quinta-feira, 10 de maio de 2012

Oposição quer ouvir na Câmara os envolvidos na misteriosa e repentina venda da Delta

(Foto) Líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR)
Caso de polícia – O Partido Popular Socialista (PPS) apresentará, nesta quinta-feira (10), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, pedido de audiência pública para debater a compra da Delta Construções, que está no centro da investigação sobre a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pelo grupo do frigorífico JBS, que nos últimos anos recebeu aporte de mais de R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), quer ouvir o ex-presidente do Banco Central no governo Lula e atual presidente do conselho de administração da holding J&F, que controla o frigorífico JBS, Henrique Meirelles; o novo presidente da construtora Delta, Carlos Alberto Verdini; e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Bueno considera a operação suspeita e diz que, como o governo detém mais de 30% das ações da JBS, a Câmara precisa acompanhar de perto os detalhes do negócio e confirmar se haverá envolvimento de dinheiro público no acordo.
“A compra da Delta pelo grupo JBS nada mais é do que uma negociata, em os corretores de alto valor de mercado do PT estão envolvidos nesse processo de venda dessa empresa, que leva bilhões de reais do dinheiro público. A Delta leva, por exemplo, bilhões de reais do governo do Rio de Janeiro, com amizades que não se pode de forma alguma deixar passar em branco. Não é possível que tanto dinheiro é jogado em empresas em negociatas dessa forma! Até onde essa gente quer chegar? Até onde este Governo quer chegar? Essa é a grande pergunta que nós precisamos fazer. A desfaçatez tomou conta, o cinismo tomou conta [deste governo]”, critica o deputado.
Rubens Bueno ressalta ainda que se não bastasse as denúncias apresentadas, “da maior gravidade”, não só referente a questão do Cachoeira e os seus “afluentes”, suas empresas laranjas, mas também no que diz respeito a outras empresas envolvidas, de repente, aparece como manchete dos jornais a notícia de que a empresa JBS está comprando a empresa Delta. “Precisamos dar um basta em negócios escusos patrocinados pelo PT e seus consultores. Acabar com o patrocínio governamental a acordos privados que, normalmente, beneficiam doadores de campanhas petistas”, alertou o parlamentar.
O líder do PPS lembra também que o Congresso votou recentemente uma medida provisória colocando bilhões de reais na conta da JBS. “A empresa pediu esse dinheiro para exportar, e até agora não fez nada disso. E agora aparece essa JBS, com o dinheiro do BNDES, para comprar a empresa Delta, que, neste momento, está sub judice da opinião e da sociedade brasileira. É incrível! Há processo até de idoneidade junto ao próprio Governo, e esse processo não é levado em consideração”, critica o deputado.
Em um país minimamente civilizado e com governantes responsáveis, esse tipo de transação jamais ocorreria, pois cheira a um arranjo para evitar que escândalos de corrupção se propagem na opinião pública. Se essa operação tivesse ocorrido nos tempos em que o PT engrossava as fileiras da oposição, certamente a gritaria seria maior e mais ruidosa. A sociedade precisa reagir rapidamente aos desmandos que têm o Palácio do Planalto como nascedouro, pois do contrário a ditadura civil será um destino inevitável.
Nessa operação para salvar a Delta Construções, impedindo que as verdades sobre a evolução meteórica da empresa na última década sejam descobertas, é um negócio bilionário que será rentável não apenas ao grupo que está comprando a empreiteira, mas para muitos companheiros e apaniguados envolvidos no processo. É de se estranhar o fato de o empresário Fernando Cavendish ainda estar em liberdade. Em qualquer rincão sério fora do Brasil esse senhor já estaria devidamente preso.
DO B. MOVCC

Falcão, o do PT, insiste - EDITORIAL O ESTADÃO


O ESTADÃO - 10/05/12
Uma das obsessões do presidente do PT, Rui Falcão, relacionada com sua fervorosa admiração pelo regime cubano, é implantar no Brasil um "controle social da mídia" como o que existe há mais de meio século na ilha dos Castros. Para ele, imprensa boa é aquela que apoia o governo - desde que, é claro, os "trabalhadores" controlem também o governo. A mais recente bravata do preposto petista pega carona nos últimos ataques da presidente Dilma Rousseff aos altos juros bancários, na demagógica intenção de deixar claro que, quando estão em jogo os "interesses populares", não falta "coragem" ao governo lulopetista: "Este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro e bancário. E se prepara agora para um segundo grande desafio, que iremos nos deparar (sic) na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação".
Falando durante reunião de dirigentes do partido realizada na semana passada em Embu das Artes, na Grande São Paulo, o Falcão do PT demonstrou mais uma vez que sua aversão à imprensa livre é exatamente a mesma que cultivava o Falcão da ditadura militar - o Armando. Coma diferença de que este, às vezes, se poupava de proclamar bobagens, recorrendo ao "nada a declarar".
No Embu,o Falcão petista deixou a imaginação correr solta e deitou falação, mais uma vez, contra essa mania que a mídia tem de falar mal de seu partido. Para esse destemido defensor da mordaça, a mídia "é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do Lula", e também "ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma". E enfatizou: "O poder da mídia, esse poder nós temos de enfrentar". O que significa que, para Falcão, a imprensa ou apoia o governo ou está condenada à danação eterna. É exatamente o que pensava o Falcão da ditadura militar.
Com esse raciocínio tosco e totalitário, o presidente do PT coloca Dilma Rousseff numa posição delicada, uma vez que,desde que chegou à Presidência da República, ela tem manifestado reiteradamente seu repúdio às tentativas de, a pretexto da necessária implantação de um novo marco regulatório das comunicações, promover o cerceamento da liberdade de imprensa. Pode-se alegar que, nesse assunto, a posição do partido,pelo qual Falcão fala, não é, necessariamente, a do governo. Mas não é isso que o trêfego discípulo de José Dirceu quer dar a entender quando afirma com todas as letras que, depois de"peitar" os bancos, o governo "se prepara agora para um segundo grande desafio".Como são posições antagônicas, só a de um - Dilma ou Falcão - pode valer. Até por uma questão de credibilidade, tudo leva a crer que se pode confiar na posição claramente exposta pela presidente da República.
No fim do governo Lula, o então secretário de Imprensa, Franklin Martins, conseguiu fazer aprovar, num evento armado explicitamente para esse fim - a Conferência Nacional de Comunicação -, o anteprojeto do novo marco regulatório das comunicações, que incorporava um conjunto de disposições legais para atualizar as regras das atividades em áreas que dependem de concessão estatal,como a radio difusão e a telecomunicação. Essas regras estão completamente defasadas, em função dos avanços tecnológicos das últimas décadas. Cumpre,portanto, modernizá-las.Mas Franklin Martins e seu grupo de esquerdistas radicais tentaram contrabandear, no bojo do projeto,medidas de "controle social da mídia" que permitiriam o cerceamento do direito de informação e opinião. Censura, enfim.
Alertada para a ameaça que o anteprojeto representava para a liberdade de imprensa, Dilma transferiu o assunto da Secretaria de Comunicação Social da Presidência,órgão de caráter político, para o Ministério das Comunicações, eminentemente técnico, recomendando ao ministro Paulo Bernardo que passasse um" pente-fino" no projeto, para escoimá-lo do entulho autoritário. O resto é delírio do Falcão petista.

Araponga de Cachoeira propõe delação premiada

Peça chave do bicheiro Carlos Cachoeira no esquema desmantelado pela Policia Federal, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Nunes, o “Dadá”, estaria negociando delação premiada, segundo fonte do Ministério Público Federal. Após atrair os procuradores com a proposta, “Dada” impôs uma série de condições para acusar os comparsas mas, ante a relutância do MPF, exigiu que em caso de sua proposta vir a ser recusada, que os procuradores informem o motivo por escrito.
Lavando a ficha
Dentre as exigências impostas por “Dadá” para a delação premiada está a garantia de que ele não sofrerá qualquer punição na Justiça.
Arquivo apreendido
Ao deflagrar a Operação Monte Carlo, a PF teria apreendido na casa de “Dadá” gravações que ainda permanecem sob exame.
Acervo inédito
“Dadá” incluiria na delação do esquema de Cachoeira gravações de telefonemas e de conversas que mantém em “local seguro”.
Segundo a PF, “Dadá” atuaria como uma espécie de espião a serviço de Cachoeira. É suspeito de grampear ilegalmente telefones e emails.

10/05/2012 
DO R.DEMOCRATICA