quinta-feira, 21 de junho de 2012

Farsa histórica

             Por Merval Pereira 
A foto que incomodou Luiza Erundina e chocou o país, do ex-presidente Lula ao lado de Paulo Maluf para fechar um acordo político de apoio ao candidato petista à Prefeitura paulistana (o nome dele pouco importa a essa altura) é simbólica de um momento muito especial da infalibilidade política de Lula.
Sua obsessão pela vitória em São Paulo é tamanha que ele não está mais evitando riscos de contaminação como o que está assumindo com o malufismo, certo de que tudo pode para manter ou ampliar o seu poder político.
O choque causado por esse movimento radical pouco importará se a vitória vier em outubro. Mas se sobrevier uma derrota, a foto nos jardins da mansão daquele que não pode sair do país por que está na lista dos mais procurados pela Interpol será a marca da decadência política de Lula, que estará então encerrando um largo ciclo político em que foi considerado insuperável na estratégia eleitoral.
Até o momento, as alianças políticas com Maluf eram feitas por baixo dos panos, de maneira envergonhada, como a negociação em que o PSDB paulista fechava um acordo com o PP em busca de seu 1m30s de tempo de propaganda eleitoral.
A própria Erundina disse, candidamente, que o que a incomodara foi o excesso de exposição do acordo partidário.
Maluf, do seu ponto de vista, agiu com a esperteza que sempre o caracterizou, mas com requintes de crueldade.
Ao exigir que Lula fosse à sua casa para selar o acordo, e chamar a imprensa para registrar o momento glorioso para ele e infame para grande parte dos petistas, ele estava se aproveitando da fragilidade momentânea do PT, que tem um candidato desconhecido que precisa ser exposto ao eleitorado para tentar se eleger.
Lula, como se esse fosse o último reduto eleitoral que lhe falta controlar, está fazendo qualquer negócio para viabilizar a candidatura que inventou.
Já se entregara ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, provocando um racha no PT talvez tão grande quanto o de agora, e acabou levando uma rasteira que já prenunciava que talvez o rei estivesse nu.
Agora, quem lhe deu a rasteira foi uma dupla irreconciliável, que Lula tentou colocar no mesmo saco sem nem ao menos ter se dado ao trabalho de conversar antes: Luiza Erundina, que um dia foi afastada do PT por ter aceitado um ministério no governo de coalizão nacional de Itamar Franco, agora se afasta do PT malufista.
E Maluf, que vinha minguando como força política, viu a possibilidade de recuperar a importância estratégica em São Paulo no pouco mais de um minuto de televisão que o PP detém por força de lei.
A sucessão de erros políticos que Lula parece vir cometendo nos últimos meses – a escolha de Haddad, o encontro com Gilmar Mendes, a CPI do Cachoeira, o acordo com Maluf – só será superada se acontecer o que hoje parece improvável, uma vitória de Fernando Haddad.
No resto do país, o PT está submetendo os aliados a seus interesses paulistas, fazendo acordos diversos para garantir em São Paulo uma aliança viável.
A foto de Lula confraternizando com Maluf tem mais um aspecto terrível para a biografia do ex-presidente: ela explicita uma maneira de fazer política que não tem barreiras morais e contagiou toda a política partidária, deteriorando o que já era podre.
As alianças políticas entre Lula, José Sarney, Fernando Collor e Maluf colocam no mesmo barco políticos que já estiveram em posições antagônicas fazendo a História do Brasil, e hoje fazem uma farsa histórica.
Em 1989, José Sarney era presidente da República depois de ter enfrentado Paulo Maluf no PDS. Ante uma previsível vitória do grupo de Maluf derrotando o de Mario Andreazza, Sarney rompeu com partido que presidia, ajudou a fundar a Frente Liberal (PFL) e foi vice de chapa de Tancredo.
Na campanha presidencial da sucessão de Sarney, Lula disse o seguinte dos hoje aliados Sarney e Maluf: "A Nova República é pior do que a velha, porque antigamente era o militar que vinha na TV e falava, e hoje o militar não precisa mais falar porque o Sarney fala pelos militares e os militares falam pelo Sarney. Nós sabemos que antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão (sic), mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz".
Na mesma campanha, Collor não deixou por menos: chamou o então presidente Sarney de "corrupto, incompetente e safado".
Durante a campanha das Diretas Já Lula se referiu assim a Maluf: "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente".
Maluf e Collor tinham a mesma opinião sobre o PT até recentemente. Em 2005, quando Maluf foi preso e Lula festejou, e recebeu a seguinte resposta: “(..) se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT".
Já em 2006, em plena campanha presidencial marcada pelo mensalão, Collor disse que foi vítima de um "golpe parlamentar", do qual teriam participado José Genoino e José Dirceu,"enterrados até o pescoço no maior assalto aos cofres públicos já praticado nessa nação".
E garantiu: "Quadrilha quem montou foi ele (Lula)", citando ainda Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Paulo Okamotto, Duda Mendonça, Jorge Mattoso e Fábio Luiz Lula da Silva, o filho do presidente.
São muitas histórias e muita História para serem esquecidas simplesmente por que Lula assim decidiu.
DO R.DEMOCRATICA

O passado aloprado assombra o PT


A coincidência não deve agradar a Lula, mas dificilmente será possível dizer que se trata de mais um golpe dos reacionários contra o governo popular do PT. Aliás, o noticiário criminal envolvendo o PT indica que o partido há muito vem se metendo em enrascadas.
Às vésperas do julgamento do mensalão, desta vez a Justiça reavivou o escândalo dos aloprados, que na eleição de 2006 tentaram comprar um dossiê que supostamente continha denúncias contra o candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, o mesmo que hoje Lula tenta derrotar com o auxílio de Paulo Maluf, na disputa para a prefeitura de São Paulo.
Naquela ocasião, Serra venceu o candidato petista Aloizio Mercadante no primeiro turno. Um dia depois do escândalo provocado pela exibição despudorada de intimidade entre o ex-presidente e Maluf, um dos brasileiros relacionados na lista de alerta vermelho da Interpol dos criminosos mais procurados do mundo, a Justiça de Mato Grosso aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra nove dos envolvidos.
Dois deles, Jorge Lorenzetti, petista de Santa Catarina que era também churrasqueiro extraoficial da Granja do Torto no primeiro governo Lula, e o advogado Gedimar Pereira Passos, que supervisionava a segurança do comitê da campanha de reeleição, eram ligados diretamente ao ex-presidente, que, no entanto, como sói acontecer, declarou desconhecer o assunto e ainda fez-se de indignado, classificando os membros do grupo de “aloprados”.
Preso na Polícia Federal, Gedimar incluiu no grupo um segurança particular da primeira-dama Letícia Maria de nome Freud (que não se perca pelo nome) Godoy, que o teria chamado para avaliar se o tal dossiê continha mesmo fatos que comprometiam Serra.
Freud acabou desaparecendo do noticiário, assim como uma coincidência reveladora: o ex-ministro José Dirceu (sempre ele), antes mesmo que fosse divulgado o conteúdo do dossiê, escreveu que as acusações seriam “a pá de cal na campanha do picolé de chuchu”, como se referia ao candidato tucano à presidência Geraldo Alckmin.
Gedimar Passos, assessor da campanha de Lula, negociava a aquisição do dossiê com Valdebran Padilha, empresário filiado ao PT. A PF prendeu a dupla em flagrante com 1,7 milhão de reais que seria usado na compra do material forjado.
Expedito Veloso, outro dos envolvidos, denunciou meses mais tarde que o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ex-governador de São Paulo já falecido Orestes Quércia foram os mandantes.
Mesmo que entre os acusados estivesse Hamilton Lacerda, então assessor de Mercadante, e que ele fosse o maior beneficiado, o candidato petista não foi arrolado como partícipe do golpe.
O centro da conspiração estava no “Núcleo de Informação e Inteligência” da campanha de reeleição de Lula, e quem chefiava a equipe de “analistas de informação” era o petista histórico Jorge Lorenzetti, ex-dirigente da CUT, enfermeiro de profissão, diretor financeiro do Banco do Estado de Santa Catarina e churrasqueiro do presidente nas horas vagas.
Lorenzetti chefiava Gedimar Pereira Passos na tarefa de contrainformação eleitoral, e foi nessa qualidade que teria sido enviado para analisar o dossiê contra os tucanos.
A descoberta do plano revelou a existência de uma equipe dentro da campanha de reeleição que se envolve em falcatruas variadas, uma maneira de atuar politicamente que vem das batalhas sindicais do ABC, as quais Lula conhece bem com que armas se disputam.
Esse mesmo esquema provocou uma crise no comitê da candidata Dilma Rousseff, quando foi descoberto que havia um grupo recrutado para fazer espionagem, inclusive o jornalista Amaury Ribeiro Filho que levou para o grupo o hoje nacionalmente conhecido Dadá, o grampeador oficial do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Os protagonistas do chamado escândalo dos aloprados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e operação fraudulenta de câmbio.
Segundo a denúncia do Ministério Público, eles “se associaram subjetiva e objetivamente, de forma estável e permanente, para a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, que tinha por fim a desestabilização da campanha eleitoral de 2006 do governo de São Paulo”.
O Ministério Público, embora as investigações tenham rastreado todo o caminho do dinheiro, não conseguiu definir sua origem, um dos grandes mistérios desse caso.
A fotografia da montanha de dinheiro apreendido acabou sendo divulgada às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial, e os petistas atribuem ao impacto da imagem a ida da eleição para o segundo turno.
Merval Pereira – O Globo
DO B. ABOBADO

Mensalão: Ayres Britto acredita em conclusão do processo ainda em agosto



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, afirmou nesta quarta-feira, 20, que acredita na conclusão do julgamento do processo do mensalão ainda no mês de agosto. O cronograma prevê o início do julgamento no primeiro dia do mês, desde que o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, libere a tempo os documentos para votação. Ayres Britto, que participou de um dos eventos da Rio+20, afirmou que não teme nenhum tipo de atraso.
Veja também: Réu no mensalão, João Paulo Cunha diz que pede a Deus para aliados não se constrangerem por ele
Mensalão agora expõe ex-algozes do PT
"É possível que o julgamento termine no próprio mês de agosto, se tudo correr normalmente e dentro do cronograma que estabelecemos. Aquele calendário estabelecido já levou em consideração a complexidade do caso", disse o ministro, após visita ao estande do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – do qual também é presidente -, no Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca. Lewandowski pretende liberar o processo ainda em junho.
O planejamento do STF prevê sessões diárias da Côrte, de cinco horas, entre 1 e 14 de agosto, para ouvir a acusação do Ministério Público Federal e as defesas dos 38 acusados de envolvimento no principal escândalo de corrupção do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A partir do dia 15 começarão a ser revelados os votos dos ministros.
O presidente do STF voltou a afirmar que o julgamento não será pautado por nenhum tipo de pressão. "Por mais intensa ou densa que seja a ambiência política de um processo, o julgamento só pode ser técnico, em cima da prova dos autos. Isto é um dever do juiz. Se não for assim, ele se deslegitima e trai a sua própria função", disse. No início do mês, o ex-ministro José Dirceu convocou líderes estudantis e movimentos sociais a irem às ruas em defesa dos réus do mensalão.
Sobre as ameaças veladas que levaram o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima a abandonar o processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, Ayres Britto afirmou que é absolutamente intolerável e inadmissível que se coloque sob ameaça de morte um magistrado.
"Se já merece de nossa parte todo repúdio ameaçar qualquer ser humano, no caso do Judiciário colocamos mais ênfase, não porque seja mais digno que qualquer outra pessoa, mas pela função que desempenha porque todos os conflitos sociais mais agudos e insuscetíveis de solução amistosa desaguam no Poder Judiciário", disse. Na terça-feira o presidente do STF já havia classificado as ameaças como de "gravidade incomum" e "qualificada".
Estadão Online
DO B.ABOBADO

Sucupira braziliensis.

Como dizia Odorico Paraguassú:

TIRANTE A ALEGRIA DE VER ESTA ESQUERDA COMUNISTA, MARRONZISTA E BADERNENTA ENTRAR PARA OS ANAIS E MENSTRUAIS DE UM TREPIDANTE PROCESSO DE IMPEACHEMENT DO BOLORENTO COMEDOR DE CRIANCINHAS LUGO, NOS DEIXANDO DE ALMA LAVADA E ENXAGUADA DE TANTA ALEGRIA, temos cá, em nossa Sucupira Braziliensis os infortúnios dos petralhas vindo à tona.

Na CPI o caldo promete ficar grosso como concreto.
Sacaneado na Paraíba pelo pernambucano meliante, Vital começa a se sentir total com seu sonho de metal entalando na goela petralha, pelos corredores da CPI, a mágoa que lhe corre como diarréia pelas veias.

Erundina chuta a bunda fedorenta do Pinguça e se esgueira pelo socialismo antalógico dos tempos de Marx ( vivo ) e prega nas fuças do PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO, a etiqueta de bundão.

Maluf, em jogada de mestre dos larápios profissionais, deixa nosso babalorixá de alambique em estado de defuntice compulsória e lhe prega, ele também, a pecha que já lhe deveria ter sido atribuída faz tempo como definitiva.

LADRÃO.

Se não bastassem somentemente os fatos destrambelhados acima, temos a volta dos ALOPRADOS DE MERCADANTE aterrorizando o caminho do Bianca em direção ao cemitério político construído pelo visionário meliante.

Como eu já fui meio socialista, não da ponta esquerda, mas do meio campo caindo para a direita, não vejo a hora de Lewandowski soltar seu voto de cabresto para ser contestado pela egregiosa corte dos imenssuráveis doutores do notório saber juridiquês, para que eles enfiem na cadeia o Dirceu Borboleta que anda com cara de seu-Malaquias-cadê-minha-farofa, ante a extrapolante possibilidade de virar uma zebra presidiária.

O Meliante está nú.
Estriptisicamente nú.
Fantasmagoricamente pelado.
Humilhado pelo dinossauro esquerdopata.
Sacaneado pelo charlatão profissional cliente da Interpol.
Atormentado pelo tilintar das algemas que esperam pelos seus 40 ladrões.
Enredado na problemática que pensava ser a solucionática cataracterística dos gênios.

Não vai viver em paz, mormentemente sabendo que, depois de morto, defunto, vai ter que defuntar três léguas pra ser enterrado no cemitário que ele mesmo vai inaugurar.

FogosRelembrando o discurso de posse de Odorico:

"Estou com as mãos limpas e o coração nu, despido estripitisicamente de qualquer ambição de glória. Nesta hora exorbitante, neste momento extrapolante eu alço os olhos para o nosso destino e, vendo no céu a cruz de estrelas que nos protege, peço a Deus que olhe para nossa terra e abençoe a brava gente de Sucupira."

ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊbaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

DO GENTE DECENTE

Pivôs de crise, Lula, Maluf e Erundina colecionam polêmicas; veja frases

Roney Domingos Do G1 SP
Em preto e branco, Lula e Maluf na década de 1980, quando eram inimigos pollíticos; na foto em cor, encontro sela aliança pela candidatura de Haddad (Foto: Arquivo/AE)Em preto e branco, Lula e Maluf nos anos 80, quando consolidaram posições como inimigos políticos; na foto em cor, encontro sela aliança pela candidatura de Haddad (Fotos: Arquivo/AE e Moacyr Lopes Júnior/FolhaPress)
A deputada Luiza Erundina (PSB) disse nesta quarta-feira (20) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um "fora" ao fechar aliança com o Partido Progressista (PP) e se deixar fotografar ao lado de Paulo Maluf. Por causa da aliança, a deputada desistiu de ser candidata a vice na chapa do petista Fernando Haddad.
Lula e Maluf, agora aliados na sucessão municipal, sempre foram inimigos políticos e colecionam um histórico de frases ásperas. Em sua trajetória, a deputada Luiza Erundina sempre foi crítica ao ex-prefeito Paulo Maluf. Veja as frases abaixo:
 
Luiz Inácio Lula da Silva discursa na Praça da Sé tomada por milhares de pessoas durante o Comício Pró-Diretas, realizado na zona central da capital. (Foto: João Pires/AE)Lula, em 1984, discursa na Praça da Sé em comício Pró-Diretas. (Foto: João Pires/AE)

Quando nos opusemos ao colégio eleitoral, em 1984, acusaram o PT de estar apoiando a candidatura de Paulo Maluf à Presidência da República"
Lula, em 26 de julho de 1988, na "Gazeta Mercantil"
O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente"
Lula, presidente do PT, ao jornal "Folha de S. Paulo", em 28 de junho de 1994
O Maluf é que deveria estar atrás das grades e condenado à prisão perpétua por causa da roubalheira na prefeitura"
Lula, então presidente de honra do PT, sobre Maluf, em 24 de julho de 2000, durante campanha por Marta Suplicy
O político Paulo Maluf, então candidato à Prefeitura de São Paulo, fala sobre sua campanha durante participação no programa "A Casa é Sua", da Rede TV,  (Foto: Epitácio Pessoa/AE)Maluf, então candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2000 (Foto: Epitácio Pessoa/AE)
Estou feliz. Afinal, não estamos em campanha. Enquanto isso, alguns desocupados, como é o caso de Lula, andando pelo Brasil com emprego dado pelo PT, ganham o dinheiro dos trabalhadores"
Paulo Maluf, em 18 agosto de 1993, em entrevista ao "Jornal da Tarde"
Quero evitar que o PT tenha aqui base para alavancar a eleição do Lula em 2002. Foi o que eu disse para um amigo, na sua empresa de mil funcionários: 'Você colocaria o Lula como diretor de recursos humanos?' Ele respondeu que não, e eu disse: 'Peraí. Não serve para ser diretor da sua empresa e serve para ser presidente da República?"
Maluf sobre Lula, em 27 de outubro de 2000, na "Folha de S. Paulo", quando candidato à Prefeitura de São Paulo
Tenho muito respeito pela ex-prefeita Erundina, pela ex-prefeita Marta. Cada um no seu tempo fez coisas boas (...)
[Lula] foi o presidente que ajudou as empresas, ajudou a gerar empregos, ajudou os pobres e se os bancos brasileiros estão em situação melhor do que os bancos europeus e norte-americanos é graças à clarividência do presidente Lula, que pode se inscrever entre os melhores presidentes da República que o Brasil teve"
Paulo Maluf, após encontro com Lula e Haddad em 18 de junho de 2012
Luiz Erundina, no congresso em 2012 (Foto: Andre Dusek/AE)Após entrevista, Erundina usa passagem no Congresso Nacional (Foto: Andre Dusek/AE)

O movimento malufista insiste em sobreviver, mas tudo indica que desta vez está definitivamente morto, porque o povo de São Paulo não aguenta mais, não tolera mais, não suporta mais ver seus interesses e a qualidade de sua vida submetidos a um governo incompetente, despreparado e corrupto"
Erundina sobre Maluf, em 15 de março de 2000, em discurso na Câmara dos Deputados
Ele já deve ter lido minhas entrevistas. Lula deve ter percebido o fora que deu [ao fazer fotos com Maluf]"
Luiza Erundina, deputada federal pelo PSB, em entrevista nesta quarta-feira (20)
Maluf teve responsabilidade, ajudando a ditadura militar a esconder seus crimes. Conviver com essa pessoa não dá. Muito menos fazer política com ele"
Luiza Erundina, deputada federal pelo PSB, em entrevista nesta quarta-feira (20)

 

Fim do teto salarial do servidor é retrocesso, diz OAB

Eduardo Bresciani, do estadão.com.br
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti, qualificou nesta quinta-feira, 21, como "retrocesso" a proposta de emenda constitucional aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados, que acaba com os tetos salariais para servidores públicos. A proposta ainda precisa ser analisada pelo plenário da Câmara antes de ir ao Senado.
"Isso representa um retrocesso do ponto de vista da gestão pública, daquilo que se pretendeu quando se instituiu o teto, que era moralizar os vencimentos dentro de todos os poderes", afirmou Ophir.
Ele destacou que é necessário se valorizar os servidores públicos com bons salários, mas defendeu a manutenção do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como valor máximo a ser pago. "É necessário que todos ganhem bem, mas que haja um parâmetro que é um teto, um paradigma a ser respeitado, que a nosso ver tem de ser o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal." Ophir disse esperar que o Congresso aprofunde o debate e reveja a decisão.
O presidente da OAB recebeu nesta quinta-feira a deputada Luiza Erundina (PSB-SP). Eles acertaram a realização de um evento em agosto para homenagear os advogados que atuaram na defesa de presos políticos durante a ditadura militar.

Vamos ver se o ABC é terra de aloprados.

Aloprados: petista será candidato a vereador no Grande ABC
Hamilton Lacerda foi filmado carregando dinheiro para compra de falso dossiê contra Serra

GUSTAVO URIBE


Hamilton_LacerdaSÃO PAULO - Após seis anos desde o escândalo dos aloprados, uma das figuras centrais do imbróglio eleitoral trabalha para retomar a sua trajetória política na disputa municipal deste ano. O petista Hamilton Lacerda, que atuou como coordenador da campanha de Aloizio Mercadante à sucessão do Palácio dos Bandeirantes, em 2006, será candidato a vereador em São Caetano do Sul, na região do Grande ABC. Na última sexta-feira, a 7ª Vara Criminal de Mato Grosso aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra nove pessoas, entre elas o petista, que vão responder por lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e formação de quadrilha.
Em 2006, Hamilton Lacerda foi filmado carregando uma maleta em um hotel na capital paulista, onde o policial aposentado Gedimar Passos e o empreiteiro Valdebran Padilha foram presos portando R$ 1.168.000 e US$ 248,8 mil. A Polícia Federal apontou na época que foi o petista quem transportou o montante até o local. O dinheiro seria usado para a compra de um falso dossiê contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Após o escândalo político, Hamilton Lacerda, que havia sido vereador por três mandatos, pediu o seu desligamento do PT. Em quatro anos, atuou principalmente como empresário e professor universitário.
Em 2010, o seu retorno à legenda foi aprovado e elogiado, na época, pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT). Antes do escândalo político, em 2004, Hamilton Lacerda ficou em segundo lugar na disputa à prefeitura de São Caetano do Sul. Às vésperas da campanha eleitoral, o pré-candidato a vereador participa de eventos e atividades do partido. Em mensagem, publicada em seu blog político, o candidato a vereador afirmou que, com a denúncia do Ministério Público Federal, foi mais uma vez "colocado no meio do furacão da política" e ressaltou estar "tranqüilo", uma vez que não fez "nada de errado ou criminoso".
O presidente municipal do PT em São Caetano do Sul, Edgar Nóbrega, pré-candidato do partido à prefeitura do município, considera que se, em seis anos, a Justiça Federal não colocou impedimento à possibilidade de candidatura de Hamilton Lacerda, não será a direção municipal que o fará. Na avaliação dele, quem deve julgar a candidatura do petista são os eleitores da cidade do Grande ABC.
— Ele é cidadão, é maior de idade, e para ser candidato precisa apresentar todos os documentos à Justiça Eleitoral. Se a justiça, em seis anos, não colocou óbice na possibilidade de candidatura dele, não é o PT que deveria colocar. Ele é filiado ao partido, a direção anterior aceitou a filiação dele e ele apresentou os documentos. Quem deve julgar os candidatos são os eleitores da cidade — afirmou.
DO GENTE DECENTE

Os vândalos do MST, Via Campesina e outros "movimentos sociais" deixam a sua marca na Rio+20. A marca da intolerância e do ódio ao Brasil.

Hoje pela manhã o Espaço AgroBrasil, coordenado pela CNA e que congrega as práticas sustentáveis da agropecuária brasileira foi pisoteado, agredido e depredado pelo MST e pela Via Campesina, além de outros movimentos ditos sociais. As fotos abaixo ilustram tudo o que aconteceu.
ANTES, a infiltração
 DEPOIS, a destruição
FINALMENTE, os resultados da "manifestação". O mais impressionante é que a maquete destruida representava as práticas da agricultura sustentável de baixo carbono do Brasil, que são modelo para o mundo. Como esta gentalha não quer preservar, mas apenas destruir, eis o resultado.
A CNA acaba de divulgar uma nota oficial, conforme segue:
NOTA DE REPÚDIO
CNA repudia depredação do Espaço AgroBrasil
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem a público manifestar o seu repúdio aos tristes episódios ocorridos na manhã desta quinta-feira, dia 21 de agosto, quando o Espaço AgroBrasil, que lidera no Pier Mauá, um dos espaços oficiais da Rio+20, foi invadido por cerca de 200 manifestantes.  
Rejeita a violência do grupo que  portava cartazes do Movimento dos Sem Terra (MST), além de materiais de outros movimentos não identificados.
Lamenta os atos de vandalismo que danificaram parte das instalações, especialmente uma maquete que reproduz as várias técnicas de agricultura de baixo carbono, além de uma Área de Preservação Permanente (APP), conforme fotos disponibilizadas no site da CNA - WWW.canaldoprodutor.org.br  
Por esse motivo, protesta mais uma vez frente ao preconceito contra um setor que utiliza apenas 27,7% do território do país para produzir alimentos de forma sustentável, preservando 61% do Brasil com cobertura vegetal nativa.  
A CNA considera inaceitável que manifestações antidemocráticas como estas ainda tenham lugar em um evento como a Rio+20, onde os povos e as nações buscam o entendimento e a convergência para um mundo melhor, sempre respeitando a diversidade de ideias. 
Senadora KÁTIA ABREU
Presidente da CNA
DO CELEAKS

Preguiçoso, incompetente, improdutivo...

A era da mediocridade:
"Deve-se a Mar o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gra...vata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. Houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas. Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina".
*Nelson Rodrigues
DO B. DO MARIO FORTES

É Maluf quem ajuda a “higienizar” o PT, não o contrário. Ou: Aliança com deputado do PP é parte da saga petista para se constituir como Partido Único

Ontem, eu lhes fiz um desafio: explicar por que Erundina está errada ao dizer que o PT ajuda a “higienizar” a imagem de Maluf. Abaixo, num daqueles textões (!), explico por que a aliança é absolutamente coerente e por que é Maluf quem contribui para lavar a imagem do partido, que o utiliza como instrumento na consolidação de seu projeto autoritário. Acho que ficou bacana. Se gostarem, debatam e passem adiante.
*

Vocês perceberam, caros leitores, dada a aliança do PT com Maluf, o tom choroso, lacrimejante, funéreo, de muitos colunistas “isentos”, como se estivessem assistindo à queda de um puro ou à morte de uma utopia? Alguns chegaram mesmo a encomendar as exéquias do antigo “partido ético”, “diferente de tudo o que está aí”. Houve os que fizeram como José Saramago quando Fidel Castro mandou fuzilar, em 2003, sem julgamento, três dissidentes que haviam tentado fugir de Cuba: “Até aqui fui com Fidel, agora não mais”. Pô!!! O barbudo assassino já era responsável por 100 mil mortes, e Saramago tinha ido com ele “até ali”??? Aquelas três a mais, no entanto, mexeram com seu coração humanista… Assim fizeram certos analistas “isentos”: “Até aqui fui com o PT; agora não mais!”. Faço a eles pergunta semelhante à que fiz à época a Saramago: “Por quê? Tudo o que PT havia feito até então parecia pouco?”.
Luiza Erundina, que foi vice por dois dias na chapa de Fernando Haddad, recorreu a uma imagem que vira emblema dessa leitura torta sobre o PT: “Maluf quer aparecer em outra imagem, que não aquela de estar sendo procurado pela Interpol. Ele se higieniza ao lado de forças que não têm nada a ver com o malufismo. Somos do outro lado. Só quem ganha nisso é ele, aparecendo, falando comemorando junto. É todo o significado que tem”. Erundina está absurdamente errada porque, e vou demonstrar isto aqui, o que se tem é justamente o contrário — e alguns leitores acertaram na mosca: É O PT QUE USA MALUF PARA SE HIGIENIZAR, DEPUTADA, NÃO O CONTRÁRIO! No projeto de poder petista, quem, para ficar no paradigma vocabular escolhido, “suja” o PT é Erundina; Maluf, ao contrário, ainda que a muitos pareça incrível, ajuda a “lavar” o projeto hegemônico. Vou explicar tudo direitinho. Antes, uma questão de natureza conceitual.
A questão conceitual
Um partido — e isto é teoria política, não paranoia, como acusaria aquele economista que tem de se conter para não cair de boca no Sonho de Valsa — está a caminho de construir a hegemonia quando determina até os critérios segundo os quais será criticado. Ou por outra: quando aqueles que se opõem a suas orientações o fazem segundo marcos que ele próprio estabeleceu. Eis o partido tornado, como queria o teórico comunista Antonio Gramsci, “um novo imperativo categórico”, um “laicismo moderno”, de sorte que tudo o que se pensa só faz sentido segundo o que é e o que não é útil a esse partido.
Ora, quando Maluf é contrastado com o petismo, tomando-se o deputado do PP como símbolo de tudo o que há de ruim na política brasileira — e isso, em si, é verdade —, está-se partindo de um pressuposto, PETISTA EM ESSÊNCIA, segundo o qual o PT é, então, a antítese de Maluf. O erro é brutal e se dá em duas dimensões, uma mais rasa, revelada pelo noticiário cotidiano, e outra mais profunda, que requer algumas especulações além da notícia. Fixemo-nos primeiro na dimensão mais superficial do engano, e demonstrá-la é tarefa simples. Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente conspurcada, do partido que fez o mensalão? Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente maculada, do partido que patrocinou o escândalo dos aloprados? Pode alguém advogar a pureza ética, ora supostamente violada, do partido capaz de criar uma CPI para perseguir adversários, tentando impedir que uma central de escândalos como a Delta seja investigada?
Que pureza de lupanar é essa?
Calma aí, senhoras carpideiras, a derramar cachoeiras de lamentos por causa dos descaminhos do partido puro! Em que a moralidade de Paulo Maluf é essencialmente diferente da moralidade dos petistas? Maluf é pior do que José Dirceu? Por quê? Lambanças acabam de derrubar o presidente do Banco do Nordeste — sim, em razão de reportagens da imprensa que os vigaristas chamam “golpista”. Ele era homem do deputado federal José Nobre (PT-CE), chefe daquele pobre-coitado que foi flagrado, em 2005, com a cueca cheia de dólares, notoriamente mero pau-mandado. Nobre, calculem, é considerado figura em ascensão no partido. É irmão de José Genoino, presidente do PT quando estourou o escândalo do mensalão e um dos réus no processo que tramita no STF. Ora, por que, afinal de contas, Maluf não pode se juntar com o PT? Dólares ilegais na cueca, nas Ilhas Jersey ou num banco em Miami para pagar Duda Mendonça pela campanha eleitoral de Lula, qual é a diferença? Eu lhes conto qual é a diferença: Maluf há tempos é tratado, e com razão, como uma figura detestável da política, e Lula, o chefe da organização petista, é considerado um herói. Inclusive por esses que ficam derramando lágrimas. Será que Maluf não pode se juntar com o governo que levou a Caixa Econômica Federal a comprar o Panamericano, um banco quebrado?
Por que não?
Eis a dimensão que chamo mais rasa, que pode ser percebida com uma simples pesquisa no Google. O elenco de malfeitos e de operações suspeitas do petismo no governo federal — e, se quiserem, de administrações estaduais e municipais — referenda uma observação que já se fez aqui: a diferença entre Maluf e o PT é aquela que existe em “Era Uma Vez no Oeste” entre a pistolagem que chegava a cavalo — bruta, mas algo romântica — e aquela que vinha de trem: não menos bruta, mas já profissional.
A dimensão profunda
Agora vamos à dimensão mais profunda, esta mais difícil de detectar porque requer algum aporte teórico para entender o projeto de poder petista. De saída, cumpre notar: os petistas não são socialistas à moda antiga, do tipo que ainda mandam flores… vermelhas para a camarada. Isso é uma bobagem — a rigor, nunca chegou a ser assim. O próprio Babalorixá de Banânia, como o jornalista José Nêumanne demonstra em detalhes no livro “O que sei de Lula”, jamais foi de esquerda. Ao contrário até: tem uma visão de mundo que as esquerdistas de antigamente chamariam “conservadora”. E sempre soube se orientar muito bem nos bastidores do poder. Tudo bem analisado, a sua ascensão no sindicalismo, leiam lá, se deveu a uma espécie de golpe desferido contra antigos “companheiros”. Muito bem, dito isso, vamos adiante.
Lula não é de esquerda, mas é autoritário. Suas decisões recentes no partido o comprovam à larga. Esse autoritarismo se estende também à sua concepção de poder. Influenciado pelas esquerdas — sim, elas existiam — que ajudaram a criar o PT, o Apedeuta passou um bom tempo fazendo um discurso com forte conteúdo classista, com sotaque socializante, avesso a alianças com “partidos da burguesia” ou com “forças conservadoras”. Na face indigna de sua história, o homem que agora vai à casa de Paulo Maluf recusou o apoio de Ulysses Guimarães no segundo turno das eleições de 1989, contra Fernando Collor. Escrevo de novo: o homem que repudiou o apoio de Ulysses e que proibiu seu partido de participar do colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves foi prestar homenagens a Maluf — nada menos do que o adversário de Tancredo no Colégio Eleitoral!
Política de alianças
Num dado momento,  o PT percebeu fragilidades e fissuras na política brasileira. ATENÇÃO PARA ISTO: em vez de corrigidas, pensaram  os chefões, elas deveriam ser revertidas em ações benéficas à construção, consolidação e fortalecimento do partido. E decidiram, então, aderir às alianças políticas. Socialista à moda antiga o partido não era. Mas autoritário sempre foi e é. Desde que mudou a sua prática — E AQUI ESTÁ O BUSÍLIS PRINCIPAL DESTA ANÁLISE — e passou a fazer composições, os petistas buscam de modo obcecado forças antes ditas “conservadoras”. O objetivo é “lavar”, disfarçar, travestir o projeto político do partido, que continua o mesmo: constituir-se como Partido Único. “Ah, como Reinaldo é paranoico!”, diriam os comedores de bombons. “Isso é impossível no Brasil!” Não se trata, bobinhos, de partido único à moda cubana ou chinesa (bem que eles gostariam, mas sabem ser impossível). Trata-se de deter a hegemonia do processo político de tal sorte que as demais forças organizadas da sociedade se tornem irrelevantes. E não só as da política. Gilberto Carvalho, sempre ele!, alertou os petistas para a necessidade de comçear a enfrentar os evangélicos, como vocês bem se lembram.
Em 2002, o PT escreveu a sua  carta de conversão ao capitalismo porque pesava ainda uma, em muitos aspectos, injusta desconfiança sobre a adesão do partido à economia de mercado. Muito modestamente, então no site e revista Primeira Leitura, escrevi algo assim: “Vamos parar de besteira! O PT não é candidato a implementar o socialismo no Brasil; ele é candidato a pôr a sua canga no capitalismo que temos”. Acho que acertei. Cercado de desconfiança, o partido deu a potentados do capital financeiro e industrial o que eles não teriam ousado pedir a um “partido de direita”.
Entenda o partido que a senhora ajudou a criar e do qual teve de sair, deputada Erundina! O PT precisa de forças que ele próprio chama “de direita” para tentar aniquilar qualquer um que lhe faça oposição. Em 2002, quando buscava um vice, a única exigência era esta: tinha de ser do campo conservador. E encontraram o então senador José Alencar. Ora, é evidente que o PSDB ou José Serra estão à esquerda, respectivamente, de PP e Paulo Maluf! Ocorre que esses dois não representam empecilho ao tal projeto hegemônico — logo, são aliados. ASSIM, NÃO É MALUF QUE BUSCA O PT PARA SE HIGIENIZAR. É O PT QUE BUSCA MALUF PARA, A UM SÓ TEMPO, EXIBIR A SUA FACE SUPOSTAMENTE PLURAL, TOLERANTE E INCLUSIVA E PARA DAR PROSSEGUIMENTO AO PROJETO DO PARTIDO ÚNICO.
Gilberto Carvalho confessou isso anteontem com clareza inequívoca. Defendeu a aliança com Maluf deixando claro que o PT está no comando. José Dirceu fez a mesma coisa. Quem não cabe nesse processo é justamente Luiza Erundina —  não por acaso, pertencia ao partido e teve de deixá-lo. Ela já não cabe porque fala aquela linguagem do socialismo à moda antiga — chegou até a evocar “a luta de classes”. Ela já não cabe porque relembra aquele partido que queria se dirigir aos “oprimidos” (e o PT é hoje uma força da ordem, que tem muita intimidade com os que a ex-prefeita considera “opressores”). Ela já não cabe porque cria obstáculos à aliança com o capeta se o capeta ajudar a vencer o único núcleo mais ou menos organizado que ainda pode liderar uma resistência ao PT: os tucanos! A propósito: não foi Lula quem disse que Jesus Cristo, se voltasse à terra, acabaria tendo de se aliar ao demônio? O “cristo” de Lula, por óbvio, é uma criação à sua imagem e semelhança.
Não sei se o PT será bem ou malsucedido ao se aliar a Maluf. O que sei é que a aliança é absolutamente coerente porque não há entre eles diferença nenhuma de moralidade — a do deputado do PP leva alguma vantagem porque ligeiramente menos cínica — e porque Maluf é mais um, vá lá, “conservador” cooptado na saga para aniquilar o que resta de oposição no país. Assim, ele é, a um só tempo, uma conquista e uma presa. E olhem, para citar Lula, que o ex-prefeito, muito provavelmente, ainda não é o diabo. Imaginem quando chegar a hora…
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

  A conferência não conseguiu definir quem vai pagar a conta da transição para uma economia que permita o crescimento dos países ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente.
Cristina Serra
Jornal da Globo

SP
O governo brasileiro admite, em conversas informais, que é pouco ambicioso o documento que negociou para fechar a gigantesca Rio+20, mas diz que uma grande maioria de países não estava interessada ou preparada para avançar agora.
Um jantar dos chefes de estado e de governo encerrou o primeiro dia da conferência oficial.
Mais cedo, ao discursar na Rio+20, a presidente da República, Dilma Rousseff, se mostrou satisfeita com o que chamou de avanços na discussão sobre o desenvolvimento sustentável.
“Estamos introduzindo o objetivo de erradicação da pobreza como maior desafio global que o mundo enfrenta (...) Estamos adotando os objetivos de desenvolvimento sustentável, que darão foco e orientação aos nossos esforços coletivos”.
A conferência não conseguiu definir quem vai pagar a conta da transição para uma economia que permita o crescimento dos países ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente.

Os países pobres esperam que os ricos entrem com a maior parcela.
Mas, por causa da crise na Europa e nos Estados Unidos, a questão do financiamento ficou fora do documento e agitou os bastidores da Rio+20.
O principal negociador brasileiro fez uma dura cobrança aos países ricos.
“Quem exige ambição e não põe dinheiro sobre a mesa está sendo incoerente”, fala o embaixador do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo.

21/06/2012
DO R.DEMOCRATICA