sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ibope Pede 1 milhão p/ fraudar pesquisas


Neymar, o Messias

por Felipe Melo
Recentemente, uma série de distúrbios seríssimos estourou no Oriente Médio e cercanias em virtude de um filme caseiro que fazia troça de Maomé e dos muçulmanos. Aproximadamente uma centena de pessoas foram mortas nos protestos que rasgaram o mundo islâmico – inclusive o então embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Chris Stevens –, centenas de milhares de pessoas foram mobilizadas por clérigos islâmicos para mostrar a sua revolta de modo sangrento, e os velhos discursos contra o “Grande Satã” do Ocidente ecoaram novamente com força total. Curiosamente, a tradução e divulgação do filme no mundo islâmico foi promovida justamente por grupos radicais.
A celeuma estava pronta. Diversas lideranças mundiais condenaram tanto o filme (bobo e de muito mau gosto) quanto sua instrumentalização pelos líderes islâmicos, o diretor do filmeco teve o nome e o endereço divulgado pelas autoridades americanas, diversas ações judiciais correram o mundo, inclusive no Brasil, para proibir seu acesso, e, como sói acontecer, a turma de plantão do pluralismo e tolerância rosnou junto com os radicais.
Agora, vejam a imagem abaixo (ao lado):
Essa, senhoras e senhores, é a capa da edição de outubro da revista Placar. Para qualquer pessoa com um mínimo de senso das coisas, essa capa parece desnecessariamente apelativa. Por quê? Ela nivela duas figuras essencial e completamente diferentes: endeusa alguém à custa da secularização de Alguém que, para 1/3 do gênero humano, é Deus feito homem. Comparar Neymar a Jesus Cristo, sobretudo da forma como isso foi feito, é, no mínimo, uma maneira bastante discutível de aumentar as vendas de uma revista – o que parece ser o único desejo da editora em questão. Para muitas pessoas, e eu me incluo nessa conta, essa capa não é apenas inadequada, mas despropositadamente ofensiva.
Decerto não veremos o Papa Bento XVI ou qualquer outro líder cristão de importância mundial conclamando uma guerra santa contra a revista, nem haverá aglomerações de pessoas em passeata atirando para o alto e atacando a polícia, muito menos matando qualquer pessoa, por conta dessa capa lamentável. Mas engana-se quem pensa que devemos ficar simplesmente passivos diante de algo aparentemente sem importância: é nosso direito – e, sobretudo àqueles que abraçam a fé cristã, um dever – manifestar nosso repúdio.
Acessem a página da revista Placar em que se encontra a notícia da capa e deixem seu comentário. Divulguem para outras pessoas e peçam que façam o mesmo. Não deixem isso passar em branco. E vamos esperar para ver se nossos amigos politicamente corretos dedicarão suas excelsas atenções a esse fato.
Fonte:  Juventude Conservadora da UnB
DOMUJAHDIN CUCARACHA

O crepúsculo de um mito


Rodrigo Constantino
Fidel Castro, repetindo o também tirano Adolf Hitler, disse certa vez que a História iria absolvê-lo. Winston Churchill, por sua vez, teria dito que a História seria boa com ele, afinal, ele mesmo pretendia escrevê-la. Os vencedores dominam a prensa, principalmente em países sem ampla cultura de liberdade, como Cuba.
Mas, na Inglaterra, há liberdade, e se a História foi mesmo favorável a Churchill, isso se deve aos seus acertos maiores que erros, e não ao seu poder de influência sobre a imprensa e o pensamento. Já Fidel certamente não será absolvido pela História, a despeito da ditadura e da máquina de propaganda que montou em sua ilha particular.
Em outras palavras, o tempo costuma ser o maior aliado da verdade, o que dá esperança aos defensores da decência. Nem sempre ela vem à luz. Mas quando há alguma liberdade de pensamento e de imprensa, cedo ou tarde os fatos emergem do pântano da ignorância, espalhando seu odor antes disfarçado. É possível enganar algumas pessoas por muito tempo, mas é difícil enganar todos, o tempo todo.
Disse isso tudo para chegar ao Nosso Guia. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva parecia acreditar na possibilidade de ser absolvido pela História. Na verdade, vaidoso que só ele, Lula certamente tinha a esperança de ser reverenciado pela História. O tempo mostraria que o Mensalão não passara de uma armação de golpistas da elite para manchar a honra deste grande estadista do povo. Não tão rápido...
Aos poucos o Brasil vai mudando, e o mito Lula vai sendo desconstruído. O julgamento da História, quando passar o burburinho do momento, será duro com o líder do PT. Afinal de contas, ao contrário da propaganda dos “intelectuais” durante décadas, a verdade é que não há nada de louvável em sua trajetória. Desde os tempos de sindicalista até a posição de ex-presidente, Lula tem sido uma pessoa que merece raríssimos elogios, e infindáveis críticas.
Rótulos como “egocêntrico”, “megalomaníaco”, “mitomaníaco”, “imoral” e “inescrupuloso” combinam infinitamente mais com sua pessoa do que os adjetivos criados pelos “intelectuais” bajuladores do “homem do povo”. Lula sempre fez tudo em causa própria, sempre demonstrou uma sede incrível pelo poder, e se mostrou disposto a quase tudo em nome deste objetivo. Com o tempo, isso tudo ficará mais claro para as pessoas.
O “legado” sócio-econômico, um dos poucos pilares que seus acólitos usam para sustentar a imagem do mito, também será desfeito com o passar do tempo. Ficará evidente para muitos que tudo não passou de uma enorme onda de fora, mais especificamente da China, que inflou as economias dos países emergentes ricos em recursos naturais como o Brasil. Tudo isso com o auxílio das turbinas monetárias dos bancos centrais de países desenvolvidos.
Até mesmo uma das poucas áreas que muitos ainda concedem o epíteto de “gênio” ao Lula será revisada em breve. Lula não é um “gênio” da política. Sim, ele tem algum carisma, em parte porque o povão se identifica com seu jeito. Sim, ele tem alguma habilidade na comunicação com as massas, abusando de retórica sensacionalista e demagógica. Por esta ótica, ele seria quase tão “gênio” quanto Hitler ou Mussolini, nada que uma pessoa minimamente íntegra poderia se orgulhar.
Mas nem mesmo isso é tão verdadeiro assim. As pessoas se esquecem de que Lula perdeu três eleições seguidas para presidente! Que grande comunicador invencível é esse? Depois ele conseguiu eleger seu “poste”, mas, novamente, isso se deve bem mais ao crescimento chinês e às peripécias de Bernanke do que ao seu talento para transferir votos. Lula contou mais com a sorte do cenário externo do que qualquer coisa.
Isso começa a ficar claro agora nas eleições municipais, durante o julgamento do Mensalão, em que Lula não chega a ser um grande puxador de votos para prefeitos. Alguns já ensaiam até um afastamento gradual da figura do todo-poderoso, enquanto o próprio aproveita para se aproximar de Paulo Maluf. O “gênio” da política, ao que parece, não passa de um analista cego que ignora as mudanças no país e a crescente demanda por mais ética por parte da classe média. Não há muito espaço para o fisiologismo escancarado de Lula nessa configuração.
Posso estar sendo otimista demais, esperançoso ao extremo. Reconheço. Pode ter muito de desejo em minha análise. Mas acredito, realmente, que o Brasil irá amadurecer com o tempo a ponto de compreender que Lula foi uma enorme mancha negra na política nacional. Maluf, Collor, Sarney e tantos outros ainda estão por aí, é verdade, todos inclusive aliados do próprio Lula.
Há muita ignorância no país; os safados se fartam. Mas, ao menos, nenhum deles goza de uma aura de santo, de estadista, de líder popular disposto a sacrifícios pelo povo. A imensa maioria os enxerga como são: oportunistas inescrupulosos que só querem o poder. Lula, finalmente, fará parte dessa lista. De preferência no topo dela, pois essa liderança ele merece.
O Brasil ainda vai conviver com os estragos institucionais e morais causados pela gestão Lula por muito tempo. Mas tudo indica que o mito será destruído de vez. Os canalhas que ajudaram a criá-lo farão o que sabem fazer: dissimular e fingir que nunca tiveram nada com aquilo, que estão muito decepcionados. Alguns ainda insistem em inflar o mito, talvez calculando que o estrago não será fatal e que a lealdade, moeda importante na máfia, será muito bem compensada se o homem regressar com tudo ao poder. Quem viver, verá.
De minha parte, resta a consciência limpa de jamais ter acreditado, por um único segundo, nesse sujeito indecente, por ter combatido tudo o que ele representa desde o primeiro momento, por ter alertado em dezenas de artigos e vídeos para os riscos que ele representava. Lutei a boa luta dentro de minhas limitações, e isso me dá orgulho.
É hora de aproveitar o regozijo merecido e observar o crepúsculo do mito Lula, ainda que a Justiça, para ser efetivada, tivesse que condená-lo como “o chefe” do maior escândalo de corrupção da história de nosso país. Mas aí já seria sonhar alto demais. Sou mais realista, e me contento com menos. Basta vê-lo desmoralizado. E saber que, para alguém vaidoso como ele, deve ser desesperador imaginar que o futuro reserva palavras nada bonitas sobre sua história, apesar da máquina de mentira a seu dispor. Adeus, mito Lula. Já vai tarde! 
DO RODRIGO CONSTANTINO  

Dilma veta ajuda às vitimas da seca no Sul. Senador diz: "E ficamos quietos porque somos capachos". E Tarso, o que é ?



Os integrantes da bancada catarinense no Senado estão indignados com o veto de Dilma Rousseff à emenda do tucano Paulo Bauer que previa a inclusão dos estados do Sul na medida provisória de socorro aos atingidos pela seca.
Segundo Bauer, agricultores de cerca de 500 cidades do Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) enfrentam dificuldades causadas pela estiagem que castigou a região no final do ano passado. Ao discursar no Senado nesta semana, Bauer começou descendo a borduna em Guido Mantega e terminou na presidente:
– Somos aqui capachos da presidente da República – os do governo inclusive -, porque aqui se vota com acordo, e simplesmente ela veta. Como se nada tivesse sido combinado. Como se nenhum agricultor precisasse de atenção.
* Clipping www.veja.com.br, nota de Lauro Jardim, coluna Radar
DO POLIBIO BRAGA

A NATA PETRALHA NO BANCO DOS RÉUS.

De hoje até segunda feira farei de tudo o que estiver ao meu alcance para apressar o tempo. Vou dormir cedo e acordar tarde, só para perder tempo on line.
Quando acordado, cuidarei de coisas que façam com que o tempo corra tanto quanto o diabo da cruz.
É que na semana que vem a alma petralha estará sentada no banco dos réus. Exceção claro, para o PODEROSO CHEFÃO DA ROUBALHEIRA, cuja hora há de chegar mais cedo ou mais tarde.
Estarão lá, o guerrilheiro de titica, o dedo duro do Araguaia e o piadista sem graça que, tempos atrás, disse que tudo acabaria numa piada de salão.
E aí veremos até onde vai a disposição da Taba Superior em fazer prevalecer, de forma contundente, a justiça neste país.
Semana que vem poderemos ter o começo de um novo Brasil. Mais honesto, mais justo, menos canalha e impermeável à ação criminosa de vagabundos da ideologia fácil que encanta os desnorteados de ocasião.
Até aqui, como já disse várias e várias vezes, lambaris arteiros navegaram no aquário das condenações. Chegou a hora dos tubarões.
Os tres, mais seu PODEROSO CHEFE, ficarão sem pregar os olhos daqui até lá e com muita razão, dados os sinais de fumaça negra que, até aqui, foram emitidas pela Taba Superior.
De todos os crimes cometidos pela cambada reunida por LuLLa para assaltar os cofres da nação, 99,9% deles já garantiram ingressos no xilindró para quase a metado dos vagabundos. Falta apenas responder à uma pergunta:
HOUVE CAIXA 2 OU COMPRA DE VOTOS?
Parece, pelo depoimento de alguns ministros, que já há um consenso firmado de que a segunda opção é a verdadeira. Pelo menos 3 ministros assim deixaram claro. Ayres Brito, Fux e Marco Aurélio. Há indicativos, não seguros, de que Rosa Weber e Celso de Melo tenham a mesma opinião à respeito. Serão 5 no total.
Gilmar Mendes não emite muitos sinais, mas pelos votos que tem dado, pode ser incluído na mesma relação e aí se terá maioria para que se estabeleça, em definitivo, a compra de votos o que agravaria as penas até formuladas.
Louve-se a estratégia muito bem formulada por Quincas que adotou a tática de seguir a grana para pegar os larápios, montando um quebra-cabeças de muitas peças.
E a resposta para esta pergunta também será dada nesta semana com a condeção dos 3 safados pelo crime de corrupção ativa. Se a roubalehira não foi CAIXA 2, crime assumido pelo POEROSO lá em Paris, então foi COMPRA DE VOTOS. Se foi compra de votos, alguém comprou de alguém que quis se vender. Se alguém comprou quem se vendeu, foi porque alguém mandou que fossem compradas as "mercadorias", como o CHEFÃO não está no processo, por óbvio, seu GERENTE EXECUTOU A ORDEM DE COMPRAe ainda se reuniram em quadrilha ou bando para executarem a tarefa ordenada.
A chaleira vai ferver. O tempo vai esquentar. O Dragão vai soltar labaredas enormes pelas fuças.
Mas é desse caldeirão incandescente que poderá estar nascendo um novo Brasil, com o começo do fim de uma era que tantos males fez para esta nação.
Os brasileiros honestos e decentes deste país não aceitam mais que uma quadrilha de vagabundos da ideologia criminosa vermelho-progressista queira nos dizer o que, quando e o que podemos fazer, enquanto roubam nossa riquezas e jogam nossos mais caros valores no lixo.
A ERA LULLA PODE ESTAR PERTINHO DO FIM.
E pode começar já nesta semana. 

DO GENTE DECENTE

Vovó Petralha, quem diria, vai acabar na Zona Leste

 Salva-PinguaPingução deve estar à beira do desespêro extremo para salvar seu Boiolla's Trainning.
Sabedor do fato de que sua verborragia não convence mais nem os petralhas mais desavisados, que dirá os mais aguerridos defensores do Botox, o Pinguça Geral de Todos os Cachaças da Zona Leste paulistana, resolveu invocar a presença da Véia Petralha para tentar salvar o que resta de seu Bebê de LuLLoméri, o BIANCA que, ao que parece, não vai poder participar do segundo tempo do campeonato paulistano eleitoral, por ter sido expulso pelos eleitores.

A Véia, quem diria, vai acabar na Zona Leste.

O Cachaça, do alto do Monte Alambique em que costumava plantar suas visões divinas sobre o futuro da Patuléia, acreditava que bastava soltar sua voz de Donald gripado para um público que imaginava que lotaria praças e viadutos, "fazendo cama sob jornais, um pouco jogados fora, um pouco sábios demais", para que o Boiolla's Trainning espetasse um foguetaço no forévis e escalasse as alturas das pesquisas eleitorais. O Foguetaço se revelou um traque, um defunto pesado demais para ser carregado pelo enebriado Deus de Garanhuns, que vê minguar, a cada dia, sua nefasta audiência.
Eis que da planície do Planalto Central braziliense, surje a tábua da salvação.
ELLa, a terceira muié do Pau d'água, a 3ª muié mais poderosa do planeta, a dona do PIB 1.5 flex, que descerá em sua inflação galopante das núvens da aprovação popular, para socorrer o Boiolla´s Trainning e tentar tirar do cadafalso do fracasso, o pote até de Pinga.
ELLa, a heroína do KIT GAY, a Papisa do Partido-quadrilha, a mamãezona do emPACado cidadão, vai tentar evitar o naufrágio do Titanic Mensaleiro comandado pelo egrégio Capitão Vada a Bordo Cincoentuno.
No cadafalso do desespêro de se descobrir inútil, o Pinguça Geral de Todas as nações etílicas do Planeta chama para salvá-lo quem está prestes a lhe cortar a cabeça.

DO GENTE DECENTE

O PT na hora do lobo


Por Fernando Gabeira

Estadão.com.br

A Hora do Lobo é um filme de Ingmar Bergman. Os antigos a chamavam assim porque é a hora em que a maioria das pessoas morre... e a maioria nasce. Nessa hora os pesadelos nos invadem, como o fizeram com o personagem Johan Borg, interpretado por Max von Sydow.
Como projeto destinado a mudar a cultura política do País, o PT fracassou no início de 2003. Para mim, que desejava uma trajetória renovadora, o PT sobrevive como um fósforo frio. Entretanto, na realidade, é uma força indiscutível. Detém o poder central, ocupou a máquina do Estado, criou um razoável aparato de propaganda e parece que o dinheiro chove em sua horta com a regularidade das chuvas vespertinas na Floresta Amazônica. Mas o PT está diante de um novo momento que poderia levá-lo a uma crise existencial, como o personagem de Bergman, atormentado pelos pesadelos. Pode também empurrá-lo mais ainda para o pragmatismo que cavou o abismo entre as propostas do passado e a realidade do presente.
O PT sempre usou duas táticas combinadas para enfrentar as denúncias de corrupção. A primeira é enfatizar seu objetivo: uma política social que distribui renda e reduz as grandes desigualdades nacionais. Diante dessa equação que enfatiza os fins e relativiza os meios, alguns quadros chegam a desprezar as críticas, atribuindo-as às obsessões da classe média, etiquetando-as como um comportamento da velha UDN, partido marcado pela oposição a Getúlio Vargas e pela proximidade com o golpe que derrubou João Goulart. A segunda é criar uma versão corrigida para os fatos negativos, certo de que a opinião pública ficará perdida na guerra de versões. Esta tática é a que enfatiza o desprezo da política moderna pelas evidências, como se o confronto fosse uma guerra em que a verdade é vitimada por ambos os lados.
Acontece que essa fuga das evidências encontra seu teste máximo no julgamento do mensalão. O ministro Joaquim Barbosa apresenta as acusações com grande riqueza de detalhes. As teses corrigidas foram sendo atropeladas pelos fatos. Não era dinheiro público? Ficou claro que sim, era dinheiro público circulando no mensalão. Ninguém comprou ninguém, eram apenas empréstimos entre aliados. Teses que se tornam risíveis diante da origem e do volume do dinheiro. O PT salvando o PP de José Janene, Pedro Correa e Pedro Henry da fúria dos credores?
O relatório de Joaquim Barbosa apresenta o mensalão como uma evidência reconhecida pela maioria do Supremo, dos órgãos de comunicação e dos brasileiros. Como ficará a tática do PT diante dessa realidade? Negar a evidência? É um tipo de reação que, mesmo em tempo de prosperidade econômica, não funciona quando os fatos são inequívocos.
Ao longo de minhas viagens observei que o mensalão não havia afetado as eleições municipais. Mas o processo está em curso. Algumas cidades já estão afetadas, como São Paulo e Curitiba. Nesta ocorre algo bastante irônico: o candidato Gustavo Fruet (PDT) é acusado de ter o apoio do PT e por isso perde votos. Fruet foi um dos deputados que investigaram o mensalão na CPI dos Correios.
A reação do PT diante da possível condenação de seus líderes vai ser decisiva. Encontrará forças para reconhecer seu erro, aceitar o julgamento do STF e iniciar um processo de autocrítica? Tudo indica que não. A teoria conspiratória domina suas declarações. O mensalão foi uma invenção da mídia golpista, dizem alguns. Na nota dos partidos aliados, que deviam ser chamados de partidos submissos, acusa-se uma manobra da oposição, como se tudo isso tivesse sido construído por ela, que descansa em berço esplêndido.
Numa entrevista raivosa, um dos réus, Paulo Rocha (PT-PA), alega que as denúncias do mensalão ocorrem porque Lula abriu o mercado brasileiro aos países árabes. A tese conspiratória é tão clássica que os judeus não poderiam ser esquecidos.
O ex-presidente Lula parece viver realmente a hora do lobo. Percorre o Brasil atacando adversários e diz que, tal como venceu o câncer, vai derrotar os candidatos de oposição. Se o ressentimento e o rancor brotam com tanta facilidade dos lábios do líder máximo, o que esperar do exército virtual de combatentes pagos para atirar pedras?
Este é um momento crítico na história do PT. Deve contestar estas evidências com a mesma eloquência com que contestou outras. Mas as de agora são transmitidas ao vivo, foram submetidas ao exame de ministros do Supremo, estão coalhadas de fatos, depoimentos, provas.
Ao contestar as evidências o PT não inventa um caminho. Paulo Maluf foi acusado durante anos de desviar dinheiro para o exterior e sempre negou. A condenação e a eventual prisão de líderes não afastam o PT do poder, mas transformam o encontro nos jardins da casa de Maluf em algo mais que uma simples oportunidade fotográfica. O PT não só verteu milhões para os caixas do partido Maluf, como aceitará a tática malufista de negar as evidências, mesmo quando são esmagadoras.
Em defesa de Maluf pode-se dizer que ele nunca prometeu a renovação ética da política brasileira. Usa apenas um mesmo e fiel assessor de imprensa para rebater críticas nos espaços de cartas de leitores. Descendente de árabes, Maluf jamais, ao que me consta, culpou uma conspiração sionista por sua desgraça. Sempre foi o Maluf apenas, sem maiores mistificações.
Montado numa máquina publicitária, apoiado por uma miríade de intelectuais, orientado por competentes marqueteiros, o PT viverá em escala partidária a aventura individual de Maluf: negar as evidências. Até o momento nada indica que assumirá a realidade. Seu caminho deve ser negar, negar, como o marido infiel nas peças de Nelson Rodrigues - por sinal, o inventor da expressão "óbvio ululante".
O mensalão não é um cadáver no armário, invenção de opositores ou da imprensa.
Nasceu, cresceu e implodiu nas entranhas do governo.
É difícil sentar-se em cima dos fatos.
Ele são como uma baioneta: espetam. *

JORNALISTA
28 de setembro de 2012 
DO R.DEMOCRATICA

Alckmin entra na campanha de Serra como salvador da pátria. E é.

Se já estava no telefone pedindo votos, Alckmin avisou que agora vai colar em Serra e entrar nos palanques, carreatas, missas, velórios e naqueles tradicionais cafezinhos tomados com pastel, para provar que tucano também é gente. O Gonzales, marqueteiro eterno do PSDB, tem uma tese de que comer de boca aberta humaniza o candidato. Com rejeição altíssima, Serra precisa mais do que nunca aparecer com Alckmin e esconder Kassab. Ao que parece, Alckmin também entendeu que está em jogo mais do que a prefeitura paulistana. É a sua reeleição que está ameaçada.
DO CELLEAKS

Joaquim Barbosa ganha campanha na internet.


O ministro do STF, Joaquim Barbosa, é defendido e apoiado no vídeo acima. O que os autores desconhecidos querem é um "gostei". Faça mais. Mande o link adiante. O Joaquinzão merece.
DO CELEAKS

A república de São Bernardo

Lewandowski e o PT
O prefeito Luiz Marinho, o ministro Ricardo Lewandowski, o empresário Laerte Demarchi e o ex-presidente Lula fazem parte do mesmo círculo de amigos – e voltaram a ser muito próximos
Em janeiro do ano passado, o município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, ganhou um morador ilustre: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele ocupa a cobertura de um edifício residencial na Avenida Prestes Maia, no bairro Santa Teresinha, próximo ao centro da cidade em que se projetou, nos anos 1980, como líder do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. De lá para cá, a visibilidade do município – e sua prosperidade – só tem crescido.

É de São Bernardo o prefeito Luiz Marinho, escolhido por Lula para ser o articulador político de seu grupo dentro do PT. No dia 5 deste mês, Marinho recebeu a visita de Dilma Rousseff na inauguração de uma unidade de saúde – ele foi o único prefeito petista candidato à reeleição que teve a oportunidade de posar para uma foto com a presidente.
Marinho é amigo do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que nasceu no Rio de Janeiro e foi criado em São Bernardo.

Lewandowski foi o revisor do processo do mensalão e participa do julgamento que mobilizará o país a partir do dia 2 de agosto.
Os três – Marinho, Lewandowski e o próprio Lula – são frequentadores do restaurante São Judas Tadeu e amigos do dono, Laerte Demarchi, um são-bernardense da gema. Laerte se orgulha de ter assistido, no estabelecimento famoso pelo frango com polenta, ao nascimento do partido político que há dez anos governa o Brasil.
Marinho, Lewandowski, Demarchi e Lula pertencem a um mesmo círculo de amigos – e o relacionamento dos quatro vem se estreitando nos últimos tempos.

O prefeito Marinho é um homem afeito a celebrações públicas. Nos últimos dois anos, organizou três homenagens a Lewandowski, cuja família fez história em São Bernardo.
Lewandowski esteve presente a todas.
A mais recente foi no dia 28 de março, na Faculdade de Direito de São Bernardo, controlada pelo município.
Lewandowski, com Marinho a seu lado, deu uma aula magna a um auditório lotado e foi saudado como o mais ilustre ex-aluno e ex-professor da faculdade.

Um mês antes, Marinho inaugurara uma escola de educação infantil com o nome da mãe do ministro, Karolina Zofia Lewandowska, morta em 2010.
Em 2011, Marinho já homenageara Lewandowski por ele ter sido o primeiro presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) do município.
Lewandowski ingressou na vida pública pelas mãos dos Demarchis. Quando Walter Demarchi, irmão de Laerte, era vice-prefeito de São Bernardo, entre 1983 e 1988, ele convidou o então advogado a ocupar a Secretaria de Assuntos Jurídicos.

O então prefeito, Aron Galante, mal conhecia Lewandowski. Ele recorda: “Foi a família Demarchi que indicou o secretário jurídico. Disseram: ‘Nós temos o Lewandowski’. Eu respondi: ‘Traz ele aqui’. Nem o conhecia direito”.
As famílias Lewandowski, de origem suíça, e Demarchi, sobrenome italiano, se conheceram em São Bernardo no final do século passado e se estabeleceram no mesmo pedaço de terra que hoje abriga o bairro Demarchi.
Os Lewandowskis tinham um sítio onde fica hoje o condomínio de alto padrão Swiss Park, ao lado do restaurante e onde os Lewandowskis mantêm uma casa.
A família Demarchi se orgulha de ter sugerido o nome de Lewandowski quando surgiu uma vaga no Supremo.
“O único favor que pedimos ao Lula, que foi meu irmão Laerte quem pediu, foi para que ele colocasse o Ricardo como ministro, porque não sei que ministro ia se aposentar (era Carlos Velloso).

O Lula falou: ‘Tudo bem’”, afirmou Walter Demarchi a ÉPOCA.
E Lewandowski se tornou ministro em 2006.
Quis o destino que ele fosse o revisor do processo do mensalão, o maior escândalo político do governo Lula.
ÉPOCA passou quase um mês visitando a cidade e conversando com interlocutores do presidente, do prefeito e de seus amigos.
Todos reverberam a “preocupação do Lula e do Marinho com o uso político” do julgamento – e relatam a pressão, de forma direta ou indireta, sobre Lewandowski. Laerte Demarchi diz que a família do ministro anda preocupada com a pressão sobre “Ricardo”.

Ele relatou uma conversa que teve com Anita Lewandowski no dia 30 de junho, quatro dias depois de o ministro ter apresentado seu voto revisor do mensalão após uma reprimenda pública do presidente do Supremo, Carlos Ayres Brito.
Anita desabafou: “Vocês viram o que estão fazendo com o Ricardo?”.
Laerte respondeu: “Mas não é isso o que ele queria, ser ministro do Supremo? Agora, aguenta. Por que ele está preocupado? Se não tem nada (para condenar os réus), então não tem nada. Não vai ter problema”.
A conversa foi relatada por Laerte a ÉPOCA numa mesa do restaurante. Ele torce pela absolvição do ex-deputado José Dirceu, um dos réus no processo: “Podem falar o que quiserem, mas eu realmente acredito nesse homem”.
Sobre o julgamento, Walter Demarchi afirmou: “Lewandowski não passará um réu no moedor de carne sem ter certeza de sua culpa”.

ÉPOCA perguntou aos irmãos Laerte e Walter se haviam conversado com o amigo Lewandowski sobre o assunto. Os dois disseram que não.
Apesar de as famílias se frequentarem e os Lula da Silva também serem próximos de Lewandowski e de sua irmã.
Lula e Laerte Demarchi também passaram juntos parte das férias de julho numa chácara.
Prosperidade
O município de São Bernardo, que ostenta em sua bandeira a figura de um bandeirante e de um indígena, vive um bom momento não apenas pelo protagonismo de seus filhos e moradores ilustres na vida pública brasileira.
Há também prosperidade na área das verbas públicas. No primeiro semestre deste ano, São Bernardo ganhou R$ 79,3 milhões em transferências da União, R$ 20 milhões a mais que Guarulhos, cidade também administrada pelo PT, porém com quase 500 mil habitantes a mais que o município comandado por Marinho.

Além de dinheiro, Marinho tem poder.
Ele foi encarregado por Lula de cuidar das costuras políticas com os diretórios do PT e aliados.
Foi ele quem ajudou a convencer Lula a posar para a já famosa foto ao lado do deputado federal Paulo Maluf em São Paulo.
Marinho também negociou a aproximação do PT com Gilberto Kassab (PSD), seu parceiro em São Bernardo.
Segundo um dirigente do PSD ouvido por ÉPOCA, Marinho “aproximou” Kassab a Lewandowski no momento em que o STF analisava o pedido do partido de Kassab para ter direito ao tempo gratuito de TV nas eleições neste ano – a causa foi vitoriosa.
Transformar Marinho num líder nacional do PT é hoje uma obsessão de Lula.
Foi ele quem pediu a Dilma que ela participasse da inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 5 deste mês.
O evento conferiu o prestígio que faltava a Marinho, hoje identificado dentro do partido como “o homem que conversa com o Lula”.

À medida que ele, ex-sindicalista como Lula, se fortalece como administrador e articulador, o ex-presidente ganha um ator fiel a seu projeto de não perder o controle do PT para o grupo rival – aquele que começa a se formar em torno de Dilma e tem como estrelas os ministros mais próximos da presidente, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Aloizio Mercadante (Educação).
Marinho também é uma opção de Lula para a disputa do governo de São Paulo em 2014.

A aliança entre Lula e Marinho causa desconforto em petistas paulistanos, que não aceitam a intromissão de Marinho no comando da candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo.
Segundo eles, Lula quer impor um líder assim como impôs Haddad candidato.
A confiança de Marinho na própria reeleição é tamanha, e seus projetos tão mais amplos, que ele diz: “Abro mão da presença dele, Lula (na minha campanha), para que ele possa ir a Santo André, Mauá e São Paulo”.

Se o projeto de Lula e Marinho der certo – e se o voto de Lewandowski acompanhar os vaticínios dos irmãos Demarchi –, a vitória poderá ser creditada à “República de São Bernardo”. 
DO R.DEMOCRATICA

À mentira contada por Haddad, eu oponho a verdade. E com provas! Lula dizia que bolsas eram “esmolas” e deixavam o pobre vagabundo, sem vontade de “plantar macaxeira”

Fernando Haddad, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, tentou demonstrar ontem seu lado, vamos dizer assim, viril. No absurdo ato em que alunos beneficiados por um programa federal foram reunidos numa universidade privada, beneficiária desse programa (ver post), o homem resolveu falar. Com que energia! Transcrevo abaixo um trecho de reportagem do Estadão Online. Volto em seguida para dar uma aulinha rápida ao professor Haddad.
(…)
O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do “bolsa-esmola” e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. “Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário”, afirmou. Ao chamar a oposição de “xarope” por “torcer para que as coisas deem erradas”, o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). “Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana.”
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
Voltei
Por que Haddad atacou Aécio Neves num ato em favor de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo? Não tenho a menor ideia! Pelo que entendi, para ser presidente, é preciso ler um livro por semana. Numa entrevista célebre, Lula confessou que, se livro fosse veneno, desse mal ele não morreria. Dormiu, confessou, com um romance de Chico Buarque nas mãos. Tá… Nesse caso, não foi culpa dele. É melhor do que Stilnox. Adiante.
Haddad conta uma mentira quando diz que a oposição chamou o Bolsa Família de “bolsa esmola”. Até porque os programas de bolsas foram criados por FHC. Quem chamava os programas de bolsa de “esmola” era Lula. O candidato do PT não pode provar o que diz. Eu posso. Vejam o vídeo. Lula se refere ao Bolsa Família em dois momentos: em 2009 e em 2000.
Lula achava que programas de bolsa deixavam os beneficiários vagabundos porque não iriam querer “plantar macaxeira”. Haddad não pode provar o que diz, eu posso, como evidencia este discurso que o Apedeuta fez em 9 de abril de 2003, em companhia de Ciro Gomes, no agreste nordestino. Leiam (em vermelho).
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Como o Fome Zero deu com os burros n’água, o Babalorixá de Banânica editou, no dia 20 de outubro de 2003, uma medida provisória e surrupiou todos os programas de FHC e os juntou no Bolsa Família. Haddad não pode provar o que diz. Eu posso. Segue o texto da lei.
(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás,instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.
Encerro
Eu desminto Haddad. Mas ele não tem como negar o que escrevo. Se tem, quero ver.
 
Texto publicado originalmente às 5h25
Por Reinaldo Azevedo

Eis por que o Brasil de Lula tem de acabar para que nasça o Brasil dos brasileiros

Vamos lá! Eu não sei se Fernando Haddad, candidato de Lula (não exatamente do PT) à Prefeitura de São Paulo, vai ou não para o segundo turno. Espero que não! E a razão é simples. O Brasil de Lula tem de acabar se o Brasil dos brasileiros quer nascer. E isso não é só retórica. Ontem, o ex-presidente comandou um ato em defesa do postulante petista com alunos beneficiados pelo ProUni. O palco do encontro foi a UniNove, instituição de ensino que está entre as mais contempladas com bolsas — muito especialmente em cursos que não requerem nada além de saliva e giz. Então vamos ver: beneficiados e beneficiários de um programa federal — financiado pelo estado brasileiro e, portanto, por não petistas também — são mobilizados em apoio ao candidato do partido que está no governo; candidato esse que era o chefe da concessão dessas bolsas.
Isso seria um escândalo em qualquer país democrático do mundo. Tanto Lula como Dilma, quando candidatos, falaram a beneficiários do Bolsa Família, por exemplo. Trata-se de uma espécie de privatização, em favor de um partido, de programas que são financiados pelo estado brasileiro, por dinheiro público. É essencialmente imoral! Ainda que se possa alegar que as pessoas que lá compareceram o fizeram por conta própria, é evidente que a máquina de constrangimento sempre opera nessas horas. Ainda que não operasse, o PT não pode fazer de conta que os recursos que sustentam o programa pertencem ao partido.
Em sua vociferação, Lula, claro!, atacou as oposições, que estariam fazendo jogo rasteiro ao “explorar” o mensalão e se dedicou a seu esporte predileto nos últimos, deixem-me ver, 18 anos: atacar FHC! Leiam isto:
“No nosso governo, as pessoas são julgadas, e as coisas são apuradas. No deles, tripudiam. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer.”
Até outro dia, Lula dizia que o mensalão nunca tinha existido, que se tratava de uma invenção da oposição e que ele, ora vejam!, iria querer apurar o que aconteceu para contar a verdade ao povo. Huuummm… De que erro estaria falando agora?
Mas já que falou em “filho”, noto que as instâncias de investigação da República foram generosas com ele. Nunca se procurou investigar, por exemplo, em que circunstâncias a então Telemar, hoje OI, investiu, no total, R$ 15 milhões na Gamecorp, a empresa de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha. Tratava-se de uma concessionária de serviço público, de que o BNDES é sócio, enfiando dinheiro num empreendimento do filho do presidente, cuja aventura maior no mundo profissional, até então, tinha sido ser monitor de jardim zoológico. Nesse caso, Lula não só passou a mão na cabeça do “nosso filho” como disse ainda que o rapaz era o Ronaldinho dos negócios. As últimas notícias dão conta de que a empresa está em sérias dificuldades.
Lula está se orgulhando do quê? Tentou, por todos os meios — e tenta ainda — intimidar os ministros do Supremo. Buscou falar a linguagem da chantagem com Gilmar Mendes, por exemplo. Deu-se mal porque não havia o que chantagear. Seus porta-vozes, hoje, se dedicam à cotidiana tentativa de desqualificar o Supremo.
O surto teve início quando um estudante, provavelmente do PSOL, ergueu uma faixa com a inscrição: “Renovação com Mensalão? PT do Lula tem o mensalão, PT do Haddad tem paralização na educação”. O Apedeuta, filho de mãe que nasceu analfabeta (coitada!!!), não reclamou da “paralização” com “z”. Ali estava, à sua moda, uma obra de Haddad. O Bell’Antonio de Lula também discursou. Mas farei um post só pra ele. 
Texto publicado originalmente às 4h55
Por Reinaldo Azevedo