quarta-feira, 6 de abril de 2011

Íntegra do discurso da senadora Kátia Abreu


Senhor Presidente,
Senhoras e senhores senadores,
A história contemporânea brasileira se move por ciclos. Tivemos o período militar, de 1964 a 1984; a redemocratização, a partir de 1985; e o período pós-constituinte, a partir de 1988. Nele estamos há 23 anos. Desde então, foram nada menos que seis eleições presidenciais diretas, em que dois partidos, que pouco diferem em conteúdo programático, se alternaram no poder: o PSDB e o PT. Ambos se apresentam como partidos de viés de esquerda - um é social-democrata; o outro professa um socialismo reformista.
Lembro-me de um debate há alguns anos entre o senador Cristovam Buarque, então no PT, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que ambos admitiam não haver discordância ideológica substancial entre seus partidos. Disputavam apenas, a partir de São Paulo, espaços de poder: não de idéias. As coincidências não se esgotavam aí. Também para chegar ao poder, ambos se valeram da mesma estratégia, de buscar alianças conservadoras, que lhe eram doutrinariamente opostas, mas que lhe favoreciam a chegada ao poder. O PSDB aliou-se ao PFL, hoje DEM, enquanto o PT aliou-se ao Partido Liberal, de José Alencar.
Essas alianças, no entanto, não abriram espaço para que o pensamento liberal ocupasse, ainda que parcialmente, a cena política. O máximo que propiciaram foi a divisão de cargos na máquina estatal. O ideário liberal, que tem na defesa da liberdade individual - e não apenas na defesa da economia de mercado - o seu epicentro, jamais esteve em primeiro plano. Esse tipo de parceria, movido apenas pela ocupação de espaços na máquina pública - e não pela defesa de idéias -, desfigurou doutrinariamente o quadro partidário.
A terminologia direita-esquerda-centro, com suas gradações de centro-direita e centro-esquerda, perdeu conteúdo e significado. O ex-presidente Lula, antes das eleições do ano passado, saudava como sinal de avanço e progresso político o fato de todos os candidatos à Presidência da República, na sua visão, serem de esquerda. Mas, no curso da campanha, seu partido chamava os adversários de “direita”, termo que deixou de designar um campo respeitável do pensamento doutrinário para tornar-se sinônimo de perversão ideológica, num cenário artificial, em que o monopólio do bem e da virtude estaria à esquerda.
Por aí, se vê que essa nomenclatura tornou-se inteiramente vazia, gerando mais confusão que esclarecimento, conferindo às campanhas eleitorais contornos de mera disputa mercadológica, em que os marqueteiros despontam como os grandes protagonistas. O resultado é a pobreza e a falsidade do debate político, que aprofundam o abismo entre sociedade e governantes. Hoje, os partidos são identificados não pelo que propõem, mas por sua posição em relação ao governo: oposição ou situação. Aos primeiros, cabe dizer não; aos segundos, dizer sim.
Não importa se o que está em pauta coincide ou não com o programa e a doutrina de cada qual. Oposição terá sempre que dizer não, como se fosse uma empresa de demolição, enquanto os da base aliada se comprometem incondicionalmente com o sim. Desnecessário dizer da indigência política, moral e filosófica de tal conjuntura. A política tornou-se mera disputa de poder, que deriva para um vale-tudo de promessas inexeqüíveis e demagógicas. Não há democracia que se consolide em tal quadro.
É preciso romper com esse círculo vicioso, herança ainda dos tempos do autoritarismo, que impôs ao quadro partidário brasileiro um caráter bipolar e frentista. No período militar, tínhamos de um lado uma frente de alianças em favor do regime; de outro, uma frente oposicionista, que ia da direita à esquerda. Naquela circunstância, de luta contra a ditadura, era o jeito.
Mas veio a redemocratização e, com ela, o pluripartidarismo, que, no entanto, não rompeu com a estratégia das frentes híbridas, que desde então submetem a coerência doutrinária aos interesses fisiológicos e imediatistas de exercício do poder. O poder pelo poder, em que todos perseguem apenas a vitória eleitoral, sem a contrapartida de compromissos programáticos, morais ou filosóficos. O número crescente de abstenções e votos nulos (quase 36 milhões de brasileiros) nas eleições indica que a sociedade brasileira já está farta desse jogo artificial, insincero e improdutivo, que empobrece e corrompe a política.
Quer o fim da farsa; quer que os partidos sejam o que precisam ser: expressões efetivas de correntes de pensamento da sociedade; que convirjam a partir de idéias e ideais - e não em função do antagonismo ou protagonismo em relação a quem está circunstancialmente no poder, como ocorre hoje. Somente assim os partidos poderão cumprir o papel formador e formulador que têm perante a sociedade, como agentes do bem comum, das transformações e do progresso. Com as distorções atuais que aqui estou apenas resumindo, não há a menor chance.
Cumpre, pois, que se inicie desde já um novo ciclo na vida política brasileira, em que se dê conteúdo doutrinário à democracia, em que cada agente político expresse convicções e seja cobrado pela fidelidade que tem a elas - e não a cargos e interesses menores. Isso não se resolve apenas com reformas nas leis que regem o sistema político. Mais que a reforma política, é preciso reformar a mentalidade dos agentes políticos. A nossa mentalidade.
Senhor Presidente,
Senhoras e senhores senadores
É com esse propósito - e tendo em vista esse clamor da sociedade brasileira por renovação na política - que formalizo, aqui, desta tribuna, minha saída do Democratas, ao mesmo tempo em que anuncio que estou me associando às lideranças nacionais empenhadas em criar o Partido Social Democrático - o PSD. Esta decisão não deriva de rompimento, briga ou dissidência, mas da constatação de que se esgotou um ciclo - e não apenas um ciclo pessoal, mas conjuntural, político, um ciclo da vida partidária brasileira. E é preciso inaugurar um outro, de olhos postos no futuro.
Tenho pelo Democratas respeito e reconhecimento pelo papel que desempenhou no processo de redemocratização, desde sua origem, em 1984, quando Partido da Frente Liberal. Coube-lhe garantir a eleição de Tancredo Neves e José Sarney no colégio eleitoral, propiciando a retomada pacífica do poder político pelos civis. Deu, posteriormente, sustentação aos dois governos de Fernando Henrique Cardoso e exerceu oposição aos dois governos de Lula. Cumpriu um belo papel histórico.
Considero, porém, que a parceria que nos uniu chegou ao fim. Atuação partidária hoje tem concepção distinta da minha no que se refere não apenas à prática interna da democracia, mas à postura de independência em relação ao quadro presente da política brasileira. Respeito e acato, mas já não me sinto em sintonia. Não mudei de idéias ou de identidade, mas já não vejo meios de implementá-las de onde estava. Fui criticada quando aqui votei pelo salário mínimo de R$ 545. Mas, na mesma ocasião, votei contra uma medida provisória que pretendia capitalizar o BNDES. Em ambas as ocasiões, votei tendo em vista a defesa de um princípio que o DEM e eu sempre postulamos: a responsabilidade fiscal. E assim entendo que deva ser. Um partido deve, acima de tudo, ter caráter, ser fiel a seu programa.
Não há ética sem caráter.
Não vejo que o momento reclame atitudes simplistas de se filiar ao “sim” ou ao “não”. Não há grandeza nisso. Perguntam-me se o PSD fará oposição ou se fará parte da base do governo. Não é assim tão banal. Se fosse, não seria preciso criá-lo. É evidente que as forças políticas que sustentam o atual governo filiam-se a uma corrente de pensamento distinta da minha. No essencial, divergimos, o que não impede que, em alguns momentos, possamos convergir.
Acusam o novo partido, que sequer saiu do papel, de servir a propósitos pessoais, de favorecer as carreiras de seus organizadores. Se fosse assim também, melhor seria não criá-lo. Mais fácil seria permanecer onde estávamos, já que a criação de um partido, no Brasil, efetivamente enraizado na sociedade e com propósitos definitivos - e é o que pretende o PSD -, é um empreendimento trabalhoso, caro e de alto risco. Lideranças como Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, e Guilherme Afif Domingos, vice-governador de São Paulo, teriam meios bem mais cômodos de dar seqüência a seus projetos pessoais de onde estão. Ocupam cargos de grande influência, têm luz própria e não precisariam se expor a desafios desse porte.
O que constatamos é que o Brasil está no limiar de um novo tempo - e que só avançará se a política assimilar os novos paradigmas que lhe estão postos. E o principal é este: é preciso nitidez de compromissos. Não é admissível que a quinta economia do planeta, com o amplo horizonte que neste momento a ela se descortina no cenário mundial, não exerça interlocução com sua própria sociedade. Há um amplo segmento de cerca de 110 milhões de brasileiros da classe média órfãos dessa interlocução.
Nosso ideário consagra a defesa da economia de mercado, como único regime capaz de gerar riqueza e sustentabilidade, sem as quais não se erradica a pobreza. Não cremos no Estado-empresário, que consideramos um falso brilhante. A experiência do socialismo real, nos diversos países que o adotaram, o evidencia. Ficaram mais pobres que antes. Nossa postura e votos, no Legislativo, levará sempre isso em conta. Quando esses postulados forem favorecidos, não poderemos nos opor. Quando forem contrariados, combateremos. Mas não só. A defesa do capital e da livre empresa nem é a maior urgência brasileira, já que dispõem de suas próprias defesas e nem chegaram a ser ameaçados pelos governos do PSDB e do PT.
O que vemos como urgência - e isso faz parte da reforma das mentalidades na política - é a defesa da liberdade individual, da liberdade de pensamento, liberdade para fazer suas escolhas (Liberalismo = Liberdade). Vemos cada vez mais o país sendo submetido à ação das patrulhas do pensamento, que impõem os dogmas do politicamente correto, criminalizando os que deles divergem. Liberdade de pensamento é o convívio civilizado com as idéias com que não concordamos, mesmo com as que eventualmente abominamos, nos limites da lei. Ser tolerante é tolerar o intolerável.
É essa intolerância que ameaça o convívio democrático, empobrece o debate e impede a livre circulação de idéias na sociedade, não permitindo que seja juiz dos que disputam o seu voto. É essa intolerância que estigmatizou os que vêem no socialismo uma doutrina anacrônica, fracassada e ineficaz, associando o pensamento liberal ao totalitarismo fascista, que lhe é antípoda.
Socialismo e fascismo, sim, têm algo em comum: o culto ao Estado, que, em ambos os casos, deixa de servidor do cidadão para tornar-se seu dono, intrometendo-se crescentemente em questões inerentes à vida privada e ao arbítrio das famílias. É contra esse estigma ideológico, falso como uma nota de três reais, que combateremos. O termo “social” que adicionamos ao nome do partido indica que essa preocupação com as famílias de baixa renda ou sem renda nenhuma não é monopólio de ninguém e está longe de ter dono.
Como produtora rural e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, posso afirmar - e os números nesse sentido são eloquentes - que o capitalismo no campo é o mais eficaz fator de erradicação da pobreza neste país. Se hoje temos superávits contínuos e crescentes na balança comercial; se temos hoje uma classe média rural em expansão; se oferecemos a melhor e mais barata comida do mundo; se hoje deixamos de importar alimentos, como o fazíamos há quatro décadas, e disputamos esse segmento do comércio internacional - não há dúvida de que isso se deve ao ambiente de livre competição que se estabeleceu no campo.
E isso apesar do combate sistemático que sofremos de grupos ideológicos, que insistem em nos associar ao atraso e à perversão política, como supostos herdeiros de uma mentalidade colonial. Os fatos conspiram contra essa versão, que, no entanto, continua a ser sustentada, inibindo o livre trânsito das idéias, falsificando-as. A hegemonia do pensamento esquerdista, que a estratégia gramsciana de revolução cultural inoculou na academia, estabeleceu a ditadura do pensamento.
Quem hoje se sente à vontade, nas universidades e meios culturais, de se apresentar como sendo de direita ou liberal? Será renegado e excluído do debate, como um pária. E isso é trágico. Torna a democracia um engodo, um debate entre iguais, que deriva para uma luta por cargos. Nada mais. É para romper com esse paradigma e permitir que a sociedade brasileira - sobretudo sua classe média -, que se tem mostrado avessa à agenda comportamental do politicamente correto, que o PSD entra em cena.
As entidades representativas da sociedade civil têm seu papel, seu valor e seu espaço. Mas não podem monopolizar ou tutelar o debate. Representam parcelas da sociedade, mas não o todo. As minorias, ambientalistas ou produtores rurais não são segmentos isolados, com interesses que devam se sobrepor ao conjunto do qual fazem parte. Suas demandas têm que estar em sintonia com o todo e a ele se submeter. Não são intocáveis, nem inquestionáveis.
As propostas que os contemplam - e algumas delas tramitam neste Congresso Nacional - não podem se revestir do status de sagrado, imunes a críticas, ponderações ou mesmo rejeições, se for o caso. E é o que presentemente ocorre, em face da ditadura do pensamento, incompatível com a essência da democracia. É na defesa dos valores libertários, que pairam acima de quaisquer outros - e que devem moldá-los - que o PSD anuncia seu ingresso nesta nova etapa da vida político-partidária brasileira.
Não seremos do contra: somos, e seremos sempre, a favor do Brasil: de sua gente, em sua multidiversidade - étnica, cultural e religiosa. Combateremos no campo das ideias, sempre ao lado de quem se disponha a endossá-las e fortalecê-las.  O PSD será literalmente fiel aos seus princípios e ao seu ideário partidário. Convido a todos os Brasileiros para acompanhar em fiscalizar as ações que o PSD se dispõe.
Muito obrigada.
Por Reinaldo Azevedo

Informação para a imprensa.

José Serra(PSDB-SP) não veio à Brasília para ouvir Aécio Neves(PSDB-MG). Além de um seminário, veio ao aniversário de uma jornalista de primeira linha, como amigo e convidado. Os demais jornalistas presentes, por dever de não ofício, não podem dar este tipo de informação. O blogueiro anônimo pode. Serra aproveitou e ficou. Fez bem. Aécio foi obrigado a elogiá-lo. Sobre o discurso do senador mineiro, gostei dos apartes. Foram mais reveladores.

DO COTURNO NOTURNO

50 anos depois...


"Minas está onde sempre esteve." 

Frase do mineiro Otto Lara Resende, em Manifesto que redigiu, em 1961, em manifesto assinado pelo então governador mineiro Magalhães Pinto, para ficar em cima do muro na crise da renúncia e da posse de Jango. 

"Estarei onde sempre estive, como homem do diálogo que não foge às suas responsabilidades e convicções"

Frase do mineiro Aécio Neves, no seu primeiro discurso como senador da República, proferido hoje.
DO BLOG DO CEL

Um novo Sarney?


Do Blog do Eduardo Bisotto:

O Senador Aécio Neves (PSDB), com seu pronunciamento desprovido de bandeiras e equalizador de desiguais (vamos combinar, botar no mesmo patamar Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula é uma sacanagem monstruosa com os dois primeiros) está se candidatando a novo Sarney do Senado Federal. Anotem e me cobrem. Leia mais aqui. 

Logofobia: precisamos acabar com este mal!


Por Klauber Cristofen Pires

Segundo "denúncia" divulgada no dia 04/04/2011, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou um relatório que mostra que, no Brasil, um homossexual é morto a cada 36 horas e que esse tipo de crime aumentou 113% nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 260 mortos. Apenas nos três primeiros meses deste ano foram 65 assassinatos. Ahh, é mesmo?

Então vejamos: quantos gordos foram assassinados no Brasil no mesmo período? Será que estamos diante de uma sociedade lipidiofóbica? E quantos eram torcedores do Flamengo? Somos flamengofóbicos? Mas, quantos eram heteros? Será que somos uma sociedade heterofóbica?

Então: em um universo anual de cinquenta mil assassinatos, tal como diz o Google, "...e continua crescendo" , o Grupo GLBTUVXZ da Bahia pretende denunciar o governo brasileiro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) por crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais, por causa de...265 casos. Umas perguntinhas: estão contados os casos de gays mortos por outros gays? Está comprovado de que foram assassinados pelo só fato de serem gays? Por acaso, nenhum deles andou se envolvendo em brigas ou assaltos, ou foram vítimas comuns de marginais como o restante da população?
Bom, por falta de mais dados, eu não sei, de fato, responder a nenhuma das questões acima, mas de uma fobia já tenho clara percepção os brasileiros estão acometidos:  Somos sim, uma sociedade logofóbica, isto é, temos pavor, preconceito e ódio só de ouvir falar da ....lógica!
DO BLOG LIBERTATUM

ESTA É SUA JUSTIÇA, POVO OTÁRIO




O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou nesta terça-feira, 5, as provas obtidas pela Operação Castelo de Areia a partir de escutas telefônicas autorizadas com base em denúncia anônima. A decisão atinge em cheio uma das mais espetaculares missões da Polícia Federal contra executivos da Construtora Camargo Corrêa, supostamente envolvidos em um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e doações clandestinas a políticos. Tudo o que a PF e a Procuradoria da República construíram sob aquelas condições foi declarado ilegal, por três votos a um, pelos ministros da 6.ª Turma do STJ. Leia mais aqui.
DO BLOG GRAÇA NO PAIS DAS MARAVILHAS

Sponholz: A casa da mãe Jo-ANA


Mickey é cultura. O Ministério da Cultura autorizou o projeto Disney Live 2011 a captar R$ 2,3 milhões, pela Lei Rounet, para se exibir em dez cidades. http://www.claudiohumberto.com.br/principal/BLOG DO ALUIZIO AMORIM

CHEGA DE HIPOCRISIA




Em consequência da grande polêmica que se formou com o pronunciamento do deputado Jair Bolsonaro, e em nome do politicamente correto, vamos fincar três cruzes na Esplanada dos Ministérios e nelas crucificaremos: primeiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que há não muito tempo classificou a cidade de Pelotas (RS) como sendo polo exportador de veados; na segunda, a sra. Marta Suplicy, que pôs em dúvida a masculinidade do prefeito Gilberto Kassab; e na terceira cruz, o próprio deputado, que, na minha opinião, usou seu direito da livre expressão, garantida na Constituição. Todos nós temos o dever de respeitar ideias, crenças e escolhas do semelhante, mas não temos a obrigação de concordar e muito menos de calar. Ou o KIT-PT não permite? Vamos parar com tanta hipocrisia. Vamos ser um país sério.
Humberto de Luna Freire Filho

DO BLOG.GRAÇA NO PAIS DAS MARAVILHAS

Mais respeito pela realidade histórica.



A derrubada do presidente foi um ato legítimo, apoiado pelo Congresso e por toda a opinião pública, expressa na maior manifestação de massas de toda a história nacional (sim, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” foi bem maior do que todas as passeatas subseqüentes contra a ditadura). É só ler os jornais da época – os mesmos que hoje falsificam sua própria história – e você tirará isso a limpo. Continue lendo aqui
João Goulart acobertava a intervenção armada de Cuba no Brasil desde 1961, estimulava a divisão nas Forças Armadas para provocar uma guerra civil, desrespeitava cinicamente a Constituição e elevava os gastos públicos até as nuvens, provocando uma inflação que reduzia o povo à miséria, da qual prometia tirá-lo pelo expediente enganoso de dar aumentos salariais que a própria inflação tornava fictícios.(recompilado do texto de Olavo de Carvalho)
 
DO BLOG MOV.ORDEM VIG.CONTRA CORRUPÇÃO

Itaipu: por cadeira na ONU, Brasil vai pagar mais R$ 5 bilhões ao Paraguai.


Tópicos do artigo de Eduardo Sciarra (DEM-PR), vice-líder do partido na Câmara, sobre a renegociação dos preços da energia de Itaipu, pagos ao Paraguai:

... o Paraguai já embolsou o equivalente a US$ 4,9 bilhões (royalties, rendimentos de capital e venda de energia propriamente dita). Mais: depois de 2023 (meio século da assinatura do tratado), com a quitação do financiamento, o Paraguai será proprietário de metade de um ativo avaliado em US$ 60 bilhões, cuja vida útil, estimam os geólogos, será superior a 200 anos.

... A revisão ora proposta implica o aumento dos pagamentos anuais feitos pelo Brasil ao Paraguai de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões. Como o tratado vigora até 2023, serão 13 anos com pagamento onerado em US$ 240 milhões ao ano, totalizando US$ 3,12 bilhões, ou mais de R$ 5 bilhões.

... A não ser pela megalomania e pelo protagonismo do ex-presidente Lula, não há justificativas econômico-financeiras e nem razões de Estado, de segurança nacional ou sequer de caridade cristã que expliquem um presente de mais de R$ 5 bilhões aos paraguaios. Especialmente num momento em que a salgada conta da farra fiscal e da gastança do governo passado, executada pelo atual ministro da Fazenda, está sendo cobrada de todo o povo brasileiro, com cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento, atingindo programas sociais, cancelando investimentos e aumentando impostos.

Cabe ao Congresso Nacional rejeitar este verdadeiro roubo contra o povo brasileiro. É a típica caridade com o boné dos outros, tão praticada por Lula, seja junto a países, seja junto a amigos e familiares.

STJ anula provas que poderiam ser incriminar vice Michel Temer.

Do Estadão, sobre uma operação da PF que incluía acusações contra o vice-presidente Michel Temer:

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou nesta terça-feira, 5, as provas obtidas pela Operação Castelo de Areia a partir de escutas telefônicas autorizadas com base em denúncia anônima. A decisão atinge em cheio uma das mais espetaculares missões da Polícia Federal contra executivos da Construtora Camargo Corrêa, supostamente envolvidos em um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e doações clandestinas a políticos. Tudo o que a PF e a Procuradoria da República construíram sob aquelas condições foi declarado ilegal, por três votos a um, pelos ministros da 6.ª Turma do STJ.  Leia mais aqui.
DO COTURNO NOTURNO

Em busca de um recomeço.


Segue abaixo o artigo publicado hoje, na Folha de São Paulo, pela senadora Kátia Abreu (futuro PSD), intitulado "Em busca do recomeço". Ontem, liderando 25.000 pequenos agricultores e pequenos pecuaristas, vindos de todo o Brasil, a senadora do Tocantins mostrou que é um liderança nacional, de um setor que sustenta, em vários sentidos, a economia do país. Nenhuma bandeira de partido na manifestação. Dezenas de deputados de todos os partidos aprovando a mobilização em discursos de defesa à nova lei. Nenhuma empresa do tão atacado agronegócio estava presente, já que estas não precisam de lei nova ou velha, estas compram e vendem do jeito que querem. No final, um abraço verde-amarelo no Congresso pedindo o que há de mais nobre: que os deputados votem o novo Código Florestal já eque levem a discussão de eventuais discordâncias para o plenário, onde a democracia é representada.

Antes que seja censurada por ideias que não defendemos e por intenções que não temos em função do projeto do novo partido em organização, o PSD, lembrei-me de uma providência que Benjamin Franklin adotou ao se engajar na luta pela independência americana, em 1731: escreveu um pequeno texto de duas páginas, que republicou até o fim da vida no seu jornal, o "Pennsylvania Gazette", contendo a essência dos seus princípios.

Uma prevenção eficaz contra os preconceitos, as intrigas e as falsas interpretações. Nesses termos, começo pelo verbo correto que indica a minha movimentação política. Dizer que estou "mudando de partido" é pouco, impreciso, incompleto. Da mesma forma, é falso que esteja deixando a oposição. Ou, mesquinhamente, que abandono a legenda em que iniciei minha vida política. Esses verbos, "sair", "mudar", "trocar", "abandonar", não expressam o sentido da minha ação. O verbo é "fundar". Junto com amigos de várias procedências, participamos do núcleo dirigente de uma nova legenda, absolutamente original, a começar pela declaração de independência absoluta em relação às classificações topográficas a que nos acostumamos.

Não estamos inventando um limbo inexistente, mas definindo um novo conceito. Não adotaremos alinhamentos automáticos. Estamos fundando um partido para ser ele mesmo. Partidos não precisam de adjetivos, mas, como tudo na vida, precisam de caráter. É preciso que haja clareza e compromissos com suas metas e princípios. Quando o governo estiver em consonância com nosso programa, terá nosso apoio. Quando não estiver, não terá. Ter caráter é ser, acima de tudo, fiel aos seus princípios. O voto popular designará nosso papel, jamais composições, troca de cargos ou compensações de qualquer ordem. Segundo, porque deveremos adotar o sistema da democracia interna -no modelo "cada militante, um voto"- para escolher candidatos, dirigentes e definir as grandes linhas de ação. Algo muito diferente da prática político-partidária brasileira. Também o conteúdo perseguido não conterá as platitudes ou generalidades habituais. Não seremos escravos de ressentimentos, de definições imobilistas, de revanchismos e de idealismos espasmódicos de véspera de eleições.

Três coisas são imprescindíveis. Primeiro, os princípios de defesa da liberdade sem adjetivos e da prática, sem restrições, dos direitos humanos. Segundo, a intransigente exigência de moralidade. Terceiro, não teremos os chamados "candidatos naturais". Ninguém será candidato de si mesmo. As prévias não podem ser opcionais, devem ser obrigatórias. Um partido de militantes, e não de dirigentes autoritários. A tolerância diante do intolerável, praticaremos com humildade.

No plano econômico, quem disse que são incompatíveis a proteção social e o direito de propriedade, os estímulos à formação de empresas, o reconhecimento do lucro auferido legal e eticamente? Sou uma democrata incondicional que acredita que somente a economia de mercado pode erradicar a pobreza, por ser a única que gera riqueza. Esperem pelos programas e definições que estão no forno, com propostas precisas, sem subterfúgios, para essa combinação de solidariedade e desenvolvimento. Buscaremos na educação o instrumento verdadeiro que garanta a liberdade. A educação não deve ter seu foco apenas na qualificação profissional para o mercado, mas principalmente capacitar o cidadão para fazer suas escolhas.

Para terminar, um desafio aos críticos apressados: o reconhecimento e a defesa da classe média, que soma hoje 52% da população e detém 46,5% da renda nacional, nos caracterizará como esquerda ou direita? Não ataquem antes de o time entrar em campo. Não é justo.
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Em artigo na Folha de São Paulo, Fernando Barros e Silva, um dos maiores patrulheiros a serviço da esquerda, escreve:

"Oposição é parte da ação governativa." Com essa frase de antologia, Kátia Abreu tentava explicar como vai se comportar o seu novo partido, o PSD de Kassab: "Oposição não é empresa de demolição. Quem assim pensava e agia era o PT", disse a senadora pelo Tocantins (e hoje maior líder ruralista do país), em entrevista ontem ao jornal "O Estado de S. Paulo". Estamos, pois, numa situação em que a Rainha do Gado deserta do moribundo DEM e anuncia que não lhe interessa mais confrontar abertamente o governo. Oposição, daqui em diante, só de ladinho.

Como não sai da sua caverna para olhar o povo, este dinossauro da imprensa deveria saber  que o seu "Rainha do Gado" não é ofensivo.  É elogioso. Só que o elogio é pequeno e injusto. Felizmente para a agricultura e  a pecuária brasileiras, a senadora Kátia Abreu também ostenta o título  de Rainha da Soja, Rainha do Trigo, Rainha do Arroz, Rainha das Commodities do Reino Animal e Vegetal ou, sendo mais preciso ainda,  Rainha dos Superavits da Balança Comercial do Brasil. Aliás, o artigo do caquético, maniqueísta e reducionista jornalista das cavernas esquerdosadas é em tom desesperado. Para ele, o mundo é quadrado, não é redondo. Tem que ter esquerda, tem que ter direita, tem que ter centro ou perde as referências. Com gente assim é sempre assim quando aparece alguma coisa de novo entre a terra produtiva e o céu azul do Brasil.

Alvíssaras! Aécio vai falar.


Hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), depois de um longo retiro de 100 dias, falará pela primeira vez no Senado da República. Depois das quatro. E não será uma videoconferência de Minas para Brasília, será no plenário. Como dizia um amigo de Brasília, mal posso esperar o adjetivo novo que Aécio cunhará para a oposição, que já foi generosa, propositiva, construtiva e a melhor de todas: a que indica caminhos. Espera-se que além de falar obviedades como câmbio sobrevalorizado, carga tributária, juros escorchantes, má distribuição dos recursos públicos, ele também fale sobre política, porque ser oposição em relação à economia até os petistas são. Vejam que mesmo o falecido vice-presidente de Lula, morto recentemente, passou oito anos dentro do governo e falando mal dos juros. Por sinal, também era mineiro. 

O discurso está sendo vendido na imprensa como aquele que vai traçar novos rumos para a oposição brasileira. Então que seja um discurso de oposição sem tréguas. Que Aécio aproveite e informe ao país, por exemplo, que o PSDB de Minas vai "desfundir" do PT e do PSB em Belo Horizonte, porque aquela promiscuidade ideológica é uma vergonha. Que faça uma análise do desempenho do PSDB na última eleição presidencial, especialmente em relação ao seu estado de origem, onde os tucanos foram derrotados pelo voto Dilmasia. Que demonstre o seu apoio explícito ao novo Código Florestal, em solidariedade aos 4.500 agricultores de Minas que estiveram, ontem, na Esplanada dos Ministérios. Que exija do STF o julgamento dos mensaleiros, antes que o crime prescreva. Que lembre ao Lula que os seus filhos devem devolver os passaportes ilegais e imorais. Que cobre de Dilma as promessas de campanha, uma a uma, como a não liberação de financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. Que, enfim, saia de cima deste muro de uma vida inteira, onde foi oposição no discurso e situação na prática. Se quer liderar a oposição, que Aécio mostre uma cara nova. Aquela que o Brasil ainda não conhece.
DO COTURNO NOTURNO