sábado, 24 de setembro de 2011

Ata da Câmara mente sobre a presença de deputados


Antes leia: "Quando todos achavam que já tinham visto de tudo, a realidade, infelizmente, mostra que não. AQUI

Fotos: Ag.Câmara

Por Josias de Souza- Folha Online
O portal oficial da Câmara na internet levou ao ar uma ata mentirosa.
O documento falseia a lista de presença de reunião da Comissão de Constituição e Justiça.
Anota-se no texto (disponível aqui) que a comissão reuniu-se às 11h53 da última quinta-feira (22) “com a presença” de 34 deputados federais. Falso.

Havia em plenário duas almas: Cesar Colnago (PSDB-ES) e Luiz Couto (PT-PB). Os outros 32 tinham voado para seus Estados após rubricar a lista de “presença”.

O regimento da Câmara exige um quórum mínimo de 31 deputados para que a Comissão de Justiça possa deliberar. Produziu-se uma pantomima.

Os dois presentes tomaram os seus lugares. O tucano Colnago (foto lá no alto), 3o vice-presidente da comissão, acomodou-se na presidência. O petista Couto sentou-se no plenário.

Na “abertura”, a ata da sessão-fantasma registra: “Havendo número regimental, o senhor presidente [Colnago] declarou abertos os trabalhos.”

Conforme noticiado pelo repórter Evandro Éboli, os “trabalhos” resultaram na aprovação de 118 projetos. Deu-se na velocidade de um raio: três minutos.

Repetindo: com a presença de dois míseros deputados, a Comissão de Justiça da Câmara aprovou mais de uma centena de propostas em três minutos.

A ata omite o tempo de duração da sessão. Limita-se a registrar um resumo de tudo o que foi “discutido” e “deliberado”. As proposições foram reunidas em quatro blocos.

Num, passaram 38 novas concessões para a exploração de emissoras de rádio. Noutro, renovaram-se 65 concessões radiofônicas antigas…

…Num terceiro, aprovaram-se nove projetos de lei. No derradeiro bloco, referendaram-se meia dúzia de acordos internacionais firmados pelo Brasil com outros países.

A lista inclui uma “cooperação cultural” com o governo de Belize, um acordo sobre “isenção parcial de vistos” com a Guiana…

…Acertos com a Libéria e o Congo sobre “exercício de atividades remuneradas” de dependentes do corpo diplomático, militar e administrativo das embaixadas…

…E um tratado de “cooperação em matéria de Defesa” firmado com o governo da República Dominicana.

A cada bloco de projetos levado a “votação” correspondeu uma encenação. Dirigindo-se ao ermo de um plenário reduzido à presença singular de Luiz Couto, Cesar Colnago dizia, em plural enigmático:

“Os deputados que forem pela aprovação, a favor da votação, permaneçam como se encontram.” Postado na primeira fileira, o petista Couto (foto à direita) mantinha-se inerte.

E o tucano Colnago: “Em discussão. Não havendo quem queira discutir, em votação. Aprovado.”
Decorridos três minutos e quatro encenações, Colnago declarou “encerrada a sessão.”

Voltando-se para Couto, que além de deputado é padre, Colnago, que fora auxiliar de sacristia quando menino, fez troça: “Um coroinha com um padre, podia dar o quê?!”

Responsável pela redação da ata mentirosa, a servidora Rejane Salete Marques informou à dupla, entre risos: “Votamos 118 projetos!”

E o tucano Colnago, virando de novo para o petista Couto: “Depois diz que a oposição não ajuda…”

A ata de fancaria contém os nomes dos 32 “presentes” que se abstiveram de comparecer. A lista é pluripartidária.
Inclui, por exemplo, o evangélico Anthony Garotinho (PR-RJ), o superdelegado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), o ex-comunista Roberto Freire (PPS-SP)…

…o relator defenestrado do novo Código Civil Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o relator nomeado do mesmo Código Civil Sérgio Carneiro (PT-BA)…
…o sobrenome ilustre Brizola Neto (PDT-RJ) e o pretenso pré-candidato petista à prefeitura de São Paulo Jilmar Tatto (PT-SP).

Ouvido sobre o teatro que dirigiu, Cesar Colnago enxergou normalidade no anormal: "Regimentalmente, não fizemos nada de errado”, disse ele.
“Além do mais, os projetos em pauta não eram polêmicos. Como ninguém pediu verificação de quórum, os projetos entraram em votação…”

“…Todas as matérias aprovadas eram de consenso e foram analisadas pela assessoria do PSDB. As matérias foram votadas simbolicamente.”

Espremido –por que não interrompeu a sessão?— Colnago passou a simular indignação: “Essa permissividade tem que acabar…”

“…É muito ruim porque esvazia o debate e faz a Casa perder credibilidade. Eu poderia ter pedido a verificação de quórum para interromper a sessão…”

“…Mas os projetos não eram polêmicos. O próprio presidente da CCJ, João Paulo Cunha, pediu que os projetos andassem logo.”

Não se constrange com a encenação? “Esse esvaziamento é muito frequente. Estou cansado de votar projetos na CCJ com 10, 15, 20 deputados…”

“…Ocorre que os projetos de quinta já tinham convergência dos deputados. Na verdade, o quórum alto depende do interesse do governo.”

Tomado pelas palavras, o deputado Colnago dá razão ao chanceler Otto Von Bismarck (1815-1898): "Leis são como salsichas; é melhor não saber como são feitas."

Cabe perguntar: se essa bandalheira ocorre na Comissão de Justiça (?!?!), a maior e mais importante da Câmara, o que não estará sucedendo nas demais comissões?
DO MOV.ORDEM VIG.CONTRA CORRUPÇÃO

JOSÉ GENUINO - “Qualquer lugar é lugar para reunião. A gente faz onde dá para fazer”.

“Qualquer lugar é lugar para reunião. A gente faz onde dá para fazer”. A frase é José Genoino, assessor do Ministério da Defesa, sobre a reunião que aconteceu no banheiro do gabinete do presidente da Câmara, Marco Maia, entre eles, mais Candido Vaccarezza e os ministros José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário para discutir o projeto da Comissão da Verdade. A iniciativa foi do próprio Genoino que revela, mais uma vez, uma certa vocação para a alternativa. Em seus tempos de deputado federal, também gostava de reuniões secretas em banheiros da Câmara e até na guerrilha, adotava essa solução, se bem que no meio da mata. (Giba Um).

!"Tá explicado o porque de  tanta KHDA "! 
DO BLOG DO FERRA MULA

Vigarice suprapartidária

“Havendo número regimental, declaro aberta a reunião”. 

Cesar Colnago, deputado do PSDB do Espírito Santo, 3° vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, ao abrir nesta quinta-feira a sessão que aprovou 118 projetos em três minutos, informando que Luiz Couto (PT-PB), único parlamentar visível no recinto, vale por 36 colegas, quórum mínimo exigido por lei.“Em discussão. Não havendo quem queira discutir, em votação. Aprovado!”Cesar Colnago, minutos mais tarde, perguntando a Luiz Couto se queria discutir com Luiz Couto antes da aprovação de um lote de 38 projetos.

Vigarice suprapartidária (2)

“Um coroinha com um padre, podia dar o quê?!”

Cesar Colnago (PSDB-ES), que se diz ex-coroinha, para Luiz Couto (PT-PB), que diz ser padre, no fim da sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em que o primeiro foi presidente e o segundo foi o quórum, confirmando a suspeita de que os dois promoveram na quinta-feira a primeira missa negra celebrada em parceria por um tucano e um petista.

AUGUSTO NUNES


O presidente do sindicato dos delegados federais em SP fala sobre o combate à corrupção: ‘O Brasil é o país da impunidade’

Presidente do sindicato dos delegados da Polícia Federal em São Paulo há seis anos, integrante da instituição desde os 20, Amaury Portugal deixou claro já na primeira resposta que não haveria temas proibidos.
Ele achou estranha a decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre a Operação Boi Barrica, que envolve a Famiglia Sarney?
“Colarinho branco e gravata não combinam com algemas nem com barras de prisão”, diz o delegado já na abertura da entrevista ao site de VEJA. Depois das declarações registradas em dois vídeos, Portugal conversou por mais duas horas com os repórteres Aiuri Rebello e Fernanda Nascimento.
As frases reproduzidas abaixo retratam um entrevistado sem medo de tocar em nervos expostos:
“A decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre a Operação Boi Barrica foi absurda”
“O Brasil é o pais da impunidade”
“Ficou mais difícil combater a corrupção oficial”
“O coitado do cidadão comum pode ser algemado sem que ninguém proteste. Mas o mafioso, o banqueiro, o político, esses não podem ser tocados”
“Os acusados são beneficiados pelos prazos de prescrição. Dificilmente veremos um desses indivíduos atrás das grades”
“Não sei se os ministros atendem a interesses espúrios. Mas que estão julgando mal, isso estão”

DO BLOG GRAÇA NO PAIS DAS MARAVILHAS

Blatter ameaça tirar Copa do Brasil


Um episódio ainda não revelado e movido a tensão de ambos os lados mexe com os brios do governo federal e da FIFA. Há 15 dias o presidente da entidade, Joseph Blatter, mandou carta em tom ameaçador à presidenta Dilma Rousseff. Em outras palavras, disse que se o país não acelerasse as obras dos estádios e não enviasse a Lei Geral da Copa para o Congresso, a FIFA não terá outra alternativa a não ser cancelar o evento até ano que vem, prazo estipulado em acordo com o Brasil, e anunciar a Copa em outro país. 
. A Casa Civil deu celeridade, então, ao envio do projeto, mas aí a situação desandou de vez. Os advogados da FIFA no Brasil não gostaram do que leram. Eles esperavam outro projeto, já acordado com o governo. 
. Entre pontos polêmicos está a venda de meia-entrada para idosos, o que a FIFA veta e vetou em eventos anteriores. Não há objetividade também sobre as regras para comércio e publicidade em torno dos estádios. A FIFA tem exclusividade sobre esses termos, principalmente com a venda de uma cerveja estrangeira que é parceira da entidade, mas o governo não deixou claro se a cervejeira da FIFA terá exclusividade nos acessos aos estádios. 
. Nos corredores da FIFA, há quem diga que Estados Unidos e Alemanha, que sediaram Copas recentes, estão apenas aguardando o "ok" de Blatter. (Fonte: Site Claudio Humberto)
DO RESIST.DEMOCRATICA

FIFA pode tirar Copa 2014 do Brasil por causa da incompetência petista.

Do Blog Implicante:

Embora muita gente ainda não saiba, a Copa do Mundo é um evento privado e, como tal, obedece critérios comerciais para definir sua realização. Caso o país sede não dê garantias suficientes para a realização do mundial, cabe a Fifa zelar pelos interesses dos patrocinadores e buscar outra solução.  Para ver a íntegra, clique aqui.

Vassoura da Dilma tem cabo curto.

A faxina nas 23 superintendências do Dnit não foi feita. Desde o escândalo nos Transportes, no início de julho, apenas Nilton de Britto saiu da superintendência de Mato Grosso. Mesmo assim, por vontade própria. Ligado ao ex-diretor-geral do Dnit Luiz Antonio Pagot, Britto entregou o cargo alegando não ter mais clima para permanecer à frente da autarquia. De acordo com informações da assessoria do Dnit, o novo diretor-geral do órgão, general Jorge Fraxe, determinou aos superintendentes que, em vez de ficarem em seus gabinetes, nas capitais dos Estados, comecem a circular por onde há obras da autarquia. Ele quer relatórios do que os superintendentes estão vendo, e não do que ouviram falar. A superintendência de Mato Grosso continua vaga desde a saída de Britto. Leia mais aqui. 
DO BLOG DO COTURNO NOTURNO

Entrevista quentíssima do ministro Joaquim Barbosa: “Político não pega cadeia”


JOAQUIM BARBOSA
Joaquim Barbosa, relator do mensalão no Supremo Tribunal Federal: julgar 50, 60 mil processos por ano "é uma insanidade" (Foto: Sergio Dutti)
Amigos do blog, é raro, raríssimo, um juiz de um tribunal superior, especialmente do Supremo Tribunal Federal, adotar numa entrevista a franqueza que o ministro do STF Joaquim Barbosa demonstra nesta entrevista ao repórter Hugo Marques, de VEJA.
Excetuado o importantíssimo caso do mensalão, do qual é relator no STF e que, portanto, não pode eticamente abordar, o ministro soltou o verbo: a Justiça solta muita gente porque a polícia trabalha mal. O Ministério Público trabalha mal. As leis não são feitas para dar solução rápida às questões. É “patético” e prejudicial aos cidadãos a Justiça ter quatro instâncias. É um absurdo casos banalíssimos chegarem ao Supremo — e ele cita uma ação criminal que precisou julgar na qual um homem foi condenado porque deu um chute na canela da sogra. Os politicos inventaram o foro privilegiado para não irem para a cadeia. Falta coragem para reformar o Judiciário.
E por aí vai. Não perca.
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Político não pega cadeia
Nos últimos seis meses, o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, perdeu 9 quilos. Ele cortou as massas e aumentou a quantidade de verduras no prato – em mais uma tentativa de arrefecer as dores na coluna, problema de saúde que o persegue há anos.
Aos 56 anos de idade, o ministro também carrega sobre os ombros a pesada responsabilidade de relatar o processo do mensalão – o maior escândalo de corrupção pública da história brasileira, que tanto pode levar para a cadeia figurões da política, o que seria um fato inédito, como também pode ajudar a consolidar o descrédito na Justiça, confirmando a máxima de que poderosos e prisão percorrem caminhos paralelos.
Em entrevista a VEJA, Joaquim Barbosa, que deve assumir a presidência da Corte no fim do ano que vem, se diz formalmente impedido de comentar o caso do mensalão. Por outro lado, o ministro deixa clara a sua preocupação com as barreiras criadas pela própria legislação brasileira com o objetivo, segundo ele, de inviabilizar a punição de políticos corruptos.
O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo.
É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas decisões não deveriam passar de 200, no máximo 300 por ano. Hoje, são analisados 50 mil, 60 mil processos. É uma insanidade.
Qual é a consequência direta dessa sobrecarga?
O pouco tempo de que dispomos para estudar e refletir sobre as questões verdadeiramente importantes, como anencefalia [em fetos ou recém-nascidos], ficha limpa, células-tronco, homoafetividade, regime de cotas raciais na educação.
Estes, sim, são casos apropriados para uma Corte como o Supremo Tribunal Federal. Hoje, consumimos boa parte do nosso tempo julgando ações que não precisariam chegar aqui.
O senhor pode dar um exemplo?
Julguei um caso de um homem que foi processado criminalmente porque deu um chute na canela da sogra. Ele foi condenado e ingressou com um habeas corpus que veio parar aqui. Parece brincadeira, mas isso é recorrente.
Há vários diagnósticos sobre o tema. Para o senhor, por que a Justiça no Brasil é tão lenta?
Os processos demoram muito porque as leis são muito intrincadas, malfeitas. As leis não foram pensadas para dar solução rápida aos litígios. É um problema cultural, de falta de sentido prático para resolver as coisas. Deveríamos nos espelhar um pouco na Justiça americana, na rapidez com que ela resolve a maioria dos casos.
Se um sistema judiciário não dá resposta rápida às demandas de natureza econômica, de natureza criminal, ele produz evidentemente uma descrença, um desânimo, que atingem a sociedade como um todo, [além do mais] inibindo investidores e empreendedores.
Essa percepção vem do exercício da magistratura?
O país atravessa um excelente momento econômico. Tenho amigos no exterior que dizem que há muita gente querendo investir no Brasil. Ao chegarem aqui, porém, essas pessoas deparam com um emaranhado de problemas de ordem legal, que vai da emissão do visto de permanência à criação de uma empresa. São muitos os obstáculos.
Esse emaranhado legal também está entre as causas da impunidade?
A Justiça solta porque, muitas vezes, a decisão de prender não está muito bem fundamentada. Os elementos que levaram à prisão não são consistentes. A polícia trabalha mal, o Ministério Público trabalha mal. Na maioria dos casos que resultam em impunidade, é isso que ocorre.
Por outro lado, o sistema penal brasileiro pune – e muito… principalmente os negros, os pobres, as minorias em geral. Às vezes, de maneira cruel, mediante defesa puramente formal ou absolutamente ineficiente.
O senhor concorda, então, com a ideia generalizada de que os poderosos não vão para a cadeia?
O foro privilegiado, como o nome já diz, reflete bem essa distinção cruel que não deveria existir. Uma vez eu chamei atenção para isso aqui no plenário do tribunal.
Você se lembra quando o presidente Bill Clinton foi inquirido pelo Grand Jury? O que é um Grand Jury nos Estados Unidos? Nada mais que um órgão de primeira instância, composto de pessoas do povo. Era o presidente dos Estados Unidos comparecendo perante esse júri, falando sob juramento, sem privilégio algum. O homem mais poderoso do planeta submetendo-se às mesmas leis que punem o cidadão comum. O foro privilegiado é a racionalização da impunidade.

Joaquim Barbosa (Foto: Agência Brasil)
Joaquim Barbosa: "O foro privilegiado foi uma esperteza que os políticos conceberam para se proteger" (Foto: ABr)
Como assim?
A criação do foro privilegiado foi uma aposta que se fez na impossibilidade de os tribunais superiores levarem a bom termo um processo judicial complexo. Pense bem: um tribunal em que cada um dos seus componentes tem 10 mil casos para decidir, e cuja composição plenária julga questões que envolvem direitos e interesses diretos dos cidadãos, pode se dedicar às minúcias características de um processo criminal? Não é a vocação de uma corte constitucional.
Isso foi feito de maneira proposital.
Para garantir impunidade?
Evidente. O foro privilegiado foi uma esperteza que os políticos conceberam para se proteger. Um escudo para que as acusações formuladas contra eles jamais tenham consequências.
E, pelos exemplos recentes, parece que tem realmente funcionado.
Político na cadeia? Vai demorar muito ainda para que se veja um caso. Um processo criminal, por colocar em jogo a liberdade de uma pessoa em única e última instância, tem de ser um processo feito com a máxima atenção.
É difícil conciliar esse rol gigantesco de competências que o Supremo tem com a condução de um processo criminal. Coordenar a busca de provas, determinar medidas de restrição à liberdade, invasivas da intimidade, são coisas delicadíssimas.
Esse raciocínio que o senhor acaba de fazer se aplica ao caso do mensalão?
Não vou falar sobre isso. Esse é um processo que está em andamento, está sob os meus cuidados e, por isso, estou impedido de falar sobre ele.
O senhor é o primeiro ministro negro do STF. Qual é a sua opinião sobre as políticas afirmativas?
Em breve, o Supremo vai se posicionar sobre a questão das cotas raciais. Não posso me antecipar sobre um tema que ainda está sob análise. O que posso dizer é que existem experiências bem-sucedidas no mundo, mas isso não significa necessariamente que a receita possa ser copiada no Brasil. Não é um tema simples, mas é extremamente relevante.
O senhor concorda com a forma como são escolhidos os ministros das cortes superiores?
Não é o sistema ideal, mas não vislumbro outro melhor. Há os que criticam essa prerrogativa do presidente da República, mas acho que ele carrega consigo representatividade e legitimidade para isso. Qual seria a alternativa a esse sistema? A nomeação pelo Congresso?
Seguramente essa alternativa teria como consequência inevitável o rebaixamento do Supremo a um cabide de emprego para políticos sem voto, em fim de carreira, como ocorre com o Tribunal de Contas da União. Muita gente defende que se deva outorgar a escolha ao próprio Judiciário. Mas, com certeza, essa também não seria uma alternativa eficaz. Um corporativismo atroz se instalaria.
Talvez, como ideia, poderíamos pensar em estabelecer um prazo fixo para o mandato dos ministros dos tribunais superiores.
Quais seriam os méritos dessa ideia de encurtar a vida útil dos ministros?
É sempre uma aventura institucional mudar subitamente a forma de funcionamento de um órgão que já tem 120 anos de vida e que, bem ou mal, é a mais estável das nossas instituições. Mas penso que pode haver ganhos no estabelecimento de mandatos, com duração fixa, de doze anos, por exemplo, sem renovação. Mandatos curtos trariam insegurança e suscitariam a discussão sobre a possibilidade de renovação, o que não seria bom.
Da maneira como é feita hoje, a escolha dos ministros pelo presidente da República não leva a um comportamento submisso ao Executivo?
No Brasil de hoje não vejo nenhuma submissão do Judiciário ao Executivo. Nenhuma. O Judiciário brasileiro tem todas as garantias, todas as prerrogativas para ser um dos mais independentes do mundo.
Nem mesmo os Estados Unidos contam com as nossas prerrogativas. As garantias da Constituição mudaram radicalmente a face do Poder Judiciário, que saiu de uma situação de invisibilidade, antes de 1988, para essa enorme visibilidade atual.
O problema do Judiciário é de outra ordem, é organizacional, no plano da lei. Falta ousadia, falta coragem de propor mudanças que tornem a prestação jurisdicional mais rápida e pragmática.
A Justiça é tarda e falha no Brasil por quais razões?
É absurdo um sistema judiciário que conta com quatro graus de jurisdição! Deveriam ser apenas duas instâncias, como é no mundo inteiro. Essas instâncias favorecem o excesso de recursos.
Faz sentido em um país do tamanho do Brasil ter um sistema judicial em que tanto a Justiça Federal quanto a Justiça dos Estados tenham como órgãos de cúpula das suas decisões duas cortes situadas na capital federal, uma com onze ministros e outra com 33? Bastaria uma.
Em vez de termos duas cortes superiores para a Justiça comum, o Supremo e o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, poderíamos ter pequenas cortes, de no máximo sete juízes, em cada Estado. Uma estrutura mínima que pulverizaria o trabalho do Superior Tribunal de Justiça. Só viriam para o Supremo os processos que tratassem de questões verdadeiramente constitucionais.
Essa seria a maneira correta de o sistema funcionar.
Então o senhor é a favor da proposta que prevê a execução imediata das decisões judiciais após o pronunciamento dos tribunais de segunda instância?
O Brasil precisa urgentemente de um sistema judicial que dê respostas rápidas às demandas do cidadão por Justiça. Repito: não há como obter essas respostas rápidas com um sistema judicial com quatro graus de jurisdição. Isso é patético!
Eu desafio qualquer um a me apontar uma única democracia minimamente funcional em que sejam necessárias quatro instâncias, que permitem dezenas de recursos, para que as decisões dos juízes, por mais singelas que sejam, tenham efetividade.
O governo pretende flexibilizar a legislação para facilitar as compras e contratações para as obras da Copa do Mundo. Assunto que, provavelmente, vai acabar ocasionando um processo no STF. O que o senhor acha dessa saída?
Sou contra abrir exceções para a Fifa. A Fifa é uma organização privada, que não presta contas a ninguém. Eu adoro futebol, mas as exigências que estão sendo feitas pela Fifa para organizar o Mundial no Brasil me parecem exorbitantes. Esse é mais um caso que não precisaria chegar ao Supremo.
O STF confirmou (…), inclusive com o voto do senhor a favor, a legalidade da decisão do ex-presidente Lula de não extraditar o terrorista Cesare Battisti. O Brasil não corre o risco de virar refúgio de criminosos?
O que tenho a dizer sobre este caso está detalhado no meu voto. Não tenho nada a acrescentar.
(Publicada originalmente na edição de VEJA de 15 de junho de 2011)
RICARDO SETTI
VEJA

Brasil tem 1 milhão de alunos a menos na rede pública a cada ano

Desde 2004, total de matrículas caiu 7,9 milhões, só creches e ensino integral têm aumento

 Dados preliminares do Censo Escolar 2011 apontam nova queda no número de matrículas em escolas públicas em comparação com o ano passado. Há sete anos o número de estudantes só cai. Em 2004, eram 49,2 milhões, agora são 41,3 milhões em toda a educação básica. Apenas as creches aumentaram o atendimento, enquanto houve redução em pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Queda de alunos no Brasil
Números de matrículas caiu em quase todas as etapas
Censo Escolar 2011

Em parte, a redução de matrículas se dá por conta do envelhecimento da população e a diminuição de crianças em idade escolar. Com menos pessoas para atender, algumas redes começam a ampliar o atendimento em tempo integral. Nas primeiras séries do ensino fundamental, em que há 520 mil alunos a menos em comparação a 2010, o total de estudantes em período integral aumentou 222 mil e alcançou 1 milhão. Isso significa que, a cada 13,7 matriculados nesta etapa um já passa o dia todo na escola.

Foto: Guilherme Lara Campos/Fotoarena Ampliar
Número de alunos na rede pública é menor a cada ano
Nos anos finais do fundamental, do 6º ao 9º ano, a redução foi de 349 mil alunos, apesar dos 101 mil a mais em tempo integral. No ensino médio, etapa que tem a maior taxa de abandono dos alunos, o problema persiste e a queda de matrículas foi de 82 mil.
Mesmo a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que seria responsável por reduzir a taxa de analfabetismo no País – uma das altas do mundo com 1 analfabeto a cada 10 pessoas com mais de 15 anos de idade – teve redução de alunos. Eram 3,6 milhões em 2010 e apenas 3,4 estão matriculados em 2011.
Aumento em creches é abaixo da meta
Entre as creches, foram criadas 114 mil novas vagas, aumentando o total de 1,3 milhão para 1,4 milhão. O ritmo de crescimento é insuficiente para atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020 que está em votação no Congresso.
O documento repete a meta não cumprida do PNE anterior de atender 50% das crianças de 0 a 3 anos. Para isso, seria necessário ter 5 milhões de vagas em creches, ou seja, aumentar, no mínimo, 350 mil alunos a cada ano.
Os municípios e estados responsáveis pelos dados ainda podem corrigir a tabela, em caso de erros.
FONTE: IG

Justiça aceita denúncia de lavagem de dinheiro contra Edir Macedo

A Justiça Federal aceitou parcialmente denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, e outros três integrantes da cúpula da igreja.
Além de Macedo, a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa, o bispo João Batista Ramos da Silva e o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição foram denunciados pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Bruno Miranda - 27.set.2007/Folhapress
Fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo
Fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo
As acusações de estelionato e falsidade ideológica, porém, foram rejeitadas pela Justiça Federal. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer desta decisão.
A denúncia foi feita no último dia 12 e a decisão sobre a aceitação de parte dela é do dia 16.
Segundo a denúncia, os acusados remetiam para o exterior dinheiro proveniente das doações de fiéis, por meio de uma casa de câmbio paulista. Os recursos voltavam posteriormente ao Brasil, com aparência de legalidade.
Essa denúncia já havia sido feita pelo Ministério Público Estadual, mas acabou derrubada pela Justiça estadual sob o entendimento de que o assunto deveria ser tratado na esfera federal. O processo está sob sigilo.
Procura na tarde desta sexta, a Universal não se pronunciou. Na época da denúncia, a Universal afirmou que "trata-se das mesmas acusações de sempre aos dirigentes da Igreja Universal do Reino de Deus, que sempre se mostraram inverídicas".
FONTE: FOLHA.COM

A reforma política de Lula é um balaio de vigarices que torna o país mais primitivo

Nove meses depois de deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente Lula apareceu no Palácio do Jaburu, nesta quarta-feira, para combinar com a base alugada como deve ser feita a reforma política que não fez em oito anos. Se pensasse nas próximas gerações, teria comandado já nos primeiros meses de governo a implantação de mudanças que tornariam o Brasil mais moderno e o mundo político menos cafajeste. Como só pensa nas próximas eleições, preferiu piorar o que já era péssimo para atender aos próprios interesses. Acertou-se com os 300 picaretas que pareciam incomodá-lo nos tempos de deputado, ampliou assustadoramente a bancada dos vigaristas, virou parceiro dos pastores do atraso e esqueceu a reforma prometida durante a campanha.
Continua o mesmo, informou neste 21 de setembro a reportagem do site de VEJA sobre a reunião matutina na residência oficial do vice Michel Temer. A pedido do ex-presidente, lá estavam líderes do PMDB que podem ajudá-lo a remover as pedras no caminho do entendimento com o PT. Uma delas é a fórmula que deve reger as eleições parlamentares. O PT prefere o voto em lista fechada ─ malandragem que permite à cúpula da seita decidir quem será deputado. O PMDB defende o  “distritão”, uma deformação marota do voto distrital forjada para eternizar o poder dos coronéis de grotão. Embora distintas, as duas patifarias são filhas da mesma abjeção resumida na frase decorada por 10 em 10 prontuários disfarçados de pais-da-pátria:  numa eleição, só é feio perder.
Todos perseguem um objetivo comum: prorrogar o prazo de validade da era do primitivismo. É natural que Lula seja o escolhido para ofender o país que presta com outro balaio de vigarices. Ninguém melhor que o inventor do Brasil Maravilha para apadrinhar uma reforma política que não reforme nada.
AUGUSTO NUNES
REV VEJA

"O Zé é uma espécie de Che Guevara brasileiro"...


En enero de 1957, como indica su diario de Sierra Maestra, Guevara mató de un disparo a Eutimio Guerra porque sospechaba que estaba pasando información al enemigo: "Acabé con el problema con una pistola del calibre 32, en el lado derecho de su cerebro... Sus pertenencias ahora son mías". Luego dispararía a Aristidio, un campesino que expresó su deseo de abandonar la lucha cuando los rebeldes se trasladaran a otro lugar. Mientras se preguntaba si esta víctima en concreto "realmente era lo suficientemente culpable como para merecer la muerte", no le tembló el pulso a la hora de ordenar el asesinato de Echevarría, hermano de uno de sus camaradas, por crímenes no especificados: "Tenía que pagar el precio". En otras ocasiones simulaba ejecuciones, aunque no las llevara a cabo, como método de tortura psicológica. Conheça Che Guevara aqui.

"O Zé é uma espécie de Che Guevara brasileiro."

Foi assim que o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) apresentou o ex-ministro José Dirceu a cerca de cem sindicalistas que se reuniram ontem de manhã para ouvi-lo, na sede da Força Sindical. O José Dirceu todo mundo conhece. Conheça o Paulinho da Força Sindical, abaixo:

STF - Processo nº 421/ 2007 - É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por estelionato, concussão e crimes contra a fé pública. STF - Inquérito nº 2905/ 2010 - É alvo de inquérito que apura peculato. STF - Inquérito nº 2839/ 2009 e STF - Inquérito nº 2778/ 2008 - É alvo de inquéritos que apuram crimes previstos na lei de licitações. STF - Inquérito nº 2725/ 2008 - É alvo de inquérito sob segredo de Justiça. TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo - Processo nº 0037491-50.2003.4.03.6100 - Condenado por improbidade administrativa sob acusação de irregularidades no uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador; a Justiça determinou o ressarcimento de danos, pagamento de multa e proibição de firmar contrato com o poder público ou receber benefícios/ incentivos fiscais. TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo - Processo nº 0028976-84.2007.4.03. 6100 - Alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo MPF e referente à utilização de verba de convênio para promoção pessoal. TRF-3 Subseção Judiciária de Ourinhos - Processo nº 0004629-82. 2002.4.03.6125 - Condenado por improbidade administrativa sob acusação de ter obtido dinheiro do Banco da Terra, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para assentar famílias em uma fazenda a partir de um projeto considerado inviável técnica e economicamente. A Justiça determinou pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais. TRF-3 Subseção Judiciária de Ourinhos - Processo nº 0001382-88.2005.4.03.6125 - Alvo de ação de improbidade administrativa. TRF-3 Subseção Judiciária de Bauru - Processo nº 0008810-02.2010.4.03.6108  - Alvo de ação civil pública que pede ressarcimento devido a prejuízos causados à União por compra da fazenda destinada à reforma agrária por meio do extinto Banco da Terra . TRE-SP - Processo nº 27/ 2006 - Alvo de investigação judicial para apurar captação de recursos/ gastos ilícitos e recebimento de doação proveniente de fonte vedada. Há recurso em tramitação: TSE - Processo nº 28338/ 2007. Foi apontado pela Polícia Federal como um dos chefes do esquema desarticulado na Operação Santa Tereza e referente à tráfico local e internacional de mulheres, exploração de atividade de prostituição e fraudes em concessão de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. (Folha S. Paulo, 29.mai.2008, O Estado de S. Paulo, 9.mai.2008, 26.mai.2008, 12.ago.2008) É processado sob acusação de superfaturamento na compra de fazenda destinada à reforma agrária. (O Globo, 6.dez.2006) É acusado de receber recursos de forma ilícita para campanha eleitoral. (O Estado de S. Paulo, 28.ago.2007)
DO BLOG DO CEL

Do Tio Rei sobre a VEJA desta semana.

Festa de arromba reúne juízes e criminosos políticos e no final, todos saem de lá "cheradões, mano. Agora é nóis na fita, tá ligado?".
Santo Deus.

Leiam o resumo do Tio Rei:

Relator do caso que resultou no arquivamento do processo que investigou a família Sarney, o ministro Sebastião Reis Júnior foi empossado em junho passado no STJ.
Um de seus amigos diletos é o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Kakay, como o advogado é conhecido em Brasília, também é amigo de Sarney e defensor do clã maranhense há tempos. (...)
"O Sebastião é meu amigo há muito tempo, mas não atuei nesse caso, não conheço os detalhes do processo nem sabia que ele era o relator", diz Kakay.
Em fevereiro, o advogado organizou uma feijoada na mansão em que mora, em Brasília, que reuniu ministros, senadores e advogados famosos. Sebastião Reis era um dos convidados. Na ocasião, apesar de ainda ser aspirante à vaga no STJ, já era paparicado como "ministro" por alguns convivas. O ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli também participou da feijoada, que varou a madrugada. Ah, as festas e os quartos de hotel em Brasília...

No dia 17 passado, um sábado, Toffoli, Kakay e representantes de famosas bancas de advogados de Brasília voltaram a se encontrar em uma festa, em Araxá, Minas Gerais, no casamento de um dos filhos do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence.
O aeroporto da cidade não via um movimento assim tão intenso fazia muito tempo. Os convidados mais famosos chegaram a bordo de aviões particulares, inclusive o ministro Dias Toffoli. Em nota, ele explicou que o avião lhe fora cedido pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, onde dá aulas. Naquele dia, por coincidência, o ministro, que estava junto de sua companheira, informou que tinha um compromisso de trabalho no campus que a instituição mantém em Araxá.

Sepúlveda Pertence é o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência - uma espécie de vigilante e fiscal do comportamento das autoridades do Executivo. Além de Kakay e Toffoli, ele recebeu como convidados o ex-senador Luiz Estevão (condenado a 31 anos de prisão e que deposita suas últimas esperanças em se safar da cadeia nos recursos que serão julgados no STJ e no Supremo) e o empresário Mauro Dutra (processado por desvio de dinheiro público) - e advogados que defendem ou já defenderam ambos.
Toffoli é relator de um dos processos de Luiz Estevão no Supremo. Os quartos do hotel mais luxuoso da cidade foram ocupados, portanto, por juízes, réus e advogados que atuam em processos comuns. A feijoada de Brasília terminou na madrugada do dia seguinte, com um inofensivo karaokê.

A festa de Araxá também avançou a madrugada, embalada por música eletrônica.
Havia, porém, uma surpresa guardada para o final."

Era a farta distribuição de lança-perfume, o que é crime, segundo as leis vigentes no país, pelas quais boa parte daqueles convivas — exceção feita aos criminosos, claro! — deveria zelar. Leia a íntegra da reportagem na revista.
Por Reinaldo Azevedo

Qualquer dias destes, estas festinhas serão embaladas por OXXI, a nova moda nas Cracolândias. Como se trata de craques da justiça e da política, nada mais justo que esta "cracolândia judicial" venha a ficar atualizada com os novos costumes.

Volto às IMAGENS:


Justia-sria 

  Uma pilha de queijos mora em apartamento funcional.

Brasília é uma ilha de mordomias.
Ninguém, minimamente informado, desconhece o fato.
Alí, nesta Babel, encontra-se de tudo.
Até uma pilha de queijos, morando em partamento funcional, cuja manutenção é paga com nosso dinheiro.

Leiam:

Queijo terá de deixar apartamento funcional na 203 Sul, decide juiz
Vizinho denunciou caso à Agência de Fiscalização do DF em junho

Luiz Roberto Magalhães

queijinhoA Justiça Federal determinou ontem a reintegração de posse do apartamento na 203 Sul utilizado como depósito e centro de distribuição de queijos da empresa CF Comércio de Alimentos Ltda., da família França, distribuidora da marca Tirolez em Brasília. Uma liminar foi expedida pela 13ª Vara Federal do DF depois de a Advocacia-Geral da União (AGU) ter protocolado pedido para que o imóvel ocupado irregularmente por um ex-servidor do Ministério do Trabalho fosse devolvido à União. O ex-funcionário Clineo Monteiro França Netto vale-se de recursos jurídicos desde 1992 para continuar morando no apartamento 303 do Bloco H, apesar de o processo que determina a reintegração já ter transitado em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A movimentação diária de queijos incomoda muitos vizinhos, que se sentem indignados com o fato de o imóvel ter se transformado em um depósito de laticínios. Morador do apartamento 402, Pedro Paulo Menezes, 19 anos, estava revoltado com o que leu ontem no Correio. "Eles terem dito que todo esse queijo é para consumo pessoal é cômico", declarou. Pedro contou que, em junho, procurou a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) para comunicar o problema.
"Fiz uma denúncia à Agefis sobre o fato de um apartamento no meu bloco ser utilizado como ponto comercial. Mas até hoje não tive resposta. Já liguei para saber mais informações sobre a denúncia e eles disseram que não tinham fiscais para averiguar."
Outro inquilino do edifício, que não quis se identificar, disse que o caso tem um único responsável: "Acho que tudo isso é culpa da União, que não tem pulso para acabar com essa vergonha", declarou. "Além do comércio, tem o lado do descaso com o patrimônio. A pior prumada do prédio é a do meio (onde está o apartamento 303). As paredes ficam todas batidas, os elevadores estão riscados. Eles (a família França) não têm comprometimento em preservar, porque o patrimônio não é deles", ressaltou.
Resposta
O diretor de Fiscalização de Atividades Econômicas da Agefis, Cláudio Caixeta, informou que irá "estudar o caso" e prometeu uma resposta para a próxima semana. Em relação ao estado de armazenamento e higiene dos queijos que são estocados no imóvel, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que não fiscaliza a cadeia de produção de origem animal. A atividade cabe à Secretaria de Agricultura, que deve atuar com a Agefis.

Providências
A Tirolez enviou nota à imprensa e se comprometeu a averiguar o caso. "Os Laticínios Tirolez desconhecem absolutamente o uso de outro local para estocagem de seus produtos, mantendo suas relações comerciais com seu cliente distribuidor CF Comércio de Alimentos Ltda., que está contratualmente cadastrado e legalizado (...) no bairro de Santa Maria. Os Laticínios Tirolez pautam suas atividades e relações em seu código de ética (...) e decidiram pela apuração imediata dos fatos publicados para tomar as providências cabíveis."


A justiça de Lewandowski tem fiéis seguidores

Esta vem do Valor.
É mais um retrato da cara da justiça.
Convenhamos: É feia que dói.
Sigamos:

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani negou recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) para tornar inelegível o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL). Apesar disso, manteve multa de R$$ 53,2 mil ao jornal Gazeta de Alagoas, de propriedade do petebista, por fraude em pesquisa eleitoral. Em 2010, Collor se candidatou ao governo de Alagoas.

Segundo o MPE, que também acusou o ex-presidente por abuso de poder econômico, o Instituto GAPE- Gazeta Pesquisa, também de Collor, usou dados do censo de 2000 para aumentar a parcela da população com renda de até um salário mínimo com a intenção de beneficiar a candidatura do senador, que "supostamente teria boa aceitação junto a essa faixa do eleitorado".
O ministro Arnaldo Versiani afirmou não ter dúvidas sobre os "sérios indícios de fraude da pesquisa eleitoral", mas considerou que ela não interferiu no resultado da eleição, já que o ex-presidente sequer conseguiu chegar ao segundo turno da eleição estadual.
"Analisando as circunstâncias em que ocorreram os fatos, bem como as suas consequências, entendo não estarem presentes elementos suficientes que demonstrem a potencialidade lesiva da conduta de influenciar sobremaneira o eleitorado, nem mesmo a respectiva gravidade", disse Versiani em sua decisão.

Collor cometeu um crime eleitoral. Ponto 1.
Deveria ser punido pelo crime que cometeu. Ponto 2.

Aí entram os adeptos da Justiça Lewandowski e dizem que o CRIME cometido por Collor não afetou o resultado da eleição.
Comparemos.

Eu saco uma arma e atiro na direção da cara do Ministro Arnaldo Versiani.
Sem pontaria, eu erro.
Pergunto ao Ministro:
Ministro, eu seria condenado ou não por tentativa de homicídio, mesmo que o meu tiro não tenha influênciado na continuidade de sua existência?

Outro exemplo Ministro:
Eu assalto um banco e lá descubro que o banco não tem dinheiro e, portanto, não causo qualquer prejuízo para a instituição financeira.
O senhor me absolveria ou não?

A desgraça é a cara de pau desta gente para justificar a não punição de um crime nojento cometido por figurões.

Se fosse um desgraçado de um Barnabé........

Mais uma Imagem:


Vergonha também no TSE.

Não vou questionar aqui, como se deu a formação de outros partidos.
Mas a criação do PSD, a ARCA DE KASSAB, está virando caso de polícia.
Gostei de ver o DEM dos Maias ser esfacelado?
Sim. Mentiria se disse que não.

Gostei de ver o que aconteceu com o PSDB?
Também. Se dissesse o contrário, seria, mais uma vez, mentiroso.
E os motivos da satisfação estão em centenas de posts do site.

Ambos os partidos abusaram do direito de fazer besteiras e, ainda por cima, atropelaram seus integrantes com momentos de asnices que mereciam um Oscar sei lá de que.
Mas fica claro:

A ARCA DE KASSAB nasce com o estigma de um partido de Oportunistas e de parlamentares que estavam doidinhos para aderir ao governo da quadrilha e não tinham esta oportunidade em suas agremiações.
No começo da estória da ARCA DE KASSAB, até gostei do que estava vendo. Mas fui mudando de idéia a cada vez que Kassab abria a boca.
Um partido que nasce sem qualquer resquício de ideologia, não é PARTIDO POLÍTICO, mas uma confraria de permissivos.
Hoje, torço para que Kassab quebre a cara.

Mas o assunto deste post não é esse.
É, mais uma vez, a postura do amiguinho de dona Marisa, a inútil.

Lewandowski patrocinou ontem, a mesma peça teatral que encenou no caso do Ficha Limpa.
Se, naquela época mostrou que não tinha capacidade intelectual jurídica para ser presidente do TSE, neste caso do PSD, mostra mais uma vez que o que diz a LEI, para este cidadão, é artigo que se joga no lixo sempre que algo de outros interesses está em discussão.

Ontem, o presidente do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, mais uma vez, mandou às favas o que determina o "ordenamento jurídico" ou o tal de "arcabouço legal", como estas quase santas figuras adoram expressar.

Dona Marisa deve estar orgulhosa do que fez.

O estuprador da Lei, para defender o indefensável, como fez no Ficha Limpa, disse que, por estar em greve, a própria justiça havia atrapalhado a criação do partido.
Menira.
O PRESIDENTE DO TSE é um mentiroso.
Quem diz?
Os próprios acusados, os servidores da justiça que LEWANDOWSKI diz terem "FÉ PÚBLICA":
Leiam a reportagem de Vera Magalhães e Daniela Lima para a Folha:

Justiça contesta ministro do TSE e revela que greve não atrasou PSD
Tribunais afirmam que paralisação de servidores não atrapalhou a tramitação do novo partido
Supostos atrasos foram a principal justificativa dada pelo ministro Lewandowski para 'flexibilizar' legislação

A greve de servidores da Justiça Eleitoral não afetou a tramitação dos procedimentos para a criação do PSD (Partido Social Democrático), segundo informações prestadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelos tribunais eleitorais de vários Estados.

Os supostos atrasos provocados pela greve foram a principal justificativa dada pelo presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, para defender a "flexibilização" de uma resolução do próprio tribunal para garantir a aprovação do PSD a tempo de participar das eleições de 2012.

"Há um fato notório, que é que, de maio ao início de julho, a Justiça Eleitoral estava sob um movimento grevista", disse Lewandowski na sessão do TSE de quinta-feira.
Ele afirmou que o tribunal costuma dar "soluções pontuais" em casos excepcionais e defendeu até a concessão de registro provisório ao partido do prefeito Gilberto Kassab, o que a lei eleitoral veda.

A resolução nº 23.282/2010 prevê que, antes de pedir registro nacional, um partido tem de obter certidões em pelo menos nove Estados, com apoio de no mínimo 0,1% do eleitorado em cada um.
Em 4 de agosto, o PSD pediu providências à Corregedoria-Geral Eleitoral alegando dificuldade de cumprir a resolução em cinco Estados devido à falta de servidores.
A corregeradora-geral eleitoral, Nancy Andrighi -que é relatora e deu voto favorável ao PSD-, pediu informações às corregedorias.

A seção da Bahia informou que todos os trâmites foram cumpridos e não houve "atrasos injustificados e significativos aos pleitos do PSD".
A de Mato Grosso respondeu que vários chefes de cartórios estenderam a jornada de trabalho durante a fase de conferência de assinaturas para cumprir os prazos.

As corregedorias de Amazonas e Espírito Santo oficiaram que não houve atrasos.
No Paraná, a resposta foi que "não se anteviu nenhuma falta disciplinar ou equívoco em rotina administrativa".
"O Cartório Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba tem estado assoberbado pela atividade de conferência de assinaturas para fins de certidão de apoiamento."


Lewandowski e Andrighi disseram várias vezes na sessão que as informações dos TREs têm "fé pública", mas ignoraram as respostas sobre efeitos da greve.


Esse é LEWANDOWSKI, o homem de dona Marisa na alta corte deste país.
Essa é a justiça, praticada por Lewandowski que envergonha a nação.
A justiça do "jeitinho", das "soluções pontuais", da excrecência do "voz rouca das ruas", da justiça que mente para não respeitar o que diz a Lei.

Dona Marisa pode se orgulhar de uma, das raríssimas coisas que fez como primeira dama do Pinguça.

Jogou a JUSTIÇA BRASILEIRA dentro do alambique do maridão.

Mais uma imagem para retratar coisas deste tipo.

DO COM GENTE DECENTE