domingo, 23 de setembro de 2012

Inteligência do Exército protege Barbosa

Exclusivo - O Exército escalou seus mais confiáveis e melhores oficiais de inteligência, lotados na Abin, para dar proteção ao ministro Joaquim Barbosa – relator do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal. Ao montar esquema especial para dar segurança a Barbosa – que sempre foi avesso a isto -, empregando seus homens lotados na Agência Brasileira de Inteligência, o EB atropelou o Palácio do Planalto e a cúpula da Polícia Federal ligada aos esquemas petralhas de poder.
Apenas como contraponto: os ministros Ricardo Lewandowski e José Dias Toffoli também contam com proteção intensa. Só que de agentes da Polícia Federal – e não da turma verde-oliva lotada na Abin. A proteção a Barbosa não é só física. Tudo que se fala dele e sobre ele, nos ambientes de poder, também é monitorado. Além disso, todo o sistema telefônico da residência e de seu gabinete no STF foi alterado e passa por uma constante ação de pente fino.
A iniciativa de proteger Barbosa tão intensamente gera uma crise. A Presidenta Dilma Rousseff, como Comandante-em-chefe das Forças Armadas, sequer foi consultada sobre a medida. A blindagem ao Barbosa foi decidida entre alguns integrantes do Alto Comando do Exército e o General José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Aumentará em muito a guerra não-declarada e a insatisfação pessoal mútua entre Dilma e seu ministro Elito.
No fundo, a proteção especial a Barbosa é mais uma operação montada pela chamada “Comunidade de Informações” que sempre tenta agir de forma invisível – embora quase sempre não consiga em uma Brasília cercada de ouvidos eletrônicos em todos os buracos do poder. Em tempos passados, tal comunidade era famosa por vigiar e detonar a esquerda explicitamente. A turma do SNI botava medo. A turma da Abin ligada ao EB – onde a petralhada ainda não conseguiu se infiltrar explicitamente – tenta ser mais “light”.
Agora, pelo menos no reservado discurso da comunidade de informações, a ordem é não contribuir para ampliar um vácuo institucional que se desenha com o resultado do julgamento do Mensalão – que deve atingir em cheio a cúpula petralha, ainda com consequências imprevisíveis de um respingo escatológico no mito Luiz Inácio Lula da Silva (que ainda alimenta o sonho de voltar à Presidência da República).
A tensão entre Dilma e a caserna pode aumentar ainda mais com o Mensalão. Já era enorme por causa da Comissão da Verdade que tomou a decisão fora da lei de perseguir os agentes do Estado acusados de cometer crimes apenas na Era pós-1964. Apoiada por Dilma, a CV quebrou um acordo firmado com os militares, costurado quando Nelson Jobim era ministro da Defesa, de que os crimes de sequestro, terrorismo e assassinato cometidos pelos militantes de esquerda também seriam investigados.
Alguns Generais já se sentem traídos por Dilma. Mas se a traição vai gerar consequências institucionais é um desdobramento imprevisível. A cúpula militar na ativa é publicamente contrária a qualquer virada de mesa. Se os Generais pensam, sinceramente, da mesma forma, na intimidade, são outros quinhentos batalhões. Dilma e seus radicalóides estão provocando a onça com varinha curta.
Além disso, com o próprio Ministério da Defesa, a cúpula militar nunca se sentiu satisfeita por ficar simbolicamente subordinada ao ministro Celso Amorim que tem como assessor-especial José Genoíno – ex-guerrilheiro da luta armada pós-64 e com grandes chances de ser condenado no processo do Mensalão em que o agora protegido Joaquim Barbosa brilha como “grande herói” da República. Na ironia, os militares sõ não têm mais bronca de Genoíno porque alegam que ele entregou, sem qualquer tortura, todos os seus companheiros na Guerrilha do Araguaia...
Indo de uma cachorrice a outra cachorrada, a inteligência militar teme que a petralhada arme ilegalidades para obstruir o julgamento do Mensalão. A mais previsível já se tornou pública e, se acontecer, pode ser a senha para a abertura da portinha do vácuo institucional: que o novo ministro do STF, Teori Zavascki, indicado pelo ex-marido de Dilma Rousseff, tome posse e cometa a imprudência de pedir vistas do processo de mais de 50 mil páginas do Mensalão. Se tal manobra embromatória for adotada, para atrasar o resultado final do julgamento em até seis meses, nem Deus sabe o que poderá acontecer...
A leitura de nossa conjuntura atual é bem simples e roceira. A vaca já está no brejo. Se o Boi vai também... Aí são outros R$ 350 milhões de reais desviados e divididos pelos bandidos no esquema do Mensalão. Na avaliação mais tímida da comunidade de informações – que protege Barbosa e também vigia, cuidadosamente, todos os prováveis condenados na Ação Penal 470 -, o ex-presidente Lula da Silva teria pelo menos 35 milhões de motivos concretos para se preocupar – e muito – com as consequências de ter tantos companheiros e parceiros vendo o sol nascer quadrado...
Enquanto o mito Lula pode se desmantelar entre os segmentos esclarecidos (ou entre os menos ignorantes), o mito de Joaquim Barbosa começa a ser construído e lapidado. Resta aguardar para saber quem será beneficiado com a demolição de um e a edificação de outro. Enquanto isto, os militares ficam iguaizinhos àquele papagaio verde-oliva da piada do português. Nada falam... Mas prestam uma atenção...
E sabem de absolutamente tudo que acontece no Brasil” – como fez questão de ressaltar um quatro estrelas numa certa noite estrelada de um jantar fechadíssimo na caserna, com todo mundo vestindo a pós-moderna farda de civil sem gravata - exceto o coronel da inteligência e das Forças Especiais, trajado feito um Rambo, para garantir a proteção na porta do salão...
O perigo é que aqueles que fingem não saber de nada continuam agindo no submundo do Governo do Crime Organizado... Até quando? Nem Deus deve saber mais... Ou será o Barbosa (um dos Deuses do Supremo e agora um togado blindado pelas fardas da inteligência) sabe?
Se souber, conta que a gente divulga por aqui... Até porque, neste mundo pontocom, nem a identidade do pobre do Batman é mais secreta... O verdadeiro endereço da Batcaverna, talvez...
DO ALERTA TOTAL

LULA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS!

Transcrevo na íntegra o artigo do jornalista José Roberto Guzzo, publicado na revista Veja desta semana que é demolidor. Ao mesmo tempo em que deixa implícito para o desassossêgo dos petistas a existência das fitas gravadas com o depoimento de Marcos Valério, denunciando Lula como o chefe do mensalão, faz um inventário dos desatinos do PT e seus sequazes e sua ridícula sua obsessão para "controlar mídia". Não é à toa que Lula esteja à beira de um ataque de nervos.
Por isso, ao final recomenda ao PT que contenha a sua ansiedade.
O título original do artigo é "Só com censura". Recomendo que leiam. Está mais do que perfeito. O mestre Guzzo não deixa escapar nada. Leiam:
Para o seu próprio sossego pessoal, o ex-presidente Lula, seus fãs mais extremados e os chefes do PT deveriam pôr na cabeça, o mais rápido possível, um fato que está acima de qualquer discussão: só existe um meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na imprensa, e esse meio se chama censura.
Infelizmente para todos eles, essa é uma arma de uso privativo das ditaduras — e nem Lula, nem o PT, nem os “movimentos sociais” que imaginam comandar têm qualquer possibilidade concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje.
Podem, no fundo da alma, namorar a ideia. Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu tempo, portanto, e se estressam à toa quando ficam falando que a mídia brasileira é um lixo a serviço das “elites”; há dez anos não mudam de ideia e não mudam de assunto. Bobagem.
O que querem mesmo é impedir que esta revista, por exemplo, publique reportagens como a matéria de capa de sua última edição, com as declarações de Marcos Valério sobre o envolvimento direto de Lula no mensalão. Ficam quietos porque têm medo de que sejam publicadas as fitas gravadas com tudo aquilo que ele disse, e as coisas piorem ainda mais. Mas o seu único objetivo real é este: eliminar as informações que desejam esconder.
Até agora, o plano mais ambicioso que lhes ocorreu para chegar aonde querem foi propor algo que chamam de “controle social” da mídia: não conseguem explicar bem o que seria isso na prática, mas nem é preciso que expliquem. O problema do PT, nessa história toda, é simples: “controle social” é algo que não existe no mundo dos fatos. 
Na vida como ela é, só têm controle verdadeiro sobre um órgão de imprensa os seus proprietários ou, então, o departamento de censura. Todo o resto é pura tapeação. Mas é isso, exatamente, que o PT propõe. Já foi feita, de 2003 para cá, uma boa meia dúzia de tentativas para armar o tal controle, primeiro com projetos de lei que morreram antes de nascer, depois com “audiências públicas” e outras esquisitices. Não saiu, até agora, um único coelho desse mato.
Falou-se também da “mobilização de setores populares” para pressionar a mídia, mas não se conseguiu mobilizar ninguém. Manifestações de massa, para o PT de hoje, exigem ônibus fretados, lanches grátis, patrocínio de alguma estatal — e, francamente, não é assim que se faz uma revolução. Muito dinheiro do Erário tem sido gasto na compra do apoio de uma parte da imprensa, através de verbas publicitárias e outros tipos de ajuda: o problema, aí, é que o governo não consegue comprar os veículos que têm mais público. Foram criadas, também, brigadas de “blogueiros” que recebem uma espécie de “mensalinho” para falar a favor do governo e contra quem faz críticas a ele; ninguém parece prestar atenção no que dizem.
Inventou-se, ainda, uma “TV Brasil”, emissora que serve para apoiar as autoridades e é sustentada com dinheiro público em estado puro. Em cinco anos de funcionamento, sua audiência continua vizinha do zero; a esta altura, talvez tenha mais funcionários do que telespectadores. A questão, em todos esses casos, é que imprensa a favor não adianta nada — o que interessa a quem manda é não ter imprensa contra. Elogios não salvaram uma única cabeça, entre os doze ministros que a presidente Dilma Rousseff botou na rua até agora, nos casos em que foram denunciados por corrupção no noticiário. Não têm resolvido nada no julgamento do mensalão, também revelado integralmente pelo trabalho da imprensa; o STF vem sendo o flagelo de Deus para os réus, triturados um após o outro com sentenças de condenação.
Ditaduras entendem muito bem como se controla a imprensa. Não desejam aplausos: a única coisa que lhes importa é cortar tudo aquilo que não querem que seja publicado. Não podendo fazer isso, o PT fica na gritaria. Ainda há pouco, o presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, disse que a “mídia conservadora” é instrumento de uma “elite suja e reacionária”, e fez uma ameaça: “Não mexam com o PT”. E se mexerem — ele vai fazer o quê? As coisas que o deputado diz não chegam a obter a nota mínima necessária para ser levadas a sério: não há exemplo na história de situações em que a imprensa tenha mudado de linha por causa de discurseira desse tipo, ameaças vazias ou “pressões da sociedade”. Veículos independentes não têm medo de insultos, “setores populares” ou líderes políticos com popularidade de 80%; o que lhes quebra a espinha é a força armada, e só ela. É melhor, então, o PT segurar a ansiedade. Transcrito a partir do blog do Reinaldo Azevedo onde há mais coisa análogas para serem lidas
DO ALUIZIO AMORIM

RUSSOMANNO arma BARRACO em Entrevista na TV


Por ser do Partido do Edir Macedo e financiado por ele, as Pixações nas redes sociais são muitas, vejam:

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DO #PROTESTABRASIL

Se tivessem feito desde o começo, hoje seria a missa de 30º dia.

Uma das máximas de qualquer "guerra" diz:
ATAQUE O INIMIGO NOS SEUS PONTOS FRACOS.
O ponto fraco da quadrilha é o MENSALÃO DO LULLA e de seus 40 (-3) LADRÕES.
Deveria ser esta a estratégia dos partidos de oposição desde o primeiro dia de campanha.
Comeram môsca.
Se tivessem agido desta forma, estaríamos hoje, presentes na missa de 30º dia do enterro do Partido-Quadrilha.
Uso do mensalão como arma eleitoral se espalha por campanhas nas capitais
Série de condenações no Supremo Tribunal Federal atropela expectativa petista de deixar o tema em segundo plano nas disputas locais

logo-estadaoA série de condenações no Supremo Tribunal Federal atropelou os planos do PT de manter o mensalão distante das eleições municipais. O tema já está presente em pelo menos metade das disputas das capitais e tende a se alastrar com o julgamento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu às vésperas do 1.º turno, em 7 de outubro.
O embate que opõe petistas e aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos partidos de oposição capitaneados pelo PSDB já apareceu, na TV ou em discursos públicos de campanha, em 13 capitais, segundo levantamento realizado pelo Estado. O mensalão só é ignorado em cidades nas quais o partido de Lula não tem candidato ou o nome do PT não se mostra competitivo.
A participação de Lula em comícios de aliados também faz o tema emergir. Apesar de o ex-presidente não ter tocado no assunto nos palanques pelos quais passou até agora, seus adversários aproveitam a visita do petista para utilizar o julgamento do Supremo como arma política.
Na semana passada, o mensalão apareceu pela primeira vez na campanha de Salvador. Líder nas pesquisas, ACM Neto (DEM), um dos principais nomes da oposição na CPI dos Correios, que investigou os repasses de dinheiro do valerioduto, passou a explorar o escândalo assim que Lula deixou a capital baiana.
Em entrevista a uma rádio, o neto de Antonio Carlos Magalhães disse que "todo mundo sabe" que Nelson Pelegrino é "amigo fraterno" do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, também réu no mensalão, e de Dirceu.
Com a posterior visita de Lula a Manaus para dar apoio à candidata do PC do B, Vanessa Grazziotin, o ex-senador Artur Virgílio (PSDB) afirmou que o ex-presidente deveria estar mais preocupado com o julgamento no Supremo do que com a eleição.
O mesmo aconteceu em Belo Horizonte. Após comício no fim de agosto em defesa da candidatura de Patrus Ananias (PT), o senador Aécio Neves (PSDB), que apoia a reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB), aproveitou para usar o julgamento no Supremo tão logo o ex-presidente passou por lá. "O PT se apropria de empresas públicas, como está comprovado pelo STF", disse.
Mas é na capital paulista onde os ataques ao candidato do PT, Fernando Haddad, têm sido mais intensos. As críticas da campanha do tucano José Serra começaram de maneira indireta, chamando de "bilhete mensaleiro" a proposta do petista de criar o Bilhete Único Mensal, até culminar em um depoimento do próprio Serra na TV, no Dia da Independência, no qual o tucano afirma que o STF estava "mandando para a cadeia um jeito nefasto de fazer política".
A equipe de Serra escalou também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para abordar o tema em uma propaganda em apoio ao candidato. Na mais recente peça de propaganda, Serra sugere que a eleição de Haddad traria de volta à vida pública Delúbio e Dirceu. Os petistas tentaram em vão obter um direito de resposta sob o argumento de que a propaganda era "degradante".
A preocupação do PT e de Lula com a perda de controle sobre o tema mobilizou o PT, que ao lado de outros partidos da base aliada, decidiu divulgar uma nota na qual compara o uso do mensalão nas campanhas eleitorais a uma tentativa de "golpe".
A nota oficial foi articulada pelo próprio ex-presidente, receoso não só com as consequências eleitorais da investida dos partidos de oposição mas também com a preservação de seu legado.
Duda Mendonça. O assunto também está na ordem do dia em Fortaleza, Vitória e Goiânia. Na capital do Ceará, o candidato do PT, Elmano de Freitas, que está tecnicamente empatado em primeiro lugar com outros dois adversários, virou alvo por ter contratado como marqueteiro de sua campanha um dos réus do mensalão: o publicitário Duda Mendonça, acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Em Vitória, a ex-ministra Iriny Lopes (PT) trocou farpas em programas de rádio com o candidato do PSDB, Luiz Paulo. A propaganda do tucano fez um alerta para que o eleitor não votasse "em candidata do partido que está envolvido até o pescoço com mensalão". A petista se defendeu dizendo que quem discute o mensalão é o Supremo.
Já em Goiânia, imagens de Dirceu e Delúbio foram usadas pela campanha do candidato Jovair Arantes (PTB) para relacionar o adversário e candidato à reeleição Paulo Garcia (PT) aos réus do julgamento. Em João Pessoa, Recife e Porto Alegre o mensalão foi usado em debates pelos candidatos. Campanhas de Cuiabá, São Luís e Curitiba também exploraram o assunto.
DO GENTE DECENTE

Estadão - Editorial

Na base do desespero

logo-estadaoLula sente-se ameaçado. De fato, está. Seu governo corre o risco de receber diploma de improbidade com o julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). E seu partido pode levar uma surra histórica nas urnas de 7 de outubro - como mostra o último Datafolha. São as razões do desespero que levou o ex-presidente a pedir socorro a alguns dos partidos da base do governo, constrangendo-os a subscrever uma nota dirigida "à sociedade brasileira" na qual se tenta colocar o chefão do PT a salvo das suspeitas a respeito de seu verdadeiro papel no escândalo do mensalão.
Como não pegaria bem atacar diretamente o STF injusto ou o eleitorado ingrato, a nota volta-se contra os partidos da oposição, que tiveram a ousadia de sugerir ampla investigação sobre quem esteve de fato por detrás da trama criminosa do mensalão, conforme informações atribuídas ao publicitário Marcos Valério pela revista Veja.
A propósito dessa suspeita natural que a oposição não teve interesse ou coragem de levantar em 2004, o comportamento do ex-presidente no episódio merece, de fato, algum "refresco de memória". Quando o escândalo estourou, Lula declarou que se sentia traído e que o PT devia pedir desculpas ao País; depois, em entrevista à televisão em Paris, garantiu, cinicamente, que seu partido havia feito apenas o que todos fazem - caixa 2; finalmente, já ungido pelas urnas, em 2006, lançou a tese que até hoje sustenta: tudo não passou de uma "farsa" urdida pelas "elites" para "barrar e reverter o processo de mudanças" por ele iniciado, como afirma a nota.
Por ordem do chefão essa manifestação de desagravo a si próprio foi apresentada pelo presidente do PT, o iracundo Rui Falcão, a um grupo selecionado de aliados. Da chamada base de apoio ficaram de fora o PP de Valdemar Costa Neto e o PTB de Roberto Jefferson, ambos sendo julgados pelo STF. O documento leva a assinatura dos presidentes do PT e de cinco outras legendas: PSB, PMDB, PC do B, PDT e PRB. Seus termos obedecem ao mais rigoroso figurino da hipocrisia política. Iniciam por repudiar a nota em que PSDB, DEM e PPS, "forças conservadoras", "tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva". E a classificam como "fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro".
Para PT e aliados, numa velada referência ao processo do mensalão, as oposições "tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados". Nenhuma referência, é claro, ao fato de que, no momento, os interesses que estão sendo contrariados são exatamente os de Lula e do PT. Mas, em matéria de fazer o jogo de espelho, acusando os adversários exatamente daquilo que ele próprio faz, o lulopetismo superou-se em alusão explícita ao julgamento do mensalão: "Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam o STF, estão preocupados em fazer da Ação Penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula".
Nos últimos dias, os sintomas de desespero nas hostes lulopetistas traduziram-se em despautérios de importantes personalidades do partido. O presidente da Câmara dos Deputados acusou o ministro Joaquim Barbosa de ser falacioso ao denunciar a compra de apoio parlamentar pela quadrilha que, segundo a denúncia da Ação Penal 470, era chefiada por José Dirceu. O senador Jorge Viana (PT-AC), ex-governador do Acre, ele próprio investigado pela suspeita de compra de votos, voltou ao tema do "golpe contra o PT". E o deputado federal André Vargas (PT-PR), chefe da equipe nacional de Comunicação do partido, revelou sua peculiar concepção de transparência da vida pública ao condenar a transmissão ao vivo das sessões plenárias do STF como "uma ameaça à democracia". São esses os combatentes da "batalha do tamanho do Brasil" convocada pelo desespero de Lula&Cia. Convocação atendida também pelo cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, em esfuziante entrevista no jornal Valor de sexta-feira.
DO GENTE DECENTE

Veja gravou tudo.

Se alguém tinha alguma dúvida, aqui vai uma péssima notícia para os petralhas: Veja gravou todas as informações obtidas com Marcos Valério. 
DO MARIO FORTES

PP desviou R$ 20,1 milhões do fundo partidário

    Há dez dias, a ministra Cármen Lúcia tomou um susto. Acabara de participar de uma das sessões de julgamento do mensalão, no STF. Ao chegar no seu gabinete na presidência do TSE, deu de cara com um relatório espinhoso. Tratava de um episódio envolvendo o PP, Partido Progressista, uma das legendas que estão na berlinda do Supremo.
    O texto submetido à análise de Cármen Lúcia informava que o Tribunal Superior Eleitoral aprovara sem ressalvas prestações de contas do PP que estavam apinhadas de irregularidades. Auditoria feita posteriormente pela Receita Federal revelara que as fraudes eram grosseiras. Resultaram em desvios de R$ 20,1 milhões. Dinheiro público do fundo partidário.
    Por ordem de Cármen Lúcia, abriu-se no TSE uma comissão de sindicância. “Em face da grave conclusão do relatório”, a ministra quer saber se os técnicos do tribunal que recomendaram a aprovação das contas micadas do PP encobriram as fraudes dolosamente. Deve-se o relato do episódio ao repórter Andrei Meireles. Em notícia veiculada neste final de semana, ele esmiuçou o caso.
    O buraco nas contas do PP foi aberto entre os anos de 2000 e 2005. Nessa época, a legenda era presidida pelo então deputado federal pernambucano Pedro Corrêa (na foto). Por mal dos pecados, é o mesmo personagem que o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, acaba de condenar em seu voto por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
    Na sessão da última quinta (20), também o revisor Ricardo Lewandowski votou pela condenação de Pedro Corrêa por corrupção passiva. Absolveu-o da imputação de ‘lavagem’. Ainda não se pronunciou sobre o crime de ‘quadrilha’. No mensalão, o ex-presidente do PP é acusado de receber R$ 4,1 milhões em verbas sujas do esquema operado por Marcos Valério e Delúbio Soares. Quer dizer: os R$ 20,1 milhões desviados do fundo partidário representam cifra cinco vezes maior.
    Os malfeitos foram farejados pela Receita Federal em 2007. Em auditoria feita por amostragem, o fisco varejou as contas de seis partidos. Fisgou na escrituração do PP documentos falsos e notas fiscais frias. Algumas delas emitidas por empresas fantasmas.
    A coisa era tão grosseira que as notas de 28 empresas distintas apresentavam a caligrafia de uma mesma pessoa. Outras 34 notas emitidas por pseudoforneceres diferentes haviam sido preenchidas numa única máquina. Diante de indícios tão veementes, a Receita abriu, em novembro de 2007, uma representação fiscal contra Pedro Corrêa e dois ex-deputados que cuidaram da tesouraria do PP na época dos desvios: Benedito Domingos e Romel Anízio.
    De resto, o fisco enviou seus achados à Polícia Federal, que requisitou informações ao TSE. Ali, auditores da Justiça Eleitoral puseram-se a reexaminar algo como 58 mil documentos anexados pelo PP às suas prestações de contas.
    Afora a constatação de que o TSE aprovara contas malcheirosas, chegou-se a uma conclusão desalentadora: já não há como saber onde foi parar o grosso da verba desviada pelo PP. Como no caso do mensalão, boa parte da verba foi sacada na boca do caixa por sacadores não identificados.
    Com a autoridade de presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia enviou o relatório da auditoria do tribunal à Polícia Federal, que havia solicitado as informações. Remeteu o relatório também ao Tribunal de Contas da União. Tenta-se agora impor sanções aos responsáveis pelo descalabro.
    Assim como no escândalo do mensalão, bezuntado com verbas desviadas de contratos firmados com entes do Estado, o dinheiro do fundo partidário é público. Sai do bolso do contribuinte e vai à caixa dos partidos para custear despesas correntes -do aluguel de escritórios ao salário dos funcionários. Neste ano de 2012, o fundo vai custar ao Tesouro R$ 324 milhões.
    Os defensores do financiamento público das campanhas eleitorais costumam dizer que só a proibição das doações privadas terá o condão de tornar as eleições brasileiras imunes a fraudes. A julgar pela cegueira do TSE e pelo modo como vem sendo gerido o dinheiro destinado a financiar o funcionamento dos partidos, a tese é mais uma dessas balelas pendentes de comprovação.
    DO JOSIAS DE SOUZA-UOL

    Recife: pesquisa traz PSDB à frente do PT na disputa pela ‘vice-liderança’ do primeiro turno


    Em pesquisa divulgada neste domingo (23) pelo Jornal do Commercio, um dos mais respeitados diários de Pernambuco, o candidato do PSDB à prefeitura de Recife, Daniel Coelho (foto), aparece pela primeira vez à frente do rival do PT, Humberto Costa.
    Daniel amealhou 22% das intenções de voto, contra 16% atribuídos a Humberto. Há dez dias, o resultado era muito parecido. Só que invertido: Humberto tinha 22%. Daniel, somava 15%.
    A dupla trava uma disputa pela vice-liderança na corrida eleitoral da capital pernambucana. Permanece no topo da sondagem, com 38%, Geraldo Julio, do PSB. Novato em urnas, ele é apoiado pelo governador Eduardo Campos.
    A pesquisa foi feita pelo instituto pernambucano Mauricio de Nassau. Ouviram-se 1.079 eleitores na quinta (20) e na sexta-feira (21). A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
    O comitê de Humberto Costa tentou barrar a divulgação dos dados. O pedido foi indeferido pelo juiz João Maurício Guedes Alcoforado. Recorreu-se ao TRE de Pernambuco. De plantão, o desembargador Janduhy Finizola manteve o indeferimento. Considerou que a proibição seria censura prévia.
    Líder nas pesquisas no início da campanha, Humberto Costa foi caindo na proporção direta da subida de Geraldo Julio, o ‘poste’ que o ex-aliado do PT Eduardo Campos eletrificou. Porém…
    Nem o mais pessimista dos petistas trabalhava com a hipótese de Humberto ficar de fora do segundo turno. Súbito, Daniel Coelho, um neotucano egresso do PV tomou o elevador. Subiu lenta e consistentemente.
    O Instituto Mauricio de Nassau perscrutou também os cenários de segundo turno. Verificou que se a eleição fosse hoje, Geraldo Julio prevaleceria contra qualquer adversário. Venceria Humberto por 47% a 19%. Derrotaria Daniel por 43% a 26%.
    Se a sondagem estiver correta, o governador Eduardo Campos sairá das urnas de 2012 com um troféu. Derrotará o PT na capital do Estado de Lula, acomodando na rua que leva à sua não declarada candidatura presidencial uma pedrinha de brilhante.
    Curiosamente, a despeito das más notícias que assediam o PT pernambucano, Lula demora-se a dar as caras em Recife. Afora São Paulo, o ex-soberano já pisou nos palanques do PT em Belo Horizonte, Salvador e até na baiana Feira de Santana.
    Lula também não hesitou em voar até Manaus para trombetear a candidatura de Vanessa Graziottin, uma filiada do PCdoB. E nada de Recife. Má vontade? O PT federal diz que não.
    DO JOSIAS DE SOUSZA-UOL