domingo, 18 de março de 2012

Pelé e os negócios suspeitos de Angola


BONS TEMPOSOutdoors com a imagem de Pelé foram espalhados por toda Luanda. Os sóciosPaulo Marinho, João Gualberto Conrado Júnior, Paulo Sodré e Ricardo Boer com o Rei
Rei do Futebol se envolve em escândalo imobiliário no país africano ao se declarar sócio de empresários brasileiros que venderam, e não entregaram, casas em condomínios de luxo na capital Luanda
Flávio Costa - IstoÉ
Em outubro de 2009 e abril de 2010, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, desembarcou em Luanda para oferecer o prestígio do seu nome na divulgação de empreendimentos imobiliários de quatro empresários brasileiros na capital de Angola. Hospedou-se no Hotel Alvalade, de onde saiu para participar de entrevistas, fazer comerciais, posar ao lado de protótipos das casas e até visitar o presidente José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979. Nessas ocasiões, o maior jogador de futebol de todos os tempos se apresentou como sócio da empreitada. “Fico feliz por investir em Angola”, disse, à época. “Deus sempre me coloca em equipes vencedoras.” Dois anos depois, o megaprojeto residencial ruiu, emaranhado numa sucessão de escândalos, pelo não cumprimento de pelo menos 540 contratos de vendas das unidades de classe média e alta, ao não entregá-las no prazo combinado. E o tom do Rei do Futebol mudou completamente. O staff de Pelé afirma que ele atuou apenas como garoto-propaganda da marca Build Angola. A sociedade, tão decantada no grandioso lançamento, é agora negada. 


Os empresários Antonio Paulo de Azevedo Sodré, João Gualberto Ribeiro Conrado Jr., Paulo Henrique de Freitas Marinho e Ricardo Boer Nemeth, donos das empresas angolanas Readi Angola e Galson, venderam apartamentos, lofts, casas e quintas a preços abaixo da média do mercado angolano (leia quadro). “Eu comprei minha casa no Bem Morar, ainda na planta. Paguei US$ 105 mil à vista”, afirma a diretora da Televisão da Província do Bengo, Ana Paula Esteves. “Trabalhei muito para conseguir esse dinheiro e agora me sinto roubada”, diz a executiva, que deveria ter recebido as chaves de sua casa há um ano. De acordo com informações colhidas junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, Sodré responde a uma ação penal interposta pelo Ministério Público por crimes contra a fé pública, em um processo por irregularidades na importação de avestruzes, no início dos anos 2000. Aqui
DO MOVCC

Filho de Eike Batista atropela e mata ciclista na Rodovia Washington Luís

O filho mais velho do empresário Eike Batista e da ex-modelo Luma de Oliveira é suspeito de atropelar e matar o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, na Rodovia Washington Luís, em Xerém, Duque de Caxias, na noite deste sábado (17). Thor Batista, de 20 anos, dirigia uma Mercedes SLR Mc Laren prata e estava acompanhado de um amigo quando aconteceu o acidente. De acordo com policiais, ambos os jovens fizeram o teste do bafômetro, que não indicou consumo de álcool.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal estiveram no local do atropelamento, na altura do km 101 da rodovia, sentido Rio, e afirmaram que Thor acompanhou todo o procedimento. O caso foi registrado como homicídio culposo (aquele em que não há intenção de matar) na 61ª DP (Xerém). Os documentos do jovem e do amigo, estavam em dia, inclusive a documentação do veículo.
O local foi examinado por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, que afirmaram que Thor passou mal quando viu o corpo desfigurado do ciclista. O Mercedes chegou a ser recolhido para o pátio da PRF, mas foi levado pelo advogado do jovem, identificado apenas pelo nome de Godinho, que prometeu manter as condições em que o veículo ficou após o acidente. O advogado confirmou que era o jovem que dirigia o veículo no momento do acidente e que Thor deve se apresentar para prestar depoimento à Polícia Civil nos próximos dias.
De acordo com agentes da 61ª DP, o carro foi liberado porque não havia medida administrativa para manter o veículo apreendido, uma vez que os documentos estavam em dia.
Além do advogado, dois parentes da vítima estiveram na delegacia, mas não quiseram falar com a imprensa. O corpo de Wanderson foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Duque de Caxias no início da madrugada de domingo. A família aguarda a liberação do corpo no local.

Fora da coalizão, PR fala até em CPI da Casa da Moeda

ROSA COSTA, DENISE MADUEÑO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O pêndulo do PR voltou-se para a oposição e o partido já ensaia uma retaliação ao Planalto. Tão logo oficializou o rompimento na última quarta-feira, o senador e ex-ministro Alfredo Nascimento (AM) procurou o tucano Flexa Ribeiro (PA) para avisar que estava disposto a assinar a CPI da Casa da Moeda, que atinge em cheio o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Onde é que eu assino", indagou.
Recém convertidos à oposição, os sete senadores do PR terão a chance de marcar a mudança de posição na próxima semana. O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), vai sondar a disposição do PR. "Se eles quiserem fazer a CPI da Casa da Moeda nós faremos", disse o tucano, referindo-se às denúncias de enriquecimento do ex-presidente da estatal Luiz Felipe Denucci.
Terras indígenas. Na Câmara, o campo está minado. Deputados da base e, principalmente, a bancada ruralista, preparam uma derrota para Dilma na próxima semana com a aprovação de uma proposta de emenda constitucional retirando poderes do presidente da República na demarcação de terras indígenas, de áreas de preservação ambiental e regiões de quilombolas.
A proposta de emenda constitucional transfere para o Congresso a palavra final sobre a delimitação dessas terras, hoje definidas por ação do Executivo.
O projeto, pronto para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, é uma das bombas legislativas com potencial para prejudicar o governo no momento em que a presidente enfrenta uma crise com sua base parlamentar. Representante do PT na CCJ, o deputado Alessandro Molon (RJ) avalia que a votação não será uma disputa entre governo e oposição, mas uma queda de braço com os ruralistas. "O que está por trás é a sanha por mais terra para exploração do agronegócio", afirmou. "Será um grave retrocesso para o País", sentenciou Molon. Ele avaliou que o Congresso estará sinalizando ao mundo que o País, ao contrário de ampliar a proteção ambiental e a defesa das populações, estará aumentando a possibilidade de diminuir essas áreas.
Reajuste. Ainda na Câmara, a comissão de Finanças e Tributação ameaça colocar para andar o projeto de reajuste salarial de servidores do Judiciário. A proposta significa um gasto adicional de estimados R$ 6,4 bilhões ao conceder aumento médio de 56% para 100 mil funcionários.
Na comissão de Fiscalização e Controle, os deputados da oposição vão insistir na votação da convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para explicar as disputas na direção do Banco do Brasil e a troca no comando da Casa da Moeda, provocada por suspeitas de irregularidades na gestão. Na semana passada, o governo teve apoio dos aliados e conseguiu barrar essas iniciativas.

PR quer nacionalizar postura anti-PT

O PR marcou para terça-feira uma reunião em Brasília com presidentes regionais da sigla para discutir a abertura de conversas em todo o País com partidos que estão fora do arco de alianças do PT. Em São Paulo, as executivas estadual e municipal do partido aprovaram anteontem a abertura de negociações com as pré-candidaturas de José Serra (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB).
O presidente nacional da sigla, senador Alfredo Nascimento (AM), não aceita a posição do Planalto, que se recusa a devolver o Ministério dos Transportes ao PR. Por isso, ele queria decidir anteontem mesmo pelo abandono do barco petista em bases nacionais, mas a ausência de alguns líderes em uma reunião o fizeram adiar a decisão para a semana que vem.
Um dirigente do PR afirmou à reportagem que a tendência da sigla é estender o rompimento com o PT para todo o País, e não apenas na base federal. Porém, as peculiaridades regionais serão levadas em conta na eleição.
A direção nacional do partido prega a saída da base aliada ao governo federal e o rompimento com o petismo, posição mais contundente entre os senadores, que anunciaram na semana passada que não votarão mais com o governo no Congresso.
Os dirigentes, no entanto, convocaram os presidentes estaduais da legenda para avaliar as consequências que o movimento traria para o PR no âmbito regional, e, eventualmente, criar exceções para a medida nos casos em que os prejuízos da ruptura forem muito grandes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os truques dos esquerdistas para iludir eleitores e de parte da imprensa para iludir leitores. Ou: A Internacional Comunista se funde ao “Freak Le Boom Boom”, de Gretchen, a Marilena Chaui do rebolado! Ou: “Precisamos achar uma pauta para Haddad!”

Queridos, abaixo vai um longo texto sobre o modo como as esquerdas, especialmente a petezada, com a colaboração da imprensa, tentam dar um truque no eleitor — e nos leitores. Também demonstrarei que os figurões do PT se pelam de medo de que a população se lembre de quem são os petistas e do que é o PT. A operação para tentar blindar Fernando Haddad dos temas polêmicos é gigantesca e já mobiliza os apparatchiki da academia e do jornalismo. Uma coisa curiosa: até agora, o pré-candidato tucano à Prefeitura, José Serra, não tocou em temas como o kit gay para as escolas, por exemplo. Os petistas, no entanto, não falam em outra coisa e insistem: tratar do assunto em campanha seria baixaria… Fazem isso agora para mobilizar os “progressistas” do miolo mole e a imprensa, tentado criar precocemente um cordão sanitário em torno do tema, intimidando os adversários. Quem está orientando essa estratégia? João Santana, o publicitário.  Chegarei lá. Antes, uma viagem (da razão, é claro, sem matinho…).
O leitor e eleitor que não é de São Paulo não tem como acompanhar no detalhe a realidade que abordo, mas certamente saberá do que falo porque “eles” são iguais em toda parte. Como tratarei do que, de fato, é uma falha — ou uma conformação, se quiserem — de caráter, não há diferença entre “acadêmicos” de esquerda de São Paulo, Salvador, Porto Alegre ou Xiririxa da Serra do Sul…
As editorias de política dos grandes jornais de São Paulo estão um pouco desesperadas, Por quê? Porque é preciso, afinal de contas, noticiar alguma coisa sobre Fernando Haddad, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Mas o quê? O “nosso” (delas) candidato é ruim de doer! Até Gabriel Chalita parece munido de mais dote… intelectual. O neopeemedebista é, ao menos, corajosamente cafona para vir com aquela conversa “do amor”. Desassombrado, sem medo do ridículo, conta em entrevistas que bastou uma senhora rica lhe pedir “escreve aí”, e logo nasceu um novo livro. Sem qualquer noção remota de pudor intelectual, conta que pode fundir a perseguição aos albinos da Tanzânia com o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, para dar à luz uma nova obra. Chalita não pretende que gente que se leva a sério o leve a sério. Seu mundo é aquele das tias encantadas com o talento dos sobrinhos — pouco importa se o rapaz vira cambalhota ou declina todos os afluentes das margens direita e esquerda do Amazonas… Em qualquer caso, é um prodígio.
Haddad, por enquanto, nem isso. Não desenvolveu essa habilidade pra fingir talento ou esconder a falta dele. Tem-se mostrado — e não foi diferente no Ministério da Educação — um notório trapalhão. Se vai vencer ou não, isso é com o eleitorado. Na democracia, desde que não opte pela destruição das instituições, o povo sempre está certo — o que não quer dizer que sempre acerte. A consideração é mais complexa do que parece. Sigamos.
Como Lula, que o inventou como candidato, está um pouco afastado do dia a dia da política, Haddad não consegue gerar notícia. Então é preciso corrigir, com o, como posso chamar?, enfoque editorial a ausência de lead — e de ideias.
Haddad, mandam avisar os petistas, decidiu que vai agora explorar o que considera as fragilidades da Prefeitura e dos tucanos. Não!!! Que danado e criativo esse moço! Foi num insight como esse que Arquimedes pulou da banheira e gritou: “Eureca!” A primeira ideia bacana ele já teve: vai manter a inspeção veicular, mas não vai cobrar taxa! Vocês acreditam que as redações — aquelas…, loucas para bombar a pauta de Haddad — convocaram politicólogos para saber o que acharam da sugestão. Afetando a gravidade dos pensadores, eles disseram: “Haddad está tentando demonstrar que é contra impostos …” — ou qualquer cerda do gênero. Esses politicólogos, no caso,  necessariamente afinados com a esquerdopatia, só se esqueceram de dizer que, nessa hipótese, quem não tem carro pagaria por quem tem. É o que se chama socialismo moderno, que consiste em tirar de quem não tem para financiar quem tem!
Os mesmos “companheiros jornalistas” que não podem ver um ciclista passando maquiagem em outro sem que sintam palpitar seus instintos mais cicloafetivos não disseram uma vírgulazinha, nada!, sobre esse benefício que Haddad quer dar aos carros. Gilberto Dimenstein, que chamou os motoristas de “idiotas sobre quatro rodas” — ele refina seu estilo a cada dia! —, que eu saiba, nada disse sobre a proposta idiota de Haddad. Aliás, chegou a hora de fazer cobranças: pode reivindicar que o Haddad garante. Se ele desconfiar que existe um grupo influente contra a Lei da Gravidade, ele prometerá revogá-la.
Os “inteliquituais”
Na busca desesperada por uma pauta virtuosa para Haddad, merecem os “inteliquituais” de esquerda, que estariam voltando ao PT. Alguns teriam ficado indignados com o mensalão, mas já passou. Esquerdista com prurido moral é cabeça de bacalhau.  Alguém que continua de esquerda depois de Stálin, Mao, Pol Pot e Fidel Castro não dá bola a pelo menos 100 milhões de mortos. Por que se incomodaria com “os recursos não-contabilizados” de Delúbio Soares? Passam a ser até um troco bem-vindo. Aliás, se a gente for investigar alguns dos que saem por aí falando, é quase certo que vamos encontrá-los pendurados em alguma bolsa disso e daquilo, longe da sala de aula e mamando nas tetas do estado — tomando vinho chique com o dinheiro dos desdentados. Mas seu coração palpita pelos pobres.  Adiante.
No Estado de ontem, Vera Rosa informava o que segue em vermelho - comento em azul.
A campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo vai resgatar intelectuais afastados da política e principalmente do PT desde o escândalo do mensalão, em 2005. O programa de governo do ex-ministro da Educação terá participações especiais de renomados pesquisadores e professores universitários, que se distribuirão em comissões temáticas para discutir os principais problemas da capital paulista.
Bem, o trecho me faz supor que a “dor do mensalão” já passou, certo? Os “renomados pesquisadores e professores universitários” fizeram o seu próprio tribunal e chegaram à conclusão de que operar caixa dois, comprar o Congresso, usar estatais num esquema sujo, pagar campanha eleitoral em dólares, com dinheiro ilícito, no exterior, tudo isso é coisa normal, que merece ser abençoada pela “intelligentsia”.
O diagnóstico será somado a pesquisas encomendadas ao publicitário João Santana, responsável pela propaganda de TV do candidato, com o objetivo de verificar as prioridades da população. “O que se observa, hoje, é um divórcio entre a sociedade e a administração. A ideia é que a campanha de Haddad crie um movimento suprapartidário para um processo de reflexão sobre a cidade”, resumiu o cientista político Aldo Fornazieri, coordenador técnico do programa de governo.
Eba! “Movimento suprapartidário!” Entendi! Tentarão demonstrar que Haddad não é exatamente petista. Parece que alguém roubou do PT as duas ultimas eleições. A tese de fundo é a seguinte: quando a maioria vota no “partido”, há um casamento entre povo e administração; quando não vota, divórcio! De sorte que a democracia só é legítima quando os petistas vencem. Se não é assim, então alguma distorção está em curso.  Essa gente tem a coragem de entrar numa sala de aula e falar como especialista, como cientista político!
Há uma semana, cerca de 100 intelectuais - entre pesquisadores e professores da USP, Unicamp, Unifesp e Fundação-Escola de Sociologia e Política - reuniram-se com Haddad. Muitos afastados da política partidária, decidiram colaborar com a campanha e se reaproximar do PT. Na lista constam nomes como Olgária Matos, Ruy Fausto, Leda Paulani, Ricardo Carneiro e Walquíria Leão Rego. O primeiro seminário temático da plataforma de governo, sobre educação, está marcado para hoje e será coordenado pelo professor Mário Sérgio Cortella.
O único aí que não é um petista — ou ainda mais à esquerda! — do calcanhar rachado é Cortella — mas também não está muito distante da turma, não! Algumas de suas generalidades — é, assim, um Chalita com mais leitura — servem para conferir certa aparência pluralista ao grupo. Olgária Matos? Bem, o meu arquivo está aí. Cadê Marilena Chaui, a Gretchen do rebolado petista? Só ela pode unir o pensamento de Spinoza com o caixa dois de Dlúbio; só ela pode cantar o hino da Internacional Comunista ao ritmo do “Freak Le Boom Boom”. Posso imaginar:
De pé, ó vítimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.

Boom boom, freak le boom boom,
Only you, you better all, I shake it up, cause awh!l
I need a man and my body is for you, oh, yes
Oh I, I love you baby, all the time
I want you, baby, in my mind

Cortai o mal bem pelo fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó produtores
Oh, yes
Oh it’s all right, I love you baby, all the time
I want you, baby, in my mind
I need, te quiero, Je t’aime, oh
boom boom, freak le boom boom
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Sigamos com a matéria no Estadão.
“Ponho minha mão no fogo pelo Fernando, mas, se ele estivesse com Kassab e Meirelles no palanque, ia votar quietinha, mas não participaria”, disse Leda Paulani, professora titular do Departamento de Economia da USP, numa referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) e ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. “Seria contraditório com tudo o que escrevi.”
Esta senhora dá aula de economia? Já ouvi falar porque a reputação precede as aulas. Fazer o quê? Se Haddad estivesse com Kassab e Meirelles, ela votaria quietinha. A professora Leda deve ensinar a seus alunos — tentar ao menos; se a turma da FEA caísse na dela, estaria invadindo reitoria —  que a pior parte dos oito anos do governo Lula foi o Banco Central… Mas isso nem é o mais interessante. Boa esquerdista, ela estaria preocupada em não parecer “contraditória”. Fosse dada a ela a tarefa de resumir um lema para a mulher de César, parece que seria este: “Ela não tem de ser honesta, mas tem de parecer…”
Mais: esta senhora alimenta o mito de que tudo o que pode haver de errado nos governos petitas é obra de aliados. Pelos “companheiros”, ela põe a mão no fogo. A síntese moral de pensamento tão elevado é a seguinte: não importa com quantos maus (segundo a ótima esquerdopata) os petistas se unam, eles serão sempre bons.
Integrante do PSD de Kassab, Meirelles chegou a ser cotado para vice de Haddad, mas a aliança com o PT naufragou depois que o ex-governador José Serra (PSDB) entrou no páreo. Paulani respirou aliviada e promete ajudar no programa. Ela se desfiliou do PT depois da crise do mensalão e diz estar feliz por voltar a “lutar de novo” na política.
Ah, entendi. Aquela “coisa” do mensalão já passou, né? Ela deve achar que, agora, está tudo bem. Mais curioso ainda: ela acha que Kassab macularia a honra de seu partido, mas José Sarney e Renan Calheiros, para citar apenas dois patriotas, certamente a dignificam!
“Sabemos como o Fernando pensa e ele tem a capacidade de aglutinar as pessoas. Se fosse outro candidato do PT, seguramente não teria”, afirmou a economista. Para a professora Walquíria Leão Rego, titular do Departamento de Ciência Política da Unicamp, os intelectuais de esquerda estão dispostos a resgatar a militância política.
O “Fernando…” Ah, essa intimidade é tão “cute“, quero dizer, tão cute-cute!!! Opa! Agora veio a Leão do Rego! Preparem-se:
“Chegou o momento crucial, e há o sentimento de que temos de fazer alguma coisa, mesmo sem tribuna. Não podemos deixar que o Serra faça com o Haddad o que fez com a Dilma em 2010″, argumentou Walquíria, numa alusão ao confronto religioso que marcou a campanha entre o ex-governador e a petista Dilma Rousseff, eleita presidente. “Para os tucanos, o combate em São Paulo é de vida ou morte”, disse a socióloga, que tem vários estudos sobre o programa Bolsa Família.
***Oh, coitadinha da Dilma! O que será que o Serra fez com ela? Serra uma ova! Quem cobrou as opiniões da então candidata sobre o aborto foi a sociedade. Aliás, com serenidade, lembro a Vera Rosa que sua síntese do acontecido é imprecisa além do aceitável. Faz supor que o então candidato tucano à Presidência liderou alguma pregação de cunho religioso. E isso é simplesmente falso. Desafio alguém a demonstrar que ele sequer tocou no assunto - só quando foi indagado a respeito. Aliás, foi um erro! Deveria ter tratado do assunto, sim! Quem falta com a verdade nesse assunto pode fazer o mesmo em outros. Aliás, Dilma já desistiu da instalação das UPPs, por exemplo. Também não construiu as creches nem fez as UPAs…
Concluindo…
O cavalo dessa Walquíria não é grande coisa, coitado! Existe, sim, um movimento de “volta ao sectarismo” da esquerda universitária, que está preocupada — como Gilberto Carvalho deixou claro no Fórum Social Mundial — com os valores que considera “reacionários” da classe média, especialmente disso que os deslumbrados chamam “nova classe média” (que é só o pobre que não passa fome, mas que mora mal, por exemplo).
Os filminhos do kit gay de Haddad, se exibidos para essa faixa da população, o liquidariam eleitoralmente. Não porque essa “nova classe média” seja burra, não porque ela seja reacionária, não porque ela seja desinformada, mas porque eles são mesmo absurdos.
Assim, antes que alguém tenha ideia de exibi-los às massas, eles gritam: “Baixaria! Isso não!” GOSTARIA QUE ALGUM COLEGUINHA ESCREVESSE UM TEXTO EXPLICANDO POR QUE “ISSO NÃO”. Quer dizer que o ministro pode preparar aquelas peças para os filhos dos eleitores, mas eles mesmos estariam proibidos de conhecê-las? O pré-candidato já andou se posicionando até sobre o aborto. Apressou-se em dizer que, “como homem”, é contra! Sei. E como vegetal? E como mineral? Se fosse mulher, seria a favor?
Eis aí. O esforço para achar uma pauta virtuosa para Haddad - inclusive nas redações - é imenso. E noto que a mobilização dos ditos “inteliquituais” de esquerda, que já superaram o trauma do mensalão, busca proteger  o “Fernando” da obra de “Haddad”. Como disse aquela, “não podemos deixar Serra fazer com Haddad o que fez com Dilma”. O que foi mesmo que ele fez? Ah, disputou com ela a eleição! Onde já se viu uma coisa dessas? Isso é inaceitável!
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Tio Rei imita o estilo do esguicho do pato

Caramba!
Um leitor me mandou umas coisas muito interessantes sobre um notório amigo do regime. Um verdadeiro puxa-saco.
Trata-se de alguém que, à primeira vista, passa a impressão de estar de joelhos.
Mas ele não está.
Exerce seu trabalho de adoração em pé mesmo!
É um espanto!
Por quê?
Porque o seu herói de agora era o seu inimigo não faz muito tempo!
Ele é o único assim?
É o único que hoje é pago para amar o que antes era pago para odiar?
Claro que não!
Mascatear simpatias e antipatias é a profissão dessa gente.
Um pergunta: “Quer pagar quanto para eu odiar?”
O outro emula: “Quer pagar quanto para eu amar?”
O dinheiro, leitor, é sempre seu.
Há imbecis que caem na conversa.
Pois é… Os covardes todos se converteram ao lulo-petismo a partir da reta final de 2002.
Os decentes continuaram a defender a democracia. Elogiam quando é o caso. Criticam quando necessário.
Vocês saberão de tudo.
Por que estou escrevendo assim, aos esguichos, mais ou menos como o pato defeca?
Porque tenho senso de humor e sei imitar um idiota.
Mas um idiota é incapaz de imitar seu antípoda.
Seria preciso saber, ao menos, trabalhar com pronomes relativos e as conjunções integrantes.
Seria preciso contar com leitores que não tivessem os dois pés no chão — e as duas mãos também (como diria Ivan Lessa).
Aguardem.
Por Reinaldo Azevedo

Cala a boca, Ideli! Deputado dá lição de democracia à Ministra Brucutu

Brucutu.
Em entrevista publicada hoje no Portal Poder On-Line, o relator da Reforma do Código Florestal na Câmara, Deputado Paulo Piau, mandou a Ministra Ideli Salvati recolher-se à significância de ministro do Executivo e deixar o Legislativo legislar.
"Ela tem todo o direito de ter o ponto de vista dela. Mas a Câmara tem a prerrogativa de mexer no texto e o fará", disse Piau. O relator já finalizou seu relatório. O texto final foi entregue aos líderes dos partidos na última sexta feira e está pronto para ser votado na próxima terça ou quarta feira.
O governo, com sua ministra brucutu, Ideli Salvati, à frente, ameaça retirar o projeto da pauta da Câmara e os deputados ameaçam paralisar a casa se o governo não colocar o texto em votação. O novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (lê-se Quinalha), tenta fazer o meio de campo entre os deputados e o Governo, mas é subordinado da brucutu, o que limita suas opções.
A votação da reforma do Código Florestal ainda pode ser adiada por mais duas semanas, um terceiro adiamento tornará impossível a aprovação de qualquer texto antes do fim do prazo do decreto que torna crime produzir alimentos no Brasil que vence no próximo dia 11 de abril. Se não houver solução o governo provavelmente adiará pela 5ª vez o decreto estendendo o prazo, provavelmente, para junho de 2013.
A foto é de Fábio Rodrigues Pozzebom da Agência Brasil.
DO CODIGO FLOREESTAL

A Era dos Boçais! Três décadas de petismo geraram os “fascistas” cheios de “consciência social”, que trazem a ditadura na alma!



Trinta anos de petização das escolas — públicas e privadas, em todos os níveis — criaram esses idiotas cheios de opinião, incapazes de refletir dois minutos sobre um argumento. No caso da retirada dos crucifixos, confundem-se abertamente herança e formação cultural com proselitismo religioso; entende-se o estado laico como sinônimo de um estado que deva promover o ateísmo. Os mais radicais não têm dúvida: Wadih Damous, presidente da OAB-RJ, está certo, e duas obras de arte devem, sim, ser violadas no Supremo para arrancar de lá aquele crucifixo. Não são capazes de dizer por que, então, não devemos revogar outras heranças do cristianismo, aa começar do feriado do Natal.

Na espetacular entrevista concedida ao jornal português “Público”, Josph Weiler, o advogado judeu que defendeu na Corte Européia o direito de as escolas italianas exibirem crucifixos, fez uma brilhante síntese do pensamento tolerante:
“Não podemos permitir que a liberdade de [ter ou não] religião ponha em causa a liberdade religiosa. Temos que descobrir a via média. E essa é dizer “não” se alguém quiser forçar outro a beijar ou a genuflectir perante a cruz. Mas, se houver uma cruz na parede, direi aos meus filhos que vivemos num país cristão. Somos acolhidos, não somos discriminados. A Dinamarca tem uma cruz na bandeira, a Inglaterra e a Grécia igual. Vamos pedir que, por causa da liberdade religiosa, tirem a cruz das bandeiras? Absurdo!…”

Minha religião?
Alguns tontos sustentam que só me atenho a essa questão porque sou católico! Voltaram a me acusar de ser membro do Opus Dei! Se fosse, não haveria nada de ilegal nisso. Feio é paralisar avenidas, ameaçar pessoas, propor a destruição do patrimônio… Mas não sou” Olhem aqui: talvez eu tenha lá minhas contradições — nada do que é humano é estranho a mim… —, mas é difícil me pegar em certas coisas porque penso segundo princípios, o que me livra de ficar me perguntando a toda hora: “O que é mesmo que eu acho disso?” No dia
23 de junho de 2009, escrevi um texto criticando a proibição do véu islâmico nas escolas francesas. Não só do véu. É proibido também exibir um crucifixo no pescoço. O modo francês — e não é por acaso que a Marselhesa é aquele banho de sangue em forma hino! — de garantir a liberdade religiosa é proibindo a expressão de qualquer religiosidade. Acho que isso não só invade direitos individuais como comete o crime cultural de igualar véu e crucifixo — para a França, são coisas muito distintas, não?

Mas estes são os tempos. Os valores universais estão em baixa. Em seu lugar, entram as vozes das tais minorias organizadas, dos grupos de pressão, que impõem a sua pauta, os seus valores, porque dispõem dos canais de expressão. E ai daquele que reivindicar aquela coisa besta, como o direito de ir e vir, ou que lembrar que a história não pode ser submetida a uma espécie de revisão permanente, como se só pudéssemos viver num presente eterno. É claro que boçais não são todos os ciclistas, mas os que pretendem fazer terrorismo sobre duas rodas. É evidente que há ateus e agnósticos que compreendem a democracia. Boçais são os que não compreendem

Ainda estou lhes devendo o texto em que prometi voltar àquela questão do infanticídio. Foi espantosa a quantidade de pessoas que condescenderam com a idéia porque, disseram, há mesmo muita gente no planeta, e a Terra está correndo riscos. Acho que entendi a utopia deles: um planeta lindo, vagando nas esferas, sem a presença pestilenta do homem, com a natureza intacta. Não haveria nem mesmo um Stanley Kubrick para filmá-lo…
Por Reinaldo Azevedo

DO GRAÇANOPAISDASMARAVILHAS