segunda-feira, 23 de julho de 2012

PAC empacou e a crise vem aí

Ao mais puro e inconsequente estilo "prendo e arrebento", Lula criou na sua desmiolada busca por uma cadeira na ONU, ou um lugar ao sol, desde que fosse à mão direita de Deus Pai Todo Poderoso, o factoidaço do PAC, Plano de Aceleração do Crescimento.
Um engodo, embrulhado no papel dos obrigatórios Programas Orçamentários da União que, sem nenhum respaldo a não ser a conivência do Congresso Nacional que, se não apressa as votações da matéria, não entra em recesso, Lula abençoou Dilma Vana como a Mãe do PAC.
Foi o primeiro grande e retumbante fracasso da primeira-mulher-presidenta da República.
Hoje, por absoluta falta de planejamento e de qualquer conhecimento de causa que não sejam as licitações fraudadas e os descomunais crescimentos de consultores mágicos, como Palocci e Dirceu, bons de negócios que botam a coisa pública na privada, há 5.400 obras paradas; atravancadas por processos de desapropriação que não têm data nem tempo para acabar.
As desapropriações de terras e imóveis engrossaram o volume de ações judiciais contra obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos últimos meses.
Até junho do ano passado, os processos de expropriação batiam nos 42% do total de broncas na Justiça. De lá pra cá, cresceram 20% e já significam quase dois terços das ações envolvendo empreendimentos de infraestrutura - uma das principais apostas da primeira-presidenta Dilma Vana para amenizar os impactos da crise mundial no Brasil. Besteira, já que ela mesma repete Lulalelé da Cuca e garante que "a crise daqui não é a mesma crise deles lá".
No resumo dessa ópera bufa, as 20 mil obras do PAC enfrentam 8.609 processos, sendo 5.405 referentes às desapropriações, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU). Esta estagnada aí ao lado é a decantada obra de transposição do Rio São Francisco.Nunca antes na história desse país se viu uma inércia tão grande como esta inconsequente conversa mole pra boi dormir. DO SANATORIO DA NOTICIA

Enquanto Dilma privatiza, Haddad quer estatizar. Quem acredita nesta conversa mole?

Enquanto Dilma Rousseff está prestes a comandar o maior torra-torra de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e energia da história deste país, enterrando de vez o discurso estelionatário do PT, Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo, quer reestatizar estradas que passam dentro do município, acabando com o pedágio. Veja aqui. Quem acredita nesta lorota eleitoreira? 
DO CELEAKS

O PT na História Brasileira


Nos 31 anos do PT, muito se falou em "defesa de valores democráticos" e "luta pela liberdade".
O que não se apresentaram foram evidências de que esses tenham sido, de fato, os ideais que moveram o partido.
Ao contrário, durante todo esse período o que se viu foi o sucessivo boicote às instuições e a defesa de interesses partidários.
O vídeo acima, com pouco mais de 4 minutos de duração, registra alguns dos inúmeros episódios que revelam o verdadeiro espírito do Partido dos Trabalhadores.
DO R.DEMOCRATICA

DE ONDA A TSUNAMI





É preciso insistir no assunto.
Por que, em pouco mais de dois meses, o país foi tomado por monumental onda de greves, prevendo-se para depois de agosto um tsunami de proporções asiáticas?
Vale, de início, a ressalva: porque os assalariados, públicos ou privados, sentem a cada dia diminuir o valor do que recebem pelo seu trabalho, em proporção aritmética, ao tempo em que suas despesas aumentam em proporção geométrica.
Não se fala, por certo, das minorias incrustadas no aparelho estatal, do tipo ministros, procuradores, parlamentares e penduricalhos.
Sequer vale citar os vigaristas das estruturas privadas, do tipo banqueiros, empreiteiros, empreendedores, bem nascidos e similares.
Estes, como aqueles, constituem a casta de quantos, milenarmente, vivem às custas da maioria.
A indagação vai por conta da gente comum, da massa de funcionários públicos, professores, trabalhadores, operários e até integrantes das profissões ditas liberais que de repente protestam contra o modo de vida a que se encontram reduzidos. Pouco importa se componentes das massas miseráveis subiram de patamar, claro que não tanto quanto a propaganda oficial alardeia, porque na hora das greves são eles a integrar os primeiros contingentes do protesto.
Do que se indaga é das razões de por que, de um dia para outro, despertou a indignação dos oprimidos, alguns, até, sem motivos para indispor-se tão depressa assim diante de injustiças milenares.
É nessa parte da equação que se questiona a forma, não o fundo. Alguma influência exógena terá precipitado a reação natural e justa das camadas oprimidas, acima e além de seus reclamos naturais.
Aqui pode repousar a resposta dessa charada envolta num mistério circundado por um enigma de proporções mais do que definidas: estão querendo despertar forças naturais através de métodos canhestros cujo objetivo é domínio do poder.
Quem?
Aqueles empenhados em desempenhar o papel de defensores dos oprimidos, ainda que pretendendo oprimi-los um pouco mais.
A CUT e o PT e seus serviçais.

Com que objetivo?
De retomar o controle do Estado e de suas instituições, que um dia, durante os oito anos do governo Lula, mantiveram através da contenção dos movimentos sociais, conseguindo sufocá-los.
Descobre-se a chave para a compreensão dessa nova realidade. Querem enquadrar a presidente Dilma, transformá-la no marionete que era quando escolhida pelo primeiro-companheiro para sucede-la, transformando-se numa sombra. Acontece que a presidente, se não libertou-se, ao menos sacudiu a crosta em que pretendiam envolve-la.
Estrilou e discordou do modelo engendrado para torna-la mero interregno entre dois mandatos do Lula.
Como combatê-la?
Ironicamente, com as armas que serviram para derrotar a ditadura.
Estimulando greves que não tiveram lugar nos dois mandatos anteriores.
E que não teriam agora caso a personalidade de Dilma fosse outra.
Na verdade, imaginaram deter o poder integral.
Contrariados, tratam-na como adversária.

Ninguém se iluda, vem mais por aí, atingindo outras categorias do serviço público e, em especial, estendendo-se à área privada.
Metalúrgicos e bancários estão sendo preparados.

DO R.DEMOCRATICA

Falta alguém no banco dos réus do mensalão

Marcos Valério, um dos cérebros do mensalão, voltou a ameaçar Lula, segundo a VEJA desta semana.
Em pânico com a possibilidade de vir a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, que começará a julgar no próximo dia dois os 38 réus do mensalão, Valério se disse disposto a contar que esteve com Lula várias vezes, o que Lula sempre negou.
Foi Paulo Okamoto, uma espécie de diligente tesoureiro informal da família Lula, que de novo dobrou Valério. Naturalmente, Okamoto nega que Valério tenha feito qualquer ameaça a Lula. Ou dito que antes do estouro do escândalo do mensalão estivera com ele na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.
"[Valério] queria me encontrar porque às vezes quer saber das coisas. Em geral, ele quer saber como está a política, preocupado com algumas coisas", justificou Okamoto. Foi claro? Adiante.


Coube também ao advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, outra peça importante da engrenagem do PT, agir para sossegar o espírito atribulado de Valério.
Ponham-se no lugar do ex-publicitário mineiro. Era rico, riquíssimo antes de se meter com o PT de Delúbio Soares, Genoino e José Dirceu. Tinha duas agências de propaganda. E inventara uma forma de lavar dinheiro por meio de bancos para engordar o caixa 2 de políticos às vésperas de eleições. Eduardo Azeredo, do PSDB, foi um deles.
Procurado para fazer pelo PT o que fizera por Azeredo, imaginou ter tirado a sorte grande.O governo Lula estava nos seus meses iniciais. E a turma à frente do partido em busca do tempo perdido.
De repente, todas as portas se abriram para Valério. E ele passou a "fartar os olhos" admirando o dinheiro que entupia as suas burras.
Teria dado certo - não fosse o tresloucado gesto de Roberto Jefferson, presidente do PTB, que por pouco não pôs o governo a pique.
Em um sábado de junho de 2005, depois de tomar uns goles a mais na Granja do Torto, Lula falou em renunciar ao mandato. Ficara sabendo que Valério admitira envolvê-lo no escândalo.
José Dirceu, então chefe da Casa Civil da presidência da República, foi chamado às pressas em São Paulo. Escalado para dar um jeito em Valério, deu sem fazer barulho.
Naquele dia postei em meu blog que Lula falara em renúncia - embora eu não soubesse por que. Nunca recebi tantos desmentidos de porta-vozes e amigos do governo.
Ainda no segundo semestre de 2006, Valério voltou a atacar. Procurou um político de forte prestígio junto a Lula. Queixou-se de estar quebrado. Acumulava dívidas sem poder honrá-las. Seus bens haviam sido bloqueados. Caso não fosse socorrido, daria um tiro na cabeça ou faria com a Justiça um acordo de delação premiada.
O político pediu uma audiência a Lula. Recebido no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, o político reproduziu para Lula o que ouvira de Valério.
Em silêncio, Lula virou-se para uma das janelas do gabinete que lhe permitia observar parte do intenso movimento nas vizinhanças do palácio.
Então perguntou ao visitante: "Você falou sobre isso com Okamoto?" O visitante respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário.
O diligente Okamoto, aquele que pouco antes pagara do próprio bolso cerca de R$ 30 mil devidos por Lula ao PT, apascentou Valério.
Falta alguém em Nuremberg!
Quero dizer: falta alguém na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República sobre a "organização criminosa" que tentou se apossar do aparelho do Estado.
Desviou-se dinheiro público - e não foi pouco. Pagou-se para que deputados votassem como queria o governo. Comprou-se o apoio de partidos.
Nada será capaz de reparar o mal produzido pelos que chegaram ao poder travestidos de legítimos hierarcas da decência - falsos hierarcas como se revelariam mais tarde.
Mas se a Justiça só enxergar inocentes entre eles, isso significará que também foram bem-sucedidos na tarefa de trucidar a esperança.
DO B. DO NOBLAT

PETISTA MARCO MAIA QUER PROIBIR PROTESTOS E DEBATES SOBRE MENSALÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidiu impedir que os deputados façam manifestações no plenário da Casa sobre o mensalão durante o julgamento do caso pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Sob o argumento de que o processo não pode ser "contaminado" pelo debate político, Maia afirmou que não irá permitir faixas, cartazes ou outras formas de manifestação a favor ou contra a condenação dos réus.
"Não vamos permitir que se efetive dentro do Parlamento uma disputa de quem é a favor do julgamento de A, B ou C ou de coisas que instiguem esse debate político."
Como presidente da Câmara, Maia tem o poder de cortar o microfone se os discursos virarem ofensas ou manifestações que ultrapassem o uso da palavra, tais como estender faixas no plenário. Ele sabe, porém, que não pode evitar os discursos.
"É inevitável, vai acontecer, mas o importante é que as lideranças não transformem o debate no plenário em atos ou ações de manifestações e protestos."
Ele também pode baixar uma norma impedindo manifestações nas galerias do plenário. "Coisas dessa natureza [cartazes e faixas] ou que instiguem o debate político não serão permitidas."
Entre os réus do mensalão, dois deputados têm mandato: Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-SP).
Para Maia, porém, congressistas do PT não precisariam receber dinheiro para apoiar o Planalto.
O problema, segundo ele, está restrito ao financiamento ilegal de campanha. "É um debate que continuamos fazendo de como mudar as regras para evitar caixa dois", afirmou, com a ressalva de que não há previsão de que o tema volte à pauta da Casa. Do site da Folha de S. Paulo
DO B. DO ALUIZIO AMORIM

UM PROJETO DE PODER

IGNORÂNCIA, ANALFABETISMO FUNCIONAL E SUBORNO DOS ESCLARECIDOS CANALHAS
                   Por Geraldo Almendra
Desde que o PT foi entronizado no posto mais alto da República a nação foi se acanalhando. A sucessão de escândalos anestesiou as mentes e poucos se indignam com a imoralidade reinante nos Poderes Constituídos. Os sentimentos populares foram amestrados pela propaganda incessante e o mito do pobre operário foi suficiente para que a corrupção sempre havida alcançasse seu paroxismo sem que nenhum protesto fosse ouvido. Não houve nem partidos, nem instituições, nem grupos de pressão que agissem como oposição ao desgoverno populista, perdulário, enganador. (Socióloga Maria Lúcia Victor Barbosa)
Com o fim do Regime Militar em 1985, aos meus 34 anos, pactuei com milhões de cidadãos a esperança de que a competente estrutura econômica e social do país herdada da gestão dos militares, nas mãos de governos civis, poderia fortalecer ainda mais nossas posições entre as maiores potências econômicas do mundo ao longo das décadas seguintes.
Quando analisamos a evolução social e econômica do país durante a Fraude da Abertura Democrática é inevitável uma profunda frustação que sentimos ao entender que os desgovernos civis, contrariamente às nossas expectativas, provocaram e ainda provocam a degeneração política, econômica e social do país.
O Brasil está à beira de um desastre econômico e social e a sociedade embalada pelos discursos dos esclarecidos canalhas cúmplices dos estelionatários da política nada percebe e continua se endividando para sustentar um pífio crescimento econômico e um Estado moralmente falido com mais de cinco meses de trabalho por ano.
Os canalhas do comunismo apesar de derrotados em uma primeira instância pelos militares depositaram durante quase três décadas, após a “abertura democrática” os ovos da serpente da corrupção e do crime organizado no seio das relações públicas e privadas.
Temos que reconhecer a competência desses pulhas do comuno sindicalismo em se infiltrar em todas as instituições do país para plantar as raízes para a construção de um Estado Paraíso de Patifes e um poder público Covil de Bandidos.
As oligarquias e as burguesias que, às escondidas, depois de determinado tempo, começaram a conspirar contra o Regime Militar, mostraram em toda a sua plenitude seu caráter de ultrapassadas, deterioradas e corrompidas durante a Fraude da Abertura Democrática: receberam dos militares um país pronto para tornar-se uma das maiores potências do planeta, mas que acabou sendo transformado em um Paraíso de Patifes sob a gestão de um poder público Covil de Bandidos.
A mentira da abertura democrática pode ser bem sinalizada em um dos trechos de um recente artigo – “Fracassamos” – do historiador Marcos Antônio Villa:
No discurso que fez no dia 15 de janeiro de 1985, logo após a sua eleição pelo colégio eleitoral, Tancredo Neves disse que vinha "para realizar urgentes e corajosas mudanças políticas, sociais e econômicas, indispensáveis ao bem-estar do povo”. Mais do que uma promessa, era um desejo. Tudo não passou de ilusão. Certos estavam Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Escreveram em outra conjuntura, é verdade. Mas, como no Brasil a história está petrificada, eles servem como brilhantes analistas. Para Lobato, o Brasil "permanece naquele eterno mutismo de peixe". E Euclides arremata: "Este país é organicamente inviável. Deu o que podia de dar: escravidão, alguns atos de heroísmo amalucado, uma república hilariante e por fim o que aí está: a bandalheira sistematizada".
O que o Brasil é hoje é o reflexo do verdadeiro projeto de poder dos desgovernos civis que tem sido a massificação da ignorância pelo assistencialismo das massas menos favorecidas associado à promoção de sua despolitização pela compra de seus votos, a promoção do analfabetismo funcional ao permitir que o ensino básico e o ensino universitário do país relegue para um segundo plano sua responsabilidade de formar as competências necessárias para o Brasil tornar-se uma potência econômica e social e, principalmente, o incontrolável suborno dos esclarecidos canalhas públicos e privados, o grande esteio de proteção da continuidade da degeneração moral das relações públicas e privadas durante a Fraude da Abertura Democrática.
Vivemos um paradoxo de nossa história.
Em 1964 a sociedade dos esclarecidos canalhas se mobilizou para pedir às Forças Armadas o enfrentamento da canalha comunista para proteger suas oligarquias e burguesias da ameaça de um regime que poderia quebrar suas estruturas sociais corruptas e moralmente degeneradas, colocando outras em seu lugar do mesmo ou pior quilate.
Com o Regime Militar as oligarquias e burguesias corruptas fingiram-se de “mortas”, se infiltraram nos corredores do poder militar para babar os ovos dos comandantes militares, e começaram a plantar as sementes da queda do regime no momento mais oportuno, covardemente se aproveitando da luta das Forças Armadas contra o terrorismo comunista.
A partir dos desgovernos civis – notadamente os petistas – os esclarecidos canalhas se uniram para não perder o veio do suborno, que através da permissão ou impunidade na prática do ilícito da corrupção promove todos os dias o enriquecimento ou uma boa vida para todos os cúmplices do projeto de poder do PT sob o patrocínio de uma Justiça degenerada em todos os seus escalões.
Atualmente, o mais sórdido político da nossa história, que entrou no seu primeiro mandato presidencial com malas de roupas e um patrimônio de classe C, já é um dos homens mais ricos do Brasil, conforme publicações internacionais. Foi o seu prêmio por ter permitido a transformação do país em um Paraíso de Patifes e o poder público em um Covil de Bandidos.
Mesmo com nossas Forças Armadas desmoralizadas e o Poder Judiciário servil do Regime Fascista que controla o país, podemos iniciar uma mudança a partir das próximas eleições municipais: NÃO PASSAR NOVAMENTE O DIPLOMA DE IDIOTAS, IGNORANTES OU IMBECIS: ninguém mais, com um mínimo de honestidade, esclarecimento, ou bom senso, tem o direito de novamente trair mais seu país ao votar em qualquer candidato do PT, da base aliada do desgoverno petista, ou em uma ficha suja de qualquer partido.
DO R.DEMOCRATICA

Ideli Salvatti, a soldada de Dilma

 A trajetória, as convicções e o poder da ministra que recebe os políticos e tenta administrar seu apetite insaciável
LUIZ MAKLOUF CARVALHO
Revista Época
“O Fi não gostou”, disse a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, numa tarde do mês passado. Ela estava na sala de reuniões, geminada a seu gabinete, no 4º andar do Palácio do Planalto. O assunto era uma foto que se alastrara pela internet: Ideli, então senadora, em dezembro de 2007, parece dar um sufocante beijo na boca do senador José Sarney.
Fi, o que não gostou, é Jeferson Figueiredo, marido de Ideli, subtenente músico do Exército. “Não é que ele não tenha gostado da minha postura. Ele se incomodou, muito, foi com a forma como isso é usado.”
Naquele dezembro de 2007, última sessão do ano, senadores e senadoras trocavam despedidas, com beijos, abraços e tapinhas nas costas.
O repórter fotográfico Lula Marques, do jornal Folha de S.Paulo, viu quando Ideli partiu para Sarney.
Fotografou, de cima, a sequência de salamaleques. Sabia que o ângulo faria parecer um beijo na boca – e caprichou. “Meus Deus amado!”, diz Ideli.
“Aquilo é ângulo de máquina! Tem várias vezes que você pega capa de jornal com a presidente Dilma quase beijando na boca. É ân-gu-lo-de-má-qui-na! Ou você acha que eu ia dar um beijo na boca do Sarney?”
(Foto: Celso Junior/ÉPOCA)
“A ministra tem razão: foi um beijo no rosto”, diz Marques.
Na biografia de Sarney, da jornalista Regina Echeverria, Ideli é citada só uma vez, no capítulo que conta como Sarney, bombardeado por denúncias, escapou de ser levado à Comissão de Ética, em 2009.
Ideli defendeu Sarney – contra integrantes de seu próprio partido. Até hoje ela acha que estava certa: “Não tenho problema nenhum com o que aconteceu na situação do Sarney. Fizemos o enfrentamento, mas perdemos a eleição.
O Sarney ganhou, com votos de boa parte daqueles que depois queriam tirá-lo. Para assumir quem? O Marconi Perillo, o vice-presidente? Aí não conte comigo, porque é questão de governabilidade. Ajudo a colocar e depois vou dar um jeito de tirar? Não conte comigo, porque posso ser tudo, menos louca, nem doida e nem burra”.
(Foto: arq. pessoal (2) e Lula Marques/Folhapress)
No escândalo do mensalão, em 2005, Ideli bateu-se em defesa do governo e dos acusados, como o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.
“Sobre o qual temos certeza de que em nenhum momento possa pairar qualquer tipo de dúvida”, disse, no Senado, quando Dirceu renunciou ao ministério para reassumir o mandato de deputado (posteriormente cassado).
O que ela diz, hoje, sobre o iminente julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF)?
– Na posição em que estou, é melhor não dizer nada. Da mesma forma como a CPI é assunto do Legislativo, o julgamento é assunto do Judiciário. A única coisa que espero, como cidadã, é que seja feito pela prova dos autos.
– E, como cidadã, a senhora acha que houve mensalão – pagamentos para parlamentares votarem com o governo?
– Eu estava no Congresso, acompanhava as votações, inclusive na condição de líder. Não confere, nem coincide, não bate com a realidade.

22/07/2012

Marco Maia proíbe manifestação sobre o mensalão no plenário da Câmara

Por Claudio Humberto
Os deputados estão proibidos de se manifestarem sobre o mensalão no plenário da Câmara durante o julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal, de acordo com decisão do presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).
Segundo Maia, faixas, cartazes e qualquer outra forma de manifestação estão proibidas, para que o processo não seja "contaminado".
Maia, por ser o presidente da Câmara, pode cortar o microfone caso ocorram ofensas ou manifestações que ultrapassem o uso da palavra em discursos dos deputados.
É permitido também que ele baixe norma que impeça manifestações nas galerias do plenário. Informações da Folha de SP.
Roberto Freire critica decisão de Maia
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirmou neste domingo (22) que o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), não pode censurar parlamentares e a sociedade de se expressarem sobre o mensalão no Congresso. Para Freire, Maia precisa respeitar a liberdade democrática e não se opor aos debates do país.
O parlamentar disse que proibições valem apenas quando as regras legais são quebradas."
Ninguém pode ser impedido de se manifestar livremente no Congresso. Espero que ele não queira proibir os parlamentares de expressarem a sua opinião seja ela qual for", disse.

DO R.DEMOCRATICA

Mensalão: sete anos depois, expoentes da oposição caminham juntos com o PT

Estrelas da investigação, que ganharam notoriedade atacando mensaleiros, hoje estão do lado petista: a conveniência política pesou

Gabriel Castro
Sérgio Cabral e Eduardo Paes visitam Lula (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
A crise do mensalão, que abalou e colocou em risco a continuidade do governo Lula em 2005, assumiu proporções tão grandes que o Palácio do Planalto não foi capaz de manter as rédeas sobre a investigação feita no Congresso em três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Foi nessa época, especialmente sob os holofotes da CPI dos Correios, que um grupo de parlamentares de oposição ganhou projeção nacional pelo rigor e pela artilharia contra a gestão petista. Sete anos depois, às vésperas do início do julgamento do maior esquema de corrupção já montado por um governo, alguns deles estão de mãos dadas com o PT em busca de votos.
Um dos melhores exemplos é o ex-tucano Eduardo Paes (PMDB), que resolveu pegar carona na popularidade de Lula para se eleger prefeito do Rio de Janeiro. Na época, Paes integrava a linha de frente da oposição nas investigações da CPI dos Correios. Chegou a sugerir a volta dos caras-pintadas às ruas, a exemplo das manifestações pelo impeachment de Fernando Collor de Melo.
"Está na hora de os caras-pintadas da UNE (União Nacional dos Estudantes), que recebem recursos vultosos, deixarem de fazer passeatas vagas, como se o atual governo não tivesse relação com a corrupção", afirmou o então deputado de oposição Eduardo Paes, no ápice da crise de 2005.
Passado o escândalo e garantidos os dividendos políticos da sua exposição, o ex-tucano preferiu tomar outro rumo: aliou-se ao próprio Lula, em 2008, com o objetivo de disputar a prefeitura do Rio. No caminho de conversão ao lulismo, filiou-se ao PMDB pelas mãos do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Conveniência - A CPI também projetou no cenário político outro deputado tucano: o paranaense Gustavo Fruet, sub-relator da comissão. A ascensão foi tamanha que Fruet chegou a ser candidato à presidência da Câmara respaldado pelo chamado "grupo dos éticos" da Casa. Derrotado, ganhou respeito no seu partido e ocupou o cargo de líder da minoria no Congresso até o final de 2010, quando tentou um voo mais alto: o Senado Federal. Ficou em terceiro lugar, mas saiu das urnas com mais de 2,5 milhões de votos - 200 000 votos a menos que Roberto Requião (PMDB).
Sem mandato, Fruet encolheu no PSDB e não conseguiu maioria interna para encabeçar uma chapa à prefeitura de Curitiba. Decidiu, então, mudar de campo político, aderiu ao PDT e não resistiu à tentação de disputar as eleições com o PT a tiracolo.
Em maio, o ex-tucano viajou de Curitiba para São Paulo para receber pessoalmente a benção de Lula. Na saída do encontro, repetiu o discurso de Eduardo Paes: “Na ocasião, assumi a postura que o momento exigia. Fui contundente na investigação, mas nunca entrei em desqualificação pessoal do presidente”.
A mudança de lado é usada diariamente pelos adversários de Fruet para tentar desqualificar sua candidatura. "Cada um é guardião da sua história. Exerci com total lealdade e dedicação o trabalho que fiz lá. Muito do que está sendo utilizado hoje no processo teve por base o trabalho da CPI", diz ele. "A gente tem de ter capacidade de preservar as posições", defende-se.
Fruet afirma que sua aliança com o PT foi costurada com figuras que não tiveram relação com o mensalão, como o casal de ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações).
Relator - Apontado em 2005 como um peemedebista "independente", o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) recebeu uma das tarefas mais árduas no turbilhão do mensalão: a relatoria da CPI dos Correios, cujo manancial de documentos e revelações poderia fazer com que o mandato do ex-presidente Lula terminasse mais cedo.
Na época, parte do PMDB ainda não havia aderido ao governo petista. Hoje, Serraglio se vê confortável na base de apoio à presidente Dilma Rousseff - a quem ele vê como mais rigorosa do que Lula no combate à corrupção. O peemedebista trata com naturalidade a guinada de parlamentares que, após atacar enfaticamente o PT durante o mensalão, agora são entusiastas do petismo: "Não sei se é oportunismo. Eles se tornaram peças importantes polticamente, porque foram valorizados pela própria CPI, e a população identificou a luta deles contra a corrupção", analisa.
A mudança de postura dos antigos algozes do PT faz parte de um processo mais amplo: o do esvaziamento da oposição no Brasil. Em 2005, o governo podia contar com pouco mais da metade do Congresso Nacional. Hoje, a oposição controla apenas 17% da Câmara e 19% do Senado, menos de um terço do Congresso, número insuficiente, por exemplo, para abrir uma CPI.