sábado, 10 de setembro de 2011

Os atos contra a corrupção em editorial do Estadão:

Paciência tem limite 10 de setembro de 2011 | 0h 00
O brasileiro está começando a perder a paciência com a corrupção. As comemorações do 7 de Setembro ensejaram manifestações populares convocadas pelas redes sociais em várias capitais estaduais e no Distrito Federal, onde 25 mil pessoas desfilaram pacificamente pela Esplanada dos Ministérios proclamando palavras de ordem contra a corrupção e os corruptos. Em São Paulo, centenas de manifestantes ocuparam pela manhã a Avenida Paulista, com o mesmo propósito. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lançou na véspera e publicou na imprensa carioca, na quarta-feira, em página dupla, o Manifesto do empresariado brasileiro em favor da ética na política, em que afirma que o combate à corrupção “é uma bandeira coletiva, que representa a aspiração de todo um país”.
Na história recente do País, foi assim que começaram os grandes movimentos populares que, por exemplo, se transformaram, em 1984, na Campanha das Diretas e, em 1992, na mobilização dos jovens caras-pintadas, que fez eco ao clamor popular contra as maracutaias do governo do “caçador de marajás” e forçou o impeachment do presidente Fernando Collor. Agora, é perceptível a revolta latente da população contra os desmandos na administração pública, em todos os níveis. As manifestações do 7 de Setembro podem ser um indício de que esse sentimento começa a se generalizar e a se potencializar, ou seja, a procurar formas mais ativas e concretas de expressão.
As razões por detrás dessa fermentação são óbvias e vão se acumulando: a indecorosa decisão dos deputados federais de absolver uma colega, Jaqueline Roriz, que tinha a cassação de mandato recomendada pela Comissão de Ética da Câmara por ter sido flagrada recebendo propina, dinheiro vivo, quando era candidata a deputada distrital em Brasília; a impressionante sucessão de denúncias na mídia e as investigações policiais sobre bandalheiras em órgãos da administração federal, que resultaram na demissão de pelo menos três ministros em curto prazo, graças à “faxina” da presidente Dilma Rousseff; mais recentemente, o movimento de governistas e do PT & companhia para minimizar a importância e a abrangência dessa mesma “faxina”, forte a ponto de constranger a própria chefe do governo a declarar que não é movida pela intenção de fazer uma devassa nos Ministérios, mas apenas pela obrigação de investigar e punir eventuais irregularidades.
Essa tática diversionista, aparentemente motivada pelo receio de que a tal “faxina” acabe sendo debitada na conta do chefão Lula - afinal, os três ministros demitidos foram herdados de seu governo -, pode afrontar ainda mais a opinião pública, já indignada.
Da mesma forma que as pesquisas de opinião demonstraram grande apoio à ação saneadora da presidente nos episódios das demissões dos ministros, poderão vir a revelar exatamente o oposto se em algum momento as pessoas começarem a achar que o Palácio do Planalto se tornou condescendente com a bandalheira.
Por enquanto, aqueles que acham que deve continuar prevalecendo a cínica ideia de que não há nada de errado - ao contrário, são males necessários, e por isso toleráveis - num superfaturamento aqui, num desvio de verba ali ou num nepotismo acolá podem contar com o fato de que, embora despontem os primeiros indícios de protestos, não existe ainda uma efetiva mobilização nacional contra a corrupção.
As entidades representativas dos trabalhadores, sindicatos e centrais, por exemplo, bem como instituições como a UNE, decisiva na mobilização dos caras-pintadas de 1992, até o momento não parecem sensibilizadas com a questão. Algumas delas promoveram manifestações no 7 de Setembro, mas exclusivamente para enfatizar reivindicações corporativas.
Ao tentar negar a evidência de que a corrupção é endêmica na administração federal e colocar panos quentes no combate à corrupção, os governistas podem estar dando um tiro no pé. A indignação popular, quando se agrava, geralmente se transforma numa bola de neve e fica incontrolável. Paciência tem limite.

O passado cobra


Merval Pereira, O Globo
O movimento contra a corrupção que parece estar tomando forma em todo o país trouxe à baila novamente o interesse da opinião pública sobre o julgamento do mensalão, que deverá ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF) no início do próximo ano.
Nada pior para José Dirceu e os 36 outros réus do que revolver o assunto, pois não deu certo o ousado plano de tentar limpar a ficha dos mais importantes políticos envolvidos no processo.
Além do próprio Dirceu, que, reafirmado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como o "chefe da quadrilha", aparece no meio de confusões políticas, o caso mais exemplar de tentativa de recuperação de imagem que deu errado é o do deputado federal João Paulo Cunha.
Nas suas alegações finais, o Gurgel chama a atenção para o fato de que Dirceu continua exercendo forte poder político no PT, e a exposição de seus encontros reservados com ministros e parlamentares, em um quarto de hotel de Brasília, explicita esse poder que torna factível a posição de "chefe da quadrilha".
Já a indicação de João Paulo Cunha para presidir a comissão especial do novo Código Civil escandalizou a opinião pública e provocou constrangimentos no ministro do Supremo Luiz Fux, um dos que vão julgá-lo.
Ele e o deputado Eduardo Cunha, que seria o relator da comissão, tiveram que ser vetados pela reação negativa que suas indicações provocaram.
Também os escândalos em que está metido o cacique do PR Valdemar Costa Neto mostram que os envolvidos no caso do mensalão não perderam o vício.
As alegações finais de alguns envolvidos também trouxeram à tona momentos históricos que poderiam ter sido decisivos, como o depoimento do publicitário Duda Mendonça na CPI dos Correios, reafirmado agora ao STF.
Naquela ocasião, o marqueteiro da campanha presidencial de Lula em 2002 admitiu que recebeu pagamento do tesoureiro Delúbio Soares em contas no exterior, o que caracterizava no mínimo o uso de caixa dois na campanha presidencial.
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio, definiu a certa altura do depoimento do publicitário Duda Mendonça o núcleo do que estava em jogo: o fato de parte da campanha eleitoral de 2002 ter sido financiada por dinheiro ilegal colocaria em xeque a legalidade de várias eleições, inclusive a do próprio presidente Lula e, mais que isso, a higidez de nosso sistema democrático.
A revelação de que o pagamento do equivalente a cerca de R$ 10 milhões fora feito no exterior para uma empresa de Duda Mendonça, com dinheiro saído de contas de vários bancos pelo mundo, provocou choro e ranger de dentes entre os petistas, e muitos deles foram ao púlpito da Câmara e do Senado para pedir desculpas ao povo brasileiro.
Estava criado naquele momento um clima propício ao pedido de impeachment de Lula, que só não aconteceu porque houve muitas negociações nos bastidores.
Sabe-se hoje que dois dos principais ministros na ocasião, Antonio Palocci e Marcio Thomaz Bastos, foram ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propor um acordo: a oposição não pediria o impeachment de Lula, e este se comprometeria a não se candidatar à reeleição.
A decisão política da oposição não se deveu apenas a essa proposta, que não chegou a ser fechada num acordo político consequente, mas também pela avaliação equivocada de que Lula estava ferido de morte e não conseguiria se reeleger de qualquer forma.
Houve também quem temesse a reação dos chamados "movimentos sociais" em defesa do mandato de Lula. O resto é história, que deu a Lula a chance de se recuperar politicamente e nem mesmo aparecer entre os acusados do mensalão.
O principal acusador do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson, que também continua tendo poderes no PTB mesmo cassado, na ocasião sempre fez questão de afirmar que Lula não sabia de nada e chegou a recomendar que Dirceu pedisse demissão da chefia do Casa Civil "para não envolver um homem de bem", referindo-se ao presidente Lula.
Talvez arrependido de ter blindado Lula na ocasião, ou apenas para tumultuar o processo, Jefferson questiona nas alegações finais o fato de o procurador-geral da República ter deixado de denunciar o presidente da República.
"Qual a razão de o ilustre acusador ter deixado de denunciar aquele que, por força de disposição constitucional, é o único que no âmbito do Poder Executivo tem iniciativa legislativa, o presidente da República, para somente acusar três de seus auxiliares, ministros de Estado, que iniciativa para propor projetos de lei não têm?"
Também o publicitário Marcos Valério, cérebro da operação financeira do mensalão, tenta colocar Lula no processo. Afirma a certa altura, seu advogado, nas alegações finais: "É raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano, alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio ex-presidente Lula."
Dificilmente o pedido será aceito, pois no processo original não existe qualquer referência a Lula, embora, na mesma situação, o ex-governador mineiro, hoje deputado federal, Eduardo Azeredo tenha sido incluído pelo próprio Supremo, e pelo mesmo relator, o ministro Joaquim Barbosa, como coautor do chamado "mensalão mineiro".

Essa vida de bandido.....

Quando se entra para a vida de bandido, sabe-se perfeitamente onde a estrada termina.


Agnelo
 
Agnelo-2DO BLOG COM GENTE DECENTE

O Careca não é mais réu primário.

Se o Careca Valério, o operador do MENSALÃO DO LULLA vier, o que espero, a ser condenado no processo do MENSALÃO DO LULLA, VAI DANÇAR FEIO.
O safado deixou de ser réu primário, apesar de ainda caber recurso.
Sigamos do G1:

Marcos Valério e Cristiano Paz são condenados à prisão
Réus respondem por passarem informações falsas ao Banco Central.
Cabe recurso da decisão.


Marcos Valério e o empresário Cristiano Paz foram condenados à prisão pela Justiça Federal de 1º Grau em Minas Gerais, por terem dado informações falsas ao Banco Central. A condenação, divulgada nesta quinta-feira (9), foi determinada no dia 31 de agosto.

De acordo com a sentença, em 1999, os acusados prestaram declarações falsas sobre as operações e situação financeira da agência SMP&B, da qual eram sócios, no Banco Rural. Os dois alteraram o capital da agência de publicidade de R$ 150 mil para R$ 4,5 milhões. Com isso, eles conseguiriam justificar depósitos irregulares na conta e não levantar suspeita na fiscalização do Banco Central.
Na Junta Comercial de Minas Gerais, o capital social da SMP&B foi alterado de R$ 150 mil para R$ 600 mil.
Para a Justiça, se o Banco Central não tivesse informações alteradas, o esquema de evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, feito por empresas ligadas a Marcos Valério, poderia ter sido descoberto mais cedo. Em 2005, Marcos Valério ficou conhecido por suspeita de envolvimento no esquema do "mensalão".
O juiz federal Leonardo Augusto de Almeida Aguiar, em auxílio à 4ª Vara Federal Criminal, alegou que, a partir das provas apresentadas, os réus agiram com consciência de que a conduta era ilícita. De acordo com a Justiça, Cristiano Paz foi condenado a aproximadamente cinco anos de prisão e 210 dias-multa e Marcos Valério, a seis anos de prisão e 280 dias-multa.
O advogado Marcelo Leonardo, responsável pela defesa de Marcos Valério, negou a acusação contra o réu e informou que entrou com recurso da decisão no Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília. A defesa de Cristiano Paz, feita pelo advogado Castellar Guimarães, informou que também efetuou a apelação da sentença no TRF, no dia 2 de agosto. Segundo Guimarães, a pena fixada pela Justiça não é correta, pois diante das provas a pena deveria se aproximar do mínimo previsto, porque se trata de réus primários com bons antecedentes. Devido a isso, o advogado alegou que a decisão deve ser reformulada.
A Justiça informou que, por falta dos requisitos necessários para o decreto da prisão cautelar, os réus podem recorrer em liberdade.
DO COM G. DECENTE

Ato cobra esclarecimento da morte de Toninho do PT


Viúva diz que crime foi político e ameaça ir à comissão de direitos humanos da OEA

Tatiana Fávaro, de O Estado de S.Paulo

CAMPINAS - A família do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado há dez anos, prepara um ato público em nome da resistência contra a omissão no caso. A manifestação está marcada para as 9 horas deste sábado, 10, na praça da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição, no Centro de Campinas (SP). Às 19h30 haverá uma missa e uma apresentação da Orquestra Sinfônica do município.
Após ir a Brasília na última terça-feira, 6, para tentar a federalização das investigações sobre o assassinato, a viúva do político, Roseana Garcia, informou que, caso não haja desdobramento na esfera federal, ela e seu advogado recorrerão à comissão de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). A viúva diz não ter dúvidas de que o crime foi político. Até hoje não se sabe quem matou Toninho.
O prefeito eleito em 2000 foi atingido com um tiro na noite de 10 de setembro de 2001, após sair do Shopping Iguatemi, em Campinas. Toninho foi encontrado morto dentro de seu carro, um Palio, na Avenida Mackenzie. O prefeito não utilizava carros oficiais fora do expediente e não tinha seguranças. Nesta sexta-feira, 9, cerca de 70 pessoas participaram de um ato ecumênico realizado no local do crime.
Investigações reabertas. O caso passou pela Polícia Civil de Campinas e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. O Ministério Público Estadual em Campinas chegou a apontar a quadrilha do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, como responsável pelo assassinato, mas o juiz José Henrique Torres não aceitou a denúncia. Os promotores recorreram da decisão do juiz no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que manteve a sentença de Torres. No fim do ano passado, as investigações foram reabertas pela Justiça.
DO COM GENTE DECENTE

Rio já se organiza para manifestação contra corrupção no próximo dia 20

Por Cássio Bruno, no Globo:
Depois dos protestos contra corrupção realizados na última quarta-feira, Dia da Independência, em várias cidades do país, quando pelos menos 30 mil pessoas foram às ruas, o Rio de Janeiro já prepara um grande encontro no próximo dia 20, a partir das 17h, na Cinelândia. O evento, organizado pelo movimento “Todos Juntos Contra a Corrupção”, criado em agosto deste ano nas redes sociais, também será realizado, simultaneamente, em São Paulo, Campo Grande, Recife e Manaus, entre outras capitais.”Queremos que o carioca se empenhe e apareça na nossa manifestação para mostrar toda a indignação que estamos sentindo com a corrupção”, disse a empresária Cristiane Maza, de 50 anos, uma das idealizadoras da marcha.
Além da convocação da população pelo Facebook, o movimento está recebendo doações de materiais para a confecção de faixas, cartazes e camisas. A expectativa é que, como ocorreu em Brasília, cerca de 25 mil pessoas compareçam ao encontro. Não será permitida a participação de partidos políticos. “Precisamos incentivar a população. Espalhei alguns cartazes nas ruas de Santa Teresa, onde eu moro. Vamos distribuir no Centro do Rio, em Copacabana e na Tijuca. Faremos um trabalho de formiguinha nas ruas e na internet. Não temos dinheiro”, ressaltou Cristine.
Ela criticou a ausência de entidades tradicionais da História do Brasil em grandes marchas, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única de Trabalhadores (CUT): “Acho que as manifestações contra corrupção vão acontecer mais vezes. Mas as entidades, na verdade, agora têm um partido. Elas não estão mais apartidárias. Todas têm ligações políticas.”  Aqui
Por Reinaldo Azevedo

O Globo e El País comentam a largada do movimento contra a corrupção

O Globo e El País comentam a largada do movimento contra a corrupção

Por Augusto Nunes - Veja Online

As manifestações deste 7 de Setembro foram o tema do editorial do Globo desta sexta-feira e de uma reportagem de Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País no Brasil. Os dois textos estão na Feira Livre.

‘Começa no Brasil o movimento dos indignados contra a corrupção’, um texto de Juan Arias

TEXTO PULICADO NO JORNAL ESPANHOL EL PAÍS NESTA QUINTA-FEIRA
Juan Arias
A celebração do Dia da Independência neste 7 de setembro no Brasil foi marcada pelo protesto. O movimento de indignados contra a corrupção escolheu esta data para começar suas manifestações, que acontecem em 35 cidades de 20 estados de todo o país nos próximos dias. Todas foram convocadas através das redes sociais, com a participação de 130 mil internautas.

Ontem foi a vez, entre outras, de São Paulo, com cinco marchas simultâneas em diferentes pontos da cidade, e Brasília. No Rio de Janeiro a manifestação foi convocada para 20 de setembro na mítica e central praça da Cinelândia, cenário histórico de protestos civis.

Em Brasília, a manifestação reuniu 25 mil pessoas, segundo a polícia. O protesto aconteceu a 300 metros do desfile oficial da Independência, presidido pela chefe de Estado, Dilma Rousseff. As forças de segurança não permitiram que os manifestantes se aproximassem da cerimônia oficial, apesar de os protestos terem sido anunciados pelos organizadores como pacíficos e desligados de qualquer partido, “na linha do 15-M de Madrid”, de acordo com o jornal O Globo. Ao contrário, como perceberam os nove senadores que criaram um grupo de apoio às manifestações contra a corrupção, trata-se mais de “defender a iniciativa da presidenta de endurecer suas ações contra a ilegalidade, vista com maus olhos até por políticos de próprio partido e de alguns partidos aliados do governo que perderam quatro ministros”.

Os manifestantes, tanto em Brasília como em São Paulo e nas outras cidades, exibiram cartazes contra a corrupção e a impunidade, nos quais se lia frases como “não, vocês não podem”, ou “lugar de político corrupto é na cadeia”. Com as caras pintadas, muitos vestidos de negro em sinal de luto ou com narizes de palhaço e fazendo ruído com tudo o que podiam, os manifestantes não provocaram nenhuma altercação que exigiisse intervenção da polícia.

Entre as reivindicações dos indignados de Brasília estava a de que o Supremo Tribunal Federal julgue e condene os 36 acusados no grande escândalo político de 2005, com o suborno aos deputados por parte do governo, que quase custou o cargo ao então presidente Lula.

Ainda que o grosso dos manifestantes fosse composto por jovens, nas marchas também se via crianças e pessoas mais velhas. Os milhares de manifestantes que saíram às ruas em todo o país têm um mérito especial, de acordo com o que disse o senador Cristóvam Buarque — um dos nove membros do Senado que apoiaram os indignados ─ porque não aderiram aos protestos o Partido dos Trabalhadores, que no passado sempre esteve à frente de todos os grandes protestos sociais, nem movimentos sociais como o dos Sem Terra, nem a União Nacional dos Estudantes (UNE) ou os grandes sindicatos.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, declarou seu apoio aos manifestantes, apoiados também pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan). Esta entidade lançou o Manifesto de empresários brasileiros a favor da ética na política.

Através das redes sociais, os organizadores pediram aos manifestantes que pintassem as caras de preto, em sinal de luto pela corrupção que humilha o país. Walter Magalhães, 28 anos, um dos articuladores da marcha em Brasília, explica: “Não basta ficar parado na comodidade do sofá. Precisamos fazer algo para mostrar que estamos vivos e contra toda essa corrupção”.

Como as manifestações foram organizadas pelas redes sociais, é impossível calcular o[[ número
de participantes. Segundo os analistas políticos, o o importante é que “o fogo já se alastrou”.
DO MOV.O.VIG.CONTRA CORRUPÇÃO