo. Abre-se uma vaga. É bem possível que Celso de Mello, infelizmente, antecipe a sua aposentadoria de 2014 para o começo do ano que vem em razão de problemas de saúde. Outra vaga.
O resultado do julgamento do mensalão aumentou nos petistas a convicção de que só ministros “de confiança” podem ser nomeados. No imaginário do partido, um STF tem de contar com 11 Lewandowskis; não sendo possível, até se aceitam um Dias Toffoli ou outro. Ainda há petistas inconformados com a sua decisão de condenar José Genoino por corrupção ativa. A grita foi de tal sorte que, ontem, o ministro não demorou nem 30 segundos para concordar com o revisor e inocentar todo mundo. Dispensou até os fundamentos. Foi um desrespeito ao tribunal, mas também foi um jeito de deixar claro aos companheiros que ele está um tanto amuado. A petezada acha que faltou a Toffoli o espírito de luta companheiro que enxergou em Lewandowski, que está sendo saudado como um verdadeiro herói.
Mais duas nomeações de igual jaez, a Corte ficará com quatro ministros — vamos ver como se comporta Teori Zavascki — que podem estar menos preocupados com a lei e a com as instituições do que com aqueles que lhes garantiram o posto honorífico. Insisto: há um frenético movimento de bastidores sustentando que conspiradores pretendem atacar a reputação do partido pela via judicial e que cumpre ao governo do PT proteger o… PT!
Que a sociedade brasileira fique vigilante! Os petistas consideram que foram malsucedidos até aqui em controlar o Supremo. E é grande a pressão em favor de ministros comprometidos com a causa. Não fosse assim, não se diria com tamanha ligeireza e desfaçatez que José Eduardo Cardozo é candidato a integrar a Casa.
Lula já andou cochichando por aí que só restam dois inimigos aos petistas: a “mídia” e o Judiciário. Não é o primeiro a ter essa sacada. Os fascistas originais já achavam isso, é óbvio, antes dos epígonos…
Por Reinaldo Azevedo - REV VEJA

Por 6 votos a 4, STF condena Dirceu e mais 9 por formação de quadrilha

Felipe Recondo, Mariângela Gallucci, Eduardo Bresciani e Ricardo Brito, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - No último ato do escândalo do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta segunda-feira, por 6 a 4, os operadores do esquema pela formação de uma quadrilha que atuou no governo e foi comandada pelo ex-chefe da Casa Civil José Dirceu. Ele sofreu condenação por chefiar o esquema, auxiliado na cadeia de comando pelo ex-presidente do PT José Genoino, pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Voto de Ayres Britto determinou a condenação dos 10 réus por formação de quadrilha pelo STF - Andre Dusek/AE
Andre Dusek/AE
Voto de Ayres Britto determinou a condenação dos 10 réus por formação de quadrilha pelo STF
Sete anos depois das primeiras denúncias, o STF desfechou o escândalo com 25 réus condenados e julgou que a gestão do ex-presidente Luiz Inácio da Silva comprou votos no Congresso para a aprovação de projetos de interesse da administração federal. De acordo com o ministro Celso de Mello, decano do tribunal, "um dos episódios mais vergonhosos da história política do País", operado por "homens que desconhecem a República, pessoas que ultrajaram as suas instituições e que, atraídos por uma perversa atração do controle criminoso do poder, vilipendiaram os signos do Estado Democrático de Direito e desonraram com seus gestos ilícitos e ações marginais a ideia que consignam o republicanismo na nossa Constituição".
Um grupo que reuniu 11 réus no total para a prática de crimes de lavagem de dinheiro, contra a administração pública - peculato e corrupção - e contra o sistema financeiro - gestão fraudulenta de banco. "Tenho, para mim, que, neste perfil, reside a verdadeira natureza dos membros dessa quadrilha, que, em certo momento histórico de nosso processo político, ambicionou tomar o poder, a constituição e as leis do País em suas próprias mãos. Isso não pode ser tolerado", afirmou Mello. "Ninguém tem legitimidade para transgredir as leis e a Constituição de nosso país. Ninguém está acima da autoridade do ordenamento jurídico do estado", continuou.
No entendimento do STF, o desvio de recursos públicos, os empréstimos bancários fraudados, a lavagem desse dinheiro e a distribuição para deputados, tudo foi montado para angariar apoio ao governo Lula e ampliar o poder do PT. Na sessão desta segunda-feira, o Supremo julgou a última fatia do processo. Condenou Dirceu e outros dez réus por integrar o que o decano do STF classificou como "uma sociedade de delinquentes". "Formou-se na cúpula do poder, à margem da lei e ao arrepio do direito, um estranho e pernicioso sodalício (sociedade de pessoas que vivem em comum), constituído por dirigentes unidos por um comum desígnio, um vínculo associativo estável que buscava eficácia ao objetivo espúrio por eles estabelecidos: cometer crimes, qualquer tipo de crime, agindo nos subterrâneos do poder como conspiradores, para, assim, vulnerar, transgredir, lesionar a paz pública", afirmou Mello.
O grupo foi integrado por Dirceu, Delúbio, Genoino, Valério, dirigentes do Banco Rural e das agências de publicidade que ajudaram a capitalizar o mensalão. Votaram pela condenação dos réus pelo crime de formação de quadrilha os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto (presidente). "No caso, houve a formação de uma quadrilha das mais complexas, envolvendo, na situação concreta, o núcleo dito político, o núcleo financeiro e o núcleo operacional", afirmou Marco Aurélio Mello. "Mostraram-se os integrantes em número de 13. É sintomático o número", acrescentou o ministro, lembrando o número do PT, mas ignorando que dois dos 13 réus foram absolvidos. Conforme a maioria dos ministros, o esquema envolvia divisão de tarefas entre cada um dos núcleos, pressupunha a união estável entre os réus para a prática de crimes que atentaram contra a paz pública. "Havia um projeto delinquencial de natureza política", afirmou Fux. "Esse projeto delinquencial foi assentado aqui pelo plenário como existente. Todos sabiam o que estavam fazendo. Todos foram condenados por isso", disse.
Quatro integrantes da Corte não julgaram que o grupo constituiu uma quadrilha. Para os ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Dias Toffoli, os réus não se juntaram com o fim de integrar um grupo destinado à prática indeterminada de crimes. A partir de agora relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, começa a revelar as penas que defende que sejam impostas a cada um dos réus. Deve começar pelo ministro da Casa Civil. Barbosa já adiantou que aqueles que estavam no topo da cadeia de comando do esquema terão tratamento mais severo. Somente depois de todo o julgamento, os ministros discutirão se os condenados começam imediatamente a cumprir as penas, como defendeu o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ou se aguardam em liberdade o trânsito em julgado do processo, o que deve ocorrer apenas em 2013.