segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A fala indecorosa de Gilberto Carvalho. Ou: O sangue dos pobres continua a excitar o PT. Ou: Petistas não conseguem faturar com a cracolândia, então tentam com o Pinheirinho

Não! A presidente Dilma Rousseff não controlou seus radicais nem deu pito em seus ministros destrambelhados. Gilberto Santo André Celso Daniel Carvalho, braços e olhos de Lula no governo, continua a ter uma atuação absolutamente indecorosa. Leiam trecho de uma reportagem de Márcio Falcão e Flávia Foreque, na Folha Online. Volto em seguida.
Ministro chama de “praça de guerra” episódio em Pinheirinho
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse nesta segunda-feira que a Policia Militar transformou em “praça de guerra” a ação de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), determinada pela Justiça estadual. Carvalho disse que o uso da força não conta com o aval do governo federal e que esperava mais diálogo. “Nós achamos que tem alguma coisa que poderia ser esgotada ainda no diálogo e sobretudo numa saída negociada e humana para as famílias, sem a necessidade daquela praça de guerra que foi armada ontem”, disse o ministro sobre operação realizada na madrugada de ontem (22).
Ele criticou ainda o tratamento dado ao secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, que acompanhava as negociações no local e foi atingido na perna por uma bala de borracha. “Quando ele mostra a carteirinha, a identidade de funcionário público federal, os guardas o desrespeitam e metem uma bala de borracha nele”, afirmou o ministro após solenidade no Palácio do Planalto.
Segundo Carvalho, o Ministério das Cidades deve participar do esforço para realojar os moradores da invasão. “Eu não quero fazer uma crítica direta ao governo de São Paulo, com todo respeito à autonomia. Agora, eu só posso dizer que esse não é um método nosso, do governo federal”, completou. Carvalho negou que o tema tenha sido discutido em reunião setorial na manhã de hoje sobre temas sociais.
(…)
Comento

Em nenhum momento Carvalho deixa claro que o governo do Estado não tinha saída —  E EU JÁ O DEMONSTREI — e estava obrigado a cumprir a determinação judicial. Não era de execução facultativa. Isso não existe na Justiça.
Existiram balas de borracha? Para aqueles que atacaram a polícia — legal e democrática — com pedras e para aqueles que decidiram incendiar carros e usar coquetéis molotov. POR QUE ESTE SENHOR NÃO DISSE UMA PALAVRA CONTRA A AÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES DE PIAUÍ, PERNAMBUCO E ESPÍRITO SANTO NA REPRESSÃO AOS QUE SE MANIFESTAVAM CONTRA A ELEVAÇÃO DE PASSAGENS DE ÔNIBUS? Com balas de borracha, bombas de efeito moral, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, spray de pimenta…
Como acho que é preciso ter vergonha na cara e coerência, eu não censurei, não, a ação daquelas forças porque achei que houve, mesmo, exageros nas manifestações. Sugiro o mesmo a Gilberto Carvalho. No Piauí, um estudante ficou cego de um olho em razão de um estilhaço de uma bomba de efeito moral. Os petistas, especialmente o ministro, não disseram uma vírgula. Por quê? PORQUE O PT INTEGRA OS TRÊS GOVERNOS, LIDERADOS PELO PSB.
Quando escrevi um post acusando o silêncio, mesmo alguns leitores que gostam desta página acharam que eu estava exagerando um pouco. Eis aí.
Funcionário público federal ou não, se o sujeito está no meio da troca entre pedras e balas de borracha, corre o risco de levar uma bala de borracha ou uma pedra. Qual é a de Carvalho? Petista é nobre demais para isso? Qual é a sua hipótese? Um guarda resolveu mirar no seu funcionário federal? Ora…
Mas vejam o jeitinho dele: “Não quero fazer críticas…” E, claro, vai fazendo, como se vê.
O governo tentou criar um fato eleitoral na cracolândia. Não conseguiu. A população não comprou a tese. Não gosta da droga, de drogados e da idéia de ter uma área da cidade entregue aos viciados e traficantes. Agora tenta explorar o caso do Pinheirinho. Aí a petezada acha que pode prosperar porque, afinal, trata-se de gente pobre. O governo federal faz de conta que não existem justiça, decisão judicial e estado democrático e de direito.
A campanha em favor de Fernando Haddad já começou.
Por Reinaldo Azevedo

O Brasil é mesmo uma potência: tem 3 vezes mais comissionados que os EUA!


E a contratação de militantes não pára de crescer no governo Dilma, que gastará com eles 203 bilhões em 2012. Este gigantesco loteamento é o verdadeiro duto da corrupção.
A presidente Dilma Rousseff bem que tenta promover a austeridade fiscal, mas o governo federal não consegue frear o inchaço da máquina pública - nem os gastos com pessoal. Para se ter uma ideia, a União vai arcar, em 2012, com uma folha de pessoal e encargos sociais acima de 203 bilhões de reais somente com os trabalhadores que ocupam os chamados cargos de confiança, como mostra reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira.
Desde o segundo ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, as funções comissionadas no Executivo federal só crescem. Em 2003, primeiro ano de Lula, houve uma queda no total de cargos de confiança, de 18.374 do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, para 17.559 no final do ano seguinte. Depois disso, o número só cresceu. No final de 2011, já na gestão Dilma, foi de 21.870 para 23.579, conforme mostrou reportagem de VEJA em novembro do ano passado. (Corrupção).
DO B. DO ORLANDO TAMBOSI

Vovó dizia: Quem brinca com fogo, amanhece mijado.

Após denúncias na Integração, Dilma demite diretor e irrita PMDB
Albert Brasil Gradvohl, ligado ao partido aliado do governo, trabalhava no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas; bancada da sigla vai reclamar de exoneração

Rosana de Cassia - da Agência Estado


BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff assinou a exoneração do diretor administrativo do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Albert Brasil Gradvohl e a nomeação de Victor de Souza Leão para o cargo. Esta foi a saída encontrada pela presidente para não ter que demitir o diretor-geral do órgão, afilhado político do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, apesar das irregularidades constatadas pela Controladoria Geral da União. A demissão irritou a bancada cearense do partido. A exoneração foi publicada na edição desta segunda-feira, 23, no Diário Oficial da União. O PMDB não se conforma com a degola de Gradvohl como único responsável pelas irregularidades e promete ainda nesta segunda procurar a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti e da Integração Nacional, Fernando Bezerra, para discutir o assunto.
A Controladoria Geral da União (CGU) identificou irregularidades em obras de irrigação no Ceará, analisadas pelo Ministério da Integração. A pasta vem sendo alvo de denúncias de favorecimento político. Conforme revelado pelo O Globo, no sábado, 21, o ministro Fernando Bezerra sugeriu a demissão de Albert Gradvohl em razão do relatório da CGU.
O novo titular da diretoria administrativa do Dnocs é funcionário da CGU. O relatório de irregularidades da Controladoria inclui desvio de recursos, dispensa de licitação e superfaturamento nas obras da barragem de Tabuleiro de Russas, no Ceará.
DO GENTE DECENTE

Berzoini, o exterminador de velhinhos, o chefe dos aloprados, o homem da Bancoop, vai ser o Presidente da CCJ da Câmara.

Vejam a que ponto chegou o Brasil. O atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal é o deputado federal petista João Paulo Cunha, o mensaleiro cuja esposa sacou R$ 50 mil em dinheiro vivo no Banco Rural para pagar a TV a cabo. Ele será substituído pelo sinistro ex-ministro da Previdência Ricardo Berzoini, também federal do PT, aquele que obrigou os velhinhos de mais de 90 anos a se apresentarem para recadastramento, que fundou a Bancoop caloteira e que comandou o Dossiê dos Aloprados.

Alô, jovem eleitor: para o Haddad, a sua redação no ENEM vale R$ 1,66.

No Enem, os corretores ganham  R$ 1,66 por redação corrigida. Como cada um corrige, em média, três mil redações, ganham R$ 5 mil no total. Mas eles têm que correr pra caramba. E quando correm, mal lêem o que você escreveu. Se você tiver azar, a sua nota irá, como a de muitos, para o espaço. E o seu futuro comprometido pelo resto da vida.  Assista aqui a uma reportagem do Fantástico sobre o assunto. 
DO CELEAKS

O governo paralelo de Gilvam

Adversário político do governador do Amapá, ex-senador vira polêmica e vai até parar na cadeia ao tentar administrar o Estado informalmente, construindo casas populares, pavimentando rodovias e comprando UTIs móveis para atender a população
Claudio Dantas Sequeira

Em países como o Reino Unido a oposição se organiza no chamado "shadow cabinet", uma espécie de gabinete informal criado para criticar e sugerir alternativas à política oficial. No Brasil, após a derrota eleitoral de 1989, Lula propôs ideia semelhante ao reunir assessores num grupo que seria o embrião do Instituto Cidadania. No Amapá, o ex-senador Gilvam Borges (PMDB-AP) resolveu inovar. Tenta instituir, desde o início deste ano, um verdadeiro "governo paralelo" no Estado. Em vez de pensar projetos e fiscalizar as ações governamentais, o político trabalha para substituir o Estado em iniciativas como pavimentação de rodovias, construção de casas populares e atendimento médico à população.
As ações são financiadas por empresários ligados ao ex-senador, correligionários do PMDB e, segundo Gilvam, por "prefeituras parceiras". A novidade, quase folclórica, está alimentando uma guerra política com consequências legais. Há pouco mais de uma semana, Gilvam foi detido pela polícia ambiental quando tentava aterrar um canal para pavimentar um acesso rodoviário que, segundo ele, ajudaria a desafogar o trânsito na capital, Macapá. Ficou preso algumas horas e os equipamentos foram apreendidos. Na quarta-feira 18, ele estava de volta à rodovia para tentar retomar os trabalhos, mas foi impedido pela PM. "O governador não fez, eu tenho que fazer", disse à ISTOÉ. De acordo com ele, em 2011 houve 150 acidentes no trecho rodoviário, com um saldo de 15 mortos. "Dá para resolver isso aqui em dez dias, mas o governador Camilo Capiberibe não quer", afirmou.
Gilvam, apadrinhado pelo presidente do Senado, José Sarney (MA), entrou em confronto direto com a família Capiberibe desde que perdeu o mandato. Primeiro denunciou o adversário eleitoral João Capiberibe por ter supostamente desviado R$ 360 milhões dos cofres públicos, quando deixou o governo estadual em 2002. No fim do ano passado, Gilvam mudou de estratégia e passou a atacar Camilo Capiberibe (PSB), filho de João e atual governador. Procurado por ISTOÉ, Camilo explicou, em nota sucinta, que "governar é tarefa de quem foi eleito, aos que perdem é reservado o direito de fazer oposição".
Com a atitude, o ex-senador já conseguiu um de seus objetivos: virar notícia. Algumas iniciativas têm saído, de fato, do papel. Neste sábado 21, Gilvam entregará a primeira das 25 mil casas populares que promete construir. Ele também pretende criar um "SUS paralelo", que funcionará em vans equipadas com UTIs. Gilvam revela que divulgará no início de fevereiro um "programa de governo" com ações concentradas nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e segurança pública. O gabinete paralelo possui até uma equipe. Conta com 25 assessores informais e terá sede própria, no município de Buritizal, que levará o nome de Palácio Governador Annibal Barcellos.
O advogado Eduardo Mendonça, professor de direito do Uniceub, diz que nunca viu nada parecido. "Qualquer pessoa pode propor alternativas. Também pode fazer doações e atos benevolentes. Mas o exercício da função pública pressupõe a eleição regular. O que ele está fazendo é inconstitucional", explica. Para Mendonça, se Gilvam for adiante com suas iniciativas poderá ser enquadrado no artigo 328 do Código Penal, que prevê pena de até dois anos de prisão para o crime de usurpação de função pública. Em sua defesa, o governador paralelo alega que não pretende "substituir" Capiberibe. "Minha intenção é dar exemplo. Sou um democrata, não um guerrilheiro", garante.
ISTO É - 21/01/2012
DO B. LILICARABINA

PETIÇÃO PÚBLICA

Nós abaixo-assinados vimos por meio deste PEDIR a retirada do ar do Reality Show transmitido pela Rede Globo, chamado deBig Brother Brasil, pois entendemos que:
Este programa não contribui para a boa formação de nossa sociedade, mas antes, pelo contrário, presta um desserviço público a nossa nação,uma vez que ele não atende aos PRINCÍPIOS determinados no Art. 221 em seu Caput e em seu inciso IV da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, que diz: Art. 221 – “A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios”: IV)”respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”
Portanto, a nossa Constituição Federal não admite que o aviltamento dos valores morais e éticos sejam transmitidos em rede nacional. Pelo menos não num veículo de utilidade pública, que deve ser usado para o bem comum e para cumprimento dos objetivos do Estado brasileiro.
Logo, asseveramos que o Reality Show Big Brother Brasil, DEVE SER RETIRADO DO AR, pois, o mesmo:
1. Divulga e promove desde de suas etapas de pré-seleção de seus candidatos e durante sua programação, a ética da exclusão;
2. Promove e privilegia a mulher-objeto, fazendo com que suas participantes femininas sirvam tão somente de objetos de voyeurismo sexual de suas audiências;
3. Incita e dar a entender que “pelo jogo” vale tudo, atentando contra todo tipo de ética estabelecida para as boas relações, no que diz respeito as conquistas de oponentes;
4. Ajuda a alimentar a alienação da população com a sedução da ilusória participação telefônica;
5. Não ajuda na formação de um povo consciente e cidadão de bons costumes e de boa índole.
Diante do exposto, CONCLUÍMOS, pois, afirmando que este programa deve sair do ar e que esta é a nossa vontade, devendo haver notificação a CONCESSIONÁRIA para que no lugar deste programa nocivo a nossa sociedade seja transmitido programação que verdadeiramente contribua e sustente nosso Estado de Direito e valores.
Os signatários
Acesse o site abaixo para assinar a petição:
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N19293
DO BLOG GRAÇA NO PAIS DAS MARAVILHAS

Pinheirinho – Petistas sentiram cheiro de sangue de pobre e resolveram apostar no confronto e na violência. Ou: Dilma vai ordenar que ministros seus parem de tentar promover o baguncismo em SP ou é conivente com ação deletéria?

Vocês conhecem uma parte do que vou relatar sobre a tal área chamada “Pinheirinho”. Mas há outra que vocês não conhecem. Vamos lá?
No Estado democrático e de direito, respeitam-se as várias esferas de competência da Justiça. No Estado democrático e de direito, as determinações judiciais são cumpridas. No Estado democrático e de direito, o governo federal não procura fazer uma espécie de intervenção branca na área de segurança numa unidade da federação governada por um partido adversário só porque adversário — especialmente quando essa unidade pode dar lições a esse mesmo governo federal. A presidente Dilma Rousseff deveria chamar seus ministros de Estado e sugerir que parem de incentivar o baguncismo em São Paulo — a menos que ela seja conivente com essas ações deletérias. Refiro-me, obviamente, AO CUMPRIMENTO DE UMA DETERMINAÇÃO JUDICIAL, de que a Polícia Militar não pode declinar, que resultou na desocupação da chamada “Área do Pinheirinho”, em São José dos Campos, em São Paulo.
Na operação, 18 pessoas foram presas e depois liberadas, houve três feridos, e oito carros foram incendiados, entre eles um veículo da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Vou tratar do imbróglio — ou do falso imbróglio — judicial. Quero arrematar este parágrafo lembrando que, na retomada da antiga área da cracolândia, armou-se na Secretaria dos Direitos Humanos, cuja titular é a petista Maria do Rosário, o bunker de resistência contra a lei. Neste domingo, os petistas Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, ninguém menos do que o ministro da Justiça, decidiram investir na desinformação e no proselitismo para tentar caracterizar como ato autoritário ou intempestivo o que é CUMPRIMENTO DA LEI. Se dois dos principais auxiliares da Presidência da República entendem que a lei, em particular as determinações judiciais, não devem ser cumpridas, então que a Soberana, popular como é, vá à TV, em rede nacional, e declare o triunfo da anarquia. Faremos a luta de todos contra todos, e os vencedores, ao término da luta, refazem o Brasil desde o fim.
Qual é o ponto?
Mil e quinhentas famílias — estima-se que houvesse lá cinco mil pessoas — ocupavam ilegalmente uma área reclamada na Justiça desde 2004. Ela pertence à massa falida do grupo Selecta, do investidor Naji Nahas. A juíza Márcia Faria Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, havia emitido a ordem de reintegração de posse da área, atenção!, em julho de 2011. PETISTAS SENTIRAM CHEIRO DE SANGUE DE POBRE EM ESTADO ADVERSÁRIO, E ISSO SEMPRE LHES ASSANHA A SEDE. Passaram a acompanhar o caso de perto — até porque pretendem usá-lo também na eleição municipal. A hipocrisia do governo federal é tal que poderia, por exemplo, ter apelado, então, à Justiça Estadual para tentar mudar a decisão. Não o fez. Preferiu convocar a imprensa e declarar que tinha interesse numa solução pacífica… Não me digam!
Na terça passada, a ação de reintegração foi suspensa pela juíza federal Roberta Monza Chiari. A liminar, no entanto, foi cassada no mesmo dia pelo também juiz federal Carlos Alberto Antônio Júnior, substituto da 3ª Vara Federal em São José dos Campos. Na sexta, o desembargador federal Antonio Cedenho revalidou a decisão de Monza Chiari. E aí? Reproduzo abaixo a mensagem enviada à juíza Márcia Faria Methey (a que tinha determinado a reintegração de posse) e ao comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alvaro Camilo. Leiam com atenção:
MMª. Juíza de Direito e Ilmo. Sr. Comandante Geral da Polícia Militar de São Paulo
Por determinação do Excelentíssimo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, transmito-lhes, para integral cumprimento, a ordem por ele proferida em relação à consulta formulada pelo juízo da 6ª. Vara Cível de São José dos Campos.
Rodrigo Capez
Juiz Assessor da Presidência
*
“A decisão proferida pelo juízo da 6ª Vara Cível de São José dos  Campos, ora em fase de execução, somente pode ser suspensa por ordem deste Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. Decisões que tais não existem, mesmo porque negada a liminar no agravo de instrumento contra ela interposto perante este Tribunal de Justiça.
Então, o ato judicial concorrente do Tribunal Regional Federal não tem qualquer efeito para esta Justiça do Estado de São Paulo, que é absolutamente independente e não tem relação com aquele outro ramo do Judiciário.
Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.
Nesse contexto, e para preservar a autoridade da decisão deste Tribunal de Justiça, instruo V. Exa. a prosseguir na execução do decisório estadual, por conta e responsabilidade desta Presidência.
Autorizo, para tanto, requisição ao Comando da Polícia Militar do Estado, para o imediato cumprimento da ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal, somente passível de utilização quando de intervenção federal decretada nos termos do art. 36 da Constituição Federal e mediante requisição do Supremo Tribunal Federal, o que inexiste.
Designo o juiz de direito assessor da Presidência Rodrigo Capez para, em nome desta Corte, prestar todo o auxílio necessário a V. Exa., com vistas ao cabal cumprimento de sua determinação”.
IVAN RICARDO GARISIO SARTORI
PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Voltei
O governo de São Paulo e a Polícia Militar não podem escolher cumprir ou não o que determina a Justiça. Se pudessem, seriam entes soberanos —- na verdade, ditatoriais. O STJ decidiu que a competência era mesmo da Justiça estadual e que a Federal se equivocou. Logo, os invasores do Pinheirinho teriam de sair. E a PM atuou. Dentro da lei.
Chamo a atenção de vocês para um trecho da decisão de Garisio Sartori: “Também não houve manifestação de interesse jurídico da União neste feito, de modo que fosse deslocada a competência para a Justiça Federal. Por isso que sem nenhum valor o processo concorrente naquela Justiça em oposição ao presente.” Ou por outra: o governo federal escolheu fazer proselitismo contra a desocupação, mas sem mover uma palha no terreno jurídico: ficou só na conversa mole. Eu provo o que digo com outra evidência.
A juíza Márcia Faria Methey, a que decidiu pela reintegração, enviou ao presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo uma consulta, a saber:
Informalmente, tomei ciência de que, nesta data, foi proferida decisão pelo Desembargador Federal Antonio Cedenho, no agravo de instrumento nº 2012007143, tirado contra decisão do Juiz Federal Carlos Alberto Antonio Junior, da 3ª Vara Federal de São José dos Campos, restabelecendo a liminar da Juíza Federal Substituta que, em regime de plantão, às 4h20m do dia 17 de janeiro p.p., “deferiu liminar em ação cautelar inominada para determinar que a Polícia Civil e Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal de São José dos Campos se abstenham de efetivar qualquer desocupação na gleba de terras do Pinheirinho”, desocupação esta deferida por mim na Ação de Reintegração de Posse que a Massa Falida Selecta moveu contra Esbulhadores ligados ao Movimento dos Sem Teto (Processo nº 0273059-82.2005.8.26.0577), ajuizada em 19.8.2004.
Esclareço que a reintegração foi deferida por mim em julho de 2011, desafiou agravo de instrumento nº 0276288-25.2011.8.26.0000, recebido apenas no efeito devolutivo pelo Excelentíssimo Desembargador Relator Cândido Alem, da 16ª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça, em 11.11.2011.
Outrossim, informo que em nenhum momento houve intervenção da União nos autos do processo da reintegração, manifestando interesse ou solicitando o deslocamento da competência para a Justiça Federal.
Diante da manutenção da minha ordem pelo Egrégio Tribunal de Justiça, consulto Vossa Excelência, se haverá suporte para a execução da liminar de reintegração na posse da área denominada “Pinheirinho”, haja vista que no dia 17 p.p., a Polícia Militar, comandada pelo Coronel Manoel Messias, teve que recuar sua tropa composta de mais de 1.700 homens, diante da dúvida que a liminar da Juíza Federal Substituta causou sobre a validade da minha ordem.
Márcia Faria Mathey Loureiro
Juíza de Direito da 6ª Vara Cível
São José dos Campos
Retomo
Também na mensagem da juíza a evidência de que, desde julho do ano passado, quando foi determinada a reintegração de posse, a União não moveu uma palha no terreno jurídico para, então, tentar impedir a reintegração de posse. A movimentação dos petista se deu apenas na área política. Mais do que isso: na prática, investiram num confronto de competências da Justiça, como se houvesse uma relação de subordinação entre a Justiça Federal e a Justiça de São Paulo.
Proselitismo
Eis que, uma vez em curso a desocupação, vem a público Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, responsável, como dizem lá, pela “interlocução com os movimentos sociais” para afirmar que a ação da PM “atropelou” negociações feitas com o governo federal para a desocupação pacífica da área. Quais negociações?
Uma pergunta ao senhor Carvalho: a “interlocução” era feita só com os invasores, mas não com a Justiça de São Paulo, que é quem tinha a competência para decidir? Gilberto Carvalho emprenha os jornalistas pelo ouvido, sustentando que a desocupação era desnecessária porque os moradores estão lá há oito anos… Nem vou entrar no mérito de tão formidável entendimento sobre a propriedade privada agora. Eu me pergunto por que a União não tentou, então, convencer disso a Justiça. Que alternativa aponta este homem de Estado? Mandar a decisão judicial às favas?
Ele não foi o único a pescar em águas turvas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu-se com uma declaração estupefaciente, depois de ter dito aos jornalistas que havia conversado com o governador Geraldo Alckmin: “O Alckmin me disse que tinha de atender a decisão judicial e que a tropa era preparada.” COMO??? O “Alckmin disse que tinha de atender”??? É questão de opinião, de gosto? Por quê? Cardozo acha que o governador a tanto não estaria obrigado? Alckmin disse que tem de se cumprir. E Cardozo, o que diz?
O resumo da ópera é o seguinte: os petistas não moveram uma palha para evitar a remoção, mobilizaram seus estafetas para fazer proselitismo, investiram num choque de competências entre as várias esferas da Justiça e agora tentam obter dividendos políticos jogando com a sorte dos miseráveis. E isso ainda não é tudo.
Reitero: Ou Dilma puxa as orelhas de seus ministros ou se mostra conivente com a promoção do baguncismo. Ao menos enquanto os petistas não vencerem as eleições, vai vigorar em São Paulo o estado democrático e de direito. Nesse modelo, as leis e as decisões da Justiça podem e devem ser debatidas, mas são sempre cumpridas. Se e quando eles ganharem, então que tentem um modo alternativo de governar.
Ah, sim: para a decepção de muitos, o sangue não jorrou. A polícia também não cegou, felizmente, nenhum manifestante, a exemplo do que aconteceu no Piauí, governado por PSB-PT, sob o silêncio de Gilberto Carvalho, José Eduardo Cardozo, Maria do Rosário, Paulo Teixeira, Eduardo Suplicy e, bem…, Dilma Rousseff.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

OS FALSÁRIOS


OS FALSÁRIOS
Maria Lucia Victor Barbosa
Num cacoete stalinista para manter a fachada de esquerda, os petistas se tornaram falsários praticantes. Em dossiês visando acabar com a reputação de adversários, a intriga e a mentira se tornaram suas armas prediletas, em que pese não terem dado nenhum resultado. Os responsáveis pelos falsos documentos são figuras importantes da República Sindicalista, amigos íntimos do ex-presidente, Lula da Silva, ou da atual presidente, Dilma Rousseff. Nada lhes aconteceu e continuam tranquilamente desfrutando as delícias do poder em altos cargos, uma vez que o PT paira acima da lei.
O primeiro ano de Dilma Rousseff, na verdade uma continuidade do governo Lula da Silva, foi um vazio de promessas de campanha não cumpridas e de novas promessas que dificilmente se concretizarão. Em 2011, a única coisa que aconteceu por obra de parte da imprensa foi a queda de sete ministros, sendo que seis foram acusados de corrupção. De fato, deveriam cair não sete, mas doze ministros, pois sobre mais cinco foram levantados pela imprensa fortes indícios de corrupção. Entretanto, os cinco devem ser mais companheiros que os outros, pois permaneceram firmes e fortes em seus cargos. Que farsa!
Apesar do aumento da inflação e da inadimplência, recente pesquisa Datafolha mostra que 59% dos brasileiros consideram a gestão Rousseff ótima ou boa, um recorde com relação aos presidentes anteriores e ao próprio Lula. Nosso povo está cada vez mais otimista no tocante ao futuro e enquanto der para comprar a felicidade em suaves e longas prestações em lojas de departamentos, aumentarem as bolsas esmola e os lucros dos companheiros do andar de cima, a aprovação da presidente tende a aumentar. Afinal, a farsa que induz à crença na ilusão é necessária ao psiquismo coletivo.
Na esteira de farsas e fraudes começam a despontar os candidatos às prefeituras nesse ano eleitoral. Lula da Silva, certamente entusiasmado com o êxito de sua afilhada política e desejando dominar politicamente São Paulo, impôs ao seu partido a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à prefeitura. Como ministro da Educação Haddad foi reprovado no Enem, pois não acertou nenhum. Adotou um livro que ensina crianças a falarem errado, porque “pobres falam e escrevem errado”. Ninguém objetou que falar e escrever errado em concursos para obter melhores empregos prejudica tanto pobres quanto ricos, ou seja, Haddad instalou no Brasil a democracia do atraso onde todos são iguais na ignorância. Outro livro adotado no seu ministério ensinou que 10-7= 4. Algo inédito no mundo inteiro. O Brasil é o máximo, mudou até a matemática. Outra façanha do candidato de Lula da Silva, mas que acabou não se realizando por conta da interferência de deputados evangélicos foi o chamado “kit Gay”, que em nome de acabar com o preconceito contra homossexuais influenciava a opção sexual de crianças desde a mais tenra idade numa clara e abusiva interferência estatal sobre a liberdade individual.
Com relação aos direitos humanos somos campões da farsa, pois o governo petista defende e abriga assassinos e terroristas do quilate de Cesare Battisti e de membros das FARC, sem falar nos apaniguados de Mahmoud Ahmadinejad que vivem sem problemas entre nós, como já foi ventilado pela imprensa.
Ahmadinejad esteve recentemente em países latino-americanos em busca de apoio político e econômico diante das sanções norte-americanas e européias. Na Venezuela, o boquirroto e megalômano Hugo Chávez mencionou bombas e mísseis, contra os Estados Unidos, naturalmente. Ahmadinejad retrucou que “o combustível dessas bombas é o amor”. Piada tão ridícula quanto a teoria conspiratória de Chávez que atribuiu aos norte-americanos seu câncer e o de outros companheiros. Não mencionou que os imperialistas falharam miseravelmente no caso de Cristina Kirchner.
Ahmadinejad desta vez não veio ao Brasil abraçar o querido companheiro, Lula da Silva, mas nosso embaixador em Teerã, Antonio Salgado, defendeu o iraniano dizendo que aquela sua famosa e abjeta frase, “varrer Israel do mapa”, tantas vezes pronunciada, foi mal compreendida. Entretanto, a intenção de tal varredura pode não ser retórica, visto que o material produzido em bunker no Irã pode se tornar material físsil para ogivas.
Em 23 de fevereiro de 2010, um Lula eufórico e sorridente caiu nos braços dos irmãos Castro, enquanto esfriava no caixão o corpo de Orlando Zapata Tamayo. Este morreu depois de ter sido torturado nas masmorras cubanas e enfrentado uma greve de fome. Tamayo pedia condições mais humanas para os demais encarcerados e liberdade para seu país.
Dilma Rousseff irá à Cuba no próximo dia 31. Dia 19 morreu Wilman Villar, que protestava com greve de fome contra a violação dos direitos humanos em Cuba. Não era um bandido, como se referiu Lula com relação aos presos políticos cubanos que fazem greve de fome, mas outro mártir e herói que deu a vida pela liberdade.
Rousseff, a exemplo de seu mestre em política, em breve estará em Cuba para abraçar e beijar o sanguinário déspota, Fidel Castro. Decididamente, direitos humanos à moda petista não passam de uma grande farsa.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

DO R.DEMOCRATICA

Rocha Matttos reabre caso Celso Daniel


Exclusivo
Depois de sete anos na cadeia, o juiz João Carlos da Rocha Mattos revela, em entrevista exclusiva ao 247, que foi preso porque teve em seu poder as fitas do caso Celso Daniel e diz que o prefeito de Santo André morreu porque o dinheiro extorquido das empresas de ônibus não ia só para o PT 
Foto: DIVULGAÇÃO
Por Claudio Julio Tognolli247
O governo Lula inaugurou uma Polícia Federal devotada a combater inimigos comerciais e políticos do PT – algo que ele, um delegado da PF por sete anos, não viu nem quando serviu sob a ditadura.
A “Polícia Federal republicana”, frase do ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, é uma falácia: a PF de Lula era a PF dos interesses de Lula.
O desabafo é do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, 62 anos de idade. Rocha Mattos saiu da cadeia há menos de 20 dias. Cumpriu sete anos e cinco meses de prisão. Foi o único réu preso no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel – tudo porque, diz ele, tinha posse de fitas comprometedoras, cujo conteúdo a PF de Lula “editou e apagou”.
Rocha Mattos mandou destruir tais fitas, como juiz, por serem ilegais. Mesmo assim, ele sustenta que a PF, quando o prendeu na Operação Anaconda, em outubro de 2003, invadiu sua casa perguntando se havia cópias das fitas.

Acusado por supostamente vender sentenças judiciais, Rocha Mattos falou com exclusividade ao Brasil 247, por duas horas, em seu escritório no centro de São Paulo. Não mede palavras sobre o que sofreu: conclui que sua vida mudou depois que o caso Celso Daniel caiu em suas mãos.
“Basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa das fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente”.

Ele se refere ao delegado Francisco Balthazar da Silva.

Rocha Mattos ainda se espanta com a “PF republicana” de Thomaz Bastos.
“Por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal”.

O ex-magistrado confessa que sua maior curiosidade é saber como funcionava a engrenagem da PF de Lula. “A Daslu, por exemplo, é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa.
São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa.
Existia sob Lula uma política por detrás da PF.
Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro”.

Rocha Mattos só tem contra ele uma condenação em definitivo, numa pendenga contra o juiz Fausto Martin de Sanctis. Nos outros oito casos pendentes, ainda cabem-lhe recursos. Ele sonha em reaver seus vencimentos de juiz federal e nessa luta seu advogado é o criminalista Nabor Bulhões.
Confira seu depoimento:

247 – Como está a sua vida hoje?
Rocha Mattos – Estou com 62 anos, acordando super cedo. Sempre gostava de acordar cedo. Agora eu acordo cedo, venho para o escritório. Eu já trabalhava aqui quando estava no semi-aberto, só que eu trabalhava e tinha que voltar pra dormir em São Miguel e ultimamente no Belém, já que o presídio de São Miguel acabou. Venho pro escritório, trabalho, fico até tarde. Antigamente ficava até às cinco, tinha que chegar lá às sete, em São Miguel e depois no Belém. E eu acabo indo embora daqui agora mais tarde, nove horas, ou seja, o primeiro a chegar e o último a sair. E doutor Raimundo Oliveira da Costa, que é o dono do escritório é meu advogado há mais de um ano e tem conseguido grandes vitórias pra mim. Ele é uma pessoa que conheço há muitos anos e embora tenha ficado muito tempo sem ver e houve uma aproximação maior mais por carta quando estava lá em Tremembé e ele foi trabalhar lá na Paulista e quando ele saiu de lá acabei vindo com ele pra cá.
247 – O senhor conhece a Justiça de uma maneira privilegiada porque foi delegado federal, procurador, juiz federal, preso...
Rocha Mattos – Até a prisão eu conheço agora! Eu sei o quanto é difícil ficar preso, o quanto é difícil a vida, porque não é só você ficar lá fechado o tempo todo, quando sai pro semi-aberto você sai pra trabalhar, existe essa possibilidade. Mas a gente não sabe das angústias que existem, principalmente no fechado, no regime semi-aberto. E nesse tempo toma bastante tombo. Na verdade, normalmente quem tira esse tempo de prisão é quem tem crime hediondo, que não é o meu caso, quem tem trânsito em julgado, homicídio, sequestro, então eu fiquei muito tempo preso. As penas chegaram a ser bem altas, elas foram caindo com recurso e tal. Ainda tenho uns processos em andamento e foi muito difícil, tive dificuldade até pra comunicar com advogado, mas eu sobrevivi.
247 – O que você mais pensava quando estava preso, o que mais te ocupava a cabeça?
Rocha Mattos – Sempre pensava que eu ia acabar resolvendo algumas situações, ia sair, eu não esperava ficar tanto tempo preso, eu esperava ficar dois ou três anos no máximo, eu nunca imaginei que fosse ficar todo esse tempo. Naquela época o tribunal, quando eu estava livre de um processo, decretava outra coisa mais antiga.
247 – E no que você se segurou?
Rocha Mattos – Ah, filhos, filhos e a filha menor que eu tenho, que tem seis anos e nasceu quando eu estava na Polícia Federal, foi gerada quando eu estava na Polícia Federal. É uma criança que é minha filha-neta e que renovou bastante a minha vida. E mesmo o Caio, que quando eu fui preso tinha 12 anos, era garoto ainda. As mais velhas já estão bem encaminhadas na vida.
247 – Dentro desse sistema, o que você viu de pior?
Rocha Mattos - Olha, não tem uma cena assim que tenha marcado bastante, mas é a angústia dos presos em geral, porque eles ficam às vezes na esperança daquele benefício, e às vezes, muitas vezes aliás, eles são frustrados de justiça, de liberdade, e realmente demora muito pra ver as soluções dos incidentes.
247 – Alguém te pedia muito conselho, sabendo que o senhor era juiz?
Rocha Mattos – Muito, muito.
247 – Fale do que pesa contra o senhor.
Rocha Mattos – Tive mais de vinte acusações, inclusive algumas até repetidas, e isso foi até reconhecido pelos procuradores que trabalham na primeira instância. Existem acusações sobrepostas. A mesma conduta minha deu margem a um processo por prevaricação e a um processo por corrupção. O Ministério Público dizia ora que era corrupção, ora que era prevaricação, ora que era lavagem de dinheiro. Existem hoje em dia talvez umas sete ou oito acusações contra mim. Sei que é um absurdo, mas eu sei que sou eu que fui preso no caso de Santo André, do Celso Daniel. Eu estou agora em liberdade porque já cumpri uma parte da pena, mas eu ainda estou preso no caso da morte de Celso Daniel. Recebi uma pena de três anos e meio em regime semi-aberto. Fui acusado de ter desaparecido com as fitas do caso, quando não fui eu quem despareceu com as fitas do caso. Inclusive essas fitas eram prova ilícita e existe até acórdão do Supremo dizendo que se a prova é ilícita, ela não poderia ser usada como acusação de supressão de documento, ou seja, dela mesma. Foram localizadas segundas cópias dessas fitas meses depois da destruição delas. Embora por distribuição eletrônica, na Justiça, esse mandado de segurança contra mim caiu nas mãos da desembargadora Terezinha Cazerta, que estava à frente de alguns processos da Operação Anaconda, em alguns dos quais ela foi considerada, aliás, incompetente. Jamais houve na Justiça Federal de São Paulo uma rapidez e uma celeridade como essa que houve no meu caso.
247 – Houve política na Operação Anaconda?
Rocha Mattos – Sustento ainda que a Operação Anaconda foi uma operação política contra mim. Sustento porque naquela época a Anaconda foi a segunda grande operação do governo Lula. Houve antes a Operação Diamante, em que foi atingido um ex-ministro do STJ, um juiz, e um juiz de um tribunal regional federal, junto de sua esposa. Mas ninguém foi preso. Comigo, foram muito duros: basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa da fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente. Mas as provas do caso Celso Daniel eram ilícitas e eu não me arrependo de nenhuma decisão que eu tenha dado. Eu acho que eu poderia ter sido apenas mais cortês com as pessoas do tribunal. Às vezes, quando eu me sentia muito pressionado, eu também reagia. Eu procurava sempre, para reagir a essas pressões, demonstrar que eu sabia de muitas coisas. Eu tenho até exemplo, mas não vou citar nomes: eu acusei um juiz de destruir dois carros do tribunal. Li outro dia, no Consultor Jurídico, que esse juiz agora está respondendo pela destruição desses carros.
247 – O senhor foi acusado na Anaconda de venda de sentenças. Quais são essas sentenças, qual a materialidade da acusação?
Rocha Mattos – Na verdade eu tenho duas acusações sobre isso. Uma o processo está em andamento ainda. O processo está na 10ª Vara. O outro caso que eu fui condenado pelo tribunal é o caso do contrabandista alcunhado de Lobão. Esse Lobão era acusado de descaminho de cigarros e de outras mercadorias. Não fui eu que dei a liberdade provisória ao tal de Lobão, e ele nem era réu. Quem eram réus eram os supostos laranjas dele. Eu jamais soltei os caminhoneiros que estavam transportando essa carga desviada. Quando veio a denúncia contra os laranjas de Lobão, eu nem estava mais na Justiça. Com o parecer favorável do Ministério Público, a única coisa que eu fiz nesse processo, eu liberei, mediante fiel depósito, os veículos transportadores para os proprietários que eram os supostos laranjas, mas eu não sabia disso. E ninguém também recorreu disso. E veja você que eu fui acusado nesse caso de corrupção e até de liberar cigarros. Jamais foram liberados cigarros, nem por mim nem por outro juiz. Esses cigarros continuam apreendidos na Receita, eram fabricados no Paraguai e eu acabei respondendo por corrupção nesse caso. Esse caso não tem julgamento definitivo. Vai ser julgado um recurso especial e vão ser julgados dois habeas corpus. Mas fora esses dois casos, eu não tenho nenhuma outra acusação de corrupção.
247 – Essas acusações, cronologicamente, foram feitas depois que o senhor esteve de posse das fitas do caso Celso Daniel?
Rocha Mattos – Sim, perfeitamente. O caso Anaconda começou errado. Ele começou em Alagoas, com um juiz de Primeira Instância e não pelo Tribunal Regional Federal de lá. Hoje em dia, o STJ não aceita mais isso, que um juiz de outra jurisdição faça gravações de outro. A escuta, agora, tem que ser determinada desde o início pelo tribunal. E contra os juízes de outras regiões, pelo Tribunal Regional da jurisdição específica. A Anaconda começou para investigar uma coisa e acabou investigando outra. Eu e os juízes Casem e Ali Mazloum fomos grampeados por um juiz de Alagoas por um ano e oito meses, e na verdade quando apareceram os nossos nomes esse juiz deveria informar isso imediatamente ao tribunal, e não ficar um ano e oito meses investigando em segredo.
247 – Qual é o seu juízo de valor sobre a Polícia Federal Republicana, como era chamada por Marcio Thomaz Bastos?
Rocha Mattos – Eu fui delegado federal por sete anos, de 1976 até 1982, então eu peguei bastante do período militar. Na época dos militares, a Polícia Federal nunca teve um delegado que fosse diretor-geral, eram só coronéis e generais do Exército, então claro que a PF era ligadíssima ao regime militar. Mas, por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal. Num HC meu de 2004 eu escrevi isso: a Polícia Federal é uma polícia do governo. A Polícia Federal é uma polícia petista, do governo do PT, como foi do PSDB na época do PSDB. Tanto que o caso da Roseane Sarney foi uma operação comandada contra ela pelo governo Fernando Henrique. Portanto a PF era tucana e passou a ser petista. O que eu acho bom é que no início desse governo Dilma a PF se desvinculou bastante da parte política. A Dilma está deixando a PF ser bastante profissional. Eu acho que a interferência na PF, no governo Dilma, é muito menor. No tempo de Lula e de Marcio Thomaz Bastos, a PF virou uma polícia do PT. Não era uma PF do governo, era uma PF do Partido dos Trabalhadores.
247 – Por que a PF de Lula prendeu alguns empresários e não outros, que concorriam afinal no mesmo tipo de negócio?
Rocha Mattos – Por razões políticas, inclusive tem condenações como a da Daslu, que é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa. São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa. Existia sob Lula uma política por detrás da PF. Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro. Os tribunais deixaram de ser duros também, como se pode ver o caso da Operação Castelo de Areia e como está se vendo no caso da Satiagraha. Ao contrário do que aconteceu na Anaconda, o STJ começou a abrandar mais, ele começou a passar a ser menos tolerante com essas gravações. Ele começou a considerar ilegais as gravações que se perduram por anos e não têm fundamentação.
247 – O senhor acha que tudo teve um breque depois que o ministro Gilmar Mendes foi grampeado?
Rocha Mattos – Não foi só o ministro Gilmar que teria sido grampeado, outros também foram, existem suspeitas seríssimas disso. O próprio Judiciário foi amadurecendo. Num primeiro momento isso não foi visto no nosso caso. Veja você, no meu caso, que eu tinha até uma certa relação de inimizade com os irmãos Mazloum, cheguei a litigar com eles no caso Banespa, já processei os dois e fui processado por eles, e mesmo assim a Anaconda nos acusou juntos. Não há na Anaconda nenhuma ligação telefônica entre eu, o Casem e o Ali. Foram usadas contra mim provas em que a minha ex-mulher Norma, que estava fora de si por causa da separação, me ameaçava com coisas inexistentes. Essas gravações legalmente só poderiam ser usadas para a defesa, e não no ataque contra mim. A própria jurisprudência do Supremo é nesse sentido, Veja que no caso do Carlinhos Cachoeira naquele escândalo do Valdomiro Diniz, do PT, na Casa Civil, o procurador tinha as gravações do Carlinhos, mas queria que ele entregasse, porque pela lei só ele era parte legítima para entregar essas gravações. O Carlinhos foi vítima de extorsão daquele assessor do José Dirceu. O Carlinhos gravou tudo, mas ele nunca entregou para a polícia. Mas no meu caso, o mesmo tipo de gravação foi aceito como prova pelo Tribunal Regional da 3ª Região.
247 – Algum dos seus casos já transitou em julgado?
Rocha Mattos – É um caso que a pena baixou de 4 para dois anos. Esse processo já estava instaurado antes da Anaconda e eu fui acusado nele de fazer uma denunciação caluniosa contra o juiz Fausto de Sanctis. Eu o acusei de abuso de autoridade, não de um crime grave, e acabei sendo condenado a 4 anos de prisão em regime fechado. Cumpri parte dessa pena, sendo que depois o STJ acatou o HC do meu advogado, abaixando essa pena para dois anos em regime aberto. O processo foi totalmente desfigurado.
247 – O senhor diz que no caso do Celso Daniel houve ingerência da PF como polícia de estado e de partido...
Rocha Mattos – Foi a PF do Executivo. Aquilo foi terrível pra mim, embora eu tenha considerado a prova ilegítima. Indevidamente as fitas de Celso Daniel ficaram guardadas em local incerto e não sabido e isso gerou atrito com a desembargadora Terezinha Cazerta, autora do mandado de segurança contra mim. O MP se aproveitou disso para tentar, e conseguiram, me deixar na cadeia tantos anos. Quando o Elias Maluco matou Tim Lopes, ele foi condenado por homicídio e formação de quadrilha. Ele levou uma pena de um ano e oito meses: eu levei uma pena de 3 anos, a pena máxima, pela suposta quadrilha. Não há um caso como esse na Justiça.

247 – Fale da fita do caso...



Rocha Mattos – A apuração do caso do Celso começou no governo FHC. A pedido do PT, a PF entrou no caso. Mas quando o Lula assumiu, a PF virou, obviamente. Daí, ela, a PF, adulterou as fitas, eu não sei quem fez isso lá. A PF apagou as fitas, tem trechos com conversas não transcritas, é uma história insepultável. O que eles fizeram foi abafar o caso, porque era muito desgastante, mais que o Mensalão. O que aconteceu foi que o dinheiro das companhias de ônibus, arrecadados para o PT, não estava chegando integralmente a Celso Daniel. Quando ele descobriu isso, a situação dele ficou muito difícil. Só existe uma pessoa condenada nesse caso: eu. Vão surgir mais co-réus. Eu sou o único punido no caso Celso Daniel. Agentes da PF manipularam as fitas de Celso Daniel. O juiz do caso então, de polícia judiciária, o Dr. Porto, admitiu que as gravações começaram a ser feitas para apurar suposto tráfico de drogas, ele sabia que era para investigar o PT, mas ele não tinha competência territorial para isso. E outra: era crime político, portanto deveria ser apurado pela PF. Esse caso veio parar na minha mão. Eu mandei apreender essas fitas, que nem sei se eram originais, mas já tinham sido adulteradas. Se a PF do FHC queria prejudicar o PT, sob o Lula ela virou e passou a ser uma polícia do governo do PT. O juiz Porto admitiu que autorizou gravações que eram para drogas, mas, no fundo, eram políticas. Por que não constava do processo que ele era contra integrantes do PT? O Dr. Porto parecia estar conivente com essa mentira de que era caso de drogas. Destruí as primeiras fitas. Mas tudo ali era adulterado, veio adulterado, sempre envolvendo Gilberto Carvalho, ex-secretário particular de Lula. A PF fez um filtro nas fitas para tirar o que talvez fosse mais grave.
247 – E o que seria?

Rocha Mattos – Não sei.

13 de Abril de 2011 

DO R.DEMOCRATICA

Quem está errado sobre classes sociais no Brasil? O Datafolha ou a Bolsa Família?

São números oficiais. 13 milhões de famílias atendidas. Média de 5 pessoas. Renda máxima de R$ 306. O país tem 191 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010 do IBGE. O Datafolha pode fazer o que quiser com a sua pesquisa, mas 70 milhões de pessoas são Classe E. Ou seja: 3,6 pessoas em cada 10 estão na Classe E. 
O Datafolha diz que 6 a cada 10 brasileiros estão na Classe Média. Sobram 0,4 pessoas para estarem na Classe B e A. Alguma coisa não fecha nesta conta. A Datafolha diz que os excluídos são 28%. A Bolsa Família afirma, oficialmente, que são 36,6% e que ainda tem mais para atender. 
Quem está errado? O Otavinho Frias ou a Dilma Rousseff?
(J. Brasil, obrigado pela dica!) 
DO CELEAKS

A nossa Dama de Vermelho não quer ouvir as Damas de Branco.

As Damas de Blanco são mães e esposas de centenas de presos políticos cubanos. Todos os domingos elas saem em protesto e apanham da polícia de Castro. São ameaçadas, humilhadas e soltas a quilômetros de distância das suas casas. Dilma, a nossa Dama de Vermelho, não quer falar com elas. Há um ano atrás, Dilma fez questão de receber oficialmente, em visita à Argentina, as Mães da Praça de Maio, que tiveram filhos desaparecidos no regime militar. A sua líder é envolvida em escândalos de corrupção. Quem pegou em armas, matou policiais, sequestrou e assaltou para implantar o comunismo merece o apoio da Dilma. Quem luta com as mãos vazias contra o comunismo merece desprezo.  
A morte do dissidente cubano Wilman Villar na semana passada não deve causar constrangimentos à visita da presidente Dilma Rousseff à ilha, no fim do mês. Interlocutores da presidente dizem que Dilma deve se distanciar do episódio, mais um momento delicado em relação aos diretos humanos em Cuba. Uma das características da petista em suas viagens internacionais tem sido evitar tratar de questões internas dos anfitriões. A Folha publicou ontem o pedido de exilados para que Dilma se refira aos direitos humanos em sua viagem a Cuba. 
"Que ela vá a Cuba, desde que diga o que deve ser dito", disse Elena Larrinaga, presidente do Observatório Cubano de Direitos Humanos. Villar morreu de infecção generalizada e pneumonia após mais de 50 dias sem comer, na quinta-feira. O episódio reaviva o caso de Orlando Zapata Tamayo, dissidente que morreu em fevereiro de 2010, depois de 85 dias de greve de fome. Tamayo era considerado "preso de consciência" pela Anistia Internacional -reconhecimento que Villar estava prestes a obter, segundo a organização não governamental- e protestava contra as condições carcerárias. Ele morreu um dia antes de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Cuba para visita oficial e apenas "lamentar" o incidente. No sábado, a viúva de Villar qualificou de "manipulação" a versão do governo segundo a qual ele não seria dissidente. Maritza Pelegrino disse que tentam "manchar sua imagem depois de morto".(Da Folha de São Paulo)
DDO CELEAKS